----Como é? ---- Nunca em toda a minha vida, uma mulher havia falado assim comigo, nem mesmo minha mãe.

Ela nem olha pra mim, segui rasgando a camisa do outro, que geme em agonia por estar sendo chacoalhado. Haruki fora um merda na maioria das vezes, mas comecei a sentir pena dele por ser tratado por aquele ruiva. A mulher era muito fria, me atrevo a dizer, mais do que a própria Sakura ou Konan. Me irritando com a sua demora, tiro a capa preta e começo a ajudá-la na remoção.
Deixamos o Haruno apenas com a cueca box preta, seus lençóis haviam sujado de sangue. Ajudo ela a carregar seu corpo até o banheiro, abro o vidro do enorme box de ladrilhos pretos e espelhados. Ligo o chuveiro enquanto observo a ruiva tirar a própria camisa de mangas curtas ficando apenas com um top preto e o short curto.

----O que tá fazendo?

Me olhando como se eu fosse um idiota responde:

-----Acho que é óbvio. Ele não está em condições de se banhar sozinho. Na verdade aposto que ele nem sabe o que está acontecendo. ---- Fico quieto enquanto ela entra no box primeiro arrastando com dificuldade o corpo do Haruno, pois ele era uns quinze centímetros mais alto que ela e uns três a mais que eu. Começo a sair pensando que Haruki era um cara de sorte, mas rindo internamente ao pensar em sua cara quando eu contasse o que tinha acontecido enquanto estava inconsciente ---- Eii bonitinho... aonde pensa que vai? Não vou fazer isso sozinha.

Paro antes de chegar a porta diante de suas palavras, me volto novamente para ela e o cara em seus braços pensando seriamente em todos os anos que tive para formar minha reputação, ganhando respeito e medo dos inimigos e lá está aquela ruiva curvilínea segurando meu parceiro imbecil.

-----Se contar isso a alguém eu mato você. ----- digo a ela tirando minha camisa e sapatos.

Ela tira os óculos assim que entro no box, depositando-os na partileira que continha shampoo e sabonete.

-----Qual é? Não é como se eu quisse-se dividir o banheiro com um ninja moribundo e um assassino.

Contendo a minha raiva e dignidade respondo:

-----Anda logo com isso.

Sem retrucar ela passa o sabão na esponja de banho e começa o processo de ensaboar o cara. Foco meu olhar no chão vendo o sangue e terra saírem de seu corpo. Por diversas vezes sinto suas mãos femininas esbarrar em meu peito e braços enquanto o seguro de lado. Em um dado momento ela se abaixa para lavar as pernas dele chamando minha atenção para suas costas e ombro. A pequenas cicatrizes em sua pele, quase imperceptível de cor rosada e leva um tempo para eu perceber que são cicatrizes de mordidas... "Meu sangue ajuda na regeneração de seu chakra." Fora o que ela dissera. Um sentimento de revolta me afligiu ao imaginar ela recebendo aquelas cicatrizes.

-----O que você fazia com Orochimaru? ----- pergunto logo após de Haruki começar a gemer de dor.

-----Era cientista.

Isso explica a frieza em seus olhos, além das marcas. Sempre ouvirá que o Sannin fazia experimentos em pessoas. Quantos Karin havia matado dentro de um laboratório? Provavelmente compartilhava das mesmas insanidades de Orochimaru.

----- Tá... doendo... ---- murmura o ninja chamando nossa atenção. ---- Pai? Porque está ... fazendo...isso?

-----Esta delirando. ---- diz ela.

Ela passa a pegar a toalha pendurada do lado de fora, por mais que sua expressão seja compenetrada, seus movimentos são calmos e gentis em secar os machucados. Ela sai do quarto e volta com outra cueca box, só que essa vermelha. Me alcança.

-----O que?

-----Você é homem. Troque a cueca dele. ----- diz enquanto o segura e quase balançando a cueca na minha cara.

Nasce um Sentimento  Where stories live. Discover now