Part 18

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M.

A minha noite com Gal tinha sido agradável, além do sexo conversamos bastantes sobre o que esperávamos do nosso futuro. Em uma brincadeira nossa, Gal disse que me via em um futuro muito feliz com a minha italiana (o que me pegou de surpresa), fazendo sucesso em um negócio próprio meu, radiante com os meus filhos indo ver minha esposa se apresentar como uma dançarina conhecida mundialmente.

De uma certeza eu tenho nessa vida, Gal Gadot estará eternamente dentro do meu coração. Ela nunca me intimou a nada em questão ao nosso rolo, sempre esteve na mesma vibe que a minha, sendo minha amiga, e ouvinte assim como eu era dela. E apesar de não se dar muito bem com Carina, nunca falou mal de minha amiga, pelo menos não para mim. Antes de irmos nos deitar depois de uma partida de vídeo game, acabamos transando novamente... Na manhã seguinte fiquei surpresa ao ver Carina tão cedo em casa, percebi em sua expressão que ela não estava bem, e como sabia que ela não queria conversar naquele momento apenas a abracei com todo o meu amor. O que me deixa triste era ver Carina abatida, ainda mais próximo a uma data tão importante para ela.

Gal foi embora antes de sairmos para o aeroporto, a mesma também percebeu que a minha italiana estava abatida, então apenas disse que era bom eu cuidar da outra, que assim que chegássemos a Páris era para avisá-la. Ela deixou boa sorte a Carina, que agradeceu com um sorriso sincero.

- O nosso Uber chegou, vamos?! -aviso Carina que está sentada no banco alto em volta da bancada da cozinha.

- Vamos. -a mesma me dá um sorriso triste puxando sua mala pela sala. Eu tranco a porta, enquanto Carina chama pelo elevador. Em segundos estamos dentro do carro, em silêncio seguro na mão de minha amiga entrelaçando nossos dedos, dirijo um sorriso a essa que retribui fazendo nosso caminho em silêncio.

- Obrigada.-agradecemos ao senhor depois de dar uma nota em sua mão. -O nosso voo sai em vinte minutos, quer comer alguma? Você não comeu direito essa manhã.

- Apenas tomar um cappuccino. -assinto deixando a morena sentada ali. Quando volto com o nosso pedido encontro Carina sentada no mesmo lugar que a deixei com Andy, Robert e mais uma moça que dançava com eles. Comprimento todos com beijinhos no rosto, enquanto o grupo fala empolgados da apresentação que será amanhã, Carina se mantém calada com a cabeça em meu ombro.

[...] O voo de 9horas e pouco foi bem cansativo, dormi a maior parte do tempo, assim como Carina que estava na poltrona ao lado da minha, apesar dos dois adolescentes do banco de trás do nosso falarem muito. Andy e Robert seguiram para o seu quarto, assim como as outras 3 pessoas da companhia de dança, todos estavam hospedados no mesmo hotel já que tudo estava sendo pago pela escola, segundo a morena italiana.

- Meu Deus não acredito que estamos realmente em Páris. -sorri olhando a bela vista que eu tinha do nosso quarto.

- Pode acreditar, pois realmente estamos. -comentou a morena divertida me abraçando por trás. Suas mãos se entrelaçaram em minha barriga, e automaticamente coloquei minhas mãos por cima das suas.

- Nunca imaginei que a minha primeira visita ao país mais romântico do mundo seria com você. -mentira imaginei inúmeras vezes, até mesmo o nosso casamento. Mas Carina não precisaria saber disso.

- Você sempre imaginava a gente juntas conhecendo os becos onde os manos da quebrada vivem, lembra?! Você tinha uns sonhos estranhos na adolescência. -disse, Carina me fazendo rir. A mesma beija meu ombro parando ao meu lado se apoiando no parapeito. A morena tinha um sorriso bonito nos lábios, era bom vê-la sorrindo novamente.

- Eu amo quando você sorrir. Na verdade eu amo seu sorriso. Você deveria sorrir mais vezes. -confessei vendo suas bochechas ganhar uma coloração avermelhada.

Fofa!

- Páris realmente deixam as pessoas mais românticas. Nem parece a Maya Bishop Galinha que eu conheço. -sua voz sai em um tom divertido me fazendo rir.

- Sempre fui essa Maya romântica com você. Aliás a senhorita é uma das poucas pessoas que conhece esse meu lado. -coloco uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

- Sim. Tu não é uma má pessoa, May. Apenas estou me implicando contigo, você apenas faz o que uma pessoa solteira tem o direito de fazer.

- Por isso que te amo, você me entende. -digo beijando sua bochecha. -mas me diz, o que aconteceu para te deixar triste em uma data tão importante?

Carina fica em silêncio por um tempo olhando as pessoas passarem lá embaixo. Dei o seu tempo inspirando o ar fresco de Páris. Alguns segundos depois a mesma se virou para mim com um pequeno sorriso triste.

- Eu juro que vou te contar, mas pode ser depois da apresentação? Sei lá, só quero focar no agora e dar o meu melhor nessa dança.

- Claro, no seu tempo meu bem. -beijo sua têmpora usando o apelido que usei na noite de natal na beira da piscina, Carina disse ter adorado a maneira que a chamei naquela noite, mas acredito que nem se lembre mais.

Ficamos alguns minutos ali, perdidas na paisagem bonita diante do nossos olhos, e não me refiro somente a Sacre Coure, mas também de uma certa italiana. Logo depois Carina se retirou para tomar  um banho me deixando sozinha com os meus pensamentos. Sinto meu celular vibrar no bolso do meu jeans, retiro rapidamente tendo uma ligação de
Gal ali.

- Bon après midi mon cher- digo arriscando meu péssimo francês com um sorriso.

- Olha só, faz nem 24 horas que esta na França, e já virou uma francesa. -brincou me fazendo rir. -Como foi a viagem? Páris realmente é lindo? Mas que pergunta besta minha, lógico que a cidade de luz é realmente lindo.

- Páris realmente é lindo, e sim fizemos uma boa viagem.

- Que bom. E Carina, ela esta melhor?

- Ainda na mesma -solto um suspiro olhando para trás de mim. -ela disse que vai me contar amanhã, mas eu não gosto de vê-la desse jeito. É como se alguém tivesse me ferido sabe?

- Foi bem boiola, porém fofo. -acabo soltando uma risada nasal. - Mas agora é sério pequeno unicórnio, você deveria aproveitar essa viagem e ser sincera com a Carina em questão ao seus sentimentos.

- O quê? Que sentimentos? -uso um tom de voz indignado mexendo nervosamente em meu cabelo, soltando um risinho nervoso.

- Maya, você pode mentir para qualquer um, até mesmo para você, mas não para mim. Olha só eu gosto muito de você, e nesses últimos meses de amizade tenho convivido com as duas de perto, e os olhares que estão direcionando uma para a outra é de paixão. Não perca tempo pequeno unicórnio, dê uma chance para esse coraçãozinho ser feliz.

- Ela tem namorado, Gal.

- Que ela não ama, e não me pergunte como eu sei disso, apenas sei e pronto. -disse firme me fazendo rir. - Te amo, e amo nossa amizade. Eu preciso ir, tenho ensaio com a equipe de teatro.

- Também amo você, morena. Se cuida. -encerro a ligação com um sorriso, quando me viro para entrar no quarto, me deparo com Carina me observando com um sorriso pequeno desviando o olhar do meu.

Só espero que eu faça a escolha certa! E que Gal esteja certa, se não bola pra frente.


I love my best friend | Marina Where stories live. Discover now