DE AMIGO PARA NAMORADO - Desc...

By BobbyEliot

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Aviso: Esse livro contém nudez, linguagem imprópria e cenas explicitamente sexuais não recomendada para menor... More

Livro de Rostos
Introdução
Capítulo 1 - Negação
Capítulo 2 - Raiva
Capítulo 3 - Medo
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40 - Parte 1
Capítulo 40 - Parte 2
Pós Créditos
Entrevista
Talk Show
O (Tal do) Talk Show
Aviso

Capítulo 29

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By BobbyEliot


Segunda-feira, os alunos estavam agitados, todos ansiosos para subirem até as salas de aula, não para estudar, mas para que as aulas passassem logo, o intervalo chegasse e os jogos começassem. Eu estava muito animado, não havia outro assunto pra se falar na escola.

O tempo pareceu se arrastar e olha que as aulas de Mariana eram sempre muito boas e interativas. Quando o terceiro tempo terminou e o sinal bateu e os corredores se lotaram de alunos que mais pareciam feras, descemos com as mochilas, a maioria se dirigia para a quadra dos fundos, onde seria acesa a "tocha olímpica".

A diretora queria que os alunos se apresentassem, como um show de abertura, mas ela pediu isso para Filipe faltando apenas cinco dias para o início dos jogos. Conhecendo como eu o conhecia sabia que ele conseguiria se dependesse apenas dele e não ensaiar vários alunos, mas Irani não era de desistir fácil, pediu para que ele fizesse algo simples e bonito.

- Cadê Filipe? – Indaguei a Caio que estava do meu lado.

- Ele e Ritinha estavam vindo depois de todo mundo, acho que ele está meio chateado – O loiro respondeu enquanto pensava.

- Por quê? – Perguntei aflito.

- Parece que a coordenação não deu muito espaço ao queimado, então no último dia eles terão jogos classificatórios, semifinal e a final também – Caio respondeu um pouco chateado.

- Mas isso é sacanagem, porque ou as pessoas vão assistir as finais das outras modalidades ou as classificatórias deles – Eu disse surpreso.

- Nos jogos do segundo ano é capaz deles irem, porque o Lipe joga muito, mas nos outros – Caio riu – Tadinhos, quem vai deixar de assistir a final de basquete pra ver o nono ano jogar queimado? – Ele falou a retórica.

Depois de alguns minutos os professores entraram na quadra, cada um segurando uma vela, o nono ano entrou com lâmpadas nas mãos e por fim o terceiro ano. As duas turmas inteiras do último ano do ensino médio vinham fantasiadas, as meninas com longos vestidos brancos e os rapazes estavam de toga.

Na linha de frente tinha dois meninos nas pontas e um no meio, entre eles duas meninas. Eram os mais bonitos do terceiro ano, todos com coroas de louros em suas cabeças. O loiro do meio e tinha uma aljava em suas costas, era uma espécie de "porta-flecha", as meninas traziam harpas de mão e os da ponta traziam as bandeira, uma do Brasil e outra dos Jogos Olímpicos.

Eis que surge uma garota de beleza incomum carregando uma lamparina e entrega ao loiro, que sobe até onde está a tocha e a acende, causando delírio das pessoas ali. Eles agradecem e ficam olhando para a arquibancada, onde estamos nós, os alunos.

- Que representação maravilhosa, os atletas com louros nas cabeças, instrumentos antigos, eu achei tudo lindo, mas queria chamar o autor disso tudo, Filipe você pode melhor do que ninguém destrinchar essa bela apresentação.

Logo meu namorado aparece, entre aplausos e sorrisos alguns ou alguma faziam "fiu-fiu", tentei me controlar, sabia que não era fácil estar com alguém bonito e popular.

- Bom dia gente, então, os professores com as velas representam o conhecimento antigo, mas sempre eficaz e que não acaba, o nono ano com as lâmpadas nas mãos mostra a inovação, o terceiro ano representa Atenas. No momento que a tocha foi acesa o rapaz representa Apolo, e a que estava carregando a lâmpada Atena. Espero que tenham gostado e que aproveitem os jogos, ah e mais uma coisa – Ele riu – Vamos que vamos segundo ano!

Nesse momento a arquibancada se incendiou, alunos do terceiro ano gritavam em coro que o terceiro ano seria campeão, o primeiro ano era o mais agitado, gritavam apenas por gritar, nós do segundo pulávamos dizendo que venceríamos e o nono ano apenas olhava aquilo tudo.

- Filipe, sempre animando a torcida – A diretora começou – As arenas de competição serão cinco: a piscina, essa quadra, a quadra da frente, a sala de judô e o pátio, onde vão acontecer as partidas do tênis de mesa.

Entregaram um papel para ela, que tentava ler com seus óculos de armação escura e grossa, o objeto combinava muito com o rosto dela.

- Hoje teremos quatro partidas de futsal, uma luta na sala de judô, oito partidas de tênis e os cinquenta metros livres e borboleta, não esqueçam que natação não tem final, é apenas aquela prova, então peço a presença de vocês para assistirem nossos nadadores. Fiquem atentos ao quadro de horários e aos avisos, desejo-lhes boa sorte e estão abertos os jogos!

Eu só competiria no futsal então decidi estudar o time adversário, naquele dia iria ter partida da turma mil e dois contra a três mil e dois e as duas turmas de nono ano também se enfrentariam. Eu estava indo em direção a quadra frontal quando finalmente encontrei Filipe, o puxei até a sala de dança, que era onde os atletas se preparavam para competir.

- Nossa, sumiu em! – Falei incomodado com aquilo.

- Desculpa, você está feliz, não quero atrapalhar. Estou uma pilha, o futsal masculino vai ter cinco dias com vários jogos, enquanto o queimado vai ter que fazer os sete jogos em dois dias – Ele bufou enquanto alguns alunos nos observavam.

- Calma, vai dar tudo certo – Disse olhando nos olhos dele – Quer assistir o futsal comigo?

- Quero – Ele sorriu – Mas só essa partida, quando acabar vou assistir o futsal feminino na outra quadra e depois nós dois vamos assistir o Caio – Ele enfatizou a última parte.

- Tudo bem, nervosinho – Eu disse de forma carinhosa.

Por incrível que pareça o primeiro ano ganhou o terceiro. Ele estava ali comigo e tive que me controlar pra não lhe beijar ou dar as mãos. Quando a partida terminou Filipe foi para a outra quadra assistir as meninas do primeiro ano contra as do segundo, fiquei para ver o futsal masculino.

Depois que a partida terminou o sinal do último tempo bateu e logo o sexto, sétimo e oitavo ano começaram a descer. Nos dirigimos até a piscina, eu, Filipe e Ritinha procuramos um lugar bem na frente para conseguir ver Caio nadar.

O menino era um prodígio, na piscina ninguém conseguia lhe vencer, desde quatro anos ele nadava num dos melhores clubes que havia no bairro em que ele morava, no ano anterior havia conquistado quatro medalhas. Os torcedores só podiam ficar nas pontas das piscinas, atrás da linha de segurança, era proibido ficar nas laterais.

- Porque os alunos ficam sempre na outra ponta? – Perguntei vendo aquele monte de gente se juntando do lado oposto de onde seria a largada.

- Eles não pensam migo, acham que isso aqui é piscina olímpica, de cinquenta metros, acham que os alunos vão nadar até lá, na verdade eles vão até lá e vão voltar – Ritinha falou sorrindo.

Caio estava todo eufórico, ele competiria com um aluno do terceiro ano e dois alunos do primeiro, um da mil e dois e outro da mil e três. Filipe olhava tirava fotos dele que distribuía sorriso para todos. Depois de certo custo o silêncio tomou conta da piscina, a largada foi dada e os quatro alunos pularam dentro da água.

Com trinta e oito segundo Caio foi e voltou, ele era muito rápido, parecia um peixe, seus braços subiram e desceram muito rápido, todos foram rápidos, mas o loiro se destacou. Os alunos logo enlouqueceram, e nós do segundo ano ficamos muito felizes, aliás, nosso amigo havia vencido.

- Parabéns seu lindo – Filipe falou abraçando ele que estava todo molhado.

- Obrigado, ainda tem outra, nado peito – Ele falou sorrindo.

Poucos minutos depois volta Caio com uma toalha nos ombros e uma garrafa de água nas mãos, ele bebeu um pouco e depois foi pra borda da piscina, o silêncio foi formado de forma mais rápida dessa vez e após o sinal de partida o loiro caiu na água, mal dava para ver suas mãos, apenas a cabeça subia e descia. E com quarenta e nove segundos ele ganhou a prova.

Como natação é uma modalidade individual a entrega das medalhas era naquele mesmo dia, alguns alunos iam embora com transporte escolar e outros tinham atividades após a aula então o número de espectadores diminuiu. Como eram apenas quatro nadadores somente o primeiro lugar recebia medalha. E foi assim que vimos o loiro subir no pódio.

A diretora, a coordenadora e Rose, a professora de educação física vieram até o rapaz, a ruiva colocou a medalha no pescoço do rapaz, a diretora pôs a coroa de louros nele e a coordenadora deu um abraço no menino. Elas já iam repetir o ato, mas Caio fez questão de descer do pódio e subir de novo, elas fizeram as honras novamente e depois saíram.

Alguns alunos e principalmente alunas foram até ele, o cumprimentaram, tiraram fotos, ele ria a todo tempo, adorava aquela atenção, eu, Ritinha e Filipe o aguardávamos, quando todos os outros o liberaram ele nos viu e veio nos abraçar com um imenso sorriso no rosto.

- Se me fizer de trouxa de novo vou cortar suas pernas fora, não gosto de ficar esperando, palhaço! – Ela disse lhe dando um abraço.

- Se forem só as pernas tudo bem – Caio sorriu maliciosamente.

- Pervertido – Filipe falou sorrindo enquanto o menino o apertava fortemente – Vai me quebrar amigo, eu só peso cinco gramas.

- Parabéns solzinho – Falei sorrindo e Caio fez careta, Filipe o chamava daquela quando queria implicar com ele – Nadou muito bem.

- Obrigado amigo, foi muito legal vocês terem me assistido, torcido por mim, ficado aqui, vocês são lindos – Ele sorriu – Vamos tomar um sorvete, por minha conta.

- Gostei! Quando você for famoso e eu der entrevista vou até dizer que você era uma boa pessoa – Ritinha disse saindo da área da piscina.

Logo saímos e a diretora veio ao nosso encontro com um homem ao lado dela. Era um senhor, vestia uma calça cinza, camisa social e um colete preto por cima, estava com uma bolsa de tecido grosso.

- Olá, conseguimos encontrar o grupo mais bonito da escola – A diretora falou e o homem sorriu – Esse é Sílvio, ele trabalha com esporte há muito tempo e decidiu prestigiar nossa escola escrevendo uma matéria sobre nossos jogos olímpicos. Caio, o Sílvio queria algumas palavras suas, vou deixar vocês conversando – Irani falou saindo.

- Parabéns rapaz, você nada muito bem, tem muito futuro nas piscinas, eu queria apenas algumas palavras suas, uns três ou quatro minutos, pode ser? – O homem indagou sorrindo.

- Tudo bem, gente, podem ir pra a sorveteria, daqui a pouco estou indo – Caio falou entregando a bolsa para Ritinha que continuou com os braços cruzados e um bico no rosto, então Filipe pegou a bolsa.

*

- Que bom que não demorou – Falei enquanto Ritinha pedia o sorvete.

- Que nada, o moço até que é legal – Ele riu – Então quer dizer que o segundo ano já larga na frente com duas medalhas né?

- Sim – respondi – Exatamente, temos você e isso pode nos garantir até nove medalhas a mais, já pensou Caio? – Eu disse sorrindo.

- Seria um sonho, mas não vai acontecer, não mando bem no nado costas e sou muito bom nos cinquenta metros, mas cem metros eu perco velocidade – Caio respirou fundo – Vamos nos refrescar, preciso de um sorvete.

- Chegou o nadador, moço, pode por quantas bolas ele quiser, e muita, mas muita calda! – Ritinha falou com ênfase enquanto olhava o loiro.

*

No dia seguinte os alunos estavam ainda mais animados, Caio era paparicado o tempo inteiro, as meninas mal o deixavam respirar, e os garotos ficavam próximo a ele para estarem perto das garotas. A aula se arrastou novamente e assim que o sinal bateu os corredores lotaram. Mas dessa vez esperei pelo meu namorado.

- Pode ir – Filipe falou não ligando para minha presença.

- Eu sei que ontem saí disparado, eu estava ansioso, mas depois senti sua falta, fiquei perguntando pro Caio o tempo todo onde você estava – Falei olhando em seus olhos.

- Lindo – Ele disse me dando um selinho, estávamos no meio da sala de aula e Ritinha do lado de fora nos aguardando.

Descemos juntos, Filipe como sempre estava com fome, fomos até a cantina para que ele pudesse comer alguma coisa, depois que ele tinha se alimentado seguimos para a área da piscina. Caio iria nadar e a maioria dos alunos iriam assisti-lo nadar e depois veriam o basquete.

Caio iriam fazer os cinquenta metros costa, caiu na água e começou a nadar, o loiro se esforçava bastante para ficar perto dos outros nadadores, acabou chegando em segundo lugar, o rapaz da primeira turma do primeiro ano venceu a prova.

Meu amigo foi saindo da piscina de cabeça abaixada, todo triste, cumprimentou o vencedor e se afastou, veio andando na minha direção e me abraçou.

- Eu falei amigo. Eu disse que não ia ganhar – Ele bufou e me soltou.

- Ei, olha só, ontem você levou duas medalhas e sabemos que não serão as únicas, nada de ficar triste – Ele me olhou – Se ajeita que você tem mais uma prova e se você não ganhar seu namorado misterioso vai te consolar com muitos beijos e abraços.

- Edu – Ele riu – Você não existe cara, meu melhor amigo!

Caio nadou novamente, e ganhou nos cinquenta metros borboleta, foi incrível, com trinta e quatro segundos ele conseguiu ir e voltar, os braços dele eram muito ágeis, eu só via água indo para os lados e sua cabeça subir e descer, ele já saiu da piscina sabendo que tinha ganhado, parecia uma criança toda feliz, tirou os óculos, a touca e veio nos abraçar.

Após ele e o outro rapaz receberem as medalhas seguimos para a quadra dos fundos, basquete, nono ano contra o primeiro, assisti um pouco com Filipe e depois disse que ia para a quadra da frente, pois a segunda turma do segundo ano estava enfrentando a terceira turma do primeiro ano no futsal, além de ver o desempenho deles eu jogaria logo depois.

- Eu vou para a outra quadra – Falei olhando para ele que apenas sorriu e disse que estava tudo bem, mas depois vi alguém ao meu lado – Ta indo para onde? – Perguntei quando vi Filipe andando comigo.

- Vou ficar com você né! – Ele disse encostando em mim.

Ficamos vendo o jogo de futsal, que terminou com a vitória do primeiro ano, o que não era surpresa. Eu era da primeira turma do segundo ano, a segunda turma só tinha anônimos, pessoas que haviam sido reprovadas e anti-sociais. Até tentávamos conversar com eles, mas era difícil.

- Vou me aquecer – Falei olhando para Filipe.

- Tudo bem, vou torcer por você, ganha ta? – Ele pediu sorrindo.

- Claro que eu vou ganhar e vou fazer dois gols pra você – Eu disse lhe olhando com carinho, como eu queria beijá-lo.

A partida começou, Filipe, Ritinha, Caio e Gabriela estavam ali na beirada da quadra, pois não tinha arquibancada como na de trás, meu time estava agitado, eu era o capitão, jogaríamos contra a primeira turma do primeiro ano, além de serem bons no futsal, eram audaciosos.

Não foi fácil, cada tempo tinha vinte minutos, quem fizesse mais gols ganharia, os outro quatro jogadores estavam super nervosos, o pessoal do primeiro ano sabia muito bem como provocar qualquer pessoa. Eu era pivô, o responsável por tentar fazer gols, mas meu trabalho também dependia dos outros jogadores.

Fechamos o primeiro tempo com dois gols de vantagem, bebi água, respirei e encontrei o olhar encorajador de Filipe no meio dos outros alunos, eu sabia que aquilo queria dizer "vai ficar tudo bem", e eu acreditei naquilo, conversei com meu time e entramos confiantes no segundo tempo.

Não teve pra ninguém vencemos o jogo com cinco gols de vantagem, os alunos do primeiro ano provocaram, mas até que nosso time reagiu bem, ignorando seus insultos e afrontas. Quando saí da quadra dei um abraço apertado no meu namorado que riu imensamente.

- Parabéns, o jogo foi ótimo, você foi incrível e ta todo bonito, todo gato – Filipe dizia um pouco animado, não notando alguns alunos próximos a nós.

- Filipe! – Lhe alertei num tom baixo, ele olhou para o lado e riu.

- Lindo? Ele ta todo suado – Ritinha falou achando aquilo loucura.

- Sim, ele fica ainda mais lindo – Filipe cochichou e depois sorriu para Caio que parecia concordar com a afirmação.

Fui tomar banho e o moreno foi da escola direto para a escola de arte, ele teria apresentação de um musical no fim do ano, então estava ensaiando ainda mais, pois ele tinha um papel de destaque. Eu ficava feliz pelo avanço dele, mas também sentia muito sua falta, porque ele chegava em casa quase ás nove horas da noite, completamente exausto.

*

Uma das coisas mais legais no período de olimpíada escolar era que as caixas de som espalhadas pela escola tocavam músicas, um aluno de cada ano do ensino médio ficava na sala aonde as músicas eram projetadas, tocava de tudo, funk, axé, samba, pop, eletrônica e muito mais, era bem divertido quando uma música legal tocava e os alunos dançavam.

- Mal começou o dia e o senhor já está quase colando o bumbum no chão – Falei enquanto Caio rebolava sensualmente.

- Quando a gente não nasce bonito tem que saber seduzir – O loiro falou.

- Pode parar com a cena, você é lindo Caio e sabe dançar, e outra, se você for feio eu sou monstruosa – Ritinha falou no seu típico exagero.

- Para amiga, você é uma gata – Filipe falou lhe abraçando e eu fiz uma cara manhosa – Fica assim não Du, você é um tigre – Sorri ao ouvir.

- Ui, tigrão! – Caio disse zombando e logo começamos a rir.

Os alunos estavam mais animados, pois era quarta-feira e a partir daquele dia só haveria aula nos dois primeiros tempos, nos outros três aconteceriam os jogos. A aula de História voou e logo fomos liberados. Caio saiu alguns minutos antes, pois o primeiro evento seria a natação.

Quando descemos encontramos a diretora e a coordenadora na área da piscina acompanhada de alguns professores e de Sílvio, o jornalista. Os alunos ocuparam as extremidades do local e logo depois de todos ficarem em silêncio foi dada a largada, eram os cem metros livres, eles teriam que ir e voltar duas vezes, todos sabiam que Caio era o melhor na modalidade.

Com cinquenta e seis segundos de prova o loiro havia vencido, por nadar desde muito novo ele conseguia executar de forma impecável a manobra que os nadadores realizavam para fazer o retorno, era um giro que fazia a perna deles baterem na parede da piscina e dar impulso suficiente para eles voltarem a nadar. O mais impressionante é que quando faziam isso eles ficavam debaixo da água por quase cinco segundos, o que era tempo suficiente para o nadador aparecer no meio da piscina.

- Parabéns – Filipe gritou enquanto ele comemorava.

O loiro foi para o vestiário e depois de uns quatro minutos voltou, teria que nadar os cem metros peito. Caio era ótimo em qualquer prova de cinquenta metros, mas após essa extensão ele começava a perder velocidade, como aconteceu no dia anterior.

Ele estava bem confiante, mas infelizmente o nadador da segunda turma do terceiro ano venceu com um minuto e trinta segundo de prova, era uma das mais difíceis que eles nadaram, mas diferente do dia anterior Caio saiu feliz da piscina, ficou em segundo lugar com apenas quatro segundos de diferença para o campeão.

Depois de assistirmos o loiro receber a medalha seguimos para a sala de judô, Filipe queria ver a luta que teria naquele dia, era um menino do nono ano contra outro do primeiro. Eles fizeram reverência ao quadro onde havia a imagem de um japonês de bigode branco, ouvi uns alunos comentando que era o fundador da modalidade, depois os lutadores se cumprimentaram.

A luta começou, o professor falava coisas que pareciam ser palavras japonesas, como "wazari". Depois que o garoto do primeiro ano aplicou um golpe fazendo cair outro lutador, que ficou preso por longos segundos, o professor falou "ippon" dando fim a luta.

Quando descemos vimos que estava tendo jogo de vôlei masculino do nono ano contra o primeiro, decidimos assistir um pouco, mas logo Filipe começou a conversar com uma menina do nono ano. A garota fazia parte da equipe de futsal feminino, elas haviam sido campeãs no dia anterior, só não assistimos ao jogo porque eu estava jogando no mesmo horário.

Depois que o jogo de vôlei terminou seguimos para a quadra dos fundos, pois haveria a primeira partida de handebol feminino e Ritinha jogaria. A menina detestava qualquer coisa que a fizesse gastar energia, mas como Filipe insistiu muito ela decidiu participar para que ele parasse de reclamar.

- Olha só seu vadio, acho bom isso valer à pena, estou fazendo isso pra ganhar ponto e porque você é muito chato – A menina reclamava enquanto o jogo não começava.

- Estou feliz que você esteja participando. Esse é o espírito dos jogos olímpicos – O moreno falou de forma inspiradora.

- Vou mandar esse espírito pro lugar de onde ele veio e você vai junto – A garota disse se balançando toda.

Eu queria muito estar na outra quadra, estava tendo jogo de futsal masculino, fazia parte da tática de jogo observar os outros jogadores, saber quem eram os mais fortes e como jogavam. Mas eu não podia, além de querer ficar ao lado de Filipe eu tinha que dar aquela força para Ritinha, decidi ficar e tive certeza que fiz o certo quando avistei Caio.

- Que bom que achei vocês – O loiro falou se sentando enquanto Ritinha corria segurando a bola de handebol, parecia ser igual a de futebol, a única diferença é que aparentava ser mais fofa.

- Sim, estamos aqui – Falei assistindo ao jogo.

- Eu até queria ver o jogo dos meninos, mas não dava pra deixar de vir assistir essa garota jogar – Caio riu – Ela é nossa amiga né.

O jogo terminou, nossa turma perdeu, Ritinha estava chateada, não sei se porque jogou á toa ou por causa da derrota. Mas começou a tocar um funk na quadra e Filipe foi dançando até chegar perto dela, que se controlava para não rir, ele sabia se aproximar de qualquer pessoa.

- Você é um idiota – Ritinha falou rindo e balançando o cabelo.

- Vai Ritinha, vamos dançar, você é a musa do funk – Ele dizia.

- Não me ilude – Ela dizia rindo – Essa é a dancinha da derrota, há que ponto cheguei, solteira, derrotada, suada e dançando funk.

- Parabéns garota, você jogou bem – Falei lhe dando um abraço – Gente eu tenho que ir lá pra frente, vou jogar agora.

- Tudo bem, já te encontro lá – Filipe falou me olhando no fundo dos olhos enquanto abraçava nossa amiga.

- Filipe, ta cheio de gente nesse colégio querendo fazer o salto com vara, e essa é uma modalidade livre para ambos os sexos – Caio alertou – Então pode ir indo com o seu boy pra outra quadra – Ele cochichou.

- Tudo bem – Meu namorado falou sorrindo – Cuida dela Caio.

E assim fomos juntos para a quadra da frente, o caminho estava vazio então roubei um selinho de Filipe que ficou todo alegre, fui para a sala de dança me arrumar e depois de alguns minutos o time entrou em quadra, enfrentaríamos a segunda turma do primeiro ano, eram mais calmos e jogavam menos que o time que enfrentamos no dia anterior.

Foi um jogo tranquilo, ganhamos com três gols de vantagem, eles não eram tão bons no ataque, mas até que defendiam bem, em compensação o ataque da minha turma era um dos melhores da escola, nosso time sabia ser forte sem ser agressivo.

Logo que terminou a partida e paramos de comemorar começou a tocar um samba, na verdade acho que era um pagode, reparei Filipe sambando sutilmente ao lado de Caio que sabia dançar qualquer coisa. Fui me aproximando devagarzinho, quando ele me viu comecei a mexer meus pés no ritmo da música.

Filipe não tinha reação, a música era legal, falava de um rapaz negro que morava na periferia e estava namorando uma menina loira que tinha muitas condições financeiras. Na segunda parte da música Filipe voltou a sambar, dessa vez junto comigo, arrancando aplausos de Caio e Ritinha que nos olhavam atentamente, o loiro puxou Gabi pra sambar junto com ele, mas ela não sabia.

Eu estava me divertindo, não dançava tanto quanto o moreno, que mais parecia um passista, pois sabia fazer movimentos com os pés, quadril e ombros, mas pra um iniciante eu me saí muito bem, quando a música terminou fomos pro pátio onde Fábio terminava a partida de tênis de mesa.

O menino era muito bom, geralmente passava o tempo inteiro do intervalo naquela mesa, desafiando qualquer um que se aventurasse jogar com ele, pois além dele ser rápido sabia como fazer o adversário errar, o engraçado era que Fábio não tirava notas boas e detestava qualquer matéria, mas amava sua raquete e sabia manuseá-la muito bem.

- O jogo esta legal né? – Perguntei a Filipe enquanto eu coçava a cabeça.

- Fala, o que você quer? – Ele indagou e o olhei com surpresa –Toda vez que você coça a cabeça algo está errado, você sempre faz isso.

- Não é bem errado, é que estou pensando como fazer? – Eu disse. Como chegamos por último ficamos bem longe da mesa e dos jogadores, pois uma grande roda se formou ao redor dos competidores, e ninguém prestava atenção em nós dois ali atrás. Filipe me olhava – Eu sei que você quer ver Fábio jogar, mas eu pensei em da gente ir no banheiro do primeiro andar.

Filipe olhou para a roda de alunos e eu já podia ouvir a longa bronca que ele iria me dar por estar querendo agarrá-lo enquanto nosso amigo jogava, mas para minha total alegria e surpresa ele saiu andando e entrou no corredor ao lado da quadra, abriu o portão de ferro e entrou num corredor que só era usado na hora da subida para as salas de aula.

Fui atrás dele, que quando me viu segurou em minha mão e me puxou, subimos os dois primeiros lances de escada e chegamos ao primeiro andar, ali tinham duas salas: o laboratório de anatomia e o de enfermagem. Andamos até o banheiro masculino confiando que a inspetora não estava perto. Minha maior preocupação eram os menores, pois no primeiro andar ficavam os alunos do sétimo e do oitavo ano.

- E se alguma criança vier usar o banheiro? – Indaguei enquanto ele apertava minha barriga com vontade e arranhava minhas costas.

- Ah Du, eles podem esperar, faltam quatro minutos pra hora da saída e também essa é uma situação de emergência! – Ele afirmou e concordei.

Começamos a nos beijar, todo meu desejo se transformou num beijo calmo e arrastado, minhas mãos passeavam lentamente pelo corpo dele, que correspondia ao meu toque, segurei seu pescoço com uma mão e beijei aquela região fazendo ele se contorcer de prazer.

Ele me apertava e soltava pequenos gemidos e um sorriso de prazer estampava seu rosto, o peguei no colo que logo tratou de passar as pernas ao redor da minha cintura, ficamos assim enquanto grudávamos nossos lábios e ele mantinha as mãos no meu cabelo. O coloquei no chão.

- Te amo lindão – Ele falou sorrindo – Gostoso.

- Também te amo, sabe eu acho que fiquei assim porque você me chamou de Du, toda vez que você me chama assim eu enlouqueço, e hoje você disse duas vezes – Afirmei e lhe dei um selinho.

Ficamos nos beijando mais um pouco, até que senti meu celular vibrar, isso só acontecia quando eu recebia ligações ou mensagens. Desgrudamos nossos lábios e peguei o aparelho. Logo vi uma mensagem de Caio.

Caio: Detesto acabar com a diversão, mas eu e Ritinha estamos aqui na sorveteria com as mochilas de vocês, acho bom os dois aparecerem logo, se não eu mesmo vou busca-los .

Ri ao ler a mensagem e repeti para Filipe que riu também, demos mais alguns beijos e saímos do banheiro, ele saiu primeiro e foi pela escada que subimos, desci pela escada principal. Nos encontramos no pátio e fomos até nossos amigos pegar as mochilas e tomar sorvete.

*

As aulas passaram tão de pressa que Caio já estava caindo na água. Aquela quinta-feira estava bem gostosa, o sol estava fraco e ventava um pouco, eu e Filipe fomos pra escola praticamente grudados, pois quase não tinham pessoas nas ruas.

Caio estava disputando os cem metros costas, das modalidade que teriam era a que ele mais tinha mais dificuldade, mas nem por isso ele se intimidou, nadou com empenho. O vencedor foi o garoto do primeiro ano que havia vencido os cinquenta metros costas.

Alguns minutos depois o loiro estava retornando a área da piscina. Caio tinha um corpo bonito, era elegante e tinha a postura mais corretas que eu já havia visto, andava de forma exemplar. Ele pôs os óculos, se sacudiu um pouco e depois foi para sua raia, logo foi dada a largada e ele pulou.

Caio tinha um desempenho incrível, disparou em relação aos outros nadadores, com trinta segundos ele havia ido e voltado, mas quando ele estava indo novamente o competidor da terceira turma do primeiro ano avançou e a competição ficou acirrada, torcíamos para que ele conseguisse. Com um minuto e quatro segundos o rapaz ganhou, tendo uma vantagem de dez segundos sobre Caio que ficou em segundo lugar.

Pulamos e gritamos como se ele tivesse ganho, foi emocionante, mas melhor seria no dia seguinte, eles fariam a última prova, a mais longa de todas. Eu já estava com a roupa do futebol, pois o jogo começaria logo após a natação. A terceira turma do primeiro ano havia ganho do nono ano no dia anterior. Eles eram cruéis e jogavam sujo, todo o time estava tenso.

- Galera, vamos pra cima, vamos tentar ficar na defensiva, pra ver se a gente ganha – Falei para o time que ainda estava dentro da sala de dança – E goleirão, fica tranquilo, se você vê que eles chutaram com muita força deixa passar! – Falei tentando transmitir confiança.

O jogo começou, olhei para Filipe a fim de ter mais confiança, mas mesmo ele se esforçando muito para me transmitir paz eu consegui ver o medo em seus olhos. A mil e três era turma mais selvagem da escola, brigas, discussões e atritos eram coisas que aconteciam diariamente na turma deles e pra piorar os terríveis competiam em quase todas as modalidades.

Entramos na quadra e começou o jogo. Foram os vinte minutos mais tensos da minha vida, a cada gol que fazíamos deixávamos eles mais nervosos, que logo tomavam a bola e iniciavam uma pesada ofensiva. Vários jogadores do time deles já haviam recebido falta, o goleiro do time nosso time havia levado uma bolada no rosto e outra no "meio das pernas".

Mas a situação ficou grave quando o atacante do time adversário praticamente chutou a canela do nosso zagueiro e depois o empurrou para o lado, foi um golpe tão feio que todos nós paramos após ouvir o barulho, pra completar o garoto caiu de cara no chão urrando de dor.

Corri até ele que estava de olhos fechados e com uma expressão de muita dor, no mesmo instante gritei por Rose, a professora de educação física, que veio ás pressas. Ela tratou de acalmar o rapaz e pedir que fossem até a bolsa dela e pegassem seu celular, pois ela teria que ligar para o hospital ao qual a escola era conveniada. Rose falou que provavelmente ele havia quebrado algo.

Alguns minutos depois toda a escola sabia do ocorrido e a quadra foi praticamente isolada, só liberaram depois que levaram o menino para o carro da diretora que iria para o hospital com o acidentado e mais dois professores. Com toda calma e jogo de cintura Rose continuou a partida.

Caio que era um dos jogadores reserva entrou no lugar do menino. Eu esperava que ninguém se metesse com meu amigo, pois aí a coisa seria bem diferente, se eu visse o loiro sair carregado da quadra que nem o outro rapaz eu iria partir para cima do culpado. Mas felizmente o jogo seguiu tranquilamente e vencemos aquela partida. Estávamos na final!

- Eu vou quebrar a sua cara, seu idiota – O capitão do time perdedor falou.

- Então vem cá quebrar – Falei enquanto alguns jogadores reserva começavam a pedir pra eu me acalmar – É só isso que vocês fazem né?

- Idiota, vou te arrebentar moleque, vai ver só – Ele disse irado enquanto tentava se desvencilhar de alguns amigos que o seguravam.

- Experimenta por um dedo, um mísero dedo no Eduardo pra ver o que vai te acontecer – Filipe falou num tom calmo e sério.

- Vai defender o amiguinho? Deixa ele por a cara, fica se escondendo atrás das amizades! – Ele disse e meu sangue ferveu, ver Filipe ali não me trouxe paz, se ele encostasse o dedo no meu namorado eu só pararia de bater nele quando visse sangue – Porque tá defendendo ele?

- Porque você é um covarde, quer provocar qualquer um do time só para eles serem penalizados, mas eu não faço parte do time, pode me bater – Filipe lhe olhou no fundo dos olhos – Ninguém tem culpa dos seus problemas, sei que você vive uma vida difícil, perdeu seu pai, mas não precisa ser agressivo com todo mundo, a gente pode te ajudar.

Ele parecia estar falando com um filho, um irmão ou um amigo. Era incrível aquele jeito pacífico e conciliador que Filipe tinha, o que lhe permitia estar nas piores situações, eu temia que algum órgão internacional descobrisse seu talento e lhe levasse para longe de mim.

- Não quero ajuda de ninguém. Obrigado! – Ele disse se soltando dos amigos e saiu da quadra.

Logo o clima voltou ao normal. Iria ter o primeiro jogo de queimado, Filipe queria muito ver, mas Fábio estava jogando as quartas de finais do tênis de mesa, e ele como bom amigo que era foi assisti-lo, eu fui para o banheiro principal, pois precisava muito tomar um banho.

Quando saí fiquei sabendo que Fábio havia ganhado e jogaria a semi-final ainda naquele dia, fiquei muito feliz, nossa turma era uma das que mais tinha medalha no quadro geral. Fui para quadra da frente, pois estava tendo a jogo de vôlei e imaginei que Filipe fosse assistir, mas ele não estava lá, acabei encontrando Gabi, que não me deixou sair.

Eu estava indo em direção a quadra dos fundos quando vi o cacheado vindo pelo caminho que levava ao local, logo atrás dele estavam vindo alguns jogadores do time de queimado da primeira turma do primeiro ano.

- Onde você estava? – Indaguei de forma aflita.

- Assistindo o jogo de queimado né Edu, começou hoje, quando acabou a partida de Fábio eu vim pra cá pra trás – Ele falou andando em direção a quadra da frente e fui ao seu lado – Sabia que tem um menino da nossa sala que está na final do judô? – O moreno falou e me surpreendi.

Assistimos ao jogo de queimado que terminou com a vitória do terceiro ano. O que deixou Filipe mais aflito, no dia seguinte ele jogaria logo no começo da manhã, se ganhasse iria para semifinal e teria que jogar novamente no terceiro tempo e caso fosse vencedor da partida seu time iria para final que aconteceria no fim da manhã.

Assistimos a semifinal de tênis de mesa que pela primeira vez na história do colégio aconteceu entre dois alunos da mesma turma, a segunda e a primeira turma do segundo ano, a famosa dois mil e um, a melhor de todas é claro. Eu gostava bastante de fazer parte daquela turma. Na volta pra casa Filipe quase não falava nada, então decidi ir pro apartamento dele.

- O que houve? – Perguntei quando ele encostou as costas no meu peito.

- Estou chateado e triste – Ele falou e logo perguntei se eu havia feito algo – Não, você é incrível amor, eu discuti lá na coordenação, é um absurdo sabe? Eu ajudo a escola em tudo e eles deixaram o queimado pro final, vão ter sete jogos em dois dias, duas partidas foram hoje e cinco serão amanhã!

- Nossa! Chato mesmo, mas você vai dar conta e eu aposto muitos beijos que você vai para a final – Falei lhe dando um beijo na bochecha.

- Aí que está – Ele disse levantando e indo para a janela.

- O que? – Indaguei indo na direção dele, que logo me olhou com tristeza.

- Se eu chegar na final não vou ver você jogar, vai acontecer ao mesmo tempo, a de vocês na quadra dos fundos e a nossa na da frente – Ele falou.

- Impossível – Eu ri – Não pode ter duas finais oficias ao mesmo tempo, só podem ter cinco finais, no primeiro tempo vão ter as finais de natação, tênis e judô, depois é o vôlei, no terceiro e quarto tempo tem o basquete e por último o futsal.

- Eu sei, nosso jogo não vai ser oficial, não vai ter a presença da diretora, da coordenadora, porque elas vão estar na final do futsal, o jogo mais esperado, segundo ano contra o terceiro, ninguém vai nos assistir jogar – Ele bufou – E pior ainda, Ritinha e Gabi fazem parte do time, elas não vão poder te assistir.

- Tudo bem – Eu disse lhe abraçando – Não são as melhores notícias, mas vamos sobreviver, Caio e Fábio vão me assistir, vai dar tudo certo e a gente vai vendo pra ver se conseguimos mudar alguma coisa.

*

- Caio campeão, Caio campeão, Caio campeão – Fábio puxou e todos cantavam em um único som enquanto ele recebia mais uma medalha.

Naquela manhã estava fazendo pouco mais que vinte graus Celsius, aquela aconteceu a prova mais longa de todas, meu amigo era muito bom no nado livre, mas sabíamos que ele perdia velocidade quando a prova era extensa. Pela primeira vez houve competição de duzentos metros livres, eles teriam que ir e voltar nada mais nada menos que oito vezes.

Não havia favoritismo, a única certeza era que alguém ganharia e outros três não receberiam medalha, mas nossas expectativas eram em Caio. Quando ele pulou na água não disparou como das outras vezes, ele e um menino do segundo ano ficaram lado a lado, isso foi na ida, na volta, na terceira vez, na quarta, apenas na última ida Caio começou nadar mais forte e mais rápido e na volta já gritávamos o nome dele que disparava como um peixe. Com um minuto e quarenta e três segundos ele ganhou a prova.

Depois de descer do pódio ele nos abraçou, Ritinha estava em êxtase, com a vitória do rapaz, tiramos uma foto junto com ele e deixamos que ele fosse paparicado pelos professores, alunos e Sílvio, que estava louco por uma foto e uma bela matéria falando das vitórias do rapaz.

Logo depois Filipe foi pra sala de dança se ajeitar para o jogo, eu queria assistir, mas ele pediu para que eu fosse ver Fábio na final, pois ele não poderia ir, depois de relutar acabei aceitando, mas falei que assim que a partida acabasse eu iria vê-lo jogar.

Eu estava ali, próximo de Fábio que se mexia de um lado para o outro. Logo a partida começou, a bolinha ia de um lado para o outro, haveria cinco sets – tempos – quem fizesse onze ponto primeiro fechava o set.

Fábio fechou o primeiro com apenas dois minutos de jogo, o rapaz do terceiro ano fechou o outro, com menos de dois minutos meu amigo fechou o terceiro set, seu oponente fechou o outro, nos deixando aflito. O menino venceu mais um, eu achei que ali acabaria, mas no tênis de mesa é diferente, deveria ter uma vantagem de dois sets.

Então logo começou outro "round", não demorou muito para que os dois fizessem dez pontos. Ouvi dois meninos cochicharem que para um deles ganhar deveriam ter a vantagem de dois pontos, o rapaz marcou um ponto, indo para onze e depois marcou outro, fechando a partida.

- Não fica triste, você jogou quatro partidas, ganhou três, chegou na final, olha, você está convidado para tomar sorvete com a gente na hora da saída – Falei enquanto os alunos viam o campeão receber a medalha.

- Obrigado – Ele riu e me abraçou – Acho que vou chamar minha namorada, Edu, mulher grávida pode tomar sorvete?

- Fábio, sua namorada não está grávida! – Eu ri e ele coçou a cabeça.

- Da licença, eu queria entrevistar você rapaz, foi uma bela partida, muito limpa e bonita – Sílvio falou e Fábio pareceu surpreso, logo saí para que eles pudessem conversar.

Entrei na quadra e quase me engasguei ao ver Filipe. Como queimado não era uma modalidade olímpica eles não tinham uniforme, por isso usavam a roupa de educação física, aquele short ficava lindo no nele, deixava suas pernas ainda mais longas, mostrando metade de sua coxa definida e aquela panturrilha bonita.

- Respira Edu – Caio falou aparecendo ao meu lado.

- Está difícil Caio, olha ele, que lindo – Eu falei todo bobo, procuramos um lugar próximo na arquibancada e ficamos assistindo, não estava muito cheio, pois estava tendo final de vôlei na quadra da frente.

A partida era contra a outra turma do segundo ano, então foi tudo bem tranquilo, eram as turmas mais pacíficas da escola. Queimado era legal, pois das modalidades que tinham era a única que ambos os sexos podiam jogar e não havia limite de jogadores. Após dez muitos a partida acabou, durou trinta minutos.

- Você conseguiu chegar a tempo de me ver jogar? Deu tempo? Fábio ganhou? – Filipe perguntava enquanto pulava na minha frente.

- Sim, sim, consegui chegar sim, você jogou muito bem, parabéns – Falei lhe dando um abraço – Fábio não ganhou, mas foi um grande jogo.

- Parece que o primeiro ano está ganhando do terceiro no basquete, eles vão surtar se perderem – Caio falou sorrindo – Parabéns Lipe, gente, eu vou subir, vai ter a luta do menino da nossa turma contra o garoto da mil e dois.

Caio falou saindo e eu fiquei olhando para Filipe, antes eu conseguisse falar alguma coisa uma menina do time dele o arrastou para outro lado, ele virou para trás e fez um sinal com as mãos para que eu o esperasse ali.

Eles se juntaram a um grupo com outras duas meninas, provavelmente era para que ele ajudasse uma delas a ficar com alguém, Filipe era um dos "cupidos" da escola, sabia o nome de qualquer aluno, quem namorava quem, quem ficava com quem e até as traições.

Como eles estavam na quadra eu os conseguia observar de forma nítida e direta, meu namorado era um pouco agitado, então dificilmente ele ficava muito tempo na mesma pose. Eu podia ver seu lindo cabelo ondulado, a camiseta ajudava a demarcar seu corpo e fazia um belo contraste com sua pele, mas aquele short era um espetáculo, deixava suas pernas lindas.

Quando eu já estava perdido em meus pensamentos ele virou de frente e começou a vir na minha direção, seus olhos estavam cerrados e me fitavam, era como um filme eu quase podia ver o cabelo dele balançar e todo aquele clima angelical, tipo um comercial de perfume.

- Voltei – Ele falou pondo as mãos na cintura rapidamente.

- Cara – Olhei para os lados – Não tem vergonha de ser tão bonito e gostoso não? – Indaguei num tom baixo.

- Vergonha? Jamais, esse mundo é uma passarela onde eu apenas desfilo – Ele falou me causando risos – Você também está um gato.

Novamente olhei para os lados para confirmar que não tinham pessoas muito próximas então falei no ouvido dele:

- Se eu sou um gato quero miar na sua cama mais tarde, posso? – Falei e vi sua pele se arrepiar.

- Deve – Ele disse timidamente, voltamos para quadra para assistir ao outro jogo de queimado que iria começar.

Enquanto isso os alunos se acomodavam na beira da quadra. Começou a tocar uma música pop, eu conhecia, mas não sabia o nome, logo vi o moreno começar a dançar junto com as colegas, sua boca mexia de forma perfeita, enquanto ele fazia alguns movimentos simples e as meninas balançavam o cabelo. Eu o conhecia e sabia que ele estava se contendo para não ir pro meio da quadra e deixar todos babando com sua dança.

- Dançou bem – Falei quando a música acabou.

- Claro, Irreplaceable, não da para não dançar – Ele riu.

O jogo começou, as primeiras turmas do terceiro e do primeiro ano se enfrentariam, a expectativa era que os mais velhos ganhassem a partida, e assim foi. Os alunos do último ano do ensino médio jogavam com muita força, o que fez os adversários recuarem e com quase quarenta e cinco minutos o jogo acabou.

- Vou jogar agora contra a novecentos e um – Filipe falou um pouco triste.

- Não está nervoso né? – Perguntei.

- Não, é que se eu ganhar terei que jogar o próximo jogo, aí não vou ver você jogar. Eu vou estar cansado, vai ser o meu terceiro jogo do dia, já pensou não te ver jogar e ainda perder – Ele disse e olhou para o alto, estava tentando não chorar.

- Calma, olha só, você vai ganhar, e depois que você ganhar a gente vê o que faz, eu tive uma ideia e vou tentar fazer dar certo – Falei e fiquei olhando nos olhos dele – Que vontade de te beijar – Sussurrei – Se cuida e faz um bom jogo, ta bom?

Ele suspirou e me abraçou fortemente circulando meus braços, fazendo com eu não pudesse devolver o gesto, depois disso ele me soltou e foi para perto de Ritinha que se estava junto com o time.

O plano era simples, estava tendo a final do basquete, a quadra dos fundos ficaria livre até que o jogo de futsal começasse, eu só precisava convencer a diretora a começar o jogo de futsal antes e depois todos nós seguiríamos para a quadra da frente para assistir a final do queimado, assim eu conseguiria vê-lo jogar.

- Caio, entendeu tudo? – Perguntei quando terminei de explicar a ideia.

- Sim, vou agora mesmo falar com os outros meninos, eles vão topar, se a gente fizer pressão a Irani vai ceder – O loiro falou pondo as chuteiras.

- Claro que sim – Eu sorri enquanto colocava a camisa do time de futsal – Só precisamos ser rápidos, quando puder me dê notícias do jogo do queimado – Disse isso e saí do banheiro da quadra dos fundos.

Logo os outros meninos do time se juntaram a nós, o terceiro ano já sabia do plano e iria nos ajudar a por pressão na diretora para que desse tudo certo, só faltava falar com ela. Irani era uma mulher de estatura baixa, um pouco acima do peso, o que lhe rendia uma forma arredondada, seu cabelo era lisos e escuro, tinha quase cinquenta anos e bastava ela aparecer que todos faziam silêncio, guiava muito bem a escola há muitos anos.

Logo estávamos nós, quase vinte alunos, com o uniforme do time indo para a batalha, a coordenadora e a diretora estavam sentadas no meio da arquibancada, onde foi montada uma tribuna de honra. Seguimos pela frente da arquibancada já arrancando olhares dos alunos e de alguns jogadores também. Ocupamos a frente da tribuna e fui até ela.

- Diretora, temos um problema, muito provavelmente as duas primeiras turmas do segundo e do terceiro ano irão se enfrentar no queimado, assim como acontecerá no futsal, mas queríamos assisti-los, já que eles não poderão nos ver jogar. Nós queríamos saber se o jogo de futsal não poderia começar após o fim do jogo do basquete?

- Eduardo Pinheiro? – Ela indagou e balancei a cabeça positivamente – Muito bem, muito bonita a sua atitude e de seus amigos, mas foi a pedido do terceiro ano que coloquei o futsal para encerrar o evento, não posso voltar atrás – Ela disse serenamente.

- Mas Irani, nós queríamos tanto ver eles jogarem, as coisas ficaram bastante confusas, porque isso tudo? – Perguntei tentando me controlar.

- É verdade que tivemos um problema de logística, entretanto conseguimos resolver as questões e o futebol vai encerrar o evento – Ela falou.

- Poxa, atende o nosso pedido, não custa nada – Falei um pouco triste.

- Li-be-ra! Li-be-ra! Li-be-ra! Li-be-ra! – Os meninos falavam.

- Se isso continuar eu vou dar uma advertência em todos os alunos dos dois times, incluindo os reservas – Ela disse sem alterar a voz e no mesmo instante os rapazes pararam.

- Diretora, se a gente não puder ver o jogo deles nós não vamos jogar, somos duas turmas querendo ver nossos amigos jogarem – Falei olhando para os meninos do time, que estavam olhavam tudo.

- Pois bem, se não entrarem não haverá jogo e nem medalha e ainda haverão penalizações pela rebeldia – Irani falou decidida.

Logo alguns meninos já começaram a questionar o rumo daquilo preferindo desistir, outros estavam contra a diretora, por mim iríamos até o fim, eu não me importava de ser suspenso pra ver Filipe jogar, mas não poderia arrastar o time todo comigo e nem o terceiro ano. Olhei para Caio e seu olhar me dizia que havíamos tentado, mas era a hora de parar.

- Tudo bem – Falei com tristeza – Nós vamos jogar, obrigado por nos ouvir diretora – Eu disse e ela fez um gesto cordial com a cabeça.

O time foi saindo da quadra, o jogo de basquete estava no fim e logo eles iriam receber as medalhas. Eu estava arrasado, aquilo era o fim, não ia ver Filipe, nem ele iria me ver. Fui para o banheiro principal sem nem olhar para a quadra onde Filipe estava jogando.

Dei um soco no azulejo que revestia a parede, logo Caio apareceu e me abraçou, eu queria chorar de raiva. Como iria olhar para Filipe? O que eu iria dizer para ele? Não queria pensar em nada, queria apenas ficar sozinho e longe de tudo. Fiquei um tempo abraçado ao meu amigo que depois me olhou, ajeitou meu cabelo e saiu.

Fui para o fim do banheiro onde tinham várias cabines, entrei numa delas e fiquei lá, olhando para o meu celular vendo as fotos de Filipe, ele dormindo, rindo, comendo, reclamando, comendo e comendo. Sorri, e fiquei ali esperando o jogo acabar, pensando na vida. Já deviam ter passado uns vinte minutos ou mais.

Meu coração quase parou quando vi Filipe pular dentro da cabine, provavelmente ele tinha entrado na vaga do lado, subiu na divisão e finalmente pulou naquele pequeno espaço quase me matando de susto.

- Você se esconde muito mal – Ele falou me olhando seriamente.

- Você que me conhece muito bem – Respondi ainda surpreso com aquilo.

- Já estou sabendo o que você fez – Ele falou num tom mais baixo – Obrigado por tentar, mas eu também não ajudei muito.

- Vocês perderam? – Perguntei ficando de pé – Fez isso de propósito?

- Não, nós vencemos, mas agora é oficial, não verei você jogar e nem você vai me ver – Ele disse sorrindo ironicamente.

- Vamos aproveitar o tempo que temos juntos e depois a gente vê isso – Falei lhe dando um selinho e sorrindo.

- Infelizmente faltam quatro minutos para o seu jogo começar e o meu também, esperei ao máximo para vim falar com você – Ele disse sorrindo.

- Eu vou ganhar, vou ganhar por você, vou jogar por nós dois, ouviu? – Perguntei segurando o rosto dele e lhe olhando nos olhos.

- Farei o mesmo, não vou aceitar sair da quadra sem uma medalha – Ele falou e depois me beijou.

Saímos do banheiro, passamos pelas mesas, ele tinha que entrar na quadra e eu ir para o fundo, lhe olhei mais uma vez e segui para os fundos da escola, caminhando por aquele corredor, fiz a curva entrando em outra passagem e ouvi ele chamar meu nome, olhei para trás e ele estava ali.

- Não eu não desisti – Ele falou, pois sabia que seria era aquilo que eu perguntaria – Vamos fazer o seguinte, se o seu jogo acabar primeiro você larga tudo e vem me ver, se for o meu eu vou te ver, o que acha? – Ele disse com um sorriso imenso no rosto que me inspirou grandiosamente.

- Eu acho péssimo não poder te beijar agora – Ele riu – Pode deixar, está combinado – Nos abraçamos forte e nos despedimos.

O jogo começou, a quadra estava lotada, seria uma partida apertada, o terceiro ano não nos daria folga, nós iríamos ter que conquistar com muita garra aquela vitória. A escola inteira parecia estar ali, o que me deixava ainda mais chateado, pois a quadra da frente deveria estar quase vazia.

O primeiro tempo foi muito apertado, ninguém consegui marcar gol, o terceiro ano tinha um ataque muito forte, mas a nossa defesa era ótima, o que tornou demorado o primeiro gol, mas eles abriram a vantagem, fomos no contra-ataque e fizemos um gol, logo o primeiro tempo terminou e parecia que tínhamos jogado três tempos.

- Galera, nós vamos ganhar, precisamos erguer a taça e comemorar juntos. Vamos jogar pelos nossos colegas do queimado que estão jogando sem nós, vamos mostrar que somos uma equipe – Falei incentivando o time que logo se animou, na verdade eu também estava tentando me animar.

O segundo tempo começou muito mais ofensivo que o primeiro, por isso defendíamos como podíamos, nenhuma das redes havia balançado ainda, estava tudo muito incerto e faltando quatro minutos comecei a ver que iríamos para os pênaltis. O que fez a galera enlouquecer. Até a diretora parecia vibrante com aquela partida.

Na primeira tentativa o jogador do terceiro chutou e nosso goleiro defendeu, depois foi a nossa vez, também não conseguimos marcar. Segunda tentativa, um menino do time oposto chutou e o goleiro defendeu, outro menino tentou e também não conseguimos. O clima esquentava.

Um garoto do terceiro ano chutou e nosso goleiro defendeu, na nossa vez também não com seguimos marcar. Na quarta tentativa o jogador adversário chutou e nosso goleiro foi diretamente na bola, impedindo que entrasse, em seguida foi a vez do nosso zagueiro, o menino era bom de chute, a bola balançou a rede, gritamos como se fossemos campeões. Foi a vez do capitão do time deles chutar, a bola entrou, eles vibraram muito.

Tudo dependia de mim, eu ia chutar e precisava marcar para que fossemos campeões, as coisas passavam em minha mente e eu não conseguia me concentrar foi quando eu vi Filipe entrar na quadra, quase tive um treco quando o vi sorrir, ele me olhou de uma forma que fez eu me sentir renovado. Sorri e dei um chute na bola.

Foi como se tudo ficasse em câmera lenta, fiquei parado vendo a bola passar pelas mãos do goleiro e balançar a rede, todos gritavam e eu estava lá parado, Filipe foi o primeiro a me alcançar e me abraçou, eu nem acreditava naquilo tudo, foi tão mágico, o abracei e logo depois todo o time nos rodeava e pulava.

- Segundo! Segundo! Segundo! – Quase todos repetiam como um grande coro.

- Vocês ganharam? – Perguntei a ele enquanto os alunos nos sufocavam.

- Sim, ganhamos – Ele falou pulando junto com a galera.

- Atenção, em comemoração a vitória do segundo ano e ao pedido que me foi feito há alguma horas atrás iremos premiar os campeões do futsal na quadra da frente junto com os outros alunos do segundo ano que venceram a partida do queimado – Irani falou nos provocando.

- Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu – Filipe cantava junto com outros jogadores do segundo ano e logo uma parte dos alunos cantava a música que ecoava da caixas de som.

O coro ganhou os corredores e fui seguindo, a galera estava muito animada, logo estávamos na quadra da frente, Irani que adorava um samba se controlava para não sambar e apenas sorria batendo palma, o segundo ano inteiro pulava, tanto a primeira quanto a segunda turma, o pódio já estava nos esperando, mas é claro que não daria todo o time ali.

A música parou e as medalhas foram colocadas, foi emocionante sentir aquela medalha dourada em meu peito e a coroa de louros na cabeça, Filipe tirava mil fotos, depois foi a vez dele receber a medalha dourada e a coroa, gritamos muito, a escola inteira estava em festa, inclusive o terceiro ano.

- Eduardo você é o capitão, suba no pódio e receba a taça – Irani falou sorrindo.

Subi naquela superfície de madeira vendo todos os outros alunos na minha frente, recebi a taça, beijei e ergui, levando a galera á loucura. Depois dei aos outros membros do time. Senti Ritinha me puxar e me abraçar, ela foi andando comigo e depois Caio me abraçou me levando até a saída da quadra, encontrei Filipe que aproveitou que todos estavam na quadra e segurou na minha mão me arrastando para o fundo do banheiro principal.

- Parabéns campeão – Ele falou sorrindo imensamente.

- Parabéns também – Falei sorrindo e nos beijamos por longos segundos – Obrigado, por tudo! – Falei lhe abraçando.

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Ai gente, chegou a 6K, seis mil visualizações. Obrigado! Muito mesmo, vocês são incríveis.

Sei que estou demorando um pouco, mas fiz o capítulo ta bem(muito)² grande pra vocês. Espero que tenham gostado

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