Capítulo 24

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- Ele vai morrer Filipe?! Meu avô vai morrer? – Falei olhando no fundo dos olhos dele, já estava quase chorando.

- Não amor, calma, fica calmo, quanto mais velha a pessoa mais grossa é a espessura das veias e artérias, seu avô vai aguentar o tranco, vamos torcer para o melhor – Ele me deu um selinho e alisou meu rosto – O taxi já deve estar aí embaixo, tenho que chegar lá antes da ambulância, não sei para onde nos levarão, mas assim que eu souber te aviso.

Nos abraçamos fortemente, reclinei a cabeça no ombro dele e o abracei com muita força!

- Obrigado – Eu disse após lhe soltar.

- Tudo bem, ele é meu avô também né? – Ele disse isso e sorriu.

E de certa forma era verdade, Vô Luiz amava Filipe e lhe tratava como um neto, o moreno correspondia à mesma altura, ele amava meus avós. E o que ele estava fazendo era uma prova de amor e carinho, não somente aos meus avós, mas a mim também.

Fui trabalhar, estava desnorteado e o pessoal da farmácia percebeu, os atendentes foram os primeiros a perguntar alguma coisa, Pablo e Paulo eram irmãos, morenos, de cabelo curto e escuro, magros e altos, trabalhavam ali há dois anos.

- Está tudo bem cara? – Pablo perguntou.

- Meu avô está passando muito mal, meu – Pensei um pouco – Meu melhor amigo está levando ele para o hospital.

- Esse é amigão mesmo – Paulo que era mais bobo, falou batendo palmas.

- Nem imagina o quanto – Respondi indo para o depósito.

Mil coisas se passavam pela minha cabeça, eu não sabia o que achar ou o que pensar, sentia muito medo de perder meu avô, ele era uma das melhores pessoas que eu conhecia. Trabalhei o resto da tarde inteira e depois que recebi a mensagem fui para o hospital.

*

A ansiedade estampava o rosto de todos nós que aguardávamos na recepção. A ambulância levou meu avô para unidade hospitalar pública mais próxima, até que era um bom hospital, Filipe havia subido com ele, minha avó estava lá desde cedo e parecia muito tranquila.

- Mamãe, a senhora não está aflita? – Minha mãe indagou mostrando preocupação com minha avó.

- Que nada minha filha, sabe, Filipe me explicou tudo – Ela sorriu – Luiz vai ficar bem, tenho certeza, vocês tentem ficar calmos – Dona Rosa falou censurando nossa preocupação.

Depois de algum tempo vejo meu namorado vindo pelo corredor, sabia que o momento era triste, mas ele era tão lindo, suas coxas mexiam lindamente dentro da calça que também marcava sua panturrilha, estava com uma camisa verde de mangas longas. Parecia cansado, mas feliz. Estava lindo.

Não aguentei e andei rapidamente até ele, chamando a atenção dos meus pais e de minha avó, que logo me olharam e viram o garoto de cabelo ondulado vindo, o abracei fortemente e depois dei um beijo em sua bochecha ignorando o fato de ter outras pessoas ali.

- Você está bem? – Perguntou carinhosamente.

- Eu que pergunto, você está bem? – Eu disse sorrindo.

- To sim amor, obrigado por se preocupar comigo – Ele falou e logo fiquei ao lado dele, passei o braço ao redor de seu corpo, mostrando a qualquer um que olhasse que ele era meu!

- Boa noite meu filho, como você está? – Minha mãe perguntou a Filipe de forma preocupada.

- Estou bem tia Kate, obrigado, agradeço o carinho, mas não sou o protagonista da noite – Sorrimos – Então, Seu Luiz está bem e fora de perigo – Ele disse e meu pai sorriu aliviado.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora