𝗔𝗟𝗪𝗔𝗬𝗦 𝗙𝗢𝗥𝗘𝗩𝗘𝗥, ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

- 038 ∵∴☁️

❝AQUELE do restabelecimento❞

➥ᵃᵐʸ ᶜᵃʳᵗᵉʳ
MARCH, 5th
📍❝ᴀᴅᴀᴍs ᴀᴘᴀʀᴛᴀᴍᴇɴᴛ❞

Passados vários dias, eu e Nai já estávamos restabelecendo as coisas no apartamento. Fazíamos aulas todas as manhãs e várias vezes a assistente da minha mãe nos trouxe roupas e acessórios novos.

A única parte triste é que, por enquanto, não podemos ficar saindo na rua de qualquer maneira. Aquele internato leva realmente a sério fugitivos e procuram a todo vapor seus alunos sumidos. Claro, até porque eles eram os responsáveis pela nossa segurança e agora estão ferrados quanto a isso.

Meu pai já ligou para a minha mãe perguntando por mim e ela agiu da mesma forma como combinamos. Disse que assim que me encontrassem, a guarda seria dela de novo, nem que ela tenha que parar com a turnê. Não vou mentir, meu coração apertou quando ouvi isso, saber que minha mãe faria esse sacrifício por mim é muito importante.

Agora quanto a Nai, por sorte ou não, ela já fez 18 anos no dia seguinte a que chegamos, então ela morar conosco não é um problema, uma vez que já se emancipou. Nossa prioridade agora era manter nossas vidas estáveis até a escola decidir parar de buscar por nós, o que acho difícil, não pelo fato do meu pai se importar comigo e sim porque o ego dele é muito grande para perder essa guerra contra mim.

Decidimos então que, se após um tempinho, a escola não parar as buscas, vamos agir para que pareça que eu e Nai encontramos a minha mãe aqui em New York, e não ao contrário.

Enquanto nada disso acontecia, mantemos nossas aulas online na Constance como já era costume, e nossos dias monótonos dentro de casa. Quando saíamos era por pura urgência e tinha que ser com muita discrição, então evitávamos.

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➥ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ
MARCH, 5th
📍❝ʜᴀᴄᴋᴇʀ's ᴍᴀɴsɪᴏɴ❞

Os dias se passavam, mas eu não via nada. Continuava na mesma situação, desde a última vez em que falei com ela. Não conseguia sair dessa constante tristeza que me consumia.

As semanas de prova estavam perto e eu não dava a mínima se não fosse estudar com ela. O concurso de talentos do ano da escola seria no mês que vem e eu também não dava a mínima se não fosse cantar pra ela.

Ai meu Deus.

Perdi a paixão até pelo que eu mais amava fazer, minha situação está realmente precária e eu estou no fundo do poço.

De repente, escuto alguém entrando no meu quarto, ligando as luzes e eu solto um ruído de incômodo. ───── Que porra é essa? ───── pergunto irritado tentando ver quem era as pessoas me incomodando.

───── Levanta dessa cama preguiçoso, você precisa voltar para a escola! ───── Anthony fala vindo em minha direção e pulando na cama em cima de mim.

───── Verdade cara, pode melhorar essa cara aí que não vamos deixar você no fundo do poço. ───── Hub diz.

Eu resisto, mas, no final das contas, acabo cedendo porque eles não iriam embora mesmo sem mim e me lembrei do que Amy havia me dito na ligação.

"Eu tenho certeza que vai Hacker, confio em você e no seu potencial."

Assim que saí de um banho que fui arrastado para tomar, me troquei e desci com os meninos.

───── Bom dia filho, que ótimo ver que saiu do quarto! ───── minha mãe fala e eu respondo com um sorriso amarelo. ───── Vão querer comer algo? Está na hora do café.

───── Cla... ───── Anthony começa a dizer, mas eu o interrompo.

───── Não mãe, muito obrigado, estamos atrasados. ───── falo pegando minha mochila e saindo.

───── Ei cara, nós estamos com fome! ───── Hub reclama assim que estamos na parte de fora da casa.

───── Gente, eu estou com uma puta dor de cabeça, cansado, com sono e chapado. Vocês acham mesmo que eu iria sentar pra tomar café da manhã com a minha mãe? E outra, não estou bem para ouvir reclamações de vocês, passem no Starbucks ou em qualquer merda que quiser e está tudo resolvido. ───── digo irritado e entro no carro.

Já não basta estar indo para a escola contra a minha vontade, ainda tenho que aguentar esses dois. O que eu fiz para merecer isso?

O resto do dia se passa com o restante dos meus amigos me perguntando como eu estou, o porquê de eu ter sumido e a única coisa importante o bastante para compartilhar foi que, no intervalo, Ryland e Riley me puxaram num canto para me contar algo.

───── Amy fugiu do internato na Suíça. ───── Riley fala indo direto ao ponto sem mais nem menos e eu me assusto.

───── E agora não sabemos onde ela está. O pai dela a está procurando, mas estamos sem notícias por enquanto. ───── Ryland completa e tudo que eu consigo esboçar é uma expressão de completo choque.

A Amy é inteligente, tenho certeza de que está bem e que, em breve, a verei. Bom, isso era o que eu queria conseguir pensar, mas com a ansiedade me consumindo, só consegui sair correndo da escola indo direto para nossa casinha na árvore. O que eu esperava encontrar lá afinal? A Amy? É claro que ela não está lá, não sei nem se estamos no mesmo continente.

Mas que seja, de qualquer forma, seria bom para eu pensar um pouco e ficar sozinho em paz.