Capítulo 38

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Eu tinha poucos dias para conseguir pensar em tudo que eu queria fazer, tinha que ser algo bem bacana e bem legal, eu não era muito criativo, mas pedi pra Ritinha e Caio me ajudarem, queria que Filipe visse que eu estava arrependido de verdade.

- Pai, por favor! – Eu pedia insistentemente.

- Eduardo, só hoje você me pediu isso quatro vezes – Ele disse rindo enquanto bagunçava meu cabelo.

- Peço mais uma vez daqui a cinco minutos se você quiser – Falei sorrindo e abraçando ele.

- Já falei que acho muito difícil lá, mas vou ver uma coisa bem legal – Ele disse me olhando atentamente.

- Pai hoje já é segunda-feira, o senhor só vai pro trabalho amanhã e vai chegar de tarde, vou ter menos de um dia para resolver isso, vai se tentar conseguir isso né pai? – Eu pedi como uma criança.

- Prometo que me empenharei como você se empenharia e farei tudo que estiver ao meu alcance – Ele sorriu – Quero te ver feliz filho, quero vocês felizes, me preocupo bastante com vocês e quero vê-los juntos novamente.

Fiquei tão feliz com aquilo. Meu pai era um cara incrível e que me apoiava em tudo. Se ele não gostasse da ideia de eu ser gay ou do meu namoro com Filipe aproveitaria aquele momento frágil de nossa relação para deixar que acabasse, mas ele estava realmente preocupado e queria que voltássemos.

Eu conversava bastante com Caio e com Ritinha, já tínhamos umas coisas bem bacanas combinadas, eu não sabia qual era o plano B do meu pai, mas sabia que ele tinha algo em mente, agora era esperar a resposta.

Comentei todas as fotos que Filipe colocou em suas redes sociais, eram muito bonitas, as pessoas escreviam elogios á sua dança, ele e a fada foram as atrações do show e abrilhantaram a noite de forma incrível.

Mandei diversas mensagens para ele elogiando sua dança, dizendo que estava com saudades, lhe enviando fotos que tirei durante a apresentação, algumas vezes ele respondia e ás vezes não dizia nada, apenas visualizava e não dizia nada para meu total desespero.

*

- Mãe, meu pai vai demorar muito pra chegar? – Indaguei sentado no banquinho de madeira enquanto ela fazia o jantar.

- Calma filho, ele deve estar no caminho – Dona Catarina falou enquanto cortava o alface.

- Ah, ele demora tanto, queria ele aqui! – Falei e debrucei a cabeça sobre a pequena mesa que havia na cozinha.

- Gente do céu, mas tem tempo que você não fica assim, acho que desde que você tinha uns nove anos você não fica chamando pelo seu pai – Ela disse vindo até mim – Era assim mesmo, fazia essa carinha, esse biquinho e ficava perto de mim esperando ele – Falou enquanto afagava meu cabelo.

Fiquei esperando mais uns quatro minutos enquanto minha mãe me fazia carinho, logo meu pai abriu a porta, ao ouvir o barulho da chave girando eu olhei para Dona Catarina que sorriu para mim, foi Seu Carlos abrir a porta e eu correr em sua direção, ele me abraçou e riu.

- Parece meu menininho, da época que só tinha cabelo na cabeça – Ele disse rindo.

- Oi pai, que bom que chegou, como foi no trabalho? Conseguiu? – Indaguei.

- Calma, calma, assistiu seus desenhos? Fez um desenho pro papai? –Ele perguntou e comecei a rir.

- Ah, ele ta todo fofinho hoje Carlos, ta lembrando os tempos de criança – Minha mãe disse pondo um pouco de sal no feijão.

- Estou vendo. Então meu filho, falei com o gerente lá da boate, mas realmente não da pra ser lá – Meu pai disse com um sorriso triste.

- Poxa pai, eu precisava tanto, queria fazer uma noite bacana com Filipe na boate sabe, durante a semana não tem nada lá, porque não pode ser? Eu sei que você se empenhou mas – Não falei mais nada e fiquei lhe olhando.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora