COLISÃO

52 5 0
                                    

O Reflexo. Pode ser visto em uma poça d'agua, a beira de um rio, em um espelho. O reflexo de si próprio revelo o oposto do que se vê e era exatamente a sensação que Mariah sentiu a encontrar seu Outro Eu em carne viva ali parado na sua frente. Ela era idêntica, meus cabelos castanhos sobre os ombros, mesma altura, usava um vestido preto longo e estava descalça, seu corpo inteiro tinha os mesmos símbolos que cobriam os dela, mas seus olhos eram diferentes tinham um tom dourado como o sol da manhã eram poderosos e ao mesmo tempo cheios de uma ira que Mariah conhecia, que já tinha sido outras vezes. Era como encarar o mal que morava em seu coração, era sua própria voz que a intimidara. Ela entendeu, seu pior inimigo fazia morada dentro da sua alma e tinha despertado enfim.

- Como isso é possível?

O outro eu, sorriu.

- Eu sempre estive aqui. Esperando. Pacientemente.

Mariah a olhou por um tempo antes de decidir que não podia perder seu tempo.

- Não posso ficar aqui. Estão me esperando.

Mariah passou por sua versão sombria e estava pronta para deixar a cabana quando a porta bateu com violência, as janelas quebradas também se fecharam e uma lufada de vento a atingiu fazendo com que se desequilibrasse um pouco, quando olhou a redor estava no nada. Não havia luz, não havia lugar algum, era apenas um nada, com muitos espelhos espalhados, muitos e muitos reflexos de si mesma.

- Qual é o seu jogo? – Perguntou irritada.

A voz sinuosa do outro eu, ecoou.

- Quero conversar. Não estamos nos entendendo aí dentro.

Mariah deu passos para trás não conseguia identificar de onde a voz vinha.

- Você foi abençoada, com um poder extraordinário.

Mariah olhava para todos os cantos, podia sentir sua presença, mas não podia vê-la, quando se virou o Outro eu estava lá a centímetros do seu rosto.

- Mas usa esse mesmo poder como uma criança!!! – Gritou e Mariah sentiu a cabeça doer. – Você nunca mereceu nada do que lhe foi dado! – O outro eu, a esbofeteou sem cerimônia. – Nosso poder! – A socou mais uma vez. – Nossa família! – A socou no estômago. – Nem mesmo o homem que amamos! – Ela a chutou com violência e Mariah caiu de joelhos. – Precisa aprender, que o temor é a chave de todos os nossos problemas.

Mariah cuspiu sangue na mulher que a jogou para longe e Mariah bateu as costas no espelho o estilhaçando todo.

- Desde sempre, você foi a maior vergonha para nós duas. Lembra quando seus pais afetivos morreram naquele acidente? Lembra de como se sentiu? Impotente, humilhada, incapaz. Você deixou que eles morressem Mariah, você viu o carro pegar fogo, você estava no carro, não estava!!?

Mariah se levantou tonta.

- Foi um acidente! – Afirmou ela.

- Tem certeza? Você não se mexeu, ficou lá vendo eles lutarem com os cintos presos. Você poderia ter ajudado. Mas não quis.

- Eu era uma criança!!! Estava com Medo!!!

O outro a olhou com fúria, Mariah não se permitiu atingir novamente, quando o chute vinha contra seu peito ela segurou a perna da outra a lançou contra o chão frio que se rachou como se fosse vidro.

- Isso. Mostre o quanto está com raiva de si mesma. Do que fez. Não tem vergonha? E quanto a Killian? Acha que matar seu irmão fará de você alguém melhor? Ou só deseja ter o sangue dele em suas mãos. Você não gostou da mamãe defendendo ele.

A Herdeira Mestiça Onde as histórias ganham vida. Descobre agora