• Stefan | Nosso Elo (parte 1)

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O vapor quente do chuveiro inunda o banheiro enquanto eu fecho o registro. Meus pés molhados pisam no tapete branco felpudo, fazendo com que a gostosa sensação do algodão passe por entre meus dedos.

Enxugo o cabelo com a toalha para logo em seguida enrola-la em meu corpo.

Caminho até a porta, minhas mãos se erguem para abri-la.

E é só quando estou prestes a encostar os dedos na maçaneta que escuto o barulho do lado de fora.

Meu coração gela no mesmo momento. São poucos segundos entre uma parada cardíaca e um peito que volta a bater.

Demora alguns minutos antes que eu possa de fato envolver os dedos no trinco e finalmente abrir a porta.

Eu sabia muito bem o que estava prestes a acontecer.

O homem estava parado de costas para mim. A blusa branca de alças finas era muito diferente do visual que costumava usar. Os braços estavam erguidos para o alto, segurando a linda criança acima de sua cabeça.

A pequena menina o olhava fixamente. A expressão séria de seus olhos azuis logo foi trocada por um sorriso sapeca e suas perninhas chacoalharam no ar ao olhar o rosto dele.

— Ela é perfeita. – a voz doce e marcante dele murmura. O ar de riso morrendo em sua voz era o suficiente para eu saber que ele estava sorrindo para a menina em seus braços.

— Ela não costuma se dar bem com estranhos. – eu digo. Qualquer esforço para me esconder é inútil. Ele sabia da minha presença no quarto desde a hora em que pisou na calçada em frente à casa.

— Talvez ela esteja reconhecendo o pai dela. – vejo a rosa tatuada no braço esquerdo dele tensionar-se conforme ele abaixava os braços e acomodava a criança neles.

— Stefan... – o nome sai de meus lábios assim que ele volta o corpo todo para mim.

Os meses que passei longe dele não mudaram nenhum pedaço de seu corpo.

Mas como poderiam? Ele era imortal.

— (S/n). – meu nome sai dos lábios dele como uma palavra maldita e dói. Como dói.

Um silêncio infernal desliza sobre nós. Em minha mente se passam sentenças de respostas, milhares de desculpas que poderiam ser ditas para explicar tudo o que não aconteceu entre nós.

— Como sabia que eu estava aqui? – eu escolho a pergunta da qual já tenho a resposta.

— Damon. – o nome do irmão sai da boca dele.

— Já faz um mês desde que voltei. – minha voz se esforça para parecer natural. – É um milagre que ele tenha guardado segredo por tanto tempo.

— Ele me contou hoje de manhã. Disse que você iria embora no dia seguinte e que não podia me deixar mais tempo sem saber da verdade. – Stefan diz. – Como...? – os olhos azuis escuros viram-se na direção do bebê em seu colo e logo em seguida olham para mim.

— Me fiz essa pergunta desde o dia em que descobri que estava grávida.

— Não me enrole, (s/n). Eu preciso saber, como isso foi possível, como eu... como nós conseguimos fazer ela. – o tom chocado em sua voz finalmente se faz presente.

Minha boca se abre para responder à pergunta. Mas minha fala é cortada assim que o moreno abre a porta.

Dou um suspiro e faço meus pés caminharem e, com uma calma vinda de outro mundo, sento-me na cabeceira da cama.

— Eu descobri poucas semanas antes de vir para cá. – esfrego as mãos nas coxas, nervosa. – Depois de muitos meses de pesquisa e incerteza, eu finalmente descobri como foi possível.

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