Part 03

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M.

Quando recebi a drástica notícia do encontro de Carina, senti como se levasse um soco no estômago. Eu sei que é apenas um encontro, mas o que mesmo me preocupou foi o jeito abobalhado que Carina falou do rapaz. E se ela estiver afim dele? As chances que eu tinha, de zero iriam para menos zero.

Eu tinha que sair de perto dela o mais rápido possível, pois senão eu iria acabar abrindo minha boca, e talvez só talvez dizer que eu estou apaixonada por ela, e nem sei como isso aconteceu e correr o risco de acabar com uma amizade anos.

A primeira coisa que fiz ao entrar em meu quarto foi me jogar na cama, e puxar o edredom para o meu corpo. Acabei adormecendo atravessada na cama, acordei somente no meio da noite com uma vontade desgraçada de mijar, mas voltei a dormir depois de usar o banheiro.

[×]Na manhã seguinte acordei ao som irritante do meu alarme, era a minha favorita do Pink Floyd, agora a odeio profundamente. Quando sai do banheiro de banho tomado e cabelo arrumado, não encontrei  Carina ali, apenas um bilhete na porta da geladeira avisando que tinha coisas para resolver cedo na rua, antes de ir para o trabalho.

Achei melhor assim, eu ainda estava chateada com a mesma, sem motivo algum. Sei que é infantil de minha parte, mas meu peito parece se esmagar. Apenas tomei um café seco, e sai. Depois das aulas que tive, aceitei acompanhar Andy e Vic até o restaurante do outro lado da rua, conversamos amenidades, e lógico que meu silêncio não passou despercebido pelas duas, porém me limitei dizer ser cansaço. Não estava no clima de ouvir piadinhas sobre eu estar afim da Carina. Sim elas notaram, apenas Deluca que parece não ver.

Assim passei minha manhã antes de ir para o trabalho. A cafeteria estava lotada, o que me fez andar pelo salão todo. De certo forma eu estava grata, pois serviu para me manter com os pensamentos longe de uma certa italiana extremamente linda.

Cheguei em casa depois das sete, meu jantar estava separado dentro da geladeira, tendo apenas que colocar no microondas para esquentar. Mandei uma mensagem para Carina perguntando onde ela estava.

Carina: Numa colega fazendo trabalho da faculdade. Não demoro a ir pra casa.

Me: Quer que eu vá te buscar?

Carina: Não será necessário. Já tenho carona.

Apenas visualizei e deixei meu celular em cima da bancada, quando o microondas apitou avisando que minha comida estava pronta.

Coloquei em um canal qualquer, e me sentei no sofá com o prato em minhas pernas, depois de colocar uma almofada. O cheiro estava maravilhoso e o gosto não estava diferente. Carina é uma cozinheira de mão cheia, não sei como a mesma não estuda culinária, mas como ela mesma diz: enfermagem é o seu negócio.

Terminei de comer e lavei algumas louças que estavam dentro da pia. Na sala mesmo me despi para poder tomar meu banho e ir me deitar. Então assim eu fiz, escovei os dentes e pus uma roupa quente. Me deitei no sofá enrolada na coberta, enquanto a tv estava ligada no Discovery channel, mas meu foco estava mesmo em uma conversa aberta em meu celular. Era uma garota da faculdade, que vivia me dando mole, ela sempre senta atrás de mim e busca os assuntos mais bestas que possa imaginar.

Já a olhei algumas vezes, mas confesso que nunca tive interesse, porém com a correria do dia a dia, mal tenho tempo para sair e me socializar. A única coisa que faço é jogar vídeo game com Vic, Emmett ou Robert, sem chances de rolar algo com eles, e estou a maior parte do tempo com Carina, que não passa de amizade. Então sim, katy é uma ótima opção por agora para tirar um atraso. Pode parecer escroto de minha parte, mas eu quero apenas sexo com ela, e estou deixando claro isso a todo instante em nossas conversas. E ela esta de acordo.

10 minutos depois estava tudo certo. Katy e eu nos encontraríamos amanhã para uma transa, seria no dia do encontro de Carina com o tal Joe, assim eu não passaria meu final de semana mofando sozinha no sofá.

[×] Como era um sábado,  meu celular não despertaria naquela manhã, me permitindo dormir até mais tarde. Porém escutei Carina me chamar ao fundo, apenas puxei o edredom para cima de minha cabeça, ignorando totalmente aquela voz rouca matinal.

A tentação batia em minha porta logo pela manhã.

- Maya, vamos acorde. Preciso de sua ajuda.

- Me deixa dormir, Carina. -choramingo sentindo o colchão se afundar.

- Já são quase 9hs da manhã.

- E daí? É sábado mesmo. -respirei fundo quando a mesma tirou acoberta de minha cabeça.

- Maya!?

- Carina!? -Acabamos rindo. E como sabia que ela não iria desistir, me virei na cama, ficando de barriga para cima, tendo apenas um olho aberto, já que o outro se recusava a se abrir. - Você é uma chata. E eu te odeio.

- Você me ama. -sorriu se acomodando em cima de mim. E realmente a amava,mas de um outro jeito. -Nem nos vimos ontem.

- Culpa sua que saiu bater perna. -respondi. Assisti a mesma sorrir. O sorriso mais lindo. Céus quando foi que virei tanto boiola por essa italiana?. - aliás, que horas a senhorita voltou? Nem te vi chegar.

- Por volta das 2hs da manhã. Era muita matéria que perdi nesses dias. Nunca mais perco tanto aula em minha vida. -choramingou.

- Você nem pode ficar perdendo aula, Carina.

- Eu sei, isso não vai acontecer mais. -A mesma se remexeu, e puta que pariu, tinha uma ereção matinal entre minhas pernas.

- Caah! Deita aqui deita. -pedi apertando meus olhos. -você esta bem em cima do meu amiguinho.

- Oh my god! Desculpa. Te machuquei? -arregalou os olhos assustada.

- Sim. Seria bom dar um beijinho nele para sarar. -brinquei recebendo um beliscão no braço. -ouch!

- Pra parar de ser uma tarada. Vê se isso é coisa que se pede para sua melhor amiga.

- Era só uma brincadeirinha, Carina. Sabe nem brincar também. -fiz drama.

- Levanta bebezona. Precisamos tomar café para sairmos.

- Pra onde vamos? -pergunto me ajeitando melhor debaixo das cobertas.

- Shopping. Precisamos comprar roupas novas para meu encontro. -a mesma caminhou até o espelho do meu guarda roupa ajeitando seus cachos. Apenas revirei os olhos, só de imaginar esse encontro me causava náuseas.

- Você é uma folgada. Gosta de me arrastar para carregar sua sacolas. -Carina riu se aproximando, a mesma puxou a coberta de meu corpo, revelando a ereção, estava apenas de cueca boxer, e estava bem marcada ali. -Mais que merda, Carina.

- Eu sei que sou linda, mas não é o momento para ficar excitada. -brincou jogando seus cabelos. Eu jurava ter visto a mesma passar a língua sob os lábios enquanto olhava para o meio de minhas pernas, mas acho que era apenas coisa de minha cabeça mesmo.

- Deixe de ser ridícula. Isso é uma ereção matinal.

- Uhm sei, anda sonhando comigo. De um jeito nesse piu-piuzinho ai e se arrume logo. -nem deu tempo de respondê-la, pois a morena saiu deixando a porta bater atrás dela.

- Piu-piuzinho. -digo indignada elevando minha mão dentro da cueca, afim de ajeitar meu pênis.

I love my best friend | Marina Where stories live. Discover now