Abby nega com a cabeça ficando de pé, se aproxima do homem em passos largos e o encara seriamente.
- Isso não é certo, não é normal. - Ela diz segurando as lágrimas, odiava o seu lado emocional, ele sempre gritava seus sentimentos. - As pessoas boas estão caindo, uma a uma!
- Pessoas morrem todos os dias. - Ele argumenta.
- Então seus alunos serem atacados é perfeitamente normal? - ela pergunta.
- É uma guerra, Abigail. - ele explica calmamente.
- Guerra? Guerras têm dois lados, dois exércitos, o nome que devemos dar é massacre. - Tenta manter a calma enxugando as lágrimas. - precisamos reunir aliados!
- Não é algo que precise se preocupar agora, Senhorita Parsons, concentre-se em se aprimorar e manter-se viva. - Aconselha. - Não tem maturidade o suficiente para deslanchar uma guerra, se eu digo que não é o momento ideal, não é o momento ideal.
Alvo aparata deixando Abby irritada na grande sala com os amigos, ela respira fundo tentando manter o controle, talvez ele tivesse razão.
Era a única coisa que ele não conseguia manda-la parar de fazer: aprimorar-se. Quando ela tinha treze anos, ele a enxergou pela primeira vez, a viu entrando na sala precisa sozinha para treinar feitiços avançados, e notou algo há muito tempo não visto: esforço genuíno.
Ela poderia lembrar das suas pernas serem puxadas para o fundo do lago negro, seus braços tentavam se mexer desesperadamente, sua varinha atingia o animal, a dando espaço finalmente para nadar e emergir pelo menos a sua cabeça.
- Morta. Está morta há quinze minutos. - Alvo Dumbledore grita enquanto ela saía da água com dificuldade desfazendo o feitiço para respirar embaixo d'água. - Não vai tentar de novo? - pergunta provocativo e ela volta para a água sem falar absolutamente nada.
Em outra ocasião, no seu quarto ano, Abigail quase tossia o seu próprio pulmão quando era atingida por Fabian Prewett, monitor da grifinoria.
O garoto retira o feitiço a ajudando a levantar, mas Dumbledore interfere afastando o garoto.
- Você é um bruxo das trevas. - relembra ao garoto o seu papel. - e você? Está morta. - Dumbledore diz sério para a garota caída no chão que se levantava com dificuldade.
- De novo. - ela diz se pondo de pé com dificuldade. - Vamos de novo.
- Eu não vou atacar você, vai acabar morrendo. - Fabian avisa.
- De novo. - ela empunha a varinha com dificuldade.
- Você precisa saber a hora de parar, Abigail, sua teimosia vai acabar matando você. - Dumbledore avisa.
- De novo. - repete já um pouco irritada e Dumbledore nega tristemente com a cabeça passando a mão na barba.
- Faça, ela pediu. - Dumbledore diz e Prewett da de ombros começando o vigésimo longo duelo com ela.
Sente os braços de Sirius a envolver pelas costas, ele inala o cheiro de primavera sorrindo de leve, seus dedos acariciam o braço dela com carinho.
- Ele tem razão, você precisa se concentrar em se manter viva. - Sirius sussurra. - Não pode sustentar o mundo todo nas suas mãos, amor. - acaricia a mão dela com o dedão enquanto fala isso.
- Fazer o necessário nunca foi agarrar o mundo com as mãos. - Ela responde se desvencilhando. - Deveríamos reunir aliados e ir a guerra, é o certo a se fazer.
- O certo a se fazer é esperar, Abby. - ele diz chamando a atenção de James e Lily.- Alvo Dumbledore disse que agora não é o momento certo.
- O momento ideal era quando Lorde Voldemort reunia seus aliados e matava família não-magis aos montes. - ela apoia as mãos na mesa. - Estamos atrasados, anos atrasados. - ela fecha os olhos com força tentando conter a emoção. - vamos rebater, nem que seja um exército de uma pessoa só.
- Você quer encabeçar uma guerra aos 16 anos? Abigail, eu já tinha consciência da sua teimosia, mas essa deve ter sido a pior ideia que alguém já teve em mil anos. - James comenta rindo de leve tragando um pouco o cigarro bruxo de que havia achado ali, ele os julgava bem mais agradáveis do que os cigarros trouxas. - Bom... Eu estou dentro, não é mais um exército de uma pessoa só. - ele confirma.
Lily passava as mãos pelo cabelo ruivo, pensava no que faria, não poderia deixar a sua impulsividade guia-lá ali. As chances deles eram mínimas, quase nulas, apesar de ser o certo a se fazer, era quase suicídio.
- Eu também estou dentro. - Lily confirma.
Abby encara Sirius, ele a olhava de uma maneira indecifrável para qualquer outra pessoa, mas ela o entendia: ele estava com medo.
Era algo raro ver Sirius com medo.
- Eu sou o cara das ideias ruins, existe alguma possibilidade de eu dizer não? - ele ironiza sorrindo de leve enquanto abraça Abby por trás a reconfortando, sabia que ela sentia tanto medo quanto ele. - Eu estaria do seu lado até no inferno. - Sirius sussurra para ela com segurança, que sorri involuntariamente.
Eles se encaravam preocupados, os olhos perdidos num mar de sangue, talvez aquela fosse realmente a pior ideia do mundo, mas era a única coisa que eles poderiam se agarrar, não tinha outra opção.
- Nós precisamos de um nome...- James constata quando Lily estica as pernas por cima das suas. - um bom nome.
- Que tal: não podemos comprar a nossa própria bebida, mas ainda assim vamos cortar a porra da sua cabeça. - Lily fala abrindo as mãos maravilhada como se ali estivesse um cartaz.
- Nada sutil, querida, não causa efeito algum, como vamos recrutar mais pessoas e explicar que o nome é esse?
- Podemos colocar: Sirius e amigos! - Abby ri da animação de Sirius como se aquele fosse o melhor nome já criado.
- Primeiro, não se trata de uma banda, Almofadinhas... - James levanta levemente ofendido. - e se fosse uma banda, por que você seria o principal? - Confronta.
- Eu sou o mais bonito, é justo que eu seja o vocalista. - Sirius defende. - O nome é propaganda, cara, aprende.
- Você não é mais bonito, e sua voz nem é legal. - James briga. - O ideal seria: O Clube do James, com apoio das duas moças e seu cão escudeiro! - diz persuasivo.
- Escudeiro? - Sirius ironiza. - Eu tenho o dobro do seu tamanho, se eu por acaso empurrar você, teremos que juntar os seus cacos com uma pá para levarmos ao St. Mungus. - James arregala os olhos irritado quando Lily gargalha.
- Até tu, Brutus? - Ele dramatiza a encarando chateado.
- Seria justo ter o nome da Abby, ela que teve a iniciativa. - Lily diz e os outros dois concordam.
- A namorada do Sirius. - Sirius tenta e sorri arrependido ao ver a expressão irritada no rosto dela. - Desculpe, querida, eu amo você, não termine comigo, eu só estava brincando. - Dá um selinho no rosto risonho dela.
- Abigail Parsons salva o mundo. - James tenta e Lily olha desagradável.
- você está proibido de dar nomes, são horríveis, atrapalham o fluxo criativo. - Lily diz.
- Os seus não são incríveis, docinho. - da língua para ela.
Lily parece ter uma ideia incrível enquanto Abby encarava a parede.
- A ordem da Abby! - Lily diz e James aponta em concordância.
Era horrível, Abby enxergava isso, mas os três pareciam perfeitamente contentes. Ela analisa a parede que encarava pensativa enquanto a batalha de nomes acontecia, a fênix exibia as suas asas em chamas, era como se desse forças para Abby.
- A Ordem Da Fênix. - Abby diz por fim arrancando sorrisos dos amigos.
Achar o nome só deixava mais real que a sua ideia não teria mais volta, e naquele momento, todos concordaram.
Morta, você está morta. - a voz de Alvo Dumbledore grita na cabeça dela.
- A ordem da fênix... - Sirius sorri. - parece promissor, mesmo tendo apenas quatro integrantes.
- Cinco. - Remo Lupin sai do cômodo que escutava a confusão inteira se desenrolar. - Cinco integrantes.