Epílogo

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M.

Eu sentia que a qualquer momento eu iria perder as minhas mãos, mas eu pouco estava me importando com isso desde que Carina se sentisse melhor. Porém não anulava a dor.

Tinha algumas boas horas que eu, e ela andávamos pelo quarto do hospital. A morena estava tendo contração, mas a sementinha ainda não estava muito afim de sair, mesmo que eu insistisse pra ela sair logo pois sua mamã iria perder um membro do corpo.

-Respira e inspira. Respira e inspira. -insisti segurando o ombro da italiana. Então assim Carina fez, mas logo gritou :

- Puta merda, eu nunca mais vou ter filhos. Isso dói.

-Como estamos mamães? -Doutora Robbins entrou com um sorrisinho no quarto.

-Eu não aguento mais, Arizona. -choramingou a minha noiva com a testa suada. Estávamos a quase sete horas nessa, a bolsa já tinha se rompido..

-Deita aqui, vamos ver como esta essa menina. - minha noiva prontamente obedeceu. -Opa! Mamãe a Marina esta prontinha para sair. Maya, chame a enfermeira por favor.

A sala ao lado estava sendo preparada pelas enfermeiras, e após uns minutos, o parto começou. Eu não conseguia sentir a dor de Carina, mas poderia imaginar por apenas ver suas feições. O seu rosto sempre se transformavam em leves caretas.

Nas últimas horas já tinha sido horrível ver suas contrações, agora seria ainda pior.

- May, por favor... Fica comigo- ela dizia segurando minha mão. Eu queria gritar cada vez que ela apertava mais e mais a minha mão, que a qualquer momento seria arrancada de mim.

- Agora, vamos começar a empurrar. Vou contar até três e você começa esta bem?-Arizona perguntou entre as pernas da minha noiva. Soltando um gemido de dor, Deluca assente. -um, dois, três, empurra.

Pela expressão em seu rosto podia-se ver o quanto ela estava dando o melhor de si. Uma lágrima escorreu por sua bochecha.

-Você esta indo bem meu amor. -incentivei levando sua mão até os meus lábios. A mesma empurrou novamente, soltando um grito logo em seguida.

- Ótimo, ótimo, descansa um pouco- a doutora diz e a italiana respira pesadamente, com uma lágrimas teimando em cair, ela me olha e eu sorrio para ela, ela está sendo forte. Eu mesma já estaria chorando e pedindo para que a cabeça da bebê saísse logo- mais uma vez, a cabeça já está quase toda para fora.

E novamente ela conta até três, e Deluca empurra, cada vez mais o seu grito de dor ficava mais alto...Após mais uma vez, um grito alto e arrastado foi escutado naquele quarto, e logo em seguida um chorinho agudo tomou o lugar do grito de dor.

-Oh meu Deus! -exclamei deixando uma lágrima escorrer por minhas bochechas. Arizona entregou uma miniatura de gente para uma das enfermeiras que colocou a nossa sementinha em cima de minha noiva, que neste momento já estava chorando, abaixei-me e abracei as duas, olhando para o pequeno pacotinho inchado em nossa frente, chorando como se o mundo fosse acabar.

Sua pele branquinha estava suja de sangue, a mesma quase não tinha cabelos, lábios finos e vermelhos. As orelhinhas eram de Carina com certeza, pequenas e fofas.

Não estava acreditando nisso. Nossa menininha, nossa sementinha. Como alguém pode ser tão pequenina?

-Oi meu amor, somos suas mamães. -Carina sussurrou com os lábios colados em sua testa. Seu choro foi parando aos poucos.

-Ela é tão perfeita. -sorri feito boba.

Não poderia estar mais feliz. Estávamos felizes.

I love my best friend | Marina Where stories live. Discover now