Any Gabrielly
Quando a ligação é encerrada ponho o telefone na estante e finalmente desabo, choro como nunca antes. Max sai da cozinha e vem até mim, ele me abraça e eu afundo o rosto em seu pescoço, por que dói tanto?
Como faz para parar de doer, soluços saem da minha boca enquanto me aperto em Max. Ele me leva até o sofá e ficamos sentados alí, ele não pergunta e não diz nada, apenas me abraça.
Não sei quanto tempo passa, mas agora consigo normalizar a respiração e paro de chorar.
— o que aconteceu? - ele pergunta depois de um tempo, olho para ele.
— ele terminou, acabou com um relacionamento de mais de três anos. - digo com dificuldade.
— se ele terminou é porque não te amava. - ele diz e eu nego com a cabeça. Confio no Josh, se ele diz me amar então quer dizer que é verdade.
— ele disse que me ama.
— e você acredita? - ele pergunta irônico e eu saio do abraço e olho para ele.
— sim Max, eu acredito. Passei três anos ao lado dele, então se ele diz me amar é verdade. Josh é homem suficiente para não mentir sobre os próprios sentimentos. - digo firme.
—tudo bem, se você acredita nisso. Mas eu ainda acho que ele não gostava o suficiente de você, porquê se gostasse não teria terminado. - ele diz e eu respiro fundo, tentando não ficar brava.
— acho melhor você ir embora agora.
— Any desculpa, não foi minha intenção te mag...
— agora Max. Por favor, vai embora. - ele não diz nada, apenas levanta, pega suas coisas e vai embora.
Solto um suspiro pesado. Chorar tanto fez com que eu ficasse com dor de cabeça, tomo um remédio e vou para o quarto após desligar as luzes e a tevê. Deitada na cama lembro em cada momento com ele, o primeiro beijo, a primeira vez, nossas palhaçadas, e assim mais lágrimas saem de meus olhos.
[...]
Saio da sala de música e vou andando em direção a saída. Como estamos indo para o hospital, não estamos tendo aulas na universidade. Então só tenho aulas do curso de música e depois fico esperando as meninas chegarem para irmos ao hospital.
Os professores vão sempre, então um tempo antes de irmos embora do hospital vamos até uma sala desocupada e os professores tiram nossas dúvidas e dão uma pequena aula.
Antes de chegar aos portões da universidade, alguém passa perto de mim e põe o braço ao redor de meus ombros. Olho para o lado e vejo Joalin.
— vamos cunhadinha?! - ela diz animada e eu dou um sorriso triste ao pensar que não sou mais sua cunhada.
— você vai precisar parar de me chamar assim Jojo. - digo e ela para de andar e eu faço o mesmo.
— por que?
— não sou mais a namorada do seu irmão. Ontem de noite ele me ligou e tivemos um término amigável. - digo para a loira que está vermelha. - você está bem?
— eu vou matar o Joshua! Foi ele não foi? Foi ele que terminou! - ela diz alto atraindo alguns olhares.
— Lin calma, ainda somos amigos. Tá tudo bem. - digo tentando acalma-lá mas parece não dar certo.
— porra nenhuma que tá tudo bem Any! Quem ele pensa que é para terminar o relacionamento de vocês?! Ele deve tá lelé da cuca, só pode. É isso ele enlouqueceu, deve ter batido a cabeça. Vamos fingir que foi um surto coletivo esse término e nunca aconteceu ok? Ok! - ela diz tudo rápido voltando a andar.
Eu dou uma pequena risada e volto a andar com ela, quando chego perto do carro da Sina, Joalin já está lá, junto com Sofya e Sina. As três estão conversando e eu passo direto indo para o carro, sei que elas estão falando de mim e Josh.
Quanto menos eu pensar nele melhor, quando vou abrir a porta do carro para entrar olho minha mão com a aliança e o anel de Sol, não consegui tira-los, e sinceramente não quero.
[...]
O caminho até o hospital foi em um silêncio enlouquecedor, as meninas não falaram nada, e eu estava sem vontade nenhuma de conversar.
Assim que chegamos no hospital me obrigo a por um sorriso no rosto e fingir que nada aconteceu. As crianças não precisam saber que eu estou triste, e as enfermeiras não precisam saber que terminei um relacionamento.
Estar no hospital por tanto tempo me mostrou com as pessoas aqui são fofoqueiras, então quanto menos pessoas souber melhor.
Antes de entrar na sala que eu fico, pego um elevador e vou até a sala onde Ethan está. Entro e vejo o pequeno cabisbaixo e sua mãe que tenta fingir que está bem mas seus olhos vermelhos denunciam que ela passou a noite chorando.
Não estou diferente, mas a maquiagem que passei antes de ir a universidade ajudou a esconder. Ando até ela e quando ela me vê dá um leve sorriso triste.
— bom dia Any. Será que podemos conversar um pouco?
— bom dia Emma. Claro, vamos lá fora. - digo e dou um beijo na cabeça do menininho que dá um pequeno sorriso pra mim.
Ela levanta da poltrona ao lado do leito do filho e anda para fora do quarto após falar com ele que já voltava e eu vou junto com ela.
— sobre o que quer falar comigo? - pergunto quando sentamos nas cadeiras encostadas perto da parede.
— eu só preciso desabafar um pouco, sinto que se não falar vou acabar explodindo com tudo isso. - ela diz um pouco envergonhada em me chamar para conversar.
— sou toda ouvidos. - digo dando meu melhor sorriso gentil.
— o pai de Ethan foi embora, não aguentou tudo isso e simplesmente foi embora. Dez anos Any, dez anos de casados e ele foi embora sem nem olhar pra trás. Eu não estou triste por isso, nosso relacionamento esfriou muito, estou triste porque ele não está mais ligando para o filho. É como se Ethan não existisse. - ela conta e começa a chorar, eu apenas a abraço e afago suas costas.
Ela põe a mão na boca impedido um soluço sair com medo que seu filho escute.
— ele foi embora, todas as pessoas que eu considerava minhas amigas viraram as costas pra mim. Minha própria família não quer saber do meu Filho. Eu estou sozinha Any, não sei o que fazer.
— olha pra mim, você não está sozinha, você tem o Ethan e agora tem uma nova amiga, pode contar comigo pra tudo. Agora vai lá no banheiro lavar seu rosto e por seu lindo sorriso no rosto, vou lá falar com o pequeno. - ela sorrir e assente se levantando indo em direção ao banheiro.
Ponho um sorriso no rosto e entro no quarto onde Ethan está e ando em direção a ele.
★
Só postando esse aqui pra avisar q no próximo capítulo é a volta do Josh pra casa.