DE AMIGO PARA NAMORADO - Desc...

By BobbyEliot

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Aviso: Esse livro contém nudez, linguagem imprópria e cenas explicitamente sexuais não recomendada para menor... More

Livro de Rostos
Introdução
Capítulo 1 - Negação
Capítulo 2 - Raiva
Capítulo 3 - Medo
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40 - Parte 1
Capítulo 40 - Parte 2
Pós Créditos
Entrevista
Talk Show
O (Tal do) Talk Show
Aviso

Capítulo 28

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By BobbyEliot

O próximo evento seria a Olimpíada escolar. Era a semana que eu mais aguardava no ano inteiro, tudo acontecia de forma tão atlética que às vezes eu duvidava se realmente estávamos em um colégio. Os campeões e alguns destaques ganhavam treinamento em clubes ou academias para melhorarem seus rendimentos, sem falar dos troféus e medalhas.

A competição esportiva aconteceria durante uma semana. Na segunda e na terça haveria aula normal nos três primeiros tempos e nos dois últimos seriam os jogos, na quarta e na quinta-feira seriam apenas dois tempos de aula e na sexta-feira seria destinada apenas aos jogos olímpicos, era no último dia que iria haver as finais de algumas modalidades.

- Quais serão as modalidades desse ano? Futsal, queimado, natação e mais o que? Eu só sei essas – Sorri e dei um beijo em Filipe – Só sei por que futebol eu vou jogar, natação o Caio compete e você ta no queimado.

- Então, handebol, futsal feminino, basquete, vôlei, judô e parece que vai ter um desafio final, uma modalidade nova – Ele sorriu enquanto se aninhava em meus braços – Queimado não é modalidade olímpica, a escola só bota porque somos bons nessa atividade.

- Você deveria jogar outras modalidades, só faz queimado – Eu disse brincando com seus cabelos ondulados.

- Ah Edu, como se você jogasse mais de uma, não sou bom no vôlei, não gosto de judô, tênis de mesa e handebol, sou ruim no futebol, prefiro ver você jogando, natação não rola, até gosto, mas nado bem devagar e basquete até tentei, mas não é pra mim – Ele respondeu.

- Tudo bem, porque você é o maior jogador de queimado daquela escola, e você sabe disso, seu time era campeão antes mesmo da escola aderir a brincadeira aos jogos e desde o nono ano vocês sempre ganharam – Falei brincando com seu cabelo enquanto relaxávamos na cama – O nome é queimado ou queimada?

- Tanto faz, os dois estão certos, mas em inglês é dodgeball, existe um filme e um anime que tem o jogo desportivo como tema – Ele falou e depois me olhou – Ai chega de esporte, amanhã começa o feriado, vamos ficar em casa, sexta também e eu quero beijar a sua boca enquanto a lua está brilhando.

- Que bonito isso que você falou – Foi a última coisa que eu consegui falar, pois após essas palavras senti os lábios de Filipe nos meus.

Era tão bom estar com ele, sentir seus beijos e sua pele quente. Cada dia tínhamos mais intimidade, ele já trocava de roupa na minha frente e sabia tudo que havia dentro do meu guarda-roupa. Eu sentia cada vez mais que ele era a pessoa certa para mim e que eu queria passar muitos anos ao seu lado.

Ficamos aquela noite inteira nos beijando, a noite estava romântica e eu não quis estragar aquilo levando para um lado sexual, quando eu ficava com meninas sempre pensava que o melhor seria quando eu fizesse sexo e perdesse a virgindade, mas descobri que o melhor de tudo era o sentimento, o contato com a outra pessoa, o amor verdadeiro.

Acordamos no dia seguinte, Filipe foi tomar banho enquanto eu ia comprar algumas coisas para comermos. Quando voltei fui recebido com um beijo e fui tomar banho. Nos alimentamos e ficamos no quarto dele deitado na cama. Eu estava inquieto e toda hora ele me perguntava o que estava acontecendo. Mas eu não queria falar.

- Vamos fazer o que hoje? – Ele indagou.

- Ah não sei, amanhã nós combinamos de ir pra casa dos meus avós ficar com eles e depois vamos passar o fim de semana lá no nosso cantinho – Eu falei sorridente – Está tudo certo né?

- Sim, e hoje? – Perguntou – Ainda são nove da manhã, acordamos cedo.

- É o ritmo da escola, ah não sei. Ainda é cedo, vamos ver.

*

Ficamos nos beijando e conversando. Depois decidimos ficar tirando foto, claro que foi ideia dele, na maioria eu saí com o rosto tampado. Resolvi ir em casa pegar meu vídeo game pra ficar jogando com Filipe.

- Então vou lá em casa pegar pra gente jogar, fica editando as fotos, se alguma ficar legal eu troco o plano de fundo do celular – Falei saindo do quarto.

Fui até em casa e peguei a mochila onde eu costumava deixar o eletrônico, falei com meus pais, ajeitei o cabelo no banheiro e depois saí, entrei no elevador tranquilamente e voltei para o apartamento do meu namorado.

- Porque não me disse que ia encontrar a Gabriela? – Ele perguntou assim que entrei no quarto.

- Eu não ia, quer dizer, não tem nada certo – Falei ainda parado.

- Eu estava editando as fotos e as mensagens dela começaram a aparecer na tela, não abri pra ler, mas deu pra entender que vocês estavam marcando algo pra hoje – Ele declarou tranquilamente.

- Tudo bem, confio em você, quanto a Gabi, ela me convidou pra ir lá e o Caio também, mas fiquei sem jeito de fala com você, até porque hoje é feriado e você não tem aula na escola de Arte – Falei sem jeito.

- Amor – Ele levantou, veio até mim e colocou as mãos no meu rosto – Eu acho que ela gosta de ti, mas você garante que entre vocês só tem amizade, então eu acredito, pode ir, quanto a mim tudo bem – Ele falou me beijando.

- Sério? Não ta falando isso só pra me agradar não, né? Não quero ir e você ficar aqui triste, chorando – Falei lhe dando um selinho.

- Claro que não, pode ir tranquilo, eu vou pra casa da Ritinha – Ele falou.

- Avisou a ela? Vocês tinham combinado? – Perguntei surpreso.

- Não, mas pra ela eu nem peço mais, só aviso que estou indo – Sorriu.

Ele mandou mensagem pra Ritinha e depois nos beijamos, eu adorava aquela química que havia entre nós. Subi para o meu apartamento pra me arrumar, avisei ao Caio e a Gabi que eu iria, o loiro falou que  me buscaria em meia hora.

Troquei de roupa, ajeitei o cabelo e coloquei a carteira no bolso. Deixei um bilhete para meu pai avisando que iria na casa da minha amiga e que voltaria no final da tarde. Sai e fui para o apartamento de Filipe, ele já estava quase pronto,  saímos do apartamento aos beijos, eu mal deixava ele fechar a porta de tanto que lhe beijava e fazia cócegas.

- Para Edu! – Ele pedia enquanto gargalhava.

- Deveria estar chorando por estarem fazendo algo tão sujo e imoral, pervertidos! – Dona Ana falou saindo do elevador.

No mesmo instante parei com a brincadeira e Filipe até deixou a chave cair no chão, não sei nem se estávamos respirando devido o susto que levamos.

- Eu vou sair daqui, não vou me contaminar com a imundice de vocês. Garotos tarados! Vou me mudar, pervertidos! – Ela resmungou.

Em silêncio fomos andando para o elevador e não falamos nada dentro da cabine, ficamos abraçados, acho que era efeito do incidente.

- Ela está certa sabia? – Filipe falou me fazendo encará-lo com surpresa.

- O que?! – Indaguei após ouvir seu comentário.

- Sou tarado mesmo, adoro ser tarado em você – Ele disse nos fazendo rir.

Ficamos no pequeno saguão aguardando a chegada de Caio, ele iria aproveitar pra deixar Filipe num local próximo da casa de Ritinha. Quando nossos beijos estavam começando a esquentar avistamos através da janelinha o carro do namorado da mãe do loiro.

Entramos no automóvel e cumprimentamos o homem que estava sorridente, ficamos conversando com Caio até que seu futuro padrasto começou a conversar conosco.

- Meninos, posso perguntar uma coisa a vocês? – O homem indagou enquanto dirigia.

- Sim – Filipe falou tranquilamente lhe olhando.

- Vocês são tipo aqueles amigos que ficam ou vocês são muito próximos? – O que dirigia perguntou, não sei por que, mas senti vontade de rir. Era a primeira vez que alguém nos perguntava algo do tipo.

- Somos namorados – Filipe respondeu sorrindo.

- Sério?! Caramba, nossa, poxa – O homem dizia totalmente surpreso – Eu pensava que você era gay, mas achava que Edu fosse bissexual e que vocês eram aqueles amigos que não desgrudavam um do outro.

- E são, é que grudou mesmo – Caio falou enquanto mexia em seu celular.

- E quando seu pai souber Edu? Ele parece um cara bem sério – O que homem falou.

-Ele já sabe, já se acostumou e nunca foi contra – Falei orgulhoso.

- Nossa, que pai bacana, eu só perguntei pra vocês porque quando perguntei ao Caio ele disse que era para eu perguntar a vocês.

- Tudo bem – Filipe falou sorrindo.

Um pouco mais na frente o carro parou e Filipe desceu, nos despedimos apenas com um abraço e ele me deu um pequeno beijo no pescoço, queríamos ter grudado nossos lábios, mas o motorista e o que estava sentado no banco do carona ficaram nos olhando através do espelho retrovisor como se esperassem pelo beijo.

*

- Oi meninos – Gabriela falou sorrindo, estava usando um short jeans, uma camisa de mangas longas e chinelos, seu cabelo estava todo jogado para um lado e havia um arco amarelo em sua cabeça.

- Oi Gabi – Falamos juntos enquanto passávamos pelo portão.

- Que bom que vocês vieram, é um tédio passar o feriado sozinha – Ela disse enquanto caminhávamos direção a casa.

- Seus pais ainda estão viajando? – Caio perguntou delicadamente.

- Minha mãe eu vi no fim do mês passado e meu pai não aparece em casa desde o fim das férias, a única vantagem dele sumir tanto tempo é que quando volta trás um monte de coisas – Nós rimos junto com ela para não ficar um clima estranho, era ruim ver que Gabi era tão sozinha.

- O que vamos fazer hoje? – Perguntei entrando naquela linda sala.

- Vocês vão participar do meu vídeo, vamos gravar e vai ser muito bacana.

- Eu sou péssimo com isso Gabi – Falei temendo pela gravação.

- Eu já estou bem animado – O loiro desinibido falou sorrindo.

- Vamos fazer o que? – Perguntei enquanto subíamos a escada de madeira, aliás, eu tentava imaginar o que não era de madeira naquela casa.

- Várias coisas, perguntas, desafios e uma surpresa no final – Ela disse sorrindo.

Quando cheguei no quarto fiquei tão encantado como da primeira vez. Havia ainda mais coisas, mas o que chamou a atenção foi a câmera parada sobre um tripé, o quarto estava perfeitamente decorado. Caio colocou a mochila num canto e eu sentei em um dos banquinhos.

Gabi falou que poderíamos ficar bem livre e que não precisávamos pensar no que dizer, que ela era muito espontânea em seus vídeos, aquilo me tranquilizou um pouco.

- Olá amores da Gabs, a mamacita está aqui com mais um vídeo, como prometido eu trouxe dois gatos lá da escola, um é o loiro lindo, Caio – Ela falou e ele sorriu – E o outro é o falso tímido Edu, nem preciso comentar nada sobre sua beleza – Ela falou e corei no mesmo instante – Olha que lindo gente.

Ela falava com a câmera como se estivesse olhando para centenas de pessoas, era algo muito legal de se ver. Gabi falou que teríamos que responder algumas perguntas, Caio disse que ela também deveria responder para deixar as coisas mais interessantes, a menina concordou sem hesitar.

- Então vamos lá, Caio você é virgem? Ai deus – Ela falou parecendo preocupada com a questão.

- Nem de signo – Ele disse sorrindo.

- Adoro! – Gabriela disse com ênfase – E você Edu?

- Não – Falei com timidez – Brincadeira mãe – Acrescentei.

- Melhor pessoa! – Ela falou e logo a olhamos – Que foi gente, porque estão me olhando? – Começamos a rir – Tudo bem, sou virgem sim! Mas não precisa divulgar, não é? Vamos a próxima pergunta. Quando foi o último beijo de vocês?

- Ontem – Caio falou sorrindo e fazendo uma cara sensual.

- Hoje – Eu falei sorrindo ao lembrar o momento.

- Olha a cara dele gente, hoje? Estamos no começo da tarde, não faz muito tempo então, espera aí, não acredito! Você dormiu junto com alguém? – Ela disse alegre – Ba-ba-do!

- Para Gabi – Falei rindo bastante.

- Ele não negou mana – Caio disse sorrindo para Gabriela – Foi há algumas horas atrás, Edu é terrível, essa cara de mocinho é só disfarce – Rimos.

- Isso aqui não é estúdio fotográfico, mas estamos fazendo revelações galera! – Ela sorria para câmera e eu só conseguia rir – Meu último beijo foi no último fim de semana na Ibiza House Fest, pai é mentira ta, é apenas pra deixar o jogo legal. Então, o que uma pessoa tem que ter pra te atrair?

- Pegada, sorriso bonito, ser sexy e envolvente – Caio falou.

- Cadê meu extintor de incêndio – Gabi falou nos provocando risada – Quem tiver interesse no Caio pode manda a palavra NINFO para o celular dele.

- Apenas verdades, gostamos de verdades – O loiro falou e levantou a camisa.

- Para me atrair a pessoa tem que ser – Pensei – Linda, gentil, educada, preocupada, carinhosa, sexy, saber beijar, cuidar de mim, ir nos meus jogos de futebol, me surpreender, ter olhos lindos, uma cor que chame atenção, corpo desenhado, ter talento, saber dançar e perdoar minha falta de memória – Falei e meus olhos deveriam estar brilhando intensamente.

- Apaixonado, apaixonado – Gabi começou – Apaixonado – Caio continuou – Gente essa pessoa que você namora é um escândalo né, que maravilha de ser, queremos, vamos lançar o enigma aqui. Quem será o amor de Edu? Aguardem as cenas dos próximos capítulos.

- Vou divulgar! – Caio disse sorrindo.

- Vou te processar – Falei rindo e Caio também riu.

- Na boa, quero vocês aqui pra sempre!

Depois de responder aquela pergunta Gabi não fez mais nenhuma, disse que ela não ia ficar bancando a inexperiente, já que a maioria das coisas ela não tinha feito, ou estava "pra trás". Então fomos brincar de desenhar, tínhamos que criar a imagem das coisas que ela falava, mas eu era péssimo com desenhos, já havia pegado recuperação em Arte duas vezes na vida.

- Edu amigo, olha você pode fazer o que quiser da vida amigo, mas não desenha não, por favor – Caio falou tirando o lápis da minha mão.

Depois decidimos jogar verdade ou consequência, começamos nas verdades, as perguntas estavam divertidas e engraçadas, aí vieram os desafios. Caio teve que tirar a camisa, depois Gabi mandou ele pular na piscina, ela rolou pelo quintal, fiquei apenas nas verdades. Foi uma ótima tarde, me diverti muito.

- Meninos obrigado por virem, foi muito legal, vocês são incríveis. Talvez em dezembro eu dê uma festa de aniversário, mas não vai ser nada legal, meus pais são muito formais, se tiver algo quero vocês aqui – Ela falou enquanto caminhávamos em direção a cozinha.

- Pode deixar que nós vamos vir – Caio falou por nós dois.

Entramos no cômodo e sobre o balcão havia uma pizza de calabresa, batata frita e alguns sanduíches. Tinha algumas latas de refrigerante e de suco também, tudo nos esperando.

- Gabi se você não quer o Dimas eu quero, olha que incrível isso! – O loiro falou nos fazendo rir.

Começamos a comer, logo Gabriela puxou assunto, era incrível como ela sabia conduzir uma conversa, poderia facilmente trabalhar numa rádio sendo mediadora de debates ou apresentando programas de entrevistas.

- Caio, você já ficou com meninos? – Ela indagou de forma mansa.

- Não – Ele falou sorrindo – Eu fico – Todos rimos – Sou bem resolvido quanto a isso Gabi, não saio falando para todo mundo, mas não minto, sou volúvel.

- Versatilidade é o que há – Ela riu – Eu acho legal essas pessoas mais desinibidas sabe, que são práticas – A menina sorriu – E você Edu, você ficaria com meninos? Assim, hipoteticamente falando né.

- Bem, eu acho que sim, se fosse um menino legal – Pensei – Acho que seria diferente dar um beijo em um rapaz.

- Gente, to boba – Gabriela falou alegre – Legal isso da sua parte Edu, mas e se você gostasse?

- Sei lá, aí era ir vendo o que acontecia né – Respondi tranquilamente.

- Amor, você é tudo de bom, é legal, lindo, meio tímido e sem preconceitos, de longe o melhor garoto da escola – Ela falou.

*

Terminamos de comer e depois o namorado da mãe do Caio chegou, o loiro me deixou em casa e depois foi embora, já estava escurecendo, mandei mensagem para Filipe, ele ainda estava na casa de Ritinha, decidi ir pra academia malhar um pouco, troquei de roupa e fui.

Quando voltei já estava perto das oito e meia da noite. Minha mãe estava em casa, meu ai já havia saído para trabalhar e só chegaria na manhã seguinte. Dona Catarina estava sentada no sofá assistindo um programa de competição culinária.

- Olha quem apareceu! Não fica mais em casa, só namora, só sai com os amigos, meu bebê ta virando um homem – Minha mãe sorria ao falar.

- Verdade mãe, nem paro mais em casa, desculpa, é que tem acontecido tanta coisa, e coisa boa – Sorri alegremente.

- Eu sei disso, vejo no seu imenso sorriso meu filho, que bom que esse relacionamento está te fazendo bem e feliz, torço pra que dê muito certo e vocês sejam felizes – Ela disse e eu a abracei.

Fui tomar banho e depois segui para o meu quarto, deitei na cama apenas de cueca, peguei o celular pra mandar mensagem para Filipe, mas o sono me tomou e acabei dormindo, quando acordei já era uma e pouca da manhã, bufei e dei um soco na cama. Que raiva, queria ter dormido com ele.

Comi um pedaço do terrível bolo de chocolate da minha mãe, não sei como ela conseguia fazer ter um gosto daqueles. Bebi quase meia caixa de suco pra tirar o gosto da boca, escovei os dentes e deitei novamente. Nove horas da manhã eu já estava pronto, mochila nas costas e cabelo arrumado.

Desci para o terceiro andar, fui de escada mesmo, toquei a campainha e Filipe abriu a porta, lindo como sempre, estava com uma calça jeans clara, chinelo e uma camisa azul clara de malha. Nem lhe dei bom dia só o puxei pela cintura, nosso lábios encostaram e iniciamos um beijo calmo e gostoso, minhas mãos buscavam seu corpo e as dele estavam paradas em meu rosto, me aquecendo de forma amorosa.

Paramos de nos beijar, sorrimos e ele me abraçou, já estava com a mochila nas costas, depois dele trancar a porta nos beijamos e seguimos para o elevador. Fomos conversando até a casa dos meus avós, iríamos passar o dia com eles e depois ir pro nosso cantinho, a casa no fundo do terreno.

*

- Eles chegaram Rosa – Vô Luiz falou ao nos ver entrando pela porta.

- Oi vô, como está? – Perguntei lhe abraçando fortemente.

- Estou bem e você também não é rapaz? Está forte – Ele disse me abraçando – E você Filipe, está bonito – Se abraçaram.

- Obrigado seu Luiz, o senhor está bem? E esse coração? – O cacheado perguntou sorrindo.

- Está ótimo, não precisem se preocupar, estou velho, mas ainda não estou morrendo – Ele falou.

Fomos até a cozinha onde minha avó estava preparando um chá e adiantando algumas coisas para o almoço.

- Olha quem está aí, meus netinhos mais lindos! – Ela falou sorrindo – Vocês já casaram? – Indagou sorrindo – Essa noite eu ouvi alguém comentando que dois meninos lindos se casaram, ou talvez tenham sido minhas conversas com as plantas, podem ser as borboletas também, tem muitas delas por aqui, pode está havendo um casamento – Ela sorriu.

- Não vó, nós ainda não estamos casados – Falei sorrindo e beijando a bochecha de Filipe e depois a dela.

- Oi Dona Rosa a senhora precisa de ajuda? – Filipe indagou – O que tem pro almoço, Edu sai daqui e deixa e eu ajeitar as coisas com a sua avó – Ele falou me tirando da cozinha.

Passei a manhã inteira rindo das piadas e histórias do meu avô, ele era muito divertido e cheio de prosa, adorava fazer as pessoas rirem. Começamos a assistir ao programa jornalístico juntos até que Filipe veio nos chamar para almoçar.

Eu adorava estar na casa dos meus avós, tinha um cheiro agradável, um clima tranquilo, tudo parecia bem mais silencioso e mesmo tendo televisão, rádio, microondas, essas coisas mais modernas o lugar parecia ter parado no tempo, havia um clima antigo instalado naquele lugar, era possível sentir a tranquilidade e paz que havia ali.

- Que delícia, costela com batata! – Falei me sentando à mesa da cozinha.

- Íamos fazer coração, mas na hora de pegar o bicho a costela estava mais fácil de achar – Ela e Filipe começaram a rir e depois bateram a mão – Eu adoro quando você vem Filipinho.

- Amo vocês – Ele falou rindo.

De tarde ficamos sentados na sala conversando, meus avós relembravam histórias e no rádio tocava uma música de Cartola, minha avó adorava o cantor e Filipe passava a admirar cada vez mais as músicas dele. Eu achava interessante, mas também achava diferente a admiração do meu namorado por coisas melancólicas.

Meu avô achava muito legal eu e Filipe estarmos namorando, disse que nunca havia pensado em ter um neto gay, que tinha conhecidos que tiveram filhos homossexuais, mas que ter um neto assim era uma experiência muito diferente, fiquei surpreso ao saber que ele dizia que eu tinha um namorado.

- Serio vô? – Indaguei enquanto Filipe ria.

- Sim, ela perguntou se você namorava, que a neta dela estava solteira, aí falei que você namorava, a mulher ficou insistindo, perguntou se sua namorada era mais bonita que a neta dela – Ele riu – Eu falei que era sim, um menino muito bonito e cabelos cacheados, ela ficou boquiaberta.

- Obrigado seu Luiz – Filipe falou agradecendo o elogio.

- Só o senhor mesmo vô – Eu disse rindo divertidamente.

Continuamos conversando, depois fui na padaria comprar pão e coisas pra lancharmos enquanto minha avó preparava café, a única coisa que Filipe não sabia fazer, tirando isso ele sabia preparar qualquer coisa.

Comemos e depois meu avô foi descansar, falamos muito e isso lhe cansava um pouco, eles não eram tão idosos, tinham sessenta e alguns anos, minha avó era mais velha que meu avô dois anos.

Os dois demonstravam incrível disposição para suas atividades, minha avó saía, passeava, andava pelo centro da cidade, ia no shopping, sempre vestindo suas saias e camisa de tricô, o cabelo na maioria das vezes estava preso com alguma presilha de cabelo.

Meu avô não aparentava a idade que tinha, era muito conservado, seu cabelo branco lhe dava uma aparência séria, porém gentil. Caminhava todos dia, tinha uma saúde forte, jogava carta e conhecia quase todas as pessoas do bairro.

- Eles já estão dormindo – Filipe falou vindo para o sofá, parecia uma mãe que acabou de por os filhos para dormir.

- Então agora posso ficar com o meu namorado? – Falei o puxando para o meu colo – Fiquei com vontade de te beijar o dia todo.

- Eu também – Ele respirou fundo – Sua família é tão legal comigo, adoro eles, me sinto acolhido, como se fosse minha família também.

Ficamos juntinhos no sofá nos beijando enquanto meus avós descansavam um pouco, depois ficamos assistindo tevê, horas depois minha avó acordou, meu avô ficou no quarto dele dormindo. Conversamos mais um pouco.

Fomos dormir por volta de meia noite, iríamos ficar no meu quarto e no dia seguinte iríamos para a casa dos fundos. Foi legal dormir com Filipe na cama em que eu dormi durante toda minha vida, porque casa de vó geralmente é assim: até que a cama quebre nunca compram outra.

Deitamos de camiseta e short, deixamos um colchão no chão com o travesseiro e cobertas para eles pensarem que Filipe havia dormido ali, quando na verdade nós havíamos dormido bem juntinhos na cama, eu não queria transar na casa dos meus avós, mas estava bem difícil resistir, Filipe que adorava brincar com o perigo, fez sexo oral em mim, não chegamos até o fim porque não queria ter que levantar pra ir limpar, mas foi bem gostoso.

No dia seguinte acordamos de manhã cedo e Filipe foi pro colchão que estava no chão. Levantamos por volta de nove horas da manhã e fomos tomar café, eu ia sair pra comprar pão, mas vi que meu avô e minha avó já estavam sentados à mesa então fui para a cozinha.

- Bom dia – Meu avô falou quando me viu e olhou para uma das cadeiras vazia, era para eu me sentar.

- Bom dia senhor e senhora – Falei olhando para ele para minha avó.

Logo Filipe entrou no ambiente mexendo naquele emaranhado de fios encaracolados, vinha andando como uma grande criança que acabou de acordar e esfregava os olhos de forma insistente.

- Bom dia – Ele disse com uma voz grave devido a sonolência.

- Bom dia meu anjinho favorito, onde deixou as asas? – Vovó perguntou e eu ri não sabendo se era brincadeira ou se ela estava falando sério.

- Estão no quarto Dona Rosa, melhor não cansá-las, e também o Edu nunca me viu com elas – Ele piscou para minha avó que riu.

- Muito bem, está certo, também nunca deixei ninguém ver as minhas e é melhor deixar guardada mesmo, algum monstro pode pegar – Eles sorriram.

- Vocês são humanos mesmos? – Meu avô indagou a minha avó e depois riu – Porque que vocês estão de short e camiseta? – Ele me olhou.

- Ah vô, preferimos dormir assim né – Eu disse pegando um pão – Não queríamos abusar, Filipe até dormiu no chão – Falei olhando para o pão.

- Me engana que eu gosto rapaz – Ele disse e minha avó riu – Acha que não sei que vocês ficaram juntinhos? – Falou como quem tira a carta da manga

- Vô! O senhor ficou nos espionando? – Indaguei.

- Xeque-mate, se entregou rapaz! Eu não preciso espionar, já tive a idade de vocês e éramos bem mais criativos, não tinha internet naquela época – Ele sorriu de forma saudosa.

- Seu Luiz seu Luiz – Filipe disse balançando a cabeça na negativa.

- Olha só deixa eu explicar uma coisa – Ele disse me olhando – Quando seu pai nasceu eu já estava voltando quando ele ainda iria, ele cresceu e foi indo e eu que não bobo fui de novo, quando você nasceu eu já tinha voltado e agora você ta indo e eu estou indo junto, só que essa já é minha terceira vez nesse caminho, então eu já conheço tudo – Ele piscou.

- Que isso em! – Falei batendo palmas e sorrindo.

- Somos – Minha avó falou com um sorriso no rosto.

- O que Rosa? – Meu avô indagou enquanto lhe olhava curiosamente.

- Humanos, você perguntou, então, eu acho que somos humanos, eu acho – Ela falou rindo – É, somos, ih não sei, preciso pensar – Rimos todos.

*

Arrumamos nossas coisas, pegamos tudo, colocamos na bolsa e seguimos para casa de trás, nos despedimos dos meus avós e seguimos juntos em direção a casa de trás, abri a porta e entramos.

- Agora somos só nós dois – Falei segurando na cintura do meu namorado e lhe beijei calmamente.

Ele passou os braços por debaixo do meu e segurou suas mãos, fazendo meu corpo ficar colado ao dele, fomos andando lentamente e grudados até o quarto, onde caímos no colchão, ele sorriu lindamente enquanto nossos lábios se tocavam.

Fiquei parado olhando para seu rosto e alisando seus cachos, eu poderia ficar ali o dia inteiro olhando para o rosto do menino mais lindo que eu já tinha visto na vida. Filipe era meu sonho mais intenso e mais lindo, sua pele, seu cheiro, seu sorriso, eu gostava tanto dele.

Juntamos nossas mãos e ficamos ali quietinhos, fiquei com minha cabeça colada ao pescoço dele, que afagava meus fios de cabelo com delicadeza, eu estava quase dormindo, em minha mente tocava uma lenta música. Eu adorava poder estar ali com ele. Nos abraçamos e ficamos deitados juntinhos, os dois de bruços, só que ele estava por baixo e eu ao lado dele com uma parte do meu corpo sobre o dele.

- A casa caiu! – Ouvimos alguém falar e depois um chute leve na porta do quarto. Era o loiro.

- Isso é um assalto? – Filipe perguntou enquanto ria com a situação.

- Que nada meu bem, se prepare que vou abusar de você – Ritinha disse com uma cara sensual.

Não aguentei e comecei a rir. Havíamos combinado com nossos amigos deles passarem o dia conosco no nosso cantinho, queríamos que eles conhecessem, aliás, eram nossos melhores amigos e pretendíamos fazer daquele lugar um espaço de muito divertimento e alegria.

- Vadios, você nem pra avisar aos seus avós que viríamos né, fiquei igual uma trouxa explicando a eles, não que eu não seja né, mas posso evitar fazer o meu papel né? – Ritinha me disse batendo o pé.

- Eles não te reconheceram? – Indaguei curioso, a memória de meus avós quase nunca falhava.

- Claro que sim, foi tudo bem, mas Ritinha é a hipérbole em pessoa! – Caio falou se jogando na cama.

Fomos para a sala e ficamos conversando, ainda havia alguns corações vermelhos na parede, o que virou combustível para as piadas de Caio e Ritinha, nossos amigos começaram a falar deles. Fazia tempo que não tínhamos uma longa conversa sobre a vida deles, na escola os assuntos sempre eram: tarefas, a Semana de Apresentação Científica ou sobre eu e Filipe.

- Fazendo uma retrospectiva – Ritinha começou.

- Retrospectiva é só no fim do ano sua louca – Caio ponderou.

- A retrospectiva é minha e eu faço quando eu quiser – Ela devolveu – Então, primeiramente Filipe você arrasou na festa junina, depois vocês foram os deuses do meu aniversário, amei mesmo, foi inesquecível.

- Faz parte do nosso show – Filipe disse.

- Meu amor! – Caio acrescentou terminando a frase.

- Juro que achava engraçado vocês, Filipe é tão água e Edu tão fogo, mas hoje não vejo um sem o outro – Ritinha disse ajeitando a bermuda jeans.

- E você Caio?! – Filipe indagou olhando nos olhos do rapaz.

- Nem vem, vocês sempre querendo saber do meu namoro, olha, eu quero falar pra vocês, mas na hora certa saberão – Caio falou me deixando com uma enorme curiosidade.

- Posso falar uma coisa? – Filipe pediu.

- Sempre amigo – O loiro falou se ajeitando.

- Olha, nós te amamos do jeito que você é, pode ser que seu namorado seja um pouco diferente, talvez estranho ou até feio, não importa, você estando bem nós também estaremos, somos seus amigos e sua família também – Filipe falou com muito carinho.

- Te odeio por me fazer ficar emotivo – Caio disse secando os olhos – Mentira, ai sabe, adoro vocês – Ele falou nos olhando.

- Gente cadê minha insulina? Acabei de pegar diabetes depois de todo esse doce – Rimos com o comentário da menina – Esse é o grupo da diversidade, dois gays que namoram, um bissexual que fica com um ser anônimo e uma heterossexual solteira.

Caio colocou algumas músicas para tocar e ficamos pensando mil coisas enquanto ouvíamos as canções, todas com letras profundas e reflexivas, como eu queria beijar Filipe, mas não queria constranger meus amigos, então ficamos apenas de mão dadas.

Ritinha ficou jogada no sofá, Caio deitou no chão mesmo e Filipe ficou comigo no colchão que pegamos no quarto, em alguns momentos alguém falava alguma coisa e os outros comentavam. Depois de algum tempo o moreno levantou e saiu da casa, descalço como ele amava andar.

Logo ele voltou com algumas panelas, depois foi pegar os pratos, copos e talheres, comemos na sala mesmo, minha avó havia feito uma deliciosa lasanha de calabresa para nós, não sobrou nada, Caio e Filipe acabaram com a maio parte da massa.

De tarde eu e o loiro ficamos jogando vídeo game enquanto Filipe e Ritinha ficavam conversando, só ouvíamos as risadas deles, eram uma dupla e tanto, capazes de tramar as maiores coisas. Depois decidimos ver um filme, falava sobre um jogo extremamente incomum onde as pessoas brigavam por suas vidas.

Depois do filme Ritinha foi ao banheiro e Caio foi na casa dos meus avós beber água, eu e Filipe aproveitamos para nos beijar intensamente, eu apertava todo seu corpo de forma necessitada, como era gostoso senti-lo e melhor ainda era saber que ele era todo meu.

Decidimos ver outro filme, dessa vez um de terror, tremíamos intensamente, eu e Caio nem tanto, mas Filipe e Ritinha sim, ele mais que ela. A parte boa era que ele ficava grudado em mim o tempo todo.

- Eu to tremendo gente – Filipe falou enquanto me segurava.

- Calma ta, to aqui pra te proteger – Falei lhe apertando com meus braços.

- Sério, ta chovendo sangue, não gosto de filme de terror, gente, nas primeiras cenas, vocês viram o que a floresta fez com a menina? – O cacheado falou olhando para a tela.

- Foi o aquele negócio do mal e não a floresta – Caio disse tranquilamente.

Após o filme ficamos conversando e rindo, comemos alguns biscoitos decidimos que dormiríamos todos juntos no colchão, então o nadador deitou numa ponta e a menina na outra, Filipe ao lado dela e eu ao lado dele. Havíamos pego o ventilador nos meus avós para deixar o ambiente mais fresco, então apagamos as luzes e adormecemos.

Acordei com Ritinha e Caio pegando as coisas deles, já haviam tomado banho, se ajeitado e só estavam pegando suas coisas para irem embora.

- Vocês já vão? – Indaguei mexendo no cabelo – Vão como?

- Estamos indo sim, o namorado da minha mãe está aí, tenho que encontrar o boy e Ritinha tem um monte de livro pra ler – Caio falou sorrindo.

- Quando ele acordar fala que eu deixei um beijo – A menina disse num baixo tom de voz.

- Precisa falar baixo não, o dia que Filipe acordar com a conversa de alguém pode correr para as colinas, o mundo está acabando – Sorri.

- Tchau Edu, até mais, obrigado, foi ótimo ficar aqui com vocês – O loiro falou me abraçando.

- É, isso aí mesmo que ele disse, tchau vadio – Ritinha disse saindo.

*

Voltei e deitei ao lado de Filipe, nos cobri com o lençol e desliguei o ventilador, ainda eram oito da manhã então voltei a dormir ao lado do meu amor, delicadamente fui entrando embaixo dele e colocando a cabeça dele sobre meu peito, logo ele se aninhou e mesmo dormindo colou ao meu corpo.

Confesso que sorri imensamente quando lhe vi fazer isso, fui dormir olhando para o moreno mais lindo do mundo, seus fios ondulados me encantavam. Por volta de meio dia eu acordei com Filipe em cima de mim beijando meu rosto.

- Bom dia amorzinho – Ele dizia abrindo os braços.

Menino perfeito!

- Bom dia – Falei esticando os braços e logo depois fui surpreendido com um longo beijo que quase me tomou todo o ar dos pulmões.

- Antes que reclame, eu já escovei os dentes – Disse fazendo uma careta.

- Mas eu não – Falei tapando a boca com uma de minhas mãos.

- Não ligo – Ele disse sorrindo e enterrando a cabeça no espaço entre meu pescoço e meu ombro.

Almoçamos com meus avós e depois voltamos para a cama, um cansaço inexplicável dominava nossos corpos, o colchão estava muito agradável, dava vontade de ficar ali a semana inteira, mas era impossível. No fim do dia teríamos que ir pra casa.

Decidimos ir tomar banho. Tiramos nossas roupas e entramos no banheiro, esperamos a água ficar morna e entramos juntos no box, nos molhamos e cada um esfregava o corpo com um sabonete, Filipe guardou o dele na saboneteira e ficou parado me olhando.

Eu não sabia o que fazer até que ele me beijou com força me empurrando contra a parede, nossos corpos ensaboados escorregavam, quando senti a língua dele tocar a minha fiquei completamente louco, segurei forte em seu cabelo e intensifiquei o beijo.

Minha mão começou a percorrer seu corpo nu e ele fez o mesmo comigo, pus a boca em seu pescoço e em sinal de aprovação ouvi um gemido abafado, meu pênis começava a endurecer, voltamos a nos beijar enquanto um masturbava o outro de forma muito gostosa.

Empurrei Filipe para a outra parte do box fazendo com que ele passasse debaixo da água e molhasse seu cabelo, ainda bem que o que eu iria começar a fazer em seguida seria algo muito prazeroso, pois se eu tivesse molhado seus fios á toa ele me mataria.

- Edu! Molhou meu cabelo – Ele falou segurando alguns fios que estavam pingando. Logo me agachei e envolvi seu pênis com meus lábios – Ai que coisa boa! – Disse pondo a mão na parede e a outra na divisória de acrílico.

O membro de Filipe era tão grosso e bom de abocanhar, dava vontade de ficar ali o dia inteiro com aquilo na boca, era quente e gostoso, ele sorria enquanto eu fazia o ato. Meus lábios estavam cansados, mas não parei.

Ele gemia intensamente, algumas vezes tentou afastar minha cabeça, mas eu voltava, era possível senti-lo tremer e seu corpo suar. Depois de algum tempo seus gemidos ficaram muito intensos e Filipe chegou ao pico de prazer, não engoli e nem deixei na minha boca, achava a textura um pouco estranha, mas deixei que caísse um pouco no meu rosto.

Ele estava ofegante e seu peito subia e descia rapidamente, era lindo poder ver seu tórax dilatar de tal forma e depois se contrair, ele me beijou e ficou rindo, então apenas o senti me segurar e me colocar na parede onde ele estava, mas de costas.

Ai não!

Filipe começou a beijar minhas costas e alisá-la, eu tremia intensamente, depois senti os dedos molhados de Filipe escorregarem até minha entrada, gemi e segurei meu pênis que estava bem rígido. Meu namorado caprichava nos gemidos que soltava próximo ao meu ouvido.

Algum tempo depois o senti abrir minhas nádegas, então Filipe começou a esfregar sua ereção na minha região anal. Eu estava com a mão em meu membro, me masturbando intensamente e gemendo como se ele estivesse me penetrando, aquela sensação era muito boa.

Quando sua glande arrastava em minha musculatura sensível eu me contraia por inteiro, chegava a ficar na ponta dos pés. O moreno me segurou com força e passou a intensificar seu movimento contra minha entrada, me faltava o ar. Até que senti Filipe morder minha orelha e alisar meus peitos enquanto aquilo roçava em minhas partes.

Não passou nem um minuto e lancei seguidos jatos sobre o azulejo do box, eu literalmente soltei um grito, senti minha perna tremer e depois meus corpo relaxou de forma intensa, encostei na parede e esbocei um sorriso cansado. Era tão gostoso, imagina quando estivesse dentro.

- Você é incrível – Falei lhe puxando com o resto de força que eu tinha.

- E você deve ser muito gostoso! – Ele disse após me dar um beijinho.

- Não me acha gostoso? – Indaguei com surpresa.

- Acho, mas fato é que talvez você seja muito mais, aliás, tem partes suculentas do seu corpo que não conheço – Ele falou de forma sexy.

Sorrimos e nos beijamos por algum tempo, voltamos a nos ensaboar e depois nos enxaguamos, quando eu ia pegar a toalha Filipe saiu correndo com o tecido e se jogou no colchão que estava na sala, sorri ao ver ele se divertindo com o pano como um gato brinca com um novelo, me joguei ao lado dele e começamos a rolar juntos.

Ríamos e brincávamos, o fato de estarmos nus era o menor detalhe, parecíamos dois índios. Eu adorava aquele senso de humor dele, me fazia gargalhar pelas menores coisas, após a brincadeira entramos debaixo dos lençóis e ficamos coladinhos, ainda bem que eu não estava com intenção de fazer nada, pois se estivesse ficaria na vontade, Filipe dormiu rapidamente.

*

Acordamos por volta das sete horas da noite, pegamos nossas coisas e tive que ouvi-lo reclamar a maior parte do tempo que estava com fome. Quando ele estava doente ficava manhoso, quando estava chateado ficava uma pilha e quando estava com fome ele quase ficava louco.

Terminamos de arrumar tudo, saímos da casa juntos, tranquei a porta e quando olhei para trás Filipe não estava mais lá. Caminhei até a casa dos meus avós rindo bastante, ao entrar vi Filipe sentado na cadeira e na mesa havia alguns pães, torradas, um copo com suco, outro com leite e nas mãos dele tinha um pedaço de bolo e um doce.

- Eduardo, vocês não podem ficar tanto tempo sem comer, na idade de vocês o corpo precisa de energia, ainda mais vocês – Olhei para o meu avô tentando decifrar o que ele queria dizer com aquele "ainda mais vocês" – Vocês tem ocupações, são jovens e gastam muito energia, tem que comer.

- Vô, almoçamos era quase uma da tarde, são apenas algumas horas sem comer, nem fizemos nada demais, só dormimos – Eu falei me defendendo.

- Não disse que fizeram, só cuidado com a alimentação – Seu Luiz falou achando que me enganaria com suas palavras.

- Filipe que come sem parar, parece um urso – Eu falei sorrindo.

- Sou um urso circense. Como, durmo e danço – Ele pensou um pouco – E mais algumas coisas – Ele me lançou um olhar sensual e tremi por inteiro.

Depois de comermos e nos despedirmos dos meus avós fomos para casa, era domingo á noite, não tinha quase ninguém na rua, havia chovido há poucas horas atrás.

É agora Eduardo, aproveita!

Vi que a rua estava praticamente vazia, não estava vindo ninguém e quase não passavam carros, então segurei na mão de Filipe e continuamos caminhando. Ele ficou muito surpreso como o ato, sorriu, vi seus olhos brilharem e ficarem levemente úmidos. Eu também estava muito feliz.

Parei de andar, lhe dei a outra mão e o puxei para um beijo, não um selinho, um beijo de verdade, longo e demorado, com muito amor e carinho. Após o beijo ficamos nos olhando por alguns segundos e depois ele passou o braço ao redor do meu pescoço e me abraçou, envolvi sua cintura e vi quando sua perna levantou, assim como nos filmes.

- Eu te amo amor! – Falei sorrindo enquanto olhava nos olhos dele.

- Eu também te amo! – Ele disse sorrindo e com os olhos brilhando.

__________

CHEGAMOS A CINCO MIL VIZUALIZAÇÕES!

Obrigado, por me trazerem até aqui, vocês são os melhores leitores/comentadores/ visualizadores/votantes que alguém pode ter.

"Estou muito feliz, também quero agradecer aos remédios para dor nas costas que tem me mantido de pé, ao café que me permite escrever na madrugada e a Queen Latifah porque ela é dona do mundo!" (Brincadeira, apenas um discurso para vocês sorrirem).

Não abandonei vocês meus lindos! Demorei? Sim, eu sei que eu demorei, mas eu estava com umas dificuldades. Peço desculpas, mas lembrem-se do que eu disse, o tempo de postagem pode variar (capítulo 19).

Compensei fazendo esse capítulo bem grande, como nos velhos tempos – rs – era pra ser maior, mas quando escrevi essa parte do final do capítulo achei tão fofo que decidi parar por ali.

Está gostando da história? Gostando mesmo? Indicaria a outras pessoas? Se todas as respostas forem positivas adicione o livro a(s) sua(s) lista(s) de leitura(s). Isso ajudará a história a se destacar.

Galera, não esqueçam de curtir, ajuda muito na divulgação, estrelinha aqui embaixo (pra galera do celular) e estrelinha no canto superior direito (pra galera do PC).

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