Sem Revisão...😅
A empresa hoje está um caos. Fiquei fora dois dias e tudo está uma bagunça. Analu insiste em trabalhar, mesmo com uma barriga de seis meses, que parece de oito. Sente muitas dores nas costas, os pés incham por qualquer coisa, tem muitas quedas de pressão. Esses foram os motivos por eu ter me ausentado por esses dias da empresa. Não poderia deixa-la sozinha. Minha mãe sempre nos ajuda, mas eu quero participar de tudo que acontece na vida da minha família. No quinto mês, terminamos de arrumar o quarto das gêmeas. O médico disse que elas poderiam nascer prematuras. Meu coração ficou em frangalhos. Tão novinhas e já estão tendo que lutar. Analu está mais tranquila, disse que é normal em gravidez de gêmeos. Mas eu não sei, fico angustiado.
Para ficar melhor para a Ana, eu transferi sua sala para minha. E para variar, foi uma confusão. Mas por fim, a convenci.
Agora ela está na antiga sala, terminando de arrumar os últimos objetos numa caixa. Teimosa que é, vai querer carregar. O pior que eu não posso nem me ausentar, estou em reunião com um grande empresário que gostaria de fazer parceria com a Cars. Estamos terminando de fechar negócios. Um negócio que vai render milhões a empresa. Muito satisfatório, para um empresário fechar esse tipo de negócio. Mostra que o trabalho duro, tem surtido efeito.
Depois de duas horas, o negócio foi finalmente fechado. Suspiro de alívio. Agora eu vou procurar a minha ainda namorada. Pensem num desespero... Ela ainda não aceitou meu pedido. Fiquei um pouco chateado com isso, mas sei que ela me ama. E quando estiver preparada, vai aceitar.
Antes mesmo de eu conseguir levantar da minha cadeira, uma nova mensagem chega ao meu celular. É uma foto. Meu sangue gela e meu coração falha uma batida.
É a foto da Ana, na sala dela. Com a mesma roupa que chegou hoje. A foto foi tirada agora. Corro desesperado até a minha latina. Não foi a imagem que me preocupou. E sim a legenda.
"Acho melhor você correr!"
Chego até a Ana, ela está de costa para mim, olhando através da janela. Do mesmo jeito da imagem. Me aproximo e abraço por trás, ela se assusta. Estava tão imersa em pensamentos que não percebeu quando entrei. Assim como não percebeu que alguma outra pessoa também entrou. Melhor não falar nada para não preocupa-la.
__Amor, que susto__ ela diz.
__Desculpa. Eu não queria assustar você. Está tudo bem?__ pergunto baixo, encostando meu nariz na curva do seu pescoço e sentindo o cheiro tão maravilhoso que ela exala. A sua pele se arrepia inteira.
__Esta sim. Parei um pouco para descansar. Levantar uma agulha, me cansa__ ela diz também baixo, sorrindo. Encostando ainda mais a cabeça em meu peito, me dando total acesso ao seu pescoço.
__Você sabe que não precisa trabalhar amor. Porque insiste?__ pergunto me afastando. Estou realmente chateado. A minha família corre perigo e eu não posso fazer nada para protege-la. O desgraçado do Tom ainda está a solto. Não posso deixar que o meu momento de felicidade, me deixe cego. O perigo é real e está mais perto que nunca. Ele ousou invadir a minha empresa. Ousou ameaçar a minha mulher e minhas filhas. Esse maldito vai pagar... Com a própria vida.
__Porque? Porque?... Henry, eu estou grávida e não doente. Esse é o trabalho dos meus sonhos... Eu me sacrifiquei e batalhei durante anos, para poder estar aqui nessa empresa. E eu não vou desistir assim tão fácil. Essa gravidez, foi surpresa para mim. Eu amei a novidade. Mas não posso simplesmente ficar trancada em casa o dia todo, como uma inválida. Eu não sou assim, não fui criada assim__ ela responde verdadeiramente ofendida. Eu não queria, mas estou sendo obrigado a isso.
__Você está grávida das minhas filhas. E a partir de hoje, não virá mais trabalhar. Ficará em casa__ falo num tom um pouco mais alto. Não queria isso, mas com essas ameaças do Tom, todo cuidado é pouco. A segurança será reforçada, ela só sairá acompanhada. Até esse maldito ser preso, ou morto. Será assim.
__ VOCÊ NÃO PODE ME OBRIGAR. EU NÃO FAREI ISSO. CONTINUAREI TRABALHANDO ATÉ O MOMENTO QUE AS MINHAS FILHAS NASCEREM__ Ela grita. Totalmente raivosa, e chateada. Não posso ceder a isso. Elas correm perigo.
__VOCÊ VAI FAZER O QUE EU ESTOU MANDANDO. AS FILHAS SÃO MINHAS TAMBÉM E EU DIGO O QUE TEM QUE SER FEITO__ perco também todo o controle que eu tinha. Não queria gritar ou magoar ela. Só que eu não sei como agir com essa situação. Estou desesperado demais para poder pensar em algo coerente. Meu erro.
__ Henry__ Ana diz assustada. Eu estava tão transtornado que não percebi o que estava fazendo. Estou na frente da Ana, com as mãos de cada lado da parede, prendendo o seu corpo com o meu. Me afasto assustado.
__Amor, eu... Me desculpa. Por favor!__ peço já desesperado. Bagunçando os cabelos com as mãos. Idiota que eu sou.
__O que está acontecendo com você?__ ela diz saindo de perto de mim. Sei que esta chorando. Que o motivo dessas lágrimas sou eu. Estou me odiando nesse momento. Não posso deixá-la ir.
__Ana, Ana espera__ peço. Ela ainda está no elevador. Como eu imaginei, chorando.
__O que você quer?__ ela diz nervosa e secando as lágrimas do jeito que pode, com as mãos.
__Vem comigo. Por favor?__ peço, estendendo a mão para que ela pegue. Meu coração está acelerado, e minhas mãos suando.
__'Usted tiene un minuto', um minuto__ ela responde, passando na minha frente. Me deixando lá, parado com as mãos estendidas.
Acompanho seus passos. Entramos na minha sala. Ela está sentada na cadeira e eu ajoelho a sua frente. Completamente rendido.
__Me perdoa amor. Hoje não está sendo um bom dia. Eu... Eu me descontrolei__ falo sincero.
__E será assim todas as vezes Henry? Sempre que discordar com você, agirá assim? Eu fiquei com medo. Medo de você. Medo do homem que eu amo__ ela diz com lágrimas nos olhos. Não seguro as minhas e deixo caírem também. Eu fui muito estúpido.
__Não. Não quero que tenha medo de mim, eu jamais faria alguma coisa contra você meu amor. Jamais__ falo já desesperado.
__Henry. A minha irmã vive num relacionamento abusivo á anos. Começou assim. Um descontrole aqui, um xingamento ali. Depois só piorou. Eu não vi nada, além de ódio em seus olhos__ ela fala, tocando o meu rosto.
__Não... Não era de você. Era... Me perdoa__ suspiro sentindo um peso em meus ombros. Sinto-me em pedaços.
__Fala comigo. Confia em mim__ ela pede tocando meu rosto e secando as minhas lágrimas. Eu não posso contar a ela. Não posso dizer que hoje, estive perto de perde-la. Todas elas. Que sou um fraco, por não conseguir protege-la. Não, não vou ceder. Ela precisa entender que tem que ficar segura.
__ Amanhã, não venha mais trabalhar. Está demitida. Você ficará em casa, protegida__ falo me levantando e dou as costas para ela. Não posso olha-la senão, vou ceder as suas lágrimas. Tenho que ser forte por nós. Ana não pode se proteger sozinha.
__Você não confia em mim. É uma pena... Eu confiei em você. Eu vou para casa__ ela diz. Ouço um barulho de chaves sendo jogadas em cima da mesa. Ela sai. Estou em choque com isso. Ela me deixou. Me abandonou.
Sinto que nesse momento meu coração se desfaz. Minha alma está em pedaços. Não aguento, caio no chão de joelhos e choro. Choro tudo o que posso, tudo que me é possível. A dor é demais, meu peito perde todo o ar. Choro até não poder mais. Não sei quanto tempo fico ali naquele chão.
Saio desesperado pela empresa. A Violet fala alguma coisa, mas estou transtornado demais para ouvir. Pego o meu carro e rumo para casa, na esperança dela ainda estar lá. Nada. Ela não está. Ainda chorando, pego uma garrafa de uísque escocês e bebo. Bebo todo o conteúdo da garrafa. Ou garrafas não sei. Fico ali, no chão do quarto. Bêbado e abandonado.
Até a voz dela eu ouço me chamando. É só um sonho. Ela se foi...
Apago.
Postei e corri....🤭🤭🤭
Mais um manias!