28 - Ausente

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Hello, darlings. O bichinho do ânimo me pegou de jeito ontem e eu escrevi esse capítulo para não deixá-los sofrendo por muito tempo.

*Postado em 26/09/20

O cheiro de ambiente estéril foi o que primeiro atingiu Katsuki quando ele despertou

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O cheiro de ambiente estéril foi o que primeiro atingiu Katsuki quando ele despertou. Automaticamente torceu o rosto em uma careta de desagrado, enjoado com o aroma de assepsia, medicamentos e alvejante. Detestava aquela combinação de produtos químicos e inibidores, sempre o incomodou e agora parecia ainda mais acentuado. 

Não demorou muito para a mente se situar, embora os pormenores ainda lhe fossem desconhecidos. Estava em um hospital e pelo soro em sua veia e a sensação de letargia no corpo, desconfiava que tinha sido por algo realmente sério. 

— Finalmente acordou, Bela Adormecida — virou o rosto na direção da voz de Mina, encarando-a com as sobrancelhas franzidas — achei que ia precisar convocar um príncipe para te beijar. 

— O que aconteceu? — a voz saiu rouca pelo tempo que passou adormecido, a língua pesada como um monte de carne sobre o qual não tivesse muito controle. 

— Você passou mal, desmaiou e eu te trouxe para o hospital — ela disse, acariciando de leve o dorso da mão do ômega — Teve um pouco de comoção também, desespero e até algumas lágrimas, da minha parte é claro, mas são detalhes. 

Quase podia evocar mentalmente a imagem de Ashido fazendo exatamente o que relatou e um estranho desconforto o atravessou.

Katsuki grunhiu, a testa franzida e a mente ainda zoneada, desejando mais respostas.

— E exatamente porque eu desmaiei? Os médicos já falaram o motivo? 

— Estou esperando por isso há algumas horas. Eles fizeram alguns exames, anotaram nas pranchetas e fizeram muitas caras sérias e se foram depois de administrar um ou dois remédios. Inclusive acredito que um deles ainda esteja sendo absorvido nesse instante porque eles diluíram no soro — apontou para o suporte onde a bolsa com soro estava pendurada e Katsuki acompanhou o movimento com o olhar.

Um silêncio desconfortável recaiu sobre o quarto depois disso. Mina parecia tentada a perguntar algo e Katsuki não sabia se realmente estava com disposição de responder, ainda incomodado com o aroma neutro do lugar. Estava tão errado e ele desejou mais do que nunca rastejar para dentro de seu ninho onde estaria quente, seguro e confortável, rodeado pelos aromas familiares. Daria qualquer coisa para poder apreciar ao menos um pouco do perfume de terra molhada de Eijiro e não pensou muito antes de buscar e remover o adesivo bloqueador sobre sua glândula, inundando a sala com o aroma doce de caramelo com toques picantes de cravo e noz moscada. Não era o ideal, mas ajudava. 

— Bakugou, posso te perguntar uma coisa? — ali estava a pergunta que Katsuki havia previsto.

— Se for sobre o Eijiro, não. 

Na Porta Ao LadoWhere stories live. Discover now