Capítulo 39

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- Amor, acorda – Falei sorrindo – Lipe, acorda – Acho que já era a vigésima vez que eu repetia aquelas frases, ele lentamente abriu os olhos – Amor, acorda.

- Oi, bom dia, que horas são? – Perguntou de forma quase manhosa.

- Sete horas – Respondi sorrindo.

- É crime contra a humanidade acordar alguém essa hora – Ele disse.

- É que temos que sair antes das nove dá manhã.

- Tudo bem.

Filipe parecia um morto vivo, seus olhos hora estavam abertos, hora fechados, ele mal falava, resmungava algumas palavras e fazia tudo com muita lentidão. Coloquei tudo que usamos numa bolsa, levantei o colchão, fechei as janelas e cortinas.

- Vem, vamos descer – Falei indo na frente – Filipe! – Disse ao lhe ver parado no mesmo lugar.

- Me da a mão Edu, me leva – Ele disse quase sorrindo.

Segurei na mão dele e fui puxando carinhosamente, ele vinha andando atrás de mim, na hora de descer as escadas se apoiou no meu ombro, na descida o chefe da segurança estava lá embaixo, sorriu para nós e nos acompanhou até o outro lado, onde meu pai estava.

- Bom dia meninos – Seu Carlos sorriu.

- Bom dia pai – Falei lhe olhando.

- Alguém está vivo aí? – Ele perguntou olhando Filipe.

O moreno estava com a cabeça apoiada no meu ombro e não dizia nada, estava com os olhos fechados, parecia dormir.

- Pai ele está dormindo – Respondi.

O coloquei deitado no banco de passageiros do carro e sentei no banco do carona, pus o cinto de segurança e dormi até chegar em casa.

*

Quando chegamos em casa Filipe acordou um pouco mais "vivo", subimos com as coisas e fomos para o meu quarto, entramos e caímos na cama, o moreno estava com tanto sono que não aceitou o café que minha mãe tinha feito.

Caímos juntos na cama, eu queria ir pro cantinho que meus avós tinham me dado, mas estávamos cansado e precisávamos trocar de roupa e pegar algumas pra ficar lá, decidimos dormir um pouco antes de ir pra lá.

- Que horas são? – Perguntei esfregando o rosto.

- Duas e quinze – Ele respondeu com o rosto todo amassado.

- Sério? Nossa, falei para minha avó que iríamos para o almoço, apagamos mesmo!

- A noite de ontem foi cheia – Ele riu baixinho – Vou lá em casa levar roupa, tomar banho, botar o notebook na mochila, carregador e tudo mais, me encontra lá embaixo em uma hora pode ser?

- Pode sim amor – Respondi lhe dando um selinho.

Levantei, comi alguns biscoitos, tomei banho, peguei a roupa pra ficar na minha avó, uniforme do time, chuteira, carregador e outras coisas. Pus uma bermuda preta de tactel, camisa branca estampada e o par de chinelos.

- Tchau pai, estou indo lá pro meu cantinho, devo voltar só no domingo, Filipe está indo comigo, qualquer coisa me liga – Falei sorrindo.

- Vai ficar três dias lá no canto de vocês? Que bom hein! Haja saúde – Ele riu – Aproveita meu filho, se cuida, pai vai sentir saudades do meu garotinho – Falou, fui até ele e lhe dei um beijo na cabeça, nos despedimos e fui embora.

Eu e Filipe fomos pro nosso cantinho, logo chegamos lá, nossos avós nos receberam com alegria, era sempre assim, ao contar pro meu avô o que fiz na noite passada só faltou ele soltar fogos.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora