DE AMIGO PARA NAMORADO - Desc...

By BobbyEliot

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Aviso: Esse livro contém nudez, linguagem imprópria e cenas explicitamente sexuais não recomendada para menor... More

Livro de Rostos
Introdução
Capítulo 1 - Negação
Capítulo 2 - Raiva
Capítulo 3 - Medo
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40 - Parte 1
Capítulo 40 - Parte 2
Pós Créditos
Entrevista
Talk Show
O (Tal do) Talk Show
Aviso

Capítulo 27

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By BobbyEliot

Fiquei ainda mais cuidadoso com Filipe. Algo havia mudado dentro de mim, sentia uma necessidade de lhe cercar a todo tempo, nem queria que ele ficasse sozinho ou andasse sem companhia, ficava lhe mandando mensagem de hora em hora.

Mais do que nunca eu deveria cuidar dele. Pra mim foi importante demais ele ter me contado, poderíamos passar anos juntos sem que eu soubesse, mas ele decidiu fazer diferente. Abrir um pouco mais do mundo dele para que eu entrasse.

Pra afastar aquela onda e sumir com meus medos veio o passeio. A semana havia passado tão rápido que quando percebi já estávamos na porta do colégio indo para o passeio. Meu pai parou o carro e ficou nos olhando.

- Tchau pai – Falei batendo no ombro dele.

- Se cuidem lá, não quebrem nada e não se quebrem – Ele falou sorrindo – Filipe cuida dele, ta?

- Pode deixar tio – Ele falou e depois deu um toque na mão do meu pai – Quando a gente estiver chegando eu aviso e você que é um ótimo sogrão vai vir buscar a gente, né?

- Tu abusa né garoto? – Seu Carlos começou a rir – Pode deixar eu venho buscar vocês sim.

Eu ainda surpreso com o que havia acontecido saí do carro e fui para a escola, olhei a mão de Filipe e tive uma imensa vontade de segurá-la e entrar no colégio com ele, o exibindo para todos, estranhamente eu me sentia forte o bastante para aquilo, mas preferi não fazer.

- Como você consegue arrancar as coisas do meu pai? Há anos eu tento descobrir – Indaguei enquanto passava o cartão na catraca eletrônica.

- É simples, eu sou seu namorado – Filipe falou olhando para os lados e conferindo se não havia ninguém – Tenta fazer isso com meu pai, ele te adora – Comecei a rir e baguncei um pouco o cabelo dele já que não podia lhe beijar, aproveitei para levar meu olhar para suas pernas.

A direção do colégio havia deixado que fossemos de calça jeans, até porque estava frio e o local para onde iríamos era na serra, então lá seria ainda mais frio, com o jeans ficaríamos mais aquecidos. Eu estava com uma calça jeans preta e Filipe com uma azul marinho que deixava seu bumbum ainda mais empinado e suas pernas modeladas.

Delícia!

Quando chegamos encontramos nossos amigos, não havia muitos alunos no pátio, ainda eram seis horas da manhã. A coordenação decidiu que o ônibus de viagem partiria antes da entrada dos outros alunos para que não houvesse tumulto.

Irani era a diretora, uma mulher de estatura baixa e cabelos negros, sempre vestida de forma elegante, com alguma calça e blusa que lhe dava um aspecto respeitoso, a tal ponto que nenhum aluno ousava zombar de seu sobrepeso – não em sua frente. A dirigente da escola não iria conosco, a coordenadora nos acompanharia. Eu nem sabia o nome dela, todo ano a pessoa que ocupava aquele cargo pedia demissão, era muito puxado.

- Não sei por que tem que fazer fila de meninos e de meninas – Ritinha bufava – Junta logo todo mundo, a gente se pega e a galera fica bem feliz, duvido que as notas não vão subir – Disse ela enquanto aguardávamos a liberação para ir pro transporte.

- Ritinha para Ministra de Educação, por favor – Caio disse virando para trás.

- Os alunos podem ir, me entreguem as autorizações, vamos deixar que vocês escolham suas duplas e seus assentos, só pedimos que tenham postura e boas maneiras durante o passeio, confio em vocês sei que não me decepcionarão – Irani falou no seu típico tom de alerta.

Quando ela terminou de falar percebi que Ritinha e Caio lançaram um olhar acusador para mim e pra Filipe, certamente porque sabiam que formaríamos dupla. Fazer o que se eu queria ficar grudado no meu namorado.

- As meninas primeiro – A diretora falou indo para a saída da quadra.

- Eu vou ser a última menina porque ainda estou me decidindo – Ritinha falou e Filipe deixou o riso escapar – Mentira, eu gosto da mesma coisa que Edu e o Lipe gostam, mas detesto essa separação entre machos e fêmeas.

- Me diz, porque ela é tão louca? – Perguntei a Filipe que apenas riu.

Depois que entregamos nossas autorizações subimos no ônibus, segurei a mão de Filipe por poucos instantes, ele olhou para trás, encontrou meu sorriso e logo depois sorriu lindamente. Estava ficando cada vez mais difícil me controlar perto dele, que vontade de lhe beijar. Logo passou quando encontrei Ritinha no meio do ônibus balançando os braços.

- O que foi louca? – Filipe perguntou a garota que estava toda sorridente.

- Não me chama de louca que eu te jogo pela janela e ainda danço em cima do seu tumulo – Rimos – Não ta pensando que eu vou gastar minhas lágrimas pra quando você morrer não né? Tenho que guardar meu choro pras atuações fofas que eu farei para conquistar o boy – Ela falou.

- Tudo bem garota, mas diz, o que você quer? – Indaguei.

- Guardei o lugar de vocês, vou sentar aqui com o Caio e vocês dois fiquem atrás – Ela disse sentando no lugar dela.

- Obrigado Ritinha – Agradeci – Pegou um lugar pra Gabi?

- Migo, cala a boquinha que você fica mais lindo – Ela disse e entendi aquilo como um não. Sinceramente não entendia a implicância com Gabriela, a menina era tão legal e divertida.

Eu queria sentar no canto, mas Filipe acabou ganhando sem muita insistência, ele conseguia tudo de todo mundo, fiquei com meu casaco sobre meu colo e o dele, de forma que pudéssemos dar as mãos. Ele estava tão lindo olhando a paisagem que até peguei o celular e tirei algumas fotos.

Eu e Filipe estávamos nos olhando enquanto brincávamos com nossos dedos debaixo do casaco, parecia que o mundo ao redor havia congelado, eu só ouvia o doce som que seus olhos barulhentos projetavam em minha mente, olhar para ele era como ver um mar revoltado e intenso preso dentro de um pote de vidro.

- Que susto – Falei quando Ritinha virou para trás ficando apoiada no banco – Quer me matar?

- Estavam aprontando né safados? – Ela provocou.

- Faz mais isso não amiga, quase morremos – Filipe falou sorrindo.

- Não vão levar susto quando contarem que estão juntos! Estou vendo o esforço de vocês em disfarçar, mas quanto mais o tempo passar mais difícil vai ser pra esconder – Ela disse nos olhando – Agora chega de reflexão, vou aproveitar que o sinal está bom e vou ver se cato um boy aqui no aplicativo do celular – Falou sentando corretamente.

- Acho que ela tem razão – Falei enquanto pensava sobre o assunto.

- Também acho, mas temos que ver como faremos isso né, ainda não da pra gritar pela escola que estamos juntos – Ele falou num tom baixo e logo concordei num gesto com a cabeça – Mas enquanto esse dia não chega.

Filipe levou a mão até minha cueca e apalpou meu membro, girei a cabeça e olhei para o lado, havia duas meninas, as góticas da sala, poderíamos transar naquele banco que elas não perceberiam nada, pois ficariam olhando para a tela de seus telefones e ouvindo música.

- Tarado – Eu disse com os dentes cerrados – Ta louco?

- Estou sim, mas não posso dizer o que eu quero fazer, seria obsceno demais, você ia se excitar imensamente e explodiria em minhas mãos, seria difícil disfarçar – Ele disse dando uma ultima apertada em meu pênis que já estava bem duro.

Logo depois disso a coordenadora começou a dizer como seria o dia, pelo que entendi ia ser legal demais. Visitaríamos um palácio, residências históricas, almoçaríamos, iríamos a uma fabrica de chocolate e no fim do dia iríamos em um lugar que a mulher não revelou, só disse que era lindo.

- Já quero ir pra fábrica de chocolate – Filipe disse mexendo no cabelo de Caio que logo virou para trás.

- Tomara que nas residências histórica tenham príncipes históricos para eu pegar o contatinho deles – Caio disse balançando o celular.

- Por mim eu ficava no ônibus dormindo, só aceitei vir porque não queria assistir aula – A menina falou endireitando os óculos.

- Eu não vejo à hora de almoçar! – Falei sorrindo.

- Edu! – Os três me advertiram e rimos logo em seguida.

Depois de certo tempo sossegamos, a galera do fundão estava mais animada, Filipe colocou os fones e virou a cabeça para a janela, peguei um dos fones e pus em meu ouvido, o moreno apenas riu e piscou para mim. Ficamos quietos ouvindo as músicas, ele gostava de musicas com letras reflexivas e coisas mais antigas como MPB.

Dormi. Acordei com os beijos de Filipe, estava tão bom e gostoso que já fui abrindo a boca e levando a mão até a nuca dele. Até que lembrei que estávamos no ônibus. Me afastei rapidamente e ele ficou rindo, não havia mais ninguém, ao perceber que estávamos sozinhos sorri.

- Que susto – Falei ainda ofegante, meu peito subia e descia rapidamente.

- Não ia te beijar com o ônibus cheio né amor, vontade não faltou. Você estava tão lindo dormindo, esperei todos saírem – Ele disse sorrindo – Vem vamos para fora, o pessoal está se preparando para conhecer o hotel.

- E você não está lá? Tu sempre ta na frente, aliás, você é o representante – Eu perguntei um pouco confuso. Filipe sempre liderava turma.

- Eu estou aqui, com você né! Vamos, antes que eu te arraste pra um dos quartos do hotel e acabe com você – Ele disse sorrindo enquanto se levantava, dei um tapa em seu bumbum e depois um beijo no quadril.

Gostoso!

Logo saímos, por sorte o grupo estava um pouco na frente, então ninguém percebeu nosso atraso, nos juntamos ao pessoal, logo pudemos ouvir um homem alto se apresentando, era funcionário do local. A coordenadora se apresentou, apresentou os alunos e os representantes, logo Filipe foi lá pra frente e o acompanhei, ele saudou o homem que elogiou o cabelo do moreno e começou a explicação.

- Esse é o Palácio Quitandinha, um símbolo da cidade. Já foi o que chamamos de hotel-cassino, tem esse nome por estar localizado aqui, no bairro Quitandinha.

- Quem construiu? – Uma menina perguntou.

- Um famoso empresário, que curiosamente só cursou até o primário, começou vendendo gasosa, uma bebida obtida do abacaxi, ele teve ajuda do tio que era um grande político local, o menino empresário era apaixonado por jogos e cartas, ele foi dono do antigo e prestigiado Cassino da Urca, que ficava no Rio de Janeiro e de muitos outros empreendimentos pelo Brasil.

- Gostei. Pode fala mais, amo o Rio de Janeiro – A coordenadora pediu.

- Claro – O ruivo sorriu – O cassino da Urca recebeu nomes importantes como o de Carmem Miranda, que nos velhos tempos era uma celebridade mundial, o local abrigou uma famosa e extinta emissora de tevê e atualmente funciona uma escola no local.

- Um cassino virar uma escola, triste fim – Ritinha falou.

- Quando ficou pronto diversas celebridades de Hollywood, políticos, cantoras internacionais e até um rei ficou hospedado aqui, era o maior cassino da América Latina e se funcionasse ainda seria o maior – Ele disse nos surpreendendo – Em 1946 as atividades do cassino do Palácio foram suspensas porque jogos foram proibidos no Brasil.

- Que bom que já posso jogar meu banco imobiliário em paz novamente – Ritinha falou arrancando algumas risadas dos alunos.

- O Palácio foi reaberto em dois mil e oito, para visitas, antes passou por uma reforma minuciosa, porque aí dentro tem lustres com mais de meia tonelada, feitos em madeira. Tem mais de quatrocentos quartos, salões com quase dez metros de altura. Sobre o lago há duas curiosidades: foi usada areia da Praia de Copacabana e ele tem o formato do mapa do Brasil.

- Podemos ver os quartos? – Caio perguntou.

- Não, eles são propriedade particular, durante um tempo o Palácio funcionou como clube de alto padrão e hoje é um condomínio, que conta com área de boliche, patinação no gelo, piscina, parque privativo, teatro e restaurantes, é conhecido como o mais legítimo palácio do Brasil.

- Tem isso tudo aí dentro? – Indagou a coordenadora.

- Tem sim, é bem grande – Disse o homem orgulhoso das informações.

- Imagina o trabalho que da pra limpar isso tudo – Filipe falou me fazendo rir de sua mania de limpeza.

Passeamos por poucas salas do Palácio, fomos autorizados a olhar rapidamente o teatro que deixou Filipe nas nuvens. Não ficamos mais que quinze minutos dentro da imensa estrutura que parecia ser alemã, tinha o telhado escuro e as paredes externas eram brancas com madeiras marrons reforçando a parte superior, parecia um castelo de brinquedo.

- Nós podemos ir nos pedalinhos? – Perguntei ao homem enquanto olhava aqueles barquinhos em formato de cisne. Filipe me olhou e sorriu.

- Não pessoal, vocês são um número grande e não vai dar pra todo mundo ir, espero que tenham gostado do passeio, vocês são divertidos e inteligentes – O ruivo falou sorrindo, apertou a mão de Filipe e cumprimentou a coordenadora.

*

Ficamos olhando para o lago, tiramos fotos e voltamos para o ônibus, o pessoal do fundo não fechava a boca, decidi ficar conversando com Filipe, eu estava super ansioso, pois em setembro teria a olimpíada da escola e várias partidas pelo clube.

O ônibus parou na rua que era toda de paralelepípedos, havia um espaço no formato de uma meia lua onde era a entrada do que parecia ser um jardim, na verdade era o museu, o grupo todo saiu do ônibus e começamos a caminhar, o jardim era lindo, queria dar as mãos para Filipe e lhe beijar.

Logo vimos aquele enorme casarão rosado, pareciam as mansões que passavam nas novelas, tinha muitas janelas, fomos em direção a entrada e formamos uma fila, a coordenadora entregou a lista a um jovem funcionário do local e depois de alguns minutos entramos.

Tivemos que colocar uma espécie de pantufa onde estava escrito o nome do museu, era engraçado andar com aquilo, servia para não danificar o piso, o rapaz disse que eram usadas a mais setenta anos e que já haviam aparecido até nas paginas de um dos jornais mais famosos do mundo.

Começamos a percorrer aquela mansão, a maioria dos móveis eram de madeira firme e escura, as portas altas e os lustres lindos, em todas as janelas tinham cortinas que pareciam ser caras e pesadas, entramos na sala de música e Filipe ficou babando pela harpa que havia no centro da sala.

- É linda – Ele falou sorrindo como uma criança vendo um brinquedo novo.

- É mesmo – Concordei olhando o instrumento dourado ao lado do piano.

Continuamos o passeio, passamos pelos corredores, vimos uma sala com uma mesa enorme e muitas cadeiras, parecia uma sala de reuniões. Vimos a sala das jóias, onde havia a coroa, colares, tudo muito brilhante e reluzente, o ambiente escuro fazia as peças se iluminassem ainda mais.

Vimos objetos que eles usavam. Uma luneta, o primeiro telefone do Brasil e o trono. Entramos na sala de estado, na sala de visitas, no gabinete e nos aposentos, onde encontramos o famoso berço de ouro, que era literalmente folheado a ouro. O guia contou a história do museu, falou sobre o jardim, que continha mais de cem espécies de árvores e flores vindas de mais de quinze lugares do mundo, contou até que a grama era francesa.

Depois entregamos as pantufas e voltamos para o lado de fora, visitamos as carruagens, vimos uma enorme pintura, depois de ter conhecido tudo a coordenadora nos deu três minutos para tirar foto, caminhar, beber água e tudo mais. Procurei algum banheiro para que eu pudesse arrastar Filipe, mas não encontrei, então tiramos algumas fotos e voltamos para o ônibus.

*

Depois disso seguimos para o centro, andamos pelas ruas, parecíamos até aqueles grupos de turistas idosos, vimos uma universidade, não entramos, mas só a fachada já era linda, toda clássica e amarela. Pela primeira vez vi um relógio na grama, os ponteiros ficavam no meio e os pontos eram feitos de grama, muito bonito e interessante.

Ao lado ficava a casa de uma importante figura na história do Brasil, descobrimos também que o neto de Dom Pedro segundo morava na cidade, que era linda, parecia um paraíso perdido, cheia de construções em estilo alemão, casas bonitas e parecia não ter violência, crime ou coisas assim.

Depois do passeio seguimos para o restaurante, no caminho passamos pela catedral da cidade, que segundo a coordenadora abrigava os corpos de membros da família real brasileira. Alguns alunos tiraram fotos na frente do local e depois seguimos por mais uma das lindas ruas da cidade, não demorou muito e chegamos ao restaurante onde almoçaríamos.

Nos foi dado uma hora para comer, eu já estava pegando a carteira quando Filipe segurou minha mão e a guiou para o bolso novamente.

- Eu vou pagar a minha e a sua – Falei sorrindo.

- Não vai, não precisa – Ele disse com um sorriso ainda maior.

- Se você quiser pode pagar a minha – Ritinha falou rindo.

- Porque você vai pagar a do Lipe? – Gabriela perguntou e tentei buscar uma resposta, não queria abrir a boca para não gaguejar.

- Porque ele não trouxe dinheiro – Falei e Filipe me lançou um olhar chateado – Quer dizer, ele trouxe, mas está no ônibus e mesmo se ele tivesse trago, eu to devendo uma grana a ele aí vou pagar o almoço – Sorri.

- Alunos, não se incomodem em pagar, a escola já acertou tudo com o restaurante, fiquem a vontade para comer, formem duas filas, uma de cada lado do buffet, cuidado com os colegas em, lembrem-se vocês tem uma hora para comer.

Filipe apenas me olhou como se já soubesse da informação e eu sorri, logo depois me apressei em ir pra a fila que começava a se formar, consegui ficar num lugar bom, éramos cinquenta alunos, na minha frente tinham apenas dez alunos, puxei Filipe para o meu lado.

Colocamos nossas comidas e fomos sentar para almoçar, subi os poucos degraus e ficamos numa parte onde havia poucas mesas, escolhi uma com quatro cadeiras, só depois de sentar reparei na decoração, o local era bonito, moderno e aconchegante, com luzes amarelas.

Durante a refeição precisei parar diversas vezes para beber algo, pois Ritinha ficava fazendo piada de tudo, eu trocava olhares intensos com Filipe e brincávamos com nossas pernas por baixo da mesa, felizmente ele não colocou os pés em nenhum lugar ousado.

- Quer morar aqui? – Perguntei quando estávamos indo para o ônibus.

- Aonde? No restaurante? – Ele indagou – Eu ia amar, compra pra mim? Adorei a comida, aliás, estou pensando em voltar pra lá – Ele ria.

- Bobo, você é um palhaço sabia? – Falei olhando aquela boca sedutora – Estou dizendo morar nessa cidade, seria incrível, o que acha?

- Acho ótimo, mas tem seus pais, seus avós e tudo mais, seu clube, muita coisa pode mudar, você pode ir pra outro estado – Ele falou.

Logo percebi que minha vida estava incerta, tinham muitas coisas para acontecer, muitas mudanças, e se eu fosse contratado por um time? Como eu iria conseguir ficar longe dele? Será que ele iria comigo? Eu não estava pronto para me separar de Filipe.

- Verdade né? – Falei pensativo – Se eu fosse contratado, iria comigo?

- Sim, alguém precisa cuidar de você né, mas não ia depender de você, ia fazer faculdade, um curso, dançar, você sabe como eu sou né? – Ele falou sorrindo – Mas eu adorei a proposta, você é muito fofo.

- Você é demais – Falei com os olhos brilhando – Vem, vamos – Falei o puxando pela mão e depois colocando-as em volta da cintura dele, a maioria dos alunos já estavam dentro do ônibus.

*

A viagem seguiu e fomos para a fábrica de chocolate. O caminho não durou mais de quinze minutos, logo descemos naquele lugar onde havia muitas árvores, a construção realmente lembrava uma fábrica, o estacionamento era todo de pedras quadradas, no chão havia um piso quadriculado preto e branco e um pôster com os pontos turísticos da cidade.

- Nossa! Você quer alguma coisa amor? Porque eu perdi a vontade – Falei baixinho olhando para Filipe.

- Claro que não, já viu quanto custa cem gramas do chocolate? Uma fortuna, não quero nada não – Filipe falou sorrindo – Obrigado lindão.

Ficamos ali esperando os outros alunos comprarem seus caríssimos chocolates enquanto eu era torturado pela imagem do meu namorado em pé, segurando os braços e me olhando, era horrível não poder agarrá-lo e colar nossas bocas num gesto amor e carinho.

Saímos dali e seguimos para o ônibus, tentamos entrar logo para poder namorar um pouco, mas não foi possível. Já passavam das duas horas da tarde, logo os organizadores do passeio iriam anunciar nosso retorno. Enquanto ninguém falava nada decidi perguntar a quem sabia de tudo.

- Ainda vamos a mais algum lugar? – Cutuquei a barriga dele e indaguei curiosamente.

- Talvez – Filipe riu docemente e piscou. Por um minuto achei que ele me beijaria, fechei os olhos me preparando para aquilo, ignorando o fato de grande parte dos alunos estarem dentro do ônibus.

- Atenção alunos – A coordenadora anunciou fazendo com que eu voltasse à realidade e encontrasse Filipe sorrindo – Agora vamos fazer nossa última parada, o parque, vocês terão aproximadamente duas horas para aproveitar o local, é muito bonito e bem legal.

- Parque? Que saco! Não vai ter nada de bom e duvido que a internet pegue, a gente podia ir embora – Caio reclamou pondo os fones de ouvido.

A coordenadora avisou que o caminho até o parque era curto, o ônibus seguiria em linha reta e logo poderíamos desfrutar da beleza local, quando a mulher estava voltando para o assento o ônibus balançou um pouco e ela caiu, por sorte um aluno da outra turma do terceiro ano lhe segurou, mas não evitou que todos rissem. Filipe foi ajudá-la.

- Coitada – Falei a vendo voltar para o lugar onde estava sentada.

- Trouxa – Ritinha falou ainda rindo do tombo da mulher.

*

O ônibus parou na lateral do parque, de um lado estava o local e do outro havia muitas árvores, na descida a coordenadora, uma professora loira – que passou a maior parte do passeio dormindo – e o motorista estavam distribuindo refrigerante e sanduíches com queijo e presunto, logo Filipe e a representante da outra turma foram ajudar pra agilizar a tarefa.

- Enche mais – Falei enquanto segurava o copo e ele encheu – Mais – Pedi sorrindo e ele pôs – Mais um pouco – Filipe me olhou – Quero tudo, mas com você – Eu disse sorrindo e bebendo o líquido do copo.

Quando terminamos de comer peguei uma sacola e ajudei a recolher os copos, me sentia no dever de ajudar, não podia deixá-lo fazer tudo sozinho. Depois fomos para o parque, passamos a entrada e vimos um caminho todo de pedras logo depois de um pequeno estacionamento.

O lugar tinha muitas árvores, grandes e bonitas, chegamos no centro do parque onde havia uma quadra, bancos, muitos balanços e areia no chão. Era uma área grande, aos finais de semana aquilo devia lotar de crianças, do outro lado havia um lago.

Não era grande como o do Palácio, mas era ainda mais lindo, com várias casinhas coloridas de madeira, uma ponte vermelha, tudo tão verde e bonito, o parque era um lugar perfeito para uma festa, um noivado, ou um casamento. Meus olhos quase saltaram quando vi alguns pedalinhos, não eram em formato de cisne, mas dava pra usar.

- Vamos no pedalinho?! – Perguntei a Filipe, eu estava eufórico.

- Sim, meu bebê – Ele disse próximo ao meu ouvido.

- Juntos – Falei abrindo um imenso sorriso e bagunçando seu cabelo.

Logo seguimos para a fila, Caio e Ritinha foram conosco, Gabi ficou tirando fotos pelo parque, paguei o valor para usar os pedalinhos e ficamos aguardando na fila, depois de um pouco menos de dez minutos de espera conseguimos ir, foi muito divertido, logo nossos amigos também ocuparam um pedalinho.

- Parem de brigar e curtam a lagoa – Filipe falou para os dois que pareciam cão e gato dentro do móvel.

- Falou a sereia – Ritinha rebateu.

Quando demos a volta ao redor de uma pequena ilha que havia no lago eu consegui dar um beijo em Filipe, foi apenas um selinho demorado, mas consegui, aquilo me deixou com mais vontade de beijá-lo. Tiramos fotos, não demorou muito o tempo acabou e saímos do pedalinho.

Andamos pelo local com nossos amigos, Caio e Filipe ficavam nos fotografando o tempo todo, Ritinha ria e corria como uma criança com seu longo cabelo negro ao vento, depois de certo tempo eles pararam de andar.

- Então, eu reparei que ali tem uma trilha e acho que Filipe também reparou porque tem uns três minutos que ele está olhando para lá – Caio falou pondo as mãos no bolso e me olhando com uma expressão engraçada.

- Vamos lá então – Sugeri e quando olhei para eles o loiro e a menina deram um passo para trás, deixando apenas eu e Filipe na frente.

- Ah, entendi – Falei sorrindo – Vem amor – Dei a mão a Filipe que parecia ainda mais envergonhado que eu, pois estava com aquele sorriso tímido.

- Lipe tem o lobo mau nessa trilha, se você encontrar ele pega de jeito amigo – Ritinha falou e ele riu – Pega bem pegado, da um trato!

*

Seguimos caminhando, até um ponto de onde era possível ver a praça central com os brinquedos e o lago com alguns alunos andando de pedalinho, me encostei em uma árvore e passei a mão envolta da cintura do meu namorado que já me olhou sorrindo.

- Você é tão lindo, sabia disso? – Falei vendo ele ficar envergonhado.

- Bobo, você que é! O mais lindo de todos – Filipe disse me fazendo sorrir.

- Sério? Você conhece bailarinos, devem ser gatos, tem aqueles meninos do terceiro ano, eu sou mesmo o mais lindo? – Perguntei o vendo sorrir.

- Você é o menino mais lindo que eu conheço, você é: lindo, sexy, forte, malhado, estiloso, tem um bumbum incrível – Ele falou apertando – Ah e é super gostoso! – Falou de uma forma que fez meu corpo se arrepiar.

- Então vem aqui me dar um beijo que estou a horas querendo provar essa sua boca gostosa – Falei sorrindo.

Puxei Filipe para perto de mim e nossos sorrisos eram imensos, comecei lhe dando pequenos selinhos e depois o agarrei com força. Passando meu braço ao redor da cintura dele e o outro próximo do pescoço. A língua dele causava faíscas em mim, ele sabia como acender um vulcão.

Segurei em seu cabelo e comecei a chupar seus lábios, nossas línguas se encostavam e minha ereção começava a me incomodar, Filipe se esfregava em mim, chupei seu pescoço com intensidade, ele gemia de forma intensa e prazerosa me deixando ainda mais excitado.

Com muita pressa ele tirou minha camisa, deixando meu peito nu fazendo contraste com minha calça escura, vi seus olhos me analisarem, depois ele mordiscou o lábio inferior e voltou a me beijar, entre os estalos de nossas bocas ele dizia adjetivos sensuais.

Um enorme volume estava formado em minha calça, sem parar de lhe beijar enfiei minha mão na parte de trás da calça dele tocando suas nádegas que eram macias e redondas, Filipe sorriu, logo desabotoou minha calça, e desceu o zíper deixando amostra parte da minha cueca preta.

Senti sua mão tocar meu membro por cima do tecido e depois de algum tempo meu pênis estava envolvido por sua mão habilidosa. Grudei nossos corpos enquanto ele iniciava a masturbação.

- Edu olha isso, eu preciso – Ele falou ameaçando se agachar.

- Não. Não faz isso, não vou conseguir caminhar depois, é muito bom, tão bom que vai me fazer perder os sentidos – Eu disse. Uma parte de mim não queria, mas outra queria muito, era extremamente prazeroso.

- Por favor meu amor, só um pouco – Pediu de forma manhosa.

- Tudo bem, mas só um pouco – Falei fechando os olhos com força.

Logo senti seus lábios tocarem meu membro, pus a mão em seu cabelo e tentava não gemer alto. A língua de Filipe percorria da base até a ponta da minha ereção, minha pele se arrepiava com cada toque e o suor tomava conta do meu rosto, meu peito começava a subir e descer com vontade.

Eu estava adorando tudo aquilo, no meio daquela trilha, tudo tão fresco e calmo, não estava com medo de alguém nos pegar fazendo aquilo, pois caso alguém viesse daria para ouvir os passos por causa das folhas no chão. Ver a movimentação na parte inferior do parque fazia meu corpo tremer.

Filipe intensificava seus movimentos e de repente sua boca engoliu todo meu pênis, vi apenas a cabeça dele e seus lábios encostarem na base do meu pau, ele ficou assim algum tempo e depois tirou a boca lentamente.

Que coisa incrível!

Depois disso ele voltou a me beijar e pude sentir o gosto do meu pênis em minha boca, Filipe continuava a me masturbar, eu podia sentir meu corpo aquecer cada vez mais e estranhamente sentia um movimento interno na região genital, ele levantou a camisa até a região do peito e intensificou o movimento de suas mãos.

Depois de alguns segundos senti o primeiro jato escapar, não paravam de sair, soltei um gemido longo e intenso. Os jatos iam direto na barriga de Filipe, que já estava ficando toda branca, depois que parou de esguichar ficou escorrendo, caindo no chão, Filipe passou o dedo no fio que se formou e levou a boca, fez uma cara de prazer e me beijou. Meu corpo tremia e eu sentia uma moleza imensa, sem falar do ar que parecia faltar.

Ficamos ali durante alguns minutos, primeiro beijamos bastante enquanto eu estava ofegante, depois sentamos e ficamos olhando as árvores, meu braço passava por suas costas e circulava sua cintura, as mãos dele seguravam as minhas e sua cabeça estava reclinada em meu ombro.

Queria poder ficar com ali para sempre sentado com ele, falando coisas lindas e pensando no quão feliz eu era, em toda a sorte que eu tinha. Muitas pessoas não namoravam, não podiam dizer ao mundo como eram e nem eram felizes. Mas "infelizmente" eu era a exceção dessa regra.

O sonho de Filipe era que todos os gays pudessem ser livres de verdade, amar quem quisessem, não sofrerem preconceito e muito menos sentirem medo. Ele era feliz por sermos felizes, mas ficava triste por nossos semelhantes que não podiam desfrutar dessa felicidade maravilhosa.

Depois descemos a trilha de mãos dadas, no fim do trajeto soltamos nossas mãos e fomos encontrar nossos amigos que estavam próximo da quadra.

- Jogaram futebol? – Indaguei para que notassem nossa presença.

- Não, tinha que pagar, mas era o problema não era o dinheiro, tinha que ter hora marcada pra jogar – Caio falou decepcionado – Mas ta tranquilo, cara, esse é o melhor lugar dessa cidade, eu amei ter vindo pra cá, me surpreendi.

- Ritinha preciso ir no banheiro, vem comigo amiga? – Filipe perguntou.

- Claro, adoro me enfiar no banheiro masculino, constranger os meninos com minha presença e meu olhar – Ela falou com um sorriso malicioso.

Logo vi eles se afastarem e fiquei olhando Filipe, seu corpo, seus fios ondulados mexendo, seu requebrado natural e como se ele soubesse que eu estava lhe vendo olhou para trás e me lançou um sorriso lindo.

- Vocês estão muito apaixonados né? – O loiro perguntou sorridente.

- Sim Caio, muito, a gente se ama – Respondi passando a mão no rosto.

- Vocês estão disfarçando bem pro nível que vocês estão, mas cuidado, eu dou muita força para vocês e quero ser padrinho – O loiro falou sorrindo.

- To cansado de ficar me escondendo Caio, Filipe não merece isso não, tem que ver as conversas dele. Parece um revolucionário, se dependesse dele o mundo seria um lugar incrível para pessoas como nós – Eu falei sorrindo – Quanto a ser padrinho, saiba que se acontecer certamente você será.

Logo voltamos para o ônibus, fomos andando lentamente até chegar no transporte, sentamos no nosso lugar, o clima havia esfriado um pouco mais e o céu estava um pouco escuro. Levei casaco, Filipe não, eu havia dito para ele levar, pois sabia que ele sentia frio facilmente.

- Du, eu to com frio – Ele falou me olhando de forma carinhosa.

- Eu avisei pra você trazer seu casaco, mas você não quis né – Disse fingindo uma bronca e ele ficou com cara a emburrada, lhe olhei por alguns segundos e depois sorri – Toma o casaco, veste e se aquece, nervosinho.

O rosto dele se iluminou e começou a sorrir enquanto vestia a peça. Depois de por ele me deu um beijo na bochecha, eu não era de ficar envergonhado, mas fiquei um pouco vermelho com aquela atitude dele, sorri alegremente.

O ônibus estava escuro e a tarde já estava acabando, então ficava aquela cor tradicional de "fim de tarde" no céu, eu amava a tarde, ainda mais do lado de Filipe, reclinamos as poltronas e ficamos nos olhando, puxamos a cortina da janela e demos nossas mãos, parecíamos trocar energias.

Estávamos despreocupados, pois todos os alunos deveriam ficar com o sinto de segurança, então se alguém se levantasse iríamos ouvir o barulho do sinto abrindo. Arriscamos e demos um selinho bem rápido, depois outro e um último um pouco demorado, logo depois tivemos um ataque de riso, creio que pelo perigo que havíamos corrido.

Ele enviou uma mensagem ao meu pai avisando que estávamos voltando. Depois ele desligou o telefone e voltamos a nos olhar, deixamos nossas mãos juntas entre os bancos. Era tão bom receber seu olhar intenso e ver aquele rosto lindo, todo meu. Filipe encostou a cabeça na janela e sem ligar pra nada reclinei a cabeça no ombro dele e dormi colado ao meu amor.
__________

Passamos a marca de 4K!! Muito obrigado pelos votos, pelos comentários e pelas visualizações. Pode parecer pouco para alguns, mas eu me sinto muito lisonjeado e feliz. Leitores, adoro vocês!

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