A Herdeira Mestiça

By albuquerque_s

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Vítima de um assassinato mal executado, Mariah despertará para um novo mundo, guiada por um encantador vampir... More

CONTO DO VIGÁRIO
RECÉM CHEGADA
A REALEZA
DOCE VENENO
ÁGUAS PROFUNDAS
SANGUE AZUL
CICATRIZES
INSTINTOS
A ALIANÇA
A DANÇA DOS CORVOS
A REBELIÃO
SOBREVIVENTE
FILHOS DA LUA
A QUEDA DO PRIMOGÊNITO
O MENINO QUE SOBREVIVEU
A ESTRELA DA MANHÃ
COROA FLAMEJANTE
O OUTRO LADO
O QUE VEIO ANTES
NADA DO QUE ME ORGULHAR
SONETO DO ADEUS
DO TRONO AO PÓ
CAMPO SANGRENTO
A GRANDE CHEGADA
ALGHARKA
UM FRAGMENTO DE EMPATIA
BAILE DE OURO
ÁRVORE VERMELHA
A PAZ NO PEQUENO ABISMO
VOTO PERPÉTUO
ATAQUE AOS REIS
KARMA
TODOS PARTEM E SE PARTEM
UMA TERCEIRA CHANCE
FADAS TAMBÉM SANGRAM
VERDADEIRO LUGAR
O ORÁCULO
SANGUE RUIM
MALDITO SEJA O REI DA NOITE
A NOITE ESCARLATE
O LAR
LIBERTE-OS, LIBERTE-OS TODOS
FILHOS DE ELYS
SALVE A HERDEIRA MESTIÇA
PONTO DE RUPTURA
COLISÃO
O RENASCER
EPÍLOGO

O JULGAMENTO

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By albuquerque_s

"Não existem correntes mais pesadas, do que as que a alma carrega"

Thomas estava no Jardim andando de um lado para o outro, sua mente fervia, o que aconteceria com sua amada? E os planos de Lucinda teriam enfim chegado ao desfecho mesmo indiretamente apenas por depor contra a garota. Ele a viu sorrir quando Mariah passou algemada tão atordoada quanto ele. Sentia-se culpado deveria ter dito a ela, devia ter avisado dos planos de Lucinda, mas não foi capaz. -Um fraco. -Repetia a si mesmo. -Sou um fraco.

-Thomas. - Ele ouviu uma voz cuidadosa e jovem.

-Oi, Lion. - Disse ele dando um meio sorriso ao garoto.

-Não precisa fazer essa cara como se eu não soubesse de nada do que está acontecendo. - Repreendeu.

- Eu sei que sabe talvez eu apenas queira me enganar que não é nada. - Thomas afundou-se em uma das cadeiras de chá do Jardim.

-Não podemos escapar da realidade, por mais cruel que ela seja. - Lion colocou a mão no ombro do irmão. Em alguns momentos o jovem podia ser mais sábio com suas curtas décadas comparado as centenas de Thomas.

- Não sei o que fazer por ela. - Thomas passou as mãos nos cabelos grossos e emaranhados.

-Não foi capaz de protegê-la, não há mais nada a fazer. Não tem poder para mudar o que está para acontecer. - Uma voz amarga veio por de trás da fonte. Pedro estava vestido para matar literalmente, usava seu uniforme negro de combate, seus olhos eram turquesa quase semelhante à água da fonte. Seus cabelos estavam perfeitamente arrumados brilhando sob a cúpula iluminada pelo sol encoberto por algumas sombras.

- Deve me odiar por isso.

-Na verdade odeio Lucinda e seus joguinhos. Você é apenas uma peça. - A voz de Pedro era distante apesar de firme.

-Devo uma vida á ela. - Disse Thomas em um sussurro. As sombras do passado assombravam seus pensamentos mais profundos.

-Agora deverá a mim, se algo acontecer a Mariah, vou querer uma vida pela outra. - Não foi necessário explicações, Thomas havia entendido o recado. Mas não se importava sem Mariah sua vida de nada valia.

- Fique a vontade. - Thomas abriu os braços, seu rosto retorcido, amargo, Pedro olhou pesarosamente tendo que admitir ele não era o único que sofria com tudo isso.

[...]

Lucinda vestia vermelho sangue esta manhã, estava em seu trono por direito e no qual almejava um dia sentar estava à soberana rainha Íris. O salão estava silencioso, Lorenzo sentado em silêncio enquanto ouvia Henry repetir a lei dos territórios por pelo menos três vezes.

-Já chega! - Gritou o Rei. - Vamos acabar logo com isso.

O mesmo acenou para um guarda que prontamente saiu indo buscar a violadora. Lucinda parecia vibrar de excitação, seria um belo espetáculo, pensou a menina. Não demorou muito e quando as portas do salão foram abertas outra vez, houve um burburinho entre o conselho que foi aumentando até se tornar uma grande discussão desordenada. Mariah passou de cabeça erguida, agora suas mãos estavam presas por cordas pretas bem apertadas.

-Silêncio! - Gritou o Rei outra vez.

Estava mais descontrolado que o normal, notou Lucinda. Henry se colocou de pé, era um rapaz aparentemente novo, usava uma túnica vermelha e preta e possuía uma cicatriz na boca pequena e esbranquiçada, seus cabelos eram castanhos claros e estavam bem alinhados para trás.

-A ré Mariah Graig, está sendo acusada de violar a lei dos territórios além de afrontar o poder da rainha do lago Dorothea. Tendo arriscado não só a si mesma mas a todos nós, provocando ira dos aliados. -A voz de Henry não contradizia seu rosto que estava sério e implacável.

-Dorothea deixou a nosso encargo cuidar de Mariah, portanto sugiro que seja a morte definitiva.

Uma mulher de cabelos vermelhos em um coque alto levantou.

-Mas por que matá-la ? É uma de nós afinal.

- Um castigo ou isolamento deve bastar. - Rebateu um homem esguio do outro lado da sala.

-Não somos lobos Benedito, não existe código de companheirismo, qualquer um que diga o contrário é hipocrisia. -Dessa vez foi uma mulher roliça de cabelos presos em uma trança espinha de peixe, seus olhos eram quase esbranquiçados.

-Ela pode ser uma ótima tática de guerras futuras, afinal soube que repeliu o poder de Dorothea.

Mariah agora arregalou os olhos surpresa, ninguém além dela, Lis e Pedro sabiam disso. Talvez a rainha tivesse contado, mas onde ficaria seu orgulho?

-Vejo que há um conflito de opiniões aqui. - Os olhos de Íris dançaram pelo salão. -Minha filha quer falar algo que talvez os ajude. - Lucinda sorriu para a suposta mãe e foi até o centro onde Mariah esperava de pé ainda amarrada.

- Lucy. - Falou ela em um fio de voz, mas Lucinda cuspiu no seu rosto. Mariah sentiu o liquido quente e amargo escorrer por sua pele, seus olhos estavam em vãos negros à fúria subia pelas suas veias agora enegrecidas.

-Essa garota! - Lucinda apontou para Mariah enquanto discursava. -Violou a lei, e disso nós já sabemos, mas o que fica em pauta é...será mesmo que é uma de nós? Afinal os relatos da noite passada mostram que Mariah possui habilidades fora do comum.

-Vampiros possuem habilidades peculiares não entendo em que isso interfere?

Questionou Benedito. O homem estava disposto a defender Mariah ou talvez seus próprios interesses. A menina escolheu a segunda opção para acreditar.

-Sim é claro. - Lucinda não se sentiu acuada ou sem palavras continuou firme e petulante. -Mas convenhamos, brilhar e expelir o poder voraz do Lago Lyn onde pulsam as veias do coração de Elys, nossa tão amada casa. - Dramatizou ela. -Ela pode ser sim Sr. Swan uma ótima tática, mas e se resolver nos enfrentar ou fazer alianças fora do castelo com, por exemplo, feiticeiros.

Ela lançou um olhar desafiador à menina que estava pasma por tanto Lucinda saber.

-Como sabe? - Mariah que até agora permanecera calada, deu um passo a frente e sentiu o puxão em seus cabelos do soldado.

-Pergunte a seu amigo General. -Mariah não podia acreditar, mais uma vez fora enganada. -Ela está blefando. Tentou a menina se enganar.

- O que quer dizer com isso Lucinda? - Perguntou a mulher de cabelos vermelhos.

-Que Mariah não é Vampira. Pelo menos não completamente. -Um coro espantado inundou o lugar.

- É uma mestiça nojenta!

Apontou outra vez para Mariah. Até mesmo Lorenzo parecia assustado, mas Íris notou, permanecia imponente.

-A garota deve morrer! - Gritou um homem mais baixo totalmente ruivo, parecia irlandês.

-Sugiro uma votação. - Lucinda sorria de orelha a orelha, voltou vitoriosa ao seu trono, procurou os olhos de Íris, mas a mulher parecia uma estátua de gelo. Enquanto a votação começou todos aqueles que queriam vê-la morta levantaram a mão e logo depois os contra. Previsivelmente foi condenada.

-Que assim seja. - Declarou o Rei. - Levem-na para cima.

Mariah se surpreendeu com a carranca de Lorenzo, ao contrário de Íris ele parecia estar fazendo por dever e não prazer. Todos do conselho subiram indo ao lado oeste do castelo, Mariah vinha por ultimo acompanhada de dois soldados. Ela não conhecia aquele lado do castelo, pouco iluminado com construção tão antiquada e medieval mais até de que toda a estrutura. Ela foi jogada ao chão como um bicho sarnento, sentia dor e estranhou, há tempos que não sentia nada, o que estava acontecendo? Então os soldados arrastaram-lhe até uma pilastra de marfim e ali prenderam suas mãos e pés com correntes de prata apertadas.

-Mariah Graig a declaro culpada, e sua sentença é a morte. - A voz de Henry inundou a pequena sala. Acima de Mariah havia uma cúpula semelhante a do jardim, porém menor e notou a menina havia uma alavanca de abertura perto da outra pilastra a sua frente onde ali jazia um esqueleto de um antigo condenado. Mariah lembrou-se de sentir a morte contra sua pele naquela maldita noite. E agora ela voltara para assombrá-la outra vez.

-Soberano Lorenzo! - Gritou a menina e o rei arregalou os olhos, todos pareciam intrigados com a audácia de Mariah.

-Cale-se ! - Íris esbravejou irritada.

-Só quero lhe dizer algo. - Mariah ignorou a rainha, encarando fixamente o rei. - Somos apenas pó, e dele retornarei.

Entoou amargamente a menina. Ela sabia que aquilo era um enigma, que somente o rei entenderia.

-Não é possível. - Lorenzo mexeu os lábios formando a frase mas pareceu não querer que ninguém as decifra-se

-Já chega, é hora da execução. -Rosnou Íris.

-Não pretendo assistir isso. - Declarou Lorenzo apesar de ter sussurrado quase que para si mesmo, Mariah captou seu olhar pesado cheio de sombras e amargura. Afinal o que tanto perturbava o rei? Aos poucos foram saindo um a um do salão, o motivo era lógico, nenhum deles gostaria de ver a morte agir em um de seus iguais, ainda que sejam condenados. Isso os perturbaria, os lembraria de que não eram tão imortais assim. Por fim sobraram apenas ela e o soldado violento que a acompanhava desde o campo.

- Eu disse que seu encontro com a morte era certo. - A voz do homem agora ouvida no pleno silêncio do lugar, soava familiar. Em nenhum momento pode ver seu rosto encoberto por um capuz. -Achei que chegaria mais longe que isso.

Falava o homem enquanto andava pelo salão, e a demora torturava Mariah.

-O que quer dizer com isso? - De inicio achara o homem esquisito mas relembrou sua altura e postura..

-Não a fiz ascender para morrer aqui, você deveria matar Lorenzo e Íris. - Cenas inundaram a mente de Mariah, a boate, o homem aparentemente gentil que logo depois a jogou na lama para morrer. O soldado tirou o capuz, e Mariah confirmou a cruel verdade. O monstro que lhe assombrava, seu assassino, aquele quem arruinou sua vida. Imaginou sentir medo quando estivesse na presença dele outra vez, que ficasse apavorada como na estrada, mas tudo que sentia era ódio profundo e uma vontade incontrolável de matá-lo de arrancar-lhe a cabeça de fazê-lo sentir pavor como ela sentiu naquela noite.

-Você. - Falou entre dentes a menina, sentido as pontas de suas presas aferindo-lhe os lábios inferiores.

-Calma minha pequena ferinha. - Sorriu ele, e Mariah se lembrou da risada perturbadora.

-Você acabou com a minha vida! Seu monstro!!! - Berrava ela.

-Ora mas percebo que não esteve achando tudo isso tão ruim, tendo dois dos melhores soldados aos seus pés. - O homem alisava a alavanca como se ameaçando abri-la.

-O que está dizendo? - A menina pareceu ainda mais confusa seu ódio lhe corrompia o juízo

-Pedro e o querido General Thomas. Ora não fora ele que entregara sua cabeça aos leões. Um Judas da Corte. - Mais uma vez ele riu.

- Por quê? - Suspirou cansada. - Por que me escolheu?

- Não foi planejado se é o que quer saber. Eu estava em uma missão. - O homem parecia querer fugir do assunto.

- Uma missão? Thomas disse que é um desertor, um maldito traidor.

- O general sabe muito a respeito traição, não é mesmo?

Mariah pressionou os lábios, ainda não podia acreditar que Thomas tinha apunhalado ela desse jeito.

- Agora veja só, posso tê-la trazido até esse lamentável momento. Mas, talvez possamos recomeçar.

- Você é louco! - Cuspiu ela.

- Se tivesse visto, o que eu já vi querida. - Ele se aproximou do rosto de Mariah que ainda estava presa. - Acha que manteria sua sanidade? Acha que seria capaz? Eu acho que não.

-Porque não puxa essa maldita alavanca logo, assim, posso sumir deste inferno e não ter que aguentar sua presença por nem mais um minuto ! - Esbravejou ela.

-Você nada sabe do inferno.

[...]

Íris voltou para o trono de pedra, após se despedir dos membros da Corte, havia preferido ficar no silencio do salão apenas com seus próprios pensamentos. As lembranças passavam diante de seus olhos a fazendo ter uma ira até maior que a de Dorothea. De repente ela vê uma figura com um sorriso felino estampado.

-Minha rainha. - Lucy reverenciou Íris que revirou os olhos.

-Acho que finalmente provei que posso ser uma rainha a sua altura. - A menina explodia em felicidade.

-Oh minha pequena e ingênua princesa, Mariah mesma desenhou sua própria sorte e agora queimará. Você nada fez, o destino foi mais rápido.

Lucinda sentiu a raiva e a tristeza a dominarem, seu comparsa estava certo ela jamais cumpriria o acordo, era estrategista é assim que uma rainha deveria ser. Lucy se puniu mentalmente. - Mas é claro.

-Você me usou. - Sussurrou a menina.

-Vejo que não é tão burra quanto parece. - Caçoou a mulher, e Lucy queria apenas fugir dali, sentiu-se tão humilhada e desrespeitada. Uma tola.

-Agora volte para suas atividades ardilosas com os rapazes da Corte. O problema Mariah está acabado.

[...]

-Não é possível!! - Íris enfiava as unhas enormes no sofá de veludo da sala principal, seus olhos estavam tão negros feito a noite.

-Milady, nos perdoe, tinha um traidor entre nós. - Thomas estava cabisbaixo, usava seu uniforme de general, tentava ser o mais inexpressível possível coisa que sua espécie era perita em fazer.

-Eu deveria matar você, deixá-lo queimar ao sol, ou dá-lo como oferenda aos Knowa. - Rosnou a mulher. Thomas permaneceu calado, vampiros jamais imploravam, ele não seria fraco a esse ponto.

-Não pedir clemência é admirável. - Íris o olhou sinuosamente. -Por isso e por seus séculos prestados a Corte lhe dará mais uma última chance.

- Sou grato Milady. - Disse Thomas a encarando.

-Não terminei de falar. - Disse irritadiça. - Você irá atrás da criminosa.

-A buscarei de volta e....

-Oh não quero que a traga de volta. - A mulher se levantou, parecia insana.

-Mas.. - Thomas sentiu seu chão desmoronar as próximas palavras seriam como laminas cortantes, ele sabia.

-Quero que mate Mariah, ela já deu problemas demais. Maldita Mestiça. - A mulher pareceu lembrar-se de algo muito distante e logo encarou Thomas.

-Espero que desta vez, não falhe. - Ameaçou.

-Como quiser Milady. - Disse friamente o rapaz. Saindo do ambiente.

[...]

Pedro estava sentado sobre a sombra de uma árvore, seus olhos estavam prateados contrastando com o cabelo incrivelmente branco, ele viu ao longe Thomas chamar alguns homens e parecia estar dando instruções a eles, e então ficou intrigado o que estava acontecendo? Pensou em Mariah, não suportou ir ao julgamento e quando tentou entrar no salão foi arrastado pelos guardas até Lorenzo que o segurou até que tudo estivesse acabado. Pedro destruiu grande parte do seu quarto, e depois ficou algum tempo no de Mariah gritando e segurando seu vestido nos braços, o que ele mesmo vestira nela na noite em que a viu pela primeira vez, ele não tinha mais a capacidade de chorar, mas estar sufocado foi ainda pior. Sua vida de nada servia agora, ele precisava dela para continuar a viver. Ele e Thomas partilhavam da mesma dor. Thomas olhou para Pedro e em alguns segundos estava diante dele, que estava olhando pro nada.

-Sei que me odeia, e se quiser me matar não vou impedi-lo. - Pedro o olhou com uma estranha calma

-Quero que viva com esta culpa, que sofra com ela, que tenha pesadelos com o rosto em chamas de Mariah.

-Mariah esta viva. - Thomas sentia alivio em dizer aquilo mas ao mesmo tempo temia.

-O que disse? - Pedro estava paralisado com olhos arregalados de surpresa.

-Ela fugiu teve ajuda de um traidor. - Disse ele neutro.

-Vamos atrás dela não pode estar longe... -Pedro se colocou de pé, explodindo de esperança.

-Não posso. - Sussurrou o rapaz. Balançando a cabeça.

-É seu dever procurá-la, para lavar sua honra, você traiu Mariah..

-Não posso trair a rainha, ela me pediu que matasse Mariah.

-Terá que me matar primeiro. - Pedro ficou bem perto de Thomas que mais parecia um rato encurralado.

-Vim até você para lhe implorar, ache-a antes de mim, esconda-a e proteja-a, eu a amo. - A voz frágil de Thomas quase fez Pedro sentir pena dele. Quase.

-O amor é constituído por sacrifícios você escolheu seu cargo, covarde! - Disse desacreditado Pedro.

-Se eu encontrá-la não falharei, cumprirei a ordem. Ela foi ao leste pela floresta nos territórios das fadas, já temos permissão para busca, tome isto. - Thomas entregou um broche onde duas cobras e um corvo estava entrelaçado. -Diga que é da guarda caso perguntem. -Obrigado. - Disse ele por fim.

-Não vou fazer por você, e sim por ela. - Declarou Pedro.

-Desde que a salve. - Disse Thomas destruído.

-Daria minha vida por ela. - Disse Pedro seguindo pelo caminho indicado por Thomas.

Quando o homem se aproximou dela ainda na sala de execução, Mariah imaginou que ele a mataria com as próprias mãos, mas ao invés disso, ele a soltou da pilastra deixando suas mãos atadas porém livres do pedaço de pedra, em silêncio ele a conduziu de volta as escadas espirais, e Mariah imaginou que ele faria o serviço em uma cela podre para não levantar suspeitas, porem mais uma vez estava enganada, o assassino abriu uma passagem no fundo de uma cela.

-Pretende me matar ai dentro? - Perguntou a menina sem expressão, mas o homem apenas riu.

-Não irei matá-la. Nós temos planos pra você. - Disse ele descendo a escadaria subterrânea que se abria em túneis bem estruturados.

- O Rei Eurin construiu esses túneis como tática de ataque durante a guerra dos tiranos. - Ele olhou para ela. - Foi uma época gloriosa. - Os olhos negros do homem brilhavam como joias do universo frio e escuro.

-Você disse, nós? - Mariah ignorou a vangloria do homem.

-Sim, meu superior e eu. -Disse ele voltando a andar pelos túneis costurando caminhos alternados.

-Quem é seu superior? - A ansiedade por respostas fazia suas veias quase sangrarem.

- Isso não é comigo. Só estou aqui para conduzi-la, dessa vez do jeito certo. - Disse ele se aprumando.

Outra escada surgiu alguns minutos depois, era menor e estava iluminada pela luz do dia, o homem se virou para ela estava com algo em mãos brilhante. Ele se aproximou dela, e Mariah sentiu um frio gelar sua mente, então ele percebeu e a olhou.

-Vou apenas soltá-la. - Disse entretido.

-Se me soltar estará abraçando a morte. - O ódio estava claro na voz entrecortada de Mariah, mas o homem não se incomodou.

-Se me matar jamais saberá seu propósito aqui. -Argumentou ele, e Mariah contra sua vontade teve que admitir, sem o maldito jamais chegaria ao "Superior" por sua vez iria continuar no escuro.

-Não tenho outra escolha. - Mariah baixou a guarda e o homem a soltou.

Ela se imaginou colocando em prática os movimentos dos treinos fazendo-o implorar para não morrer. Porém sua vingança teria que esperar, há muito mais em jogo neste momento. O homem lhe entregou outra coisa, uma capa grossa de linho e algodão preta, para a proteção contra o sol.

-Quando estivermos na floresta será mais seguro.

E seguiram pelo lado mais baixo da colina. Mariah olhou por um momento a castelo que outrora achou tão belo e deslumbrante, agora tinha um leve desprezo pelo lugar. Eles seguiram por uma trilha invisível, e o homem sussurrava algo para si mesmo, Mariah pouco se importava com o que ele estava fazendo. Seus pensamentos flutuavam sobre alguns rostos, a expressão irritada de Lorenzo, a luxuria e desprezo estampados no rosto de Lucinda, Thomas dizendo que a amava e logo depois entregou sua cabeça a rainha. Sua mente pairou em Pedro, ele não havia aparecido no julgamento, e o que será que ele teria feito? Teria concordado em silêncio com a sentença? Mariah se perguntou se alguém já havia notado seu desaparecimento.

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