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Estava frio, mas isso não me importava muito... Claro que, frequentar uma piscina sem aquecimento poderia ser incômodo, mas me era irrelevante. Havia algo naquele momento que me aquecia mais do que qualquer astro.
- .... Eu sentia que tropeçava, mas não no sentido próprio da palavra
Minha mente confirmava – in sonho – assim minha alma lavra...
Engasguei e me virei de modo abrupto.
Eu estava na cafeteria da academia, em um dia não destinado para o meu exercitar. As atividades ali retornaram, os alunos voltaram, embora na minha turma ainda imperavam as ausências. Ainda assim, Jadir retornara, assim como Victória, mas nada do professor gato e de Mikaela e Emerson. Tentava me concentrar em procurar saber sobre suas ausências, mas fui interrompida. Enquanto bebericava um café com leite e creme, ouvi a distinguível voz e estava próxima.
Adriel estava a poucas mesas de proximidade, e estava só. Muito provavelmente aguardava algum dos irmãos. Ele estava lendo em voz alta ao invés de apenas escrever. Era a primeira vez que eu o via fazer aquilo...
Olhei ao redor e não podia compreender como ninguém mais notara. Eu havia ouvido nitidamente, embora Adriel já voltara a escrita. Então era isso! O que tanto escrevia eram... Poesias!!!
Nunca me interessei tanto por essa parte literária. Não me levem a mal... Amo ler, mas poesias costumam me deixar sonolenta. No entanto, aquela era diferente. Eu despertara completamente de modo literal e voltara meu foco. Pensei em me aproximar, mas Vando aparecera e levara Adriel consigo mais rapidamente do que eu levara para piscar. O que estava acontecendo comigo afinal?
Voltei a tarefa da bebida. Não iria atrás de Adriel naquele dia... Eu precisava de um tempo. Estava tão absorta, porém, que nem reparei que alguém se aproximara e estalara os dedos, tentando chamar-me a atenção.
- Hey! Acooorda – era Jadir, sentado à minha frente. É claro que ele estava por ali! Apoiei a xícara na mesa e perguntei não contendo o ânimo:
- O que é?
Jadir franziu as sobrancelhas, mas logo perguntou:
- Por que anda tão distraída?
- Estou me concentrando nas provas – menti. – Alguns de nós estudam.
Ele sentiu a alfinetada e abriu um meio sorriso. Eu podia não saber muito da vida dos da minha volta, mas sabia que ele estava estudando a mais tempo do que os demais de sua turma, os boatos corriam e eu ficava atenta a eles. Pelo menos, assim costumava ser... Abaixei a expressão.
- Está acontecendo algo, Estela? Parece abatida...
Olhei para Jadir e ele realmente parecia preocupado. Eu ainda não sabia do motivo de sua ausência nem das dos demais nos dias anteriores, na verdade, nem me interessava saber... Ainda assim me senti comovida pela preocupação. Ao contrário de mim, ele parecia se importar... Pude sentir uma lágrima querendo descer por minha face. Que ridículo! Virei o rosto e segurei aquele momento emotivo...
- É... Acho que você não está muito para papo hoje – falou, percebendo minha falta de diálogo. - Irá para a aula amanhã?
Olhei para ele mais segura de mim e de modo firme respondi:
- É claro! ... E você?
- Nos veremos amanhã então... – Jadir se apressou em sair, pegando uma bolacha que estava no meu prato. O que ele estava querendo? Ah, isso também não me importava... Somente algo, naquele momento, me importava. Bem, não algo em específico, mas sim... alguém!
***
Era terrível! Eu estava a horas de frente ao computador e... nada. Eu não conseguia escrever nada!!! Pensei que após tanto descobrir meus dedos deslizariam facilmente pelo teclado e que teria a matéria da minha vida, mas, nada.
Debrucei-me sob o teclado, exausta e assim fiquei. Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi minha tia me chamando.
- O que foi? – Acordei atordoada. Os óculos que, outrora estavam na minha face – eu só os usava quando estava com o computador e em casa, precisaram ser ajustados rapidamente.
- Ligação para você – falou aproximando do quarto.
O telefone wireless tinha alcance aonde eu estava. Levantei-me e encontrei minha tia na porta o segurando.
- E arrume esse cabelo – falou logo se retirando. Desde quando eu precisava me arrumar para atender o telefone?
- Alô? – Atendi meio sonolenta.
- Pode me encontrar agora Estela?
Uh, que inquisidor.
- Posso saber quem é?
- Ah claro, desculpe... Sou eu, o Daniel, irmão do Adriel que está fazendo aula na sua turma.
Tive um sobressalto. O que o irmão queria comigo? Meu coração acelerou...
- Onde?
- Na academia...
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O que Daniel quer com Estela? E Jadir? Será que descobriu algo? E cadê Mikaela, Emerson, o professor bonitão?? O que tem acontecido a volta de Estela??
Muito grata a todos pela paciência e por nos acompanhar. Mais dos nossos heróis estão para vir e muitas emoções ainda nos cercarão.