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AQUELE da luz no fim do túnel❞

➥ᵃᵐʸ ᶜᵃʳᵗᵉʳ
FEBRUARY 13th
📍❝ɪɴsᴛɪᴛᴜᴛ ʟᴇ ʀᴏsᴇʏ❞

Assim que pisei na secretaria, procurei pelo telefone e corri até ele para fazer minhas ligações. Ligaria para a minha mãe pedindo socorro primeiro e logo depois para a Riley contando todas as atrocidades do meu pai e me desculpando por nem ter me despedido.

Isso era o que eu achei que faria porque logo quando sentei na cadeira, ao lado da mesinha onde ficava o telefone, percebi que, além dele ser grampeado, eu estava sendo observada a fim de controlar cada palavra que eu diria.

Como eu vou conseguir ser salva desse jeito? Que caralho.

No fim, eu acabei ligando para as pessoas que eu planejava, mas foi uma conversa extremamente curta e seca, já que eu só respondia às suas perguntas com sim ou não. Se esse internato e a droga do meu pai estão pensando que podem me manter aqui, estão muito errados.

(...)

Depois do incidente da ligação, eu estava determinada a arrumar uma saída daqui, mas precisava falar com Nai primeiro. Sinceramente, me preocupava se eu podia ou não confiar nela, mas correria o risco, ela não parece ser esse tipo de pessoa.

Exatamente quando ela entrou no quarto voltando da sua aula de golfe, eu a chamei histericamente para conversar.

───── Nai, preciso da sua ajuda. — falei a puxando pra minha cama e ela me olhou assustada. ───── Hoje foram as minhas primeiras ligações que tive direito, mas não foi como eu esperava. Eles grampeam os telefones, como assim? Afinal, isso é um internato ou uma ditadura pré-estatal? ───── pergunto indignada e ela balança com a cabeça concordando freneticamente. ───── Enfim, quero sua ajuda para montarmos um plano de fuga. Não sei se você vai querer fugir também, mas, se quiser, pode vir comigo até Nova York, o que acha?

───── Tudo o que eu mais quero é fugir daqui e já tenho até alguns planos pré planejados, mas nunca tive coragem de executá-los sozinha.

───── Que ótimo! Agora eu estou aqui e vamos nos apoiar nessa. Então o que tem em mente? ───── assim que fiz a pergunta, Nailea começou a me mostrar todas as possibilidades que tínhamos para fugir desse inferno e ficamos a noite inteira discutindo.


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➥ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ
FEBRUARY 20th
📍❝ʜᴀᴄᴋᴇʀ's ᴍᴀɴsɪᴏɴ❞

Depois de tantos dias sem a Amy, não sei como ainda estava inteiro. Ah não, me desculpe, sei sim; era porque eu nem sequer saía do meu quarto depois do dia que fui conversar com o pai dela e descobrir onde ela realmente está.

Eu não queria ir para a escola. Meus pais e Lauren insistiam, mas tudo que eu fazia era mandá-los embora. Principalmente Lauren, ela não entendeu até hoje que, infelizmente, não sinto o mesmo por ela e que jamais poderia nutrir um "relacionamento" falso daquela maneira, mesmo com os meus pais no meu pé.

Meus pensamentos nesses dias têm se resumido a Amy. Em como amo a Amy, em pesquisar no google formas de matar o pai da menina que você é apaixonado sem ser preso e em preços de passagem para a Suíça, tendo respostas para zero desses pensamentos.

Eu queria tanto pelo menos vê-la novamente, uma única vez sequer, para tomar coragem e dizer o que eu sinto, mas ela está em outro fucking continente, do outro lado do mundo. Eu não tenho dinheiro nem pra maconha, quanto mais pra uma passagem de avião.

Me questionei até se atravessar o oceano Atlântico nadando e depois atravessar metade de um continente a pé era possível! Eu estou a beira do precipício e minha única salvação é ela.

De repente, quando estava me preparando para cair em mais uma crise de choro enquanto afogava meu rosto no travesseiro, meu telefone começa a tocar.
Atendo sem muita vontade e não sei porque, afinal, não pego nele há dias enquanto ele está largado na minha cômoda.

───── Alô?

───── Vincent? ───── E quando eu pensei que as coisas não pudessem piorar, me vi alucinado aquela voz angelical da Amy no meu telefone para variar. Não podia ser real. Me levantei assim que escutei àquelas palavras.

───── Amy? O que você... ───── começo a falar, mas ela logo me interrompe.

───── Vinnie, não acredito que consegui falar com você depois de tanto tempo! Estou morrendo de saudades de todos vocês. ───── E foi aí que eu percebi: era ela mesmo e não uma alucinação da minha grande depressão amorosa.

───── É... Eu também estou morrendo de saudades. Nem acredito que seu pai fez uma coisa dessas com você. Mas afinal, está gostando daí?

───── De jeito nenhum! Mas fica tranquilo que logo, logo tudo vai se resolver. Eu fiz uma amiga aqui e nós estamos sobrevivendo por enquanto. ───── ela fala soltando uma risada, como senti falta dessa risada. ───── Enfim Vinnie, mas como todos estão? O Jaden sabe onde eu estou? Como ele está? ───── ela pergunta e só aí que eu me toco novamente da existência daquele filho da puta. Não sei nem por onde ele anda pra falar a verdade.

───── Mi, pra ser honesto, nem sei como quase ninguém está, não saio da cama dias... ───── falo meio exitante. Não quero que ela pense que a culpa disso tudo é dela, mas não podia mentir também.

───── Ah. Mas está tudo bem com você? Por que não sai do quarto?

───── Não acho que estou preparado pra encarar o mundo fora ainda, sei . Estou muito quebrado, mas não se preocupe que eu vou me resolver. ───── digo tentando reconfortá-la.

───── Eu tenho certeza que vai Hacker, confio em você e no seu potencial. ───── ela fala num sussurro, o que faz meu coração ficar quentinho e eu soltar um sorrisinho bobo sem nem mesmo perceber. ───── Infelizmente, agora vou ter que ir, espero que fique bem. Beijos, até mais Vin.

───── Até mais, Mi. ───── falo por fim triste e guardo novamente o meu telefone na cômoda assim que a mesma desliga.

Eu não sei o que foi isso, mas sei que aconteceu no momento certo. Finalmente consegui dormir uma noite depois de ouvir aquela voz reconfortante.

𝗔𝗟𝗪𝗔𝗬𝗦 𝗙𝗢𝗥𝗘𝗩𝗘𝗥, ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ Where stories live. Discover now