12 - Namorado

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Estava saindo da escola conversando com o pessoal de sempre.

— Diego pegador, com esse um metro e meio, óculos de nerd e cabelinho de lado? — Isabel gozou.

— É um metro e sessenta e três! — empurrou a armação dos óculos para trás. — E o que conta — bateu na própria cabeça. —, é a grandiosidade daqui!

— Mas não é mesmo! — Samuel disparou.

— É a da cabeça de baixo, amor! — a risada escandalosa de Pierre encheu o lugar e todos nós caímos na risada. Era impossível não rir daquela risada. Todo mundo olhou para nós. — Tem que abafar na grandiosidade!

— Acha que alguém acredita nas suas histórias, Diego? A garota já foi loura, morena, baixa, alta, já chamou Anita, Ana, Andreia... — John brincou com ele.

— É que são tantas que não dá para decorar o nome de todas.

— Sabemos, Diego! O que não sabemos é quando a Alma vai assumir o namorado. — Samuel implicou.

— Que história é essa de namorado? — John me olhou com uma cara feia.

— Não faço ideia! — me defendi.

— Ah, para! — Patrícia me empurrou na direção de John. — Ninguém engole que vocês são só amigos.

— Vocês são tão fofinhos. — Pierre comemorou.

— Parem de negar e assumam de uma vez!

Eu não tinha coragem de olhar na cara de John de tanta vergonha.Virei as costas e simplesmente saí dali. Não ia adiantar falar nada. Nos separamos e cada tomou um rumo diferente, mas ainda ouvi alguém gritando lá atrás para mim:

— Beijem logo!

Revirei os olhos e um cara me abordou.

— Ei, coisa linda. — ele apareceu do nada com um sorriso provocante e debochado. — Estou começando a entender o motivo da hesitação, você é realmente um espécime extraordinário. deu uma volta completa ao meu redor, me analisando como uma mercadoria. — Finalmente a encontrei.

Algo nele me fez arrepiar. Insanidade. Os olhos dele tinham a cor da insanidade.

— Eu não faço ideia de porquê esteja me procurando. — continuei andando. O cara me acompanhou.

— Na verdade, eu estava procurando aquele seu namorado — observou o derredor —, mas ele é um pouco mais difícil de localizar do que você. Especialmente quando não quer ser encontrado.

— John?! — parei para encará-lo. Porque todo mundo achava que John era meu namorado?! — John é só um amigo!

— Quem?! — me olhou como se nunca tivesse ouvido aquele nome.

— Fique longe!

O touro enfurecido arrancou o cara estranho de perto de mim.

— Aí está ele! — o desconhecido não se importou com o empurrão. — Agora entendi porque está se escondendo. — ele me espiou.

— Como se atreve a aparecer aqui? — Gaelgrunhiu entredentes e não estava mesmo de bom-humor.

— Fiquei curioso com a sua hesitação. E com a sua proteção.

— Desapareça. — Gael não estava a fim de conversar.

— Você me conhece. — o cara provocou. — Não deixo trabalhos inacabados.

Uma mão voou para o pescoço do desconhecido e Gael o apertou contra a parede suja. Os passantes, se afastando, olharam a cena.

— Ninguém caça no meu território. — ameaçou.

Doce Pecado | 1Where stories live. Discover now