Part 22

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C.

Era impressionante como as coisas podem mudar do dia pra noite. Como sofremos com antecedência, adiamos as coisas por medo. Se tivesse aceitado os meus sentimentos por Maya logo no começo, tinhamos passado muitos mais momentos como esses juntas. Como agora que estamos deitadas abraçadinhas depois de uma noite maravilhosa de sexo.

O dia do lado de fora já se iniciava, assim como os meus dias ao lado da minha canadense. Eu jurava para mim mesma que nada, e nem ninguém iria atrapalhar o que tínhamos. Era o meu primeiro e único relacionamento gay, único pois era ao lado dela que queria viver o resto de minha vida, como sempre planejamos, porém agora como um casal. Cuidarei dela, assim como ela cuida de mim.

Sinto os braços de Maya se apertarem mais contra o meu corpo me fazendo sorrir. Seus lábios tocam em minha nuca, fazendo o meu corpo todo se arrepiar com o seu toque gostoso.

- Bom dia, minha doce italiana.

- Bom dia, bella. -salpico um desleixado beijo em seus lábios, logo me virando ficando de frente para o seu rosto amassado porém ainda lindo. Seus olhos azuis estavam ainda mais claros. Impossível de não me apaixonar.

- Porque esta me olhando tanto assim? -pergunta colocando minha franja para trás de minha orelha.

- Apenas admirando a obra de arte que é Maya Bishop.

A mesma abre os lábios várias vezes, mas nada sai o que me faz sorrir e enchê-la de beijos após ver a coloração avermelhada em suas bochechas.

- Consegui te deixar sem palavras né.

- Pior que sim. -me puxa para os seus braços. -Vamos pedir nosso café? Alguém acabou com as minhas energias na noite passada.

Acabo rindo em seu peito, sentindo suas mãos acariciar o meu coro cabeludo.

- Acho que foi ao contrário. -sorrio ao me lembrar da noite. -nem sei se aguento andar.

Maya solta uma risadinha, beija minha cabeça e me aperta mais contra ela.

-Me desculpe se fui bruta em algum momento.

- Não há nada para se desculpar. -ergo minha cabeça para olhá-la, beijo e queixo. -eu gostei.

[N/a Gente cortei a narração da Carina sem querer. Quando terminei o capítulo que percebi que segui a narração como se fosse Maya. Enfim desculpas, ia dar muito trabalho reescrever, e demorar um pouco mais. ]

M.

Depois de muita preguiça e troca de carinhos na cama, tomamos um banho separadas, e vestimos roupas quentes e confortáveis. Decidimos descer para tomar o nosso café em uma cafeteria na esquina do hotel, parecia ser um ótimo lugar, além de ser muito bonito e aconchegante.  Senti milhares de borboletas na boca do estômago. Trocamos um sorriso cheio de significados.

Quando entramos no estabelecimento rústico, com um ar romântico. Decorações em tons de vermelhos e brancos, nos sentamos em uma mesa de dois lugares no segundo andar, onde era uma área mais aberta, nos dando uma bela vista da Torre Eiffel.

Graças ao bom Deus, o menu tinha outras opções de idioma. Pedimos cappuccino, pão amanteigado na chapa, e alguns donuts. O garson se retirou nos deixando sozinha.

- Maya, sabe o que eu acho e engraçado. -começou Carina ganhando a minha atenção. -Que você não fale o francês fluentemente, sendo que é uma das línguas mais conhecidas dos canadenses.

Entrelaço minhas mãos em cima da mesa, e solto um suspiro pesado antes de responder a minha italiana.

- Bom, como tu sabe eu nasci no Canadá, mas depois que completei meus três anos passei a viajar com muito frequência. Minha mãe e eu quase não paravamos em Toronto, além do mais lá não é a parte do país que fala francês fluentemente, o povo se comunica em inglês mesmo.

- Faz sentido. Uma pena que seu pai te privou de conhecer a fundo o país que você nasceu. -disse tristemente apertando minha mão que estava em cima da mesa.

- Sim, mas não quero falar sobre isso. -dou um meio sorriso virando minha palma da mão para cima, tendo seus dedos se entrelaçando entre os meus. Automaticamente a olho, já encontrando seus castanhos em cima de mim.

- Também não...-suspirou. -Estou triste que tenhamos que deixar França amanhã pela manhã.

Seus lábios se contraem em adorável beicinho que me dá vontade de beijá-la, mas me seguro. Temos pessoas a nossas voltas, e não sei qual seria a reação delas ao verem duas mulheres apaixonadas se beijando. Não que eu fosse me privar de minhas vontades por causa de pessoas preconceituosas, mas meu cuidado ali era com Carina, não queria que os nossos primeiros dias juntas ela passasse por um momento homofóbico. Já passei por alguns e são momentos pesados.

Nossos pedidos logo foram postos em nossa frente, comemos entre muitas conversas e risadas. Falamos sobre tudo um pouco como sempre. Eu sorria por Carina estar comendo tantos donuts as 08da manhã, deixando um pouco de lado sua dieta rigorosa, o que achava desnecessário.

Depois de pagarmos a conta que foi dividida fomos conhecer a Catedral de Notre-Dame, que era um lugar esplêndido, passamos mais tempo do que planejamos no local. E como um ritual de qualquer lugar que fossemos, Carina revirou atrás de uma pracinha com lagos que abriga-se patos, e não é que achamos.

Sentamos em um dos inúmeros bancos brancos de frente para o lago, com os sacos de pão entre as pernas e começamos a jogar atraindo a atenção das aves, que se amontuaram ali.

- Se roubarmos um desses, ninguém irá notar não é? -a morena olhava apaixonada para as aves.

- Meio difícil de não se notar. -ri sem conseguir desgrudar os meus olhos da italiana. -Os carregaria debaixo de seus braços magrelos, enquanto eles se debatem?!

- Ei, os meus braços não são magrelos. -protestou me olhando incrédula.

Acabo rindo da sua carinha emburrada, e acabo não resistindo a minha vontade de beijá-la desde que saímos do hotel. Seguro seu rosto  entre minhas mão fazendo um carinho em sua bochecha, o ato faz suas pálpebras se fecharem com um pequeno sorriso bonito nos lábios.

- A senhorita tem que parar de ser tão perfeita. -roço nossos lábios, deixando um breve selinho, prendo seu lábio inferior entre os dentes puxando lentamente fazendo seu sorriso se ampliar.

- Não me faça molhar a calcinha em um parque público mocinha. -acabo rindo da sua fala, a puxando para um beijo de verdade, aproveitando que ao nosso redor se esta um pouco vazio.

Carina curvou mais seu corpo para frente, apoiando uma mão de cada lado do meus ombros. Eu mantinha minhas mãos em volta de seu rosto fazendo um carinho em suas bochechas com os dedões com suavidade. Quando seus lábios tocaram os meus, eu afundei a minha mão entre suas mechas de cabelo, intensificando o nosso contato. Nossas línguas se encontraram com calma, não havia pressa. O atrito molhado e quente me deixou completamente arrepiada. A brisa fresca que batia contra nós misturava nossos fios de cabelo, trazendo aquele cheiro delicioso da natureza. Nossos lábios fizeram um som gostoso quando trocamos as posições de nossas cabeças, aprofundando mais ainda o beijo. Carina me puxou mais contra si, ofegante, e eu deslizei a mão livre por sua nuca,arranhando de leve sua pele, a fazendo gemer baixinho na minha boca. Chupei com calma a língua que ela me ofereceu. Quando seus dentes morderam meu lábio inferior com leveza, nós trocamos uma sequência longa de selinhos entre sorrisos.

Não há dúvidas do amor que sinto por essa italiana que me enlouquece dia após dia.

I love my best friend | Marina Where stories live. Discover now