4.3 [Reescrito]

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!AVISO!

A fanfic passou por um processo de reescrita, o livro 1.0 - LAÇOS DESTRUÍDOS - está atualizado. Os nomes de alguns personagens foram modificados como o da protagonista, era Maria e foi mudado para Jane. Portanto se estiver Maria no capítulo é porque não foi reescrito ainda e caso já tenha sido, peço encarecidamente que me avise no pv o capítulo

Seul, Coreia do Sul - 20:04 p.m
Jane Point of View

Desci as escadas vendo os garotos beberem juntos enquanto assistem um jogo de pantball qualquer. Suspirei fundo vendo Raika sentada ao lado de Jungkook, com a perna em cima da coxa dele e acariciando seus cabelos enquanto dividem uma cerveja. 

Talvez não seja ruim eu passar por isso, talvez seja o certo pra eu finalmente me tocar de que não posso ultrapassar a linha do limite porque quando ir embora daqui tudo irá ficar para trás. Passei por eles vendo que ninguém me notou ali e fui até a cozinha, algumas empregadas organizavam as novas contas feitas. A fala de Raika não havia saído da minha cabeça, como assi Jungkook tinha falado mal de mim pra ela? Eu era tão horrível assim? Mesmo lhe ajudando e tentando entender tudo antes de julgar? 

Peguei uma latinha de fanta na geladeira e voltei me escorando na porta entre a cozinha e a sala, prestando atenção na voz do cara que estava narrando o jogo. 

- Não quer se sentar? - Escutei a voz de Raika. 

- Não obrigada. - Dei um sorriso sem vontade percebendo Jungkook me analisar. 

- Deixa ela, está menstruada. - Soltou ele. 

Minhas bochechas queimaram e certamente eu estava vermelha, como diabos ele sabia disso? Escutei a risada de todos da casa e bufei.

- Como sabe disso? 

- Suas feições nos últimos dias, você pediu novos absorventes para as empregadas, os seus peitos ficam maiores e a sua cintura fica um pouquinho maior do que já é. Fora que você odeia dormir de barriga pra cima, mas quando está menstruada acha a posição confortável. - Jungkook não fez questão de me olhar enquanto respondia.

Minha feição foi de surpresa ao perceber que parte daquilo que ele falou ele observou durante todos os meses que passei aqui. Como podia prestar tanta atenção? 

- Ela sempre tem a cara fechada assim, ou é só na TPM? - Escutar o sarcasmo vindo daquela mulher me deu um pouco de ânsia, ainda mais relacionado a mim. 

- Deve estar carente da mãe. Você sabe... Ela não tem um parente se quer vivo e o pai não liga pra ela. 

Escutar aquilo sair da boca do Jungkook de forma tão negligente como se fosse uma brincadeira foi o auge pra mim, senti meus olhos arderem e as lágrimas descerem. Mais rápido que pude eu sai daquela sala indo até o outro lado do jardim. 

Como ele podia ser tão idiota? Eu não podia falar sobre minha saudade com ele uma vez, que esta única vez ele me faz questão de contar aquela pessoa. Aquela pessoa que desde que chegou anda transando com ele pela casa, chama a atenção de todo mundo e ainda faz questão de ficar soltando certas indiretas pra mim. 

Ou talvez a pergunta seja como eu ainda posso esperar compaixão vindo dele.

Inútil.

Ouvi meu nome ser chamado e me sentei na gama fria abraçando minhas pernas e chorando. Desabando pela décima vez nesta semana. Não conseguia ser forte o tempo todo, mas ao menos conseguia não desabar em frente as pessoas, contudo acabei desabando na frente de quem menos queria. 

Não imaginei que me envolver desta forma e por curiosidade da vida de Jungkook podia me dar tanto efeitos colaterais, como uma dor no peito desnecessária e inseguranças que não costumava ter. 

- Jane? - Escutei a voz dele se aproximar. Num tom estranho e preocupado, que não combina com aquele jeito ridículo.

Alguns seguranças me encaravam de forma estranha, sem saber o que tinha acontecido, não era como se fosse uma preocupação. 

- Sai daqui. - Vi as pernas dele e virei o rosto para o outro lado esticando minhas pernas e apertando fortemente meus dedos, tão forte que senti aos poucos a pele frágil da minha mãe se rasgar em pequenos cortes feitos por minha própria unha. 

- Foi mal, não quis dizer aquilo, sabe que não penso e ... - Me levantei sentindo o ar faltar mas continuei a encara-lo, minha vontade era de mata-lo. 

- Você é um merda Jungkook. Sabe o quanto aguentei por ouvir suas histórias? Quantas noites passei sem dormir depois de te ouvir daquela forma ou de até mesmo pesquisar para poder te ajudar com alguma merda? E na primeira vez que eu me abro pra você, falo sobre o que mais sinto falta você simplesmente negligencia e fala pra aquela mulher como se eu fosse um nada. - Respirei a procura de ar, ele tentou se aproximar e a preocupação dominava a sua face. - Não encosta em mim. 

- Me desculpe, Jane. - Encarei seus olhos caídos de arrependimento, não tinha ficado surpresa pelo seu pedido de desculpa, se fosse em outro momento eu ficaria surpresa e até acharia graça, porém agora era o mínimo que ele podia fazer. - Me desculpe eu não medi as palavras e...

- Você nunca mede as palavras! Não espere que eu vá lhe perdoar assim, pedir desculpas é o mínimo que você pode fazer. Sabe eu entendo que sou algo temporário aqui, contudo até onde sei sou a única que tento profundamente te ajudar, te entender e não te julgar por todas as merdas que você faz. Então você pega esse pedido de desculpas e enfia no cu. - Empurro o abdômen alheio vendo os outros na porta que da acesso ao jardim enorme da mansão. Jungkook não tinha saído do canto me vendo sair para o outro lado, mentalmente agradeci por ele não vir atrás de mim, mas não vou mentir porque queria que vinhesse. Queria que mostrasse que se importa, mesmo que sejamos apenas amigos. 

Depois de recuperar mais a respiração escutei gritos e um tiro. Me virei completamente assustada vendo um corpo cair de cima do muro enorme que cercava esta parte do casarão. Percebendo outra pessoa de cabelos claros pular o muro corri vendo quem havia acabado de cair dali. 

Meu pai.

Vi o Jungkook ir em sua direção completamente irado, lhe dando socos e mais socos eu via Saem me encarar pedindo ajuda através do olhar. Corri até eles tentando separar Jungkook do corpo mole do meu pai que havia acabado de cair de não sei quantos metros.

- Pare! - Gritei chorando. - Pare com isso! 

- Eu vou te matar filo da puta! - Jungkook jogou meu corpo para o lado voltando a bater com a arma na cabeça de Sem que gritava e cuspia sangue. 

Senti braços segurarem minha cintura me fazendo ficar parada assistindo tudo aquilo. Porque ele estava fazendo isso? Não bastava tudo que já havia feito e agora mataria o meu pai? Lutei contra a pessoa depois percebendo que quem me segurava era o Hoseok que também tentava me acalmar. 

- Pare com isso Jungkook. Não mate o meu pai! - O meu grito saia tão alto que sentia minha garganta doer fortemente e arder assim que o grito se cessava. 

- Seu pai? - Jungkook se virou pra mim, trazendo Saem até os meus pés como se fosse um saco de batatas. Chorei caindo no chão assim que percebi o corpo de Hoseok me soltar, acariciei seu rosto repleto de sangue. - Este merda não é o seu pai, Jane. Você é fruto de uma traição.

Encarei os olhos de Jungkook, via raiva ali, não sabia se podia confiar em sua palavra. Mas assim que voltei o olhar retorcido para Saem percebi seu olhar raivoso contra mim enquanto tentava se soltar de Jungkook. Então era verdade. De todos aqueles olhares mentirosos que ele já me deu, contando com raiva e desprezo, nenhum outro parecia tão real.

Ele não era o meu verdadeiro pai. 

DANGER | Livro I • JJKحيث تعيش القصص. اكتشف الآن