Capítulo 22

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Suspiro encostada na porta e toco meus lábios, onde um sorriso bobo está dançando.
- Meio tarde pra você chegar não, principalmente sendo um dia de semana, amanhã tem escola.
Meu sorriso morre na mesma hora.
- Não vou discutir com você, não vale a pena.
- Eu também acho desnecessário, olha só andei conversando com meu advogado e se quiser voltar para o colégio em Londres pode voltar, basta que esteja aqui nos fins de semana.
- Como é?
- Só vai precisar fazer uma entrevista com o conselho e pronto, eu falei com ele pois é o lugar que cresceu tem seus amigos.
- Não entendi a sua intenção em tudo isso?
- Prefiro que se envolva com seus amigos ali do que aqui. Meu sorriso de escárnio é gigante.
- Porque?
- Não é da sua conta, não gosto das suas amizades e quero você lá.
- Não se trata do que você quer e sim do que eu quero.
- Quando tiver sua maior idade e sair da minha casa poderá decidir isso, mais agora sou eu que decido e você vai pra lá. Faço que não.
- Eu não vou a lugar nenhum. Grito e subo as escadas.
Ela quer foder com minha vida só pode, eu não aguento mais. Me jogo na cama e começo a esmurrar o travesseiro.
- Ahhhhhhhh grito a raiva tomando cada nervo do meu corpo.
Olho para o lado e vejo que Rosa deixou o meu jantar, sento tiro a tampa do prato e começo a comer, as lágrimas descem por meu rosto mais não paro de comer, tentando tapar um buraco com a comida que é impossível, quando dou por mim ja comir tudo e só me sinto pior a raiva é tão grande que jogo tudo no chão e corro para o banheiro me tranco olho para o espelho.
Idiota, você achou mesmo que existia um pingo de afeto entre vocês, achou mesmo que ela poderia te amar e que você seria alguém.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh.
Me ajoelho na frente do vaso enfio dedo na garganta sinto um incomodo, mais continuo logo meu alívio vem e esqueço tudo.
Só que dessa vez vômito muito, mais do que o de costume e choro, choro tanto buscando alívio, quando levanto tudo gira e não consigo me segurar em nada acabo caindo no chão e apago.

Minha cabeça dói e minha garganta está seca, não consigo respirar e meus olhos ardem um pouco.
- Que bom que acordou. Olho ao redor e vejo que estou em um quarto branco.
- Onde estou?
- No hospital. Escuto a voz da minha mãe e olho para o lado.
- Você lembra do que aconteceu Karol? O médico pergunta e faço que sim.
- Ótimo, você está com uma inflamação no esôfago devido o excesso de vômito.
De indução ao vômito.
- Minha filha não está induzindo nada.
Olho para minha mãe e depois para o doutor.
- Senhora, aconselho de procurar ajuda com um psicólogo o quanto antes, as coisas podem piorar a bulimia é doença e tem que ser tratada.
- Eu não tenho bulimia. Falo e minha voz sai rouca pelo esforço, o doutor me encara com os olhos tristes.
- É difícil aceitar eu sei, mais tem tratamento e você é tão nova...
- Cale a boca doutor, olha eu sei que está fazendo o seu trabalho, então assine a alta da Karol e nós já vamos.
- Tudo bem. Ele assina uns papéis.
- Vamos Karol, vou ligar para o Carlos te espero lá fora. Assinto.
- Olha eu sei que é difícil, e você não precisa me contar nada, mais fique com isso, ligue quando achar que está pronta.
Pego o cartão que ele me oferece e ponho no bolso da calça.

Assim que entramos em casa, corro para o meu quarto mais Carolina invade com uma expressão nada boa.
- Não sei o que está fazendo mais exijo que pare agora mesmo, você não vai destruir minha carreira por conta de um capricho idiota eu não vou permitir Karol, não vou, pare essa coisa ou eu vou parar você está entendo por bem ou por mal, agora mesmo quero você naquela escola em Londres longe de toda a mídia.
Espero que tenha sido clara Karol não vou tolerar esse tipo de coisa não vou. Ela sai batendo a porta e minha pernas fraquejam acabo sentando no chão em prantos.

No outro dia minha cabeça parece que vai explodir mais preciso ir pra escola, levanto tomo um banho e coloco o uniforme, pego minha mochila e desço encontrando Rosa com o café pronto meu estômago chega embrulhar mais me forço a tomar um suco.
Entro na escola com meus fones no ouvido escutando, 2002 da Anne-Marie.
Pego minhas coisas no armário e entro no corredor minha aula de biologia fica na última sala, estava distraída escutando música, uma mão me puxa e a outra tapa minha boca, e quando dou por mim estou em um sala vazia e escura contra a parede com olhos arregalados, mais que se estreitam no mesmo momento em que a mão sai da minha boca.
- Você não é normal garoto.
- Não, não sou, qual a graça ser normal você não me acharia tão gostoso como agora. Arqueio a sobrancelha.
- Não sei quando foi que eu disse algo do tipo.
- Não precisa eu sei, e sei também que sentiu saudades e que está doida para que eu faça.
- Fazer o que?
- Isso... Ele me beija e esqueço de tudo como ontem na piscina meu corpo inteiro queima e treme não sei o que é nunca senti isso, mais sei que com ele é diferente. O sinal toca e nos afastamos.
- Porra de sinal, não quero ir. Ele suspira.
- Temos que ir, tenho uma prova agora.
- Eu também.
- Então mais um motivo para sairmos daqui.
- Tenho treino no intervalo mais nos vemos depois.
- Pode ser. Ele me beija mais uma vez e abre a porta olha ao redor e sai mais segura minha mão.
- Ei vocês dois? Paramos e nos viramos.
- Onde estavam? Caro pergunta cruzando os braços e fico sem fala, Ruggero começa a rir e Carolina desfaz a pose de durona rindo também.
- Aí Karol você precisava ver sua cara.
Ponho a mão no coração.
- Você é má Carolina muito má. Ela rir da minha atuação e Ruggero me rouba um selinho antes de correr para sua aula me deixando paralisada no corredor.
- Aí meu Deus não dou conta de vocês dois, não dou. Ela me empurra pra sala.

Se Não Fosse Você.Where stories live. Discover now