5 - Oportunidade?

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Eis que estoy de volta. Posso ouvir um amém por isso?

*Publicado em: 30/05/20

Experimentar a rejeição é uma sensação paralisante e dolorosa, e certamente Eijiro não estava ansioso para vivenciar novamente

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Experimentar a rejeição é uma sensação paralisante e dolorosa, e certamente Eijiro não estava ansioso para vivenciar novamente. 

Depois que o vizinho fechou a porta praticamente na sua cara ele apenas ficou ali, parado, olhando para o local onde ele estivera momentos antes como se pudesse apagar o fato de ter sido ignorado. 

Será que foi muito prepotente de sua parte achar que tinha permissão para se intrometer na vida do vizinho? Sequer sabia se o alfa com quem ele estava conversando era um namorado ou algo do tipo, simplesmente agiu, acreditando em seus instintos ao sentir o aroma azedo dos feromônios descontentes do ômega. 

Ele realmente não devia ter se intrometido e agora se culpava por ter se deixado levar. Que tipo de alfa estúpido se deixa levar pelo instinto de proteção e rosna para outro sem nem mesmo ter liberdade do ômega para isso? Certamente o vizinho gostoso deveria estar com ainda mais raiva, acreditando que além de tarado ele também é uma espécie de bisbilhoteiro prepotente.

Eijiro entrou em casa, fechou a porta e recostou na madeira, pensando no que tinha acabado de fazer, a culpa ainda chapiscando sua mente. Cansado, bufou, tentando afastar de si a sensação de fracasso e vergonha. A cada nova tentativa de reconciliação ele parecia apenas piorar as coisas. 

Se bem que não poderia ser considerado reconciliação se algo ainda não acontecera, certo? Estava mais para uma retratação pelas mancadas. A designação não importava tanto, afinal, não tinha como piorar mais, ou tinha?

— Eiji, o que houve? — a voz de Mina o fez suspirar e soltar um palavrão baixo.

O universo nunca deixa de responder, principalmente quando quer curtir com a sua cara, aí mesmo que a resposta vem a jato. 

Em última análise: sempre tinha como piorar um pouco mais, certo? Basta adicionar a amiga animada, abelhuda e dada a casamenteira que — tão certo quanto o bendito nascer do sol a cada nova manhã — contaria aos demais sobre seu momento vergonha alheia. 

Felizmente betas não possuem um olfato aguçado como alfas e ômegas, o que o pouparia de mais chacota. 

— Nada demais. — tentou desconversar, afastando-se da porta e se aproximando do sofá onde ela estava sentada, pés no estofado, joelhos para cima, usando uma das poucas camisas de frio e um dos moletons de Eijiro (por serem mais confortáveis segundo ela) — Então, quer gravar o podcast? 

Ela o encarou com o melhor semblante desconfiado, os lábios comprimidos em um bico e a sobrancelha erguida em dúvida. 

— Sério que vai tentar me enrolar, logo eu, a rainha da enganação? Quase um Loki, versão muito mais gostosa?! — ajeitou a postura, abaixando as pernas e o puxando pela gola da camisa, de modo sutil — Negativo, não vai escapar, trate de sentar aqui e me contar direito o que está acontecendo. Você estava falando do teu vizinho gostoso, levantou porque escutou as vozes e voltou assim, com essa cara de cachorro abandonado, e acha que não vai me contar? Mas eu não saio daqui antes de ouvir cada palavra. 

Na Porta Ao LadoWhere stories live. Discover now