Capítulo 29

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Segunda-feira, os alunos estavam agitados, todos ansiosos para subirem até as salas de aula, não para estudar, mas para que as aulas passassem logo, o intervalo chegasse e os jogos começassem. Eu estava muito animado, não havia outro assunto pra se falar na escola.

O tempo pareceu se arrastar e olha que as aulas de Mariana eram sempre muito boas e interativas. Quando o terceiro tempo terminou e o sinal bateu e os corredores se lotaram de alunos que mais pareciam feras, descemos com as mochilas, a maioria se dirigia para a quadra dos fundos, onde seria acesa a "tocha olímpica".

A diretora queria que os alunos se apresentassem, como um show de abertura, mas ela pediu isso para Filipe faltando apenas cinco dias para o início dos jogos. Conhecendo como eu o conhecia sabia que ele conseguiria se dependesse apenas dele e não ensaiar vários alunos, mas Irani não era de desistir fácil, pediu para que ele fizesse algo simples e bonito.

- Cadê Filipe? – Indaguei a Caio que estava do meu lado.

- Ele e Ritinha estavam vindo depois de todo mundo, acho que ele está meio chateado – O loiro respondeu enquanto pensava.

- Por quê? – Perguntei aflito.

- Parece que a coordenação não deu muito espaço ao queimado, então no último dia eles terão jogos classificatórios, semifinal e a final também – Caio respondeu um pouco chateado.

- Mas isso é sacanagem, porque ou as pessoas vão assistir as finais das outras modalidades ou as classificatórias deles – Eu disse surpreso.

- Nos jogos do segundo ano é capaz deles irem, porque o Lipe joga muito, mas nos outros – Caio riu – Tadinhos, quem vai deixar de assistir a final de basquete pra ver o nono ano jogar queimado? – Ele falou a retórica.

Depois de alguns minutos os professores entraram na quadra, cada um segurando uma vela, o nono ano entrou com lâmpadas nas mãos e por fim o terceiro ano. As duas turmas inteiras do último ano do ensino médio vinham fantasiadas, as meninas com longos vestidos brancos e os rapazes estavam de toga.

Na linha de frente tinha dois meninos nas pontas e um no meio, entre eles duas meninas. Eram os mais bonitos do terceiro ano, todos com coroas de louros em suas cabeças. O loiro do meio e tinha uma aljava em suas costas, era uma espécie de "porta-flecha", as meninas traziam harpas de mão e os da ponta traziam as bandeira, uma do Brasil e outra dos Jogos Olímpicos.

Eis que surge uma garota de beleza incomum carregando uma lamparina e entrega ao loiro, que sobe até onde está a tocha e a acende, causando delírio das pessoas ali. Eles agradecem e ficam olhando para a arquibancada, onde estamos nós, os alunos.

- Que representação maravilhosa, os atletas com louros nas cabeças, instrumentos antigos, eu achei tudo lindo, mas queria chamar o autor disso tudo, Filipe você pode melhor do que ninguém destrinchar essa bela apresentação.

Logo meu namorado aparece, entre aplausos e sorrisos alguns ou alguma faziam "fiu-fiu", tentei me controlar, sabia que não era fácil estar com alguém bonito e popular.

- Bom dia gente, então, os professores com as velas representam o conhecimento antigo, mas sempre eficaz e que não acaba, o nono ano com as lâmpadas nas mãos mostra a inovação, o terceiro ano representa Atenas. No momento que a tocha foi acesa o rapaz representa Apolo, e a que estava carregando a lâmpada Atena. Espero que tenham gostado e que aproveitem os jogos, ah e mais uma coisa – Ele riu – Vamos que vamos segundo ano!

Nesse momento a arquibancada se incendiou, alunos do terceiro ano gritavam em coro que o terceiro ano seria campeão, o primeiro ano era o mais agitado, gritavam apenas por gritar, nós do segundo pulávamos dizendo que venceríamos e o nono ano apenas olhava aquilo tudo.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora