DE AMIGO PARA NAMORADO - Desc...

By BobbyEliot

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Aviso: Esse livro contém nudez, linguagem imprópria e cenas explicitamente sexuais não recomendada para menor... More

Livro de Rostos
Introdução
Capítulo 1 - Negação
Capítulo 2 - Raiva
Capítulo 3 - Medo
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40 - Parte 1
Capítulo 40 - Parte 2
Pós Créditos
Entrevista
Talk Show
O (Tal do) Talk Show
Aviso

Capítulo 32

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By BobbyEliot


Eu estava mais tranquilo agora que todos sabiam. Diferente dos meus pais que quando souberam falaram muito na minha cabeça, meu pai nem tanto, mas minha mãe reclamou muito. Disse que me arrisquei demais, que fui inconsequente e que poderiam ter nos feito algum mal na escola, mas depois que ela se acalmou elogiou tudo que fizemos.

Allan disse que o que fizemos não tinha problema, mas que tudo o que fazíamos tinha consequência, agora a escola nos conhecia como os garotos gays e seriamos vistos assim por onde passássemos, pois as notícias corriam rápido, os benefícios e malefícios dos nossos atos nós iríamos suportar. Mas que poderíamos contar com ele para o que precisássemos.

Caio estava adorando e Ritinha muito mais, faziam questão de divulgar nosso namoro, mas não tinha ninguém que não soubesse, postávamos diversas fotos de nós dois juntos nos nossos aplicativos de fotos. Eu estava amando aquilo, era divertido ver a surpresa de algumas pessoas com o fato de eu ser gay.

- Cara, nem acreditei, mas na foto vocês estavam se beijando tão bem que era impossível não acreditar – Léo falou enquanto voltávamos para casa – Alguns meninos do time acharam bem estranho sabe, mas você é o capitão e é amigo da galera então o pessoal está de boa.

- Menos mal Léo, mas sei que tem muita gente no time que não gostou, não to nem aí, eu estando bem com Filipe está tudo ótimo – Falei sorrindo.

- Me desculpa cara, há uns tempos atrás eu comentei dele sobre o corpo do Filipe e tudo mais, foi sem querer – Ele pensou – Na verdade não foi sem querer, era verdade, mas não sabia que ele era seu namorado, se eu soubesse não falaria – Léo falou ajeitando seu boné.

- Está tudo bem, eu sei que Filipe é lindo e chama a atenção de todo mundo – Nós sorrimos – Está chegando a nossa competição, espero que a gente vença, estamos fazendo uma ótima campanha, a partida contra os rubro-negros vai ser difícil.

- Verdade cara, vai fazer o que no aniversário? – Léo indagou com animação enquanto passava a mão em seu peitoral, ele estava sem camisa chamando a atenção de muitas pessoas.

- Não sei cara, tem o jogo, quase todo ano meu avô faz um churrasco, mas não sei se quero isso não – Falei um pouco pensativo.

*

- Oi meu amor – Filipe disse sorrindo ao abrir a porta. Ele estava com um short curto e uma camiseta branca, seu cabelo estava seco e bagunçado, eu gostava, pois daquele jeito ficava mais volumoso.

- Oi – Falei com cansaço, lhe dei um beijo e entrei.

- Saudades de quando você me carregava no colo – Ele falou alisando minhas costas.

- Desculpa, é que eu tenho estado tão cansado, são tantas coisas – Disse olhando aqueles lindos olhos castanhos claros.

- Espera aí – Ele disse. Joguei minha bolsa no chão e sentei no sofá, eu estava exausto. De repente Filipe volta com umas quatro cobertas e três travesseiros, começou a forrar o chão – Tira sua roupa, fica só de cueca, garotão da bunda gostosa – Ele riu.

- Filipe! – Falei enquanto tirava a bermuda esportiva.

- É a verdade – Confirmou pondo as mãos na minhas bunda – Olha que bumbum lindo e bom de apertar.

- Safado, metade da escola tem vontade de fazer isso que você está fazendo.

- Metade? A outra metade é cega então né, isso aqui é um patrimônio da humanidade, mas foi tombado por mim, então tenho direito exclusivo – Filipe falou e virei para lhe beijar.

- Você vai ficar só de short? – Perguntei quando terminei de lhe beijar.

- Sim, vou, vem e deita logo.

Deitei de barriga para cima e ele me fez ficar de barriga para baixo. Filipe começou a alisar minhas costas fazendo uma leve massagem, aquilo estava me relaxando, ele conversava comigo delicadamente, me dizia coisas legais, eu ia me abrindo e relaxando, depois ele ficou beijando minha nuca e alisando meu cabelo. Foi muito bom e relaxante.

- Eu te amo sabia? – Falei alisando o rosto dele.

Filipe estava deitado com a perna e o braço sobre meu corpo, sua cabeça estava no meu peito, eu ficava fazendo carinho nos braços dele, ele era tão especial para mim, sabia como me agradar e me fazer feliz. Logo ficamos de conchinha, deitados de costas para a janela e de frente pra porta.

Eu estava atrás dele sentindo o calor de seu corpo, o lençol cobria nosso corpo até a altura do umbigo. Foi quando eu vi a porta abri e Allan chegar, eu não sabia o que fazer e nem onde me enfiar, mas estava com uma vergonha imensa da situação.

- Oi pai – Filipe falou sorrindo e segurando meu braço que estava ao redor da barriga dele.

- Oi filho, estão aproveitado é? – Ele perguntou enquanto trancava a porta.

- Um pouco, apenas descansando – Filipe falou olhando para o pai.

- E você garoto? Meu filho comeu sua língua? – Allan falou e escondi meu rosto atrás da cabeça de Filipe.

- Não Allan, oi tudo bem? Como você está? – Perguntei com timidez.

- Estou bem rapaz, hoje vai passar um filme legal na televisão, tem aquele ator que ganhou o Oscar e a menina que é modelo – Meu sogro falou de forma descontraída.

- Allan – Ele me olhou – Desculpa por estar assim na sala da sua casa, estamos de cueca e não fizemos nada tá? Não vai acontecer de novo.

- Vai sim pai – Filipe falou e me olhou.

- Eduardo pode ficar tranquilo cara, sei quando alguém fez alguma coisa ou não – Ele sorriu – E não me incomoda vocês aqui na sala, fiquem a vontade, só limpem o que sujar – Ele piscou um dos olhos, sorriu e saiu.

- Você fica todo tímido com meu pai né? – Filipe perguntou e me roubou um beijo.

- Sim, e você ficaria da mesma forma se fosse meu pai.

- Vem, sei que você não vai ficar confortável aqui – Ele falou.

Logo fomos para o quarto e ficamos lá na cama grudando nossos corpos, nos alisando e beijando, não rolou nada demais, mas foi muito bom ficar com ele. Eu gostava muito dos meus momentos com Filipe, seu toque, sua pele, seus olhos cheios de brilho e amor, sempre que me olhava parecia incrivelmente apaixonado.

Eu queria poder enxergar o futuro, saber tudo o que viveríamos, as coisas boas que iriam acontecer e as ruins também, para que eu pudesse me prevenir. Queria saber se casaríamos, se teríamos a casa cheia de meninos correndo de um lado para o outro deixando as coisa caírem e Filipe reclamando da bagunça deles enquanto eu ria.

Meus olhos ficavam úmidos só de pensar naquilo tudo, seria muito incrível viver cada momento com ele, compartilhar aquelas coisas, cada vez que eu imaginava meu sorriso aumentava, olhar Filipe nos meus braços era incrível, me mostrava o quão sortudo eu era.

O mês passou e outubro chegou com tudo, naquele mês iria acontecer a partida final do campeonato de futebol, eu faria dezessete anos e também tinha a Semana de Apresentação Científica, eram muitas coisas. Eu estava treinando todos os dias, saia da escola e ia direto para o clube, almoçava lá e depois treinava até as seis horas.

Filipe não parava de falar da apresentação, a decoração já estava toda pronta, já tínhamos pago o stand de apresentação, Filipe quis um duplo, ele e Caio andavam pra cima e pra baixo comprando um monte de coisas, até uma boneca foi comprada. Quando o moreno me deu a minha parte da explicação eu achei que apresentaria o Oscar.

Não teria nada no meu aniversário, meu avô já havia marcado o tradicional churrasco no domingo seguinte a data do meu aniversário, que no caso era no dia seguinte. Minha mãe às vezes inventava algumas coisas no meu aniversário, mas naquele ano o jogo de futebol seria no mesmo dia e Filipe também ia ter um jogo de queimado, mas ele disse que conseguiria chegar a tempo de me assistir jogar.

*

- O que você tem Edu, ficou quieto na aula, treinou, não foi pro inglês, veio pra cá, quis ficar assistindo televisão, decidimos ir pro quarto você ficou cheio de fogo, começamos a ficar, eu já estava pronto e você também, aí você fala que não quer mais? – Filipe indagou me olhando.

Ele estava em pé, apenas de cueca branca, seus olhos mostravam sua decepção. Eu estava uma pilha, meu aniversário seria no dia seguinte e o jogo também, o time contava comigo, eu era capitão, bastava eu falhar pra ouvir uma piada sobre minha sexualidade. Na escola era o único lugar onde realmente ninguém me olhava torto ou fazia piada.

- Eu estou uma pilha Filipe, cansado de tudo isso, tem sido uma pressão enorme, amanhã vai estar cheio de olheiros, empresários e se eu perder vai ser o pior aniversário da minha vida – Falei com a mão no rosto.

- Eu estou do seu lado, precisa descontar tudo em mim? Não me responder? Ser grosso? Dizer que quer fazer amor e depois dizer que não quer mais? – Ele indagava.

- Olha, me desculpa, estou cheio de coisas, minha vida está começando a pesar sobre meus ombros – Falei ficando de pé.

- Sua vida se resume a escola, ao inglês, ao time e nosso namoro. A escola você gosta, o inglês você nunca vai, no time as coisas são tensas e sobrou o nosso namoro, é isso que está pesando? – Filipe perguntou.

- O nosso namoro está ótimo, é que tudo é um pouco complicado, eu preciso jogar, preciso fazer gol, preciso tirar boas notas, preciso ser um bom filho, bom namorado, te dar prazer, te amar, isso tudo é muito complicado – Falei com as mãos na cabeça.

- Eu estou sempre do seu lado, nunca saí, sempre estive contigo, mas se você quiser que eu saia é só falar, também tenho uma vida pesada, mas esqueço de tudo quando estou com você – Ele falou de um jeito que eu sabia que ele estava prendendo o choro.

- Não quero terminar, gosto demais de você. Preciso de um tempo pra mim, obrigado pelos beijos, abraços, tudo, mas eu só quero pensar um pouco – Falei olhando nos olhos dele.

- Tudo bem – Ele caminhou até a mesa e pegou o celular – São dez e meia, daqui á uma hora e meia é o seu aniversário, então – Ele chegou perto de mim e me deu um longo beijo – Feliz aniversário.

Eu ia agradecer, mas antes que eu fizesse isso vi Filipe sair do quarto e ir pra sala.

*

Eu me sentia um lixo, deixá-lo daquela forma era cruel, mas eu não sabia o que estava acontecendo comigo, ás vezes minha mente zerava de uma forma e parecia que nada mais fazia sentido, queria tanto uma válvula de escape, geralmente eu usava o sono como fuga, mas ultimamente até dormindo eu pensava nos meus problemas.

Fiquei deitado na cama apenas de cueca, olhando para aquele lugar e pensando na vida, em todas as coisas. Teriam empresários e olheiros, esses últimos eram responsáveis em buscar talentos pelo país e levarem para grande times, ás vezes levavam até para fora do país.

Se eu quisesse ficar com Filipe precisava garantir meu futuro. Eu não queria fazer faculdade, achava um tédio a ideia de ter que ficar numa sala durante cinco anos, ouvindo matérias e coisas chatas, eu era mais ativo, gostava de ação e atividade, ficar parado era muito chato.

Comecei a pensar nos meus pais, quase não ficava mais com eles, principalmente com meu pai, nem lembro a última vez que tomamos sorvete juntos ou que eu havia visitado meus avós, isso tudo só fazia com que eu me sentisse mais culpado.

Com meus amigos eu estava feliz, Caio sabia bem como eu era, me mandava mensagem ou apenas ligava só pra saber como eu estava, Ritinha era mais presente na sala de aula, me ajudava, me fazia rir, eu conseguia relaxar totalmente com eles.

Meu relacionamento com Filipe era ótimo, eu não tinha o que reclamar, ele não era chato, ciumento ou exigente. Naquela semana eu nem havia ficado com ele em seu apartamento, na escola ele me deixava bem à vontade, e a noite trocávamos mensagens antes de dormir.

Não posso negar que eu já havia cogitado terminar tudo, pensando que talvez eu teria mais tempo pra cuidar da minha vida. Mas só de imaginar não tê-lo ao meu lado compartilhando cada coisa, dividindo meus pensamentos eu ficava louco. Filipe não tomava meu tempo, aliás, eu quase não estava lhe dando atenção, mas eu não conseguia pensar beijo ou sexo.

Quando olhei no meu celular já eram meia noite e meia, eu estava de cueca boxer preta, coloquei uma camisa e saí do quarto, fui até o banheiro, lavei o rosto e saí, olhei para na cozinha, mas Filipe não estava lá. Caminhei até a sala e o encontrei sentado na cadeira com os braços ao redor das pernas.

Na mesa havia um bolo que parecia ter granulado por cima, tinha uma vela no meio, uma caixa de suco, dois copos, uma pequena caixa de presente, também tinham vários brigadeiros, ele sabia que eu os adorava. Quando vi aquilo fiquei arrasado. Filipe ainda nem havia me percebido, estava com o queixo apoiado no joelho e suas mãos brincavam com seu anel de namoro.

- Oi – Falei num tom baixo e ele me olhou.

- Eu preparei isso pra quando desse meia noite a gente sair do quarto e comemorar seu aniversário, comprei os docinhos, porque não sei fazer isso, da muito trabalho e gruda na mão – Ele ficou de pé – O bolo fui eu que fiz, mas não come não, deve estar ruim, aliás, acho que nada do que eu faço pra ser bom acaba ficando bom.

- Ei – Caminhei até ele – Nada a ver, deve estar ótimo, você faz bolos deliciosos, não liga pro que eu digo não, sou um idiota.

- Edu, você quer isso? – Ele perguntou olhando para o anel – Você quer mesmo me namorar ou apenas se acostumou com isso?

- Filipe! É claro que eu quero ficar com você – Falei pegando o anel e colocando no dedo dele – Não se culpa pelas minhas burradas, eu sou assim mesmo, eu gosto demais de você, te amo – Disse olhando para ele.

- Eu também te amo, mas não quero te atrapalhar, terminar com você seria como ter uma faca em meu peito, mas se for o melhor pra você – Ele disse e dei um longo beijo em seus lábios.

- Não diz mais isso, me perdoa tá? Vem, vamos comer, cantar parabéns pra mim, aliás, oito de outubro é só uma vez no ano né – Ele riu.

Cantamos parabéns pra mim, abri a caixinha e tinha um fone de ouvido original, eu estava querendo um há muito tempo, pois eu vivia comprando esses coloridos e baratos, mas acabavam quebrando, falhando ou parando de funcionar.

- Eu sabia que você queria muito, não te dei nada melhor porque estamos gastando uma grana com a semana científica – Ele disse e o puxei para meu colo.

- Para! Você sabe que não é barato, é da loja, novinho e eu amei – Falei lhe beijando profundamente, sentindo a língua dele na minha e a textura macia de seus lábios rosados. Filipe era incrível – Eu não teria festa, hoje é o jogo, você também vai jogar, Ritinha e Caio tem compromisso, convidei Gabi, mas acho que os pais dela não vão deixar. Obrigado, de verdade.

- Tudo bem, vamos comer o bolo e os docinho? – Ele indagou.

- Claro, quero sim, mas também quero beijo, carinho e te dar isso também – Falei beijando ele com vontade, que logo girou no meu colo e virou de frente para mim – Não vou me responsabilizar pelos meus atos.

Logo nos beijamos e nossas línguas se tocaram, estava maravilhoso, a cabeça dele girava para um lado e a minha para o outro, meu nariz estava a milímetros da pele dele e eu poderia sentir aquele cheiro delicioso de hidratante de morango.

Minha mão escorregou para dentro da cueca dele, que rebolou no meu colo ao sentir meu toque, eu já estava muito excitado e ele também, iria pegá-lo no colo, mas fui impedido.

- Vamos pro quarto comemorar meu aniversário, vai me fazer muito feliz – Falei olhando para ele – Vai me negar isso?

- Vou sim, vamos comer bolo, docinho e beber suco, amanhã você tem um jogo e não pode ficar exausto! – Ele disse com uma cara sensual, eu sabia que era apenas para me provocar. Filipe era terrível quando queria.

Comemos tudo, acabei com quase metade do bolo, estava muito bom, Filipe fez um bolo de chocolate e muito granulado, estava maravilhoso, no meio ele colocou mais chocolate. Filipe bebeu a caixa de suco de uva quase toda, tive que brigar para conseguir um pouco, eu queria comer os docinhos, mas ele só me deixou comer dois, senão eu passaria mal.

Dormimos agarradinhos e eu fiquei pensando naquele bolo maravilhoso. Ficamos juntinhos na cama, hora eu fazia carinho nele hora ele fazia em mim, nem parecia que eu tinha ficado todo pensativo há algumas horas atrás, meu dia havia começado bem e torcia para que ficasse ainda melhor.

*

De manhã dei um beijo no meu namorado e fui pra minha casa, havia combinado com meus pais que dormiria com Filipe e de manhã tomaria café da manhã com eles.

- Bom dia – Meus pais falaram assim que abri a porta. Estavam sentados á mesa da cozinha.

- Bom dia – Falei olhando para eles e sorrindo.

- Olha ele que lindo, meu filhote cresceu, chegando em casa de manhã, depois de passar a noite com o namoradinho – Minha mãe falou toda emotiva – Não pensei que tudo isso fosse chegar tão rápido, estou ficando velha mesmo, mas sou uma mãe moderna – Ela falou me abraçando.

- Parabéns meu filho – Meu pai me abraçou – Tenho orgulho do homem que você é, bom filho, bom neto, bom pro seu namorado, corajoso, esperto, vencedor, sabe que eu gostaria que você fosse pra faculdade e tivesse uma vida melhor do que a que eu te dei, mas te apóio na sua escolha e vou ter muito orgulho de te ver jogando – Ele falou sorrido e com os olhos úmidos.

- Assim é difícil né, vocês falando essas coisas de mim a essa hora da manhã – Eles riram, minha mãe estava de roupão e meu pai estava de short e camisa – Mãe você não está velha, está linda – Ela riu – E pai, você me deu a melhor vida que eu poderia ter, tenho meu quarto, minhas coisas, sempre fiz tudo o que eu quis e tenho o amor de vocês, sei que até uns meses atrás eu me declarava menos, mas eu amo vocês demais.

Nos abraçamos e fiquei encostado no balcão, meus pais sentaram novamente, abri a geladeira e peguei um pouco de água, eu estava com sede, fui até o meu quarto deixei a bolsa e voltei para a cozinha, recebo uma notícia muito ruim e uma muito boa.

- Filho pra comemorar seu aniversário a mamãe fez um bolo – Dona Catarina falou com um imenso sorriso nos lábios.

Que Droga, deve estar péssimo!

- Mãe não precisa mais, não tenho mais sete anos, tenho dezessete e ontem o Filipe fez um bolo pra mim, estou enjoado de bolo – Falei tentando fugir.

- Filipe fez bolo? – Meu pai indagou, olhei para ele, sorri e balancei a cabeça positivamente.

- Estava ótimo - Falei rindo.

- Olha só mocinho, se não comer um pedacinho do bolo não tem presente certo – Minha mãe falou e logo sorri.

Mesmo sabendo que o gosto não seria nada agradável comi um pedaço do bolo, estranhamente tinha um gosto de azedo, mas preferi não reclamar.

- Nós íamos te dar mais tarde, depois que você fosse campeão, mas se você não ganhar iria ficar tão chateado que nem ia querer saber do presente, e se você ganhar você vai poder tirar muitas fotos com seus colegas – Minha mãe falou enquanto meu pai me olhava. Foi ele que ergueu aquela caixinha que estava dentro de uma pequena sacola.

Não acredito!!

- Pai eu não acredito, é o modelo novo, é tão lindo, a câmera é ótima, sem falar nos recursos – Falei olhando a caixa do aparelho telefônico – Eu amo vocês demais, devem ter gastado uma nota, obrigado – Falei dando um forte abraço no meu pai e depois na minha mãe e fui para o quarto.

- Não vai mais comer? – Minha mãe indagou e meu pai tapou o rosto.

- Não mãe, perdi a fome, quero ver o celular novo, passar as fotos e tudo mais, obrigado – Falei saindo, meu pai me encarou, sobraria para ele aquele bolo com gosto tão bom quanto remédio em gotas para dor de cabeça.

Passei a manhã inteira desvendando meu "brinquedo novo", era muito bonito, fino e prateado, eu realmente não esperava ganhar. Fui conhecendo cada recurso do telefone que parecia não acabar mais, na caixa parecia bem grande, mas na minha mão se adequava perfeitamente.

Tomei banho e fiquei relaxando na cama, até que meus pais avisaram que o almoço estava pronto, estranhei, pois geralmente no meu aniversário almoçávamos na casa dos meus avós, mas naquele ano foi diferente, minha mãe fez lasanha de queijo com presunto e calabresa, eu amava.

Depois de comer mais do que deveria voltei para cama, aquela comida havia me dado uma moleza, deitei um pouquinho e quando acordei já eram quase duas horas da tarde, logo comecei a me arrumar, eu deveria estar no cube as três, pois seria o horário que a van iria sair.

Coloquei as coisas na bolsa esportiva que eu usava nos dias de jogo e depois fui me arrumar, saí do banheiro e faltavam vinte minutos, eu ia chegar no clube todo suado, pior que nem dava pra pegar ônibus, pois não passava lá, meu pai falou que me levaria, fiquei mais tranquilo.

Só lembrei de Filipe quando eu estava no elevador, logo apertei o botão do terceiro andar, meu pai me olhou e devolvi o olhar, ele entendeu e disse que ia me esperar no carro, mas que não era pra eu demorar, pois só tínhamos dez minutos.

- Oi campeão – Ele falou abrindo a porta – Tudo bem? Já ta indo?

- Sim, estou sim – Falei o puxando para fora e dando um beijo demorado em seus lábios, depois voltamos a nos olhar – E você, não vai se arrumar? Que horas é o seu jogo?

- Ah, o meu jogo é na nossa escola mesmo, deve durar no máximo uns quarenta minutos, depois vou só tomar uma chuveirada e ir pro seu jogo, da escola pra lá deve dar uns vinte minutos – Ele falou sorrindo – Você está lindo!

Eu estava com uma bermuda esportiva preta com listras brancas laterais, uma camiseta azul escura com alguns detalhes cinza, tênis branco e meia, a bolsa estava cruzada, meu cabelo estava grande, mas eu havia penteado para trás e colocado gel.

- É você que tá de aniversário né? – Allan falou aparecendo e logo confirmei – Parabéns garoto, tudo de bom, juízo, quer entrar e tomar uma?

- Nem bebo Allan, to indo pro jogo – Falei, ele me desejou uma boa partida e voltou para dentro do apartamento – Amor eu tenho que ir, obrigado por tudo tá, estou muito feliz hoje e parte disso é por você – Falei e lhe dei um beijo – Ah, vamos tirar uma foto – Disse tirando o telefone do bolso.

- Telefone novo! Que lindo, ta todo estiloso, bonito, de telefone novo, parabéns – Ele falou sorrindo, o puxei pra perto de mim e sorrimos, ao identificar nossos sorrisos o celular registrou a imagem.

*

Fui para o carro e logo meu pai me deixou no clube, me desejou boa sorte e foi embora, os meninos já estavam começando a entrar na van, me apresentei ao técnico que me cumprimentou e entrei o veículo, me sentei ao lado de Léo. Ir para os jogos naquele transporte sempre era muito divertido, fazíamos a maior batucada, cantávamos e ríamos.

Chegamos no clube onde seria a final e nos acomodamos no vestiário, ainda faltavam umas duas horas para o jogo começar. Mas o tempo pareceu voar, quando vi já estávamos em formação para entrar no campo.

O jogo começou e vi meus pais ali no lugar mais próximo ao campo, minha mãe estava com uma calça legging, uma blusa longa que ia até o meio de suas coxas e provavelmente estaria de tênis, o penteado de seu cabelo era rabo de cavalo, até parecia que ela iria malhar. Meu pai estava com uma camiseta longa, parecia ser de basquete e uma bermuda preta, também deveria estar de tênis.

A partida começou, o time adversário era muito bom, eles jogavam muito bem, o ataque deles era um dos mais fortes, não seria muito fácil vencê-los. Mas meu time era muito unido e disciplinado, não ouvíamos as provocações e nem entrávamos no jogo deles.

Foram eles que abriram o placar marcando um gol. A tensão tomava conta do nosso corpo, estávamos aflitos, tentávamos a todo custo marcar um gol, mas parecia impossível. E foi, pelo menos no primeiro tempo, eu queria chutar tudo dentro do vestiário, mas aquilo não seria um bom exemplo e não me ajudaria em nada.

Fomos para o segundo tempo, eu estava muito aflito com aquilo tudo. A bola voltou a rolar e meu time realmente estava empenhado em recuperar nosso prejuízo. E foi assim que aos quinze minutos do segundo tempo marcamos o primeiro gol neles, só aí voltei a lembrar de Filipe. Quando olhei para a arquibancada ele estava lá ao lado dos meus pais e dos meus avós. Meus avós!

Nem acreditei quando vi seu Luiz e dona Rosa ali, que cena linda, minha família e meu namorado me assistindo, dei um sorriso imenso ao vê-los e ele fez o mesmo. Retomei o fôlego, queria ganhar, mas também queria marcar um gol, e iria me empenhar para isso, estava sendo difícil, mas eu já tinha achado as falhas da defesa deles e foi assim que eu a furei.

Driblei o primeiro jogador, dei uma caneta no segundo e por fim chutei, não posso dizer que o goleiro deles era ruim, mas o rapaz não foi capaz de segurar meu chute e a rede balançou. Saí correndo fazendo o famoso gesto de bebê com as mãos e depois apontei para Filipe que ria divertidamente.

Logo os meninos pularam em cima de mim e começaram a comemorar o gol, voltamos ao jogo, ainda faltavam dez minutos de jogo e muita coisa poderia mudar, intensificamos a defesa, até eu que era centro-avante estava dando um auxílio aos meninos.

E foi assim que fomos campeões. Eu estava muito feliz, a arquibancada vibrava, foi um jogo limpo e justo. Nos cumprimentamos no final e recebemos a taça. Eu podia ver Filipe com o celular nas mãos tirando várias fotos e minha mãe fazia o mesmo.

Fomos para o vestiário, pulamos, cantamos, ouvimos tudo o que o técnico tinha pra dizer e depois fomos tomar banho, eu estava eufórico, fui bem rápido e vesti a roupa que cheguei no local. Filipe devia estar super sexy com a roupa que ele usava para jogar queimado, um short curto amarelo, camiseta da mesma cor, tênis e meia.

Na saída do clube meus pais estavam lá me esperando. Foram os primeiros a me abraçar, eu ia abraçar Filipe, mas os olhos dele apontaram para meus avós e fui até eles. Vô Luiz estava com a camisa do time dele, estava de bermuda e tênis, minha avó estava com uma calça esportiva e um casaco que seguia o mesmo estilo, também estava de tênis.

- A senhora está uma graça vó – Falei e a senti me beijar.

- E você está um encanto, meu reizinho – Ela disse sorrindo – Vou pegar meu cetro e vou lhe coroar.

Finalmente eu podia falar com meu namorado, meus pais e avós ficaram nos olhando, ficamos com vergonha e começamos a rir, ele escondeu o rosto em meus ombros.

- Nós vamos falar com o Léo e com o técnico – Minha mãe disse se afastado e levando consigo os outros.

- Você está lindo – Ele falou sorrindo e me abraçando.

- Eu? Esse short te deixa incrível – Falei lhe roubando um selinho.

- Eu sei que você ainda tem que falar com os outros meninos do time e seu técnico também quer falar contigo, enfim, você é o capitão né – Ele riu – Vou ter que ir pra casa, meu pai está precisando de mim, seus avós vão me dar uma carona, mas quando você chegar me avisa.

- Não, eu não vou falar com ninguém então. Entendo que você tenha que ir, mas quero ficar junto com você – Falei segurando a mão dele.

- Nada disso, vamos ter muito tempo e também não quero te roubar do time, se cuida , seja gentil com todo mundo e quando você chegar em casa me avisa que eu vou lá pro seu quarto – Ele disse piscando um dos olhos.

- Alguém gostou da minha cama né? – Indaguei sorrindo.

Filipe foi embora com meus avós e fiquei ali com meus pais. Minha mãe tirou mil fotos de mim com o time, com meus amigos, conversou com o treinador, até que foi bem bacana, mas minha mente só pensava no meu moreno. Esqueci dele por algum tempo quando meu técnico me chamou pra conversar.

- Então Edu, é o seguinte, você sabe que tinham vários empresários e olheiro aí, um do alvinegro veio falar sobre seu desempenho, gostou bastante de você, e do tricolor também, parece que tem um cara de um clube paulista querendo falar sobre você, fica ligado porque ano que vem você pode não está mais conosco – Mestre Pedro falou, chamávamos assim porque ele já nos treinava a mais de seis anos.

- Mestre, fico feliz, olha, vê direitinho com esses caras aí, analisa tudo, manda embora os sanguessugas e depois me conta o que tu acha melhor, beleza? – Eu disse sorrindo.

- Claro Edu, feliz aniversário cara, só não te levo pra comer uma pizza porque eu vou agora lá pra casa da minha sogra, três horas de viagem – Ele falou – Olha Edu, soube das mudanças da sua vida, Léo comentou comigo, ele estava preocupado, alguns meninos do time estavam falando bobeira, mas saiba que me orgulho muito de você, é difícil ser homossexual na área esportiva, tenho grandes amigos jogadores e técnicos que são e até hoje ninguém sabe, muitos até casaram com mulher pra disfarçar.

- Eu não quero ser infeliz mestre, quero seguir minha vida ao lado das pessoas que eu amo e fazendo elas muito felizes, obrigado – Agradeci ao técnico e voltei, meus pais já estavam no carro e ficaram exultantes quando contei a eles a novidade que Mestre Pedro havia dito sobre os clubes.

Embora eu o chamasse de mestre ele era jovem, tinha uns trinta e cinco anos, corpo bem definido, alto e jovem, aparentava ser uns sete anos mais jovem, era casado e tinha três filhos que pareciam umas pilhas, sua esposa era linda. Mestres Pedro era uma pessoa de caráter sem igual.

*

- SURPRESA! – Todos gritaram quando eu abri a porta da sala. Nem acreditei.

Minutos antes eu quase discuti com minha mãe, queria passar na casa de Filipe para avisar que cheguei, mas Dona Catarina não quis deixar de jeito nenhum, meu pai não dizia nada, fiquei chateado, parecia uma criança, ela me entregou a chave e falou para eu abrir o apartamento e ao fazer isso encontrei umas quinze pessoas me pegando de surpresa.

- Te falei que não era pra você ir – Minha mãe disse no meu ouvido e comecei a ri, logo depois a abracei e lhe pedi desculpas.

- Tudo bem meu filho, sei que você queria ver seu namorado, aliás, ele está por aí foi ele que fez tudo, só dei uma ajudinha.

Sorri e logo vi todo mundo ali me olhando, Fábio foi o primeiro a falar comigo, ele estava com uma roupa de jogador de tênis de mesa, depois Léo me abraçou estava vestindo a roupa do time de futebol. Quando percebi todos estava com roupas esportivas, era uma festa fantasia e o tema era esporte.

Que máximo!

Vovó e Vovô estavam sentados no sofá, fui até eles e os abracei, ele estava de torcedor e minha avó estava de técnica, logo ela abriu o casaco e mostrou a camisa do meu time.

- A melhor técnica do mundo! – Falei abraçando-a com força.

- Sim, vou cuidar de todos os jogadores bonitões e sarados – Ela falou rindo e meu avô protestou, pareciam um casal – Tudo bem, também cuido dos torcedores – Ela piscou um dos olhos.

- E claro que todo time tem que ter uma líder de torcida – Ritinha falou aparecendo ao meu lado. A menina estava com um vestido branco e vermelho que ia até o meio das coxas, a parte de baixo era plissada e a de cima modelava seu corpo, e nos pés ela usava seu tênis vermelho - Nossa, você está demais – Falei lhe dando um abraço apertado – Parabéns amigo, feliz aniversário, tudo de bom e aquelas coisas que as tias velhas e encalhadas desejam - Ela disse.

- Não sou a líder de torcida, mas sou a atração do jogo, faço o show do intervalo – Gabi falou sorrindo. Ela estava linda, parecia estar de ginasta, usava um collant branco de mangas longas com pedras coloridas, uma saia fina que geralmente as bailarinas usam para cobrir as partes íntimas, o cabelo estava preso num coque e a maquiagem artística muito bem feita.

- Gabi você está linda – Falei e depois a abracei, ela tinha um senso de moda incrível – Parece uma verdadeira ginasta.

- Eu iria vir de montadora, fiz hipismo durante muitos anos, mas como está calor decidi vir um pouco mais a vontade – Ela falou – Gente vou ali pegar suco, Filipe arrasou sabe, amo gente que não bebe refrigerante, porque sempre faz festa pensando em quem não bebe também.

- Eduardo! – Ouvi alguém falando bem alto. Claro, era ele – Parabéns ao meu melhor amigo – Caio me abraçou – Seu cretino, da uma festa e só convida duas meninas, duas? A Ritinha e a Gabi, não rola pegar nenhuma das duas – Ele falou rindo – Mas até que esse Léo e bem gato.

- Você bebeu Caio? Você namora! – Falei rindo e olhando para ele que estava fantasiado de jogador de vôlei.

- Namorando eu estou, mas não custa continuar mantendo minha fama, não vou ficar com ninguém, mas tenho que fazer as pessoas pensarem que eu quero – Ele riu – Vai lá, cuida do seu namorado porque ele está arrasando como sempre.

- Porque você não veio de nadador? – Indaguei.

- Pensei mesmo em vir de sunga, esbanjando saúde – Ele riu enquanto mexia as sobrancelhas – Mas não queria roubar a atenção de todos pra mim, então vim de jogador de vôlei.

Meus pais apareceram, estavam rindo e brincando, ele agora estava com uma bermuda de tecido mais maleável, sua fantasia era de jogador de basquete, que combinava bastante com os um metro e oitenta e pouco que Seu Carlos tinha.

- Você ficaria perfeita com essa roupa indo pra academia – Falei para minha mãe que parecia uma professora de dança.

- Quando botei me senti estranha, nunca usei legging, mas sabe que estou gostando? – Ela disse sorrindo.

A sala estava decorada com uma luz negra fazendo tudo que fosse claro brilhar, havia outra luz amarela fluorescente no ambiente, iluminando um pouco o local. A mesa da sala estava encostada na parede que ficava entre as portas da sala e a da cozinha, ali tinha um bolo onde com uma foto minha, algumas estrelas no canto e bolas de futebol.

Na mesa havia alguns doces, refrigerante e copos, também tinham algumas peças de alumínio onde minha mãe costumava servir o jantar, logo descobri que também tinha janta e era estrogonofe de frango, num outro recipiente havia arroz e num último tinha batata palha.

Também tinha salgadinhos fritos e assados, suco, cachorro-quente, enfim, havia tantas coisas ali que eu já nem sabia o que queria mais. Percebi que eu ainda estava com a bolsa esportiva nos ombros, vi alguma movimentação na cozinha. Resolvi ir até lá para ver quem era.

- Pai você colocou no lugar errado, o Edu já chegou e nem falei com ele, olha eu vou ficar todo suado e queimado com esse óleo, como eu queria ser rico nessas horas – Filipe falou e eu ri baixinho.

- Calma Filipe, você está lindo meu filho, fica tranquilo tá, sabe que ele não liga pra nada disso, até se você tivesse vestindo roupa listrada com quadriculada ele ia dizer que estava bonito – Allan falou sorrindo.

- Obrigado pai – Ele sorriu para o homem e me viu.

- Oi – Falei sorrindo e entrando na cozinha.

- Oi – Ele sorriu para mim e veio me abraçar – Feliz aniversário lindão, tudo de bom – Disse após o abraço.

- E meu beijo? – Perguntei olhando para ele com uma expressão estranha, ele sempre me beijava depois de me abraçar.

Filipe olhou para seu pai que estava olhando para o fogão enquanto fritava os salgadinhos, mas acho que percebeu a hesitação do filho.

- Pode beijar filho, pai não está olhando não – Ele falou e nós rimos.

Filipe voltou a me olhar e logo mexi minhas sobrancelhas o fazendo rir de forma divertida, demos um selinho e depois fomos para o quarto, quando passamos pela sala de mãos dadas pude ouvir uns risinhos de nossos amigos. Fomos para o meu quarto onde entramos e lhe beijei fortemente, eu precisava sentir os lábios dele.

- Que saudade da sua boca – Falei sorrindo e apertando o corpo dele.

- Estou com saudade de outra coisa – Ele falou mordendo o lábio inferior de forma sensual, meu corpo se arrepiou na hora.

Que sexy!

- Uau! Podemos resolver isso que tal? – Perguntei levando minhas mãos até sua bunda.

- Agora não, vem cá – Ele falou sorrindo – Aqui está sua roupa, foram seus avós que compraram pra você, é o seu presente – Era uma linda camisa do meu time, uma chuteira, meias e um short branco de futebol – Gostou? Eles perguntaram o que você queria e eu falei que você

Não deixei ele terminar, lhe dei um forte beijo, lhe envolvendo com meus braços, isso fazia eu me sentir tão forte, era incrível o poder que Filipe tinha de me fazer sentir o cara mais especial do mundo. Paramos de nos beijar e alisei seu rosto.

- Queria era ficar com você eternamente, que a gente ficasse jovem sempre e ter um filho com você, isso seria perfeito, vai ser o que vou pedir quando soprar minhas velas – Falei enquanto lhe olhava.

- Só pode pedir um deles – Filipe falou sorrindo.

- Então já sei o que vou pedir, já que você eu sei que sempre terei – Lhe beijei e sorri.

- Enquanto você quiser sempre serei seu – Ele falou me admirando.

- Vai ter que me aguentar pra sempre então, enquanto a gente viver – Eu disse lhe beijando.

- Pare Sr. Eduardo, sei muito bem aonde você quer chegar com tudo isso! Seus presentes eu arrumei ali na sua cama, você ganhou vários – Filipe disse enquanto me olhava – Espero que tenha gostado de tudo, eu precisava fazer uma festa de aniversário pra você, somos namorados – Ele disse enquanto me olhava com aqueles olhos lindos.

- Não me olha assim que eu fico todo emocionado – Falei segurando na cintura dele – Obrigado, está tudo lindo, meu amor – Nos beijamos.

*

Depois disso troquei de roupa, me ajeitei e fui pra sala, a festa estava muito divertida, Caio cuidou das músicas e estavam bem bacanas, Gabi com sua máquina fotográfica, aquela seria a melhor festa de todas, eu nunca esqueceria.

- Garota, como opera essa máquina, parece enorme, você é fotografa? – Indaguei.

- Ah é fácil, depois te ensino, demorei pra acertar o foco, mas desde que aprendi foi bem bacana – Gabi disse me olhando – Vem, vamos tirar foto!

Tirei foto com ela, junto com Caio e Ritinha, com meus pais, meus avós, com Léo e com Allan também, ele estava vestido de capoeirista, camiseta branca de tecido fino e calça branca que deixava a bunda dele bem marcada, era grande, logo vi da onde vieram os bons genes de Filipe.

- Pronto tirei – Gabi falou após nos fotografar na varanda tendo a noite como plano de fundo – Essas eu tiro, as de mais tarde não, não sou fotógrafa sensual.

- Gabi! – Eu e Filipe falamos juntos num tom de repreensão e surpresa.

Dançamos muito, Filipe então nem se fala, com aquela roupa de jogador de queimado ele enlouquecia qualquer um, estávamos muito animados, a sala da minha casa parecia uma verdadeira boate. Estava tudo muito divertido. Todos vieram para ao redor da mesa na hora de cantar parabéns.

Meus amigos fizeram muito barulho e cantaram bem alto, eu agradecia pelo apartamento do síndico ficar no segundo andar e do lado oposto ao meu, o prédio tinha apenas cinco andares e dois apartamentos por andar. Eu fiquei atrás da mesa enquanto meus amigos e familiares cantavam essas músicas que cantam nos aniversários.

Olhei pra Filipe e o chamei pra ficar ao meu lado, mas ele não queria, estava morrendo de vergonha, olhei para meu pai que logo me entendeu e me deu uma ajudinha empurrando Filipe até onde eu estava. O pessoal logo começou a fazer brincadeiras sobre nós e ele escondeu o rosto em meu peito e eu lhe abracei fazendo nossos amigos falarem mais ainda.

- Discurso, discurso, discurso – Eles pediam.

- Tudo bem – Falei enquanto se acalmavam – Quero agradecer a todos vocês por terem vindo, colocado fantasias, obrigado pelos presentes que vocês trouxeram, espero que tenham se divertido muito, amo todos vocês que estão aqui e a festa não acabou – Falei rindo abraçado a Filipe.

- Sopra a vela e faz um pedido meu filho, o poder vai acabar – Minha avó falou e todos riram.

Me curvei sobre o bolo, pensei em um pedido, queria estar com Filipe, mas isso eu já tinha, eu não sonhava com casamento nem nada, mas sempre pensei em ter um bebê, um filho, uma criança tornaria minha vida incrível, sabia que naquele momento não era possível, mas um dia eu teria. Fechei os olhos cruzei os dedos, pensei em ter um filho com Filipe e soprei a vela.

- Parabéns! – Todos gritaram – O que você pediu? – Fábio indagou.

- Não conta que traz azar, tira a magia – Minha avó falou num tom sério.

- Tudo bem dona Rosa, não conto – Falei levantando as mãos.

- Só pode contar depois que acontecer – Ela disse vindo até mim e me beijando minha bochecha – Eu posso né Filipe? – Indagou e ele disse que sim, que ela podia tudo, ele adorava minha avó.

*

Todos comentavam sobre minha linda roupa de jogador de futebol, eu estava até com a chuteira nova, meu avô ficava todo feliz quando alguém elogiava, ele e Dona Rosa adoravam me dar roupas, e não eram aquelas roupas antigas, eles me davam tudo, cuecas, casacos legais, camisa divertidas, não podiam ver nada diferente que já queriam comprar pra mim.

Meia hora depois que cantamos parabéns Léo disse que iria embora e meus avós também iriam, meu avô disse que daria carona ao rapaz, Caio também iria embora, eu disse pra ele ficar, mas ele falou que no dia seguinte tinha compromisso, o loiro deixaria Ritinha em casa.

Gabi era a que morava no mesmo bairro que Caio, eu ia dizer que ele lhe daria carona, mas antes que eu dissesse qualquer coisa a menina falou que Dimas já estava lhe esperando na entrada do prédio, ela nos deu um abraço, agradeceu e foi embora.

Meus amigos eram gente boa então me ajudaram a organizar as cosias antes de ir embora, colocamos alguns móveis nos lugares e levamos tudo para a cozinha, eles queriam fazer mais coisa, mas preferi que eles fossem embora pra não ficar muito tarde.

Filipe foi varrendo a casa enquanto meu pai guardava as coisas na geladeira e nos armários, fiquei levando os restos para o ambiente onde ficava o compartimento de lixo do andar, eu até gostava de abrir aquela portinha quadrada, por a sacola ali e ouvir o barulho do lixo caindo lá em baixo.

Allan já havia ido lá pra baixo, ele e meu pai ficaram bebendo na cozinha. Seu Carlos nem tanto, pois levantaria ás quatro e meia da manhã para trabalhar, mas o pai de Filipe havia bebido bastante, aliás, acho que ele bebia mais cerveja do que água.

Meus pais foram dormir, olhei para Filipe com um cara bem sensual e o segurei pela mão, fomos para o quarto, fechei as cortinas, liguei o ar condicionado e tranquei a porta. Uma luminária liberava uma luz fraca iluminando um pouco o quarto, sorrimos um para o outro.

- Pronto para o seu presente? – Filipe perguntou.

- Esperei e noite inteira por isso! – Falei lhe empurrando contra a parede, segurando sua cintura e beijando seu pescoço.

__________

Gente, obrigado, nossa história está cada vez mais visualizada, mais votada e comentada, obrigado queridos, obrigado aos votantes. Espero que estejam gostando, antes do ano novo sai mais um capítulo fofo, depois preparem-se para as bombas!

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