Pois é, amores, eu estou mais do que grata pela repercussão da fic e empenho de vocês nos comentários. Sério, vocês são demais
*Postado em: 11/08/20
A linha vertical no programa de texto piscava, aparecendo e reaparecendo no ritmo das batidas regulares de um coração calmo, soando como um lembrete de que ele deveria escrever, que já havia protelado demais. E Katsuki mais uma vez tentou.
As pastas se acumulavam sobre a mesa, recheadas de documentos a serem analisados. Conquanto, não havia espaço tampouco concentração na mente do detetive naquele momento. Seu foco se perdia em questão de minutos e...
Os dedos subitamente travaram, assim como a narrativa que se desenrolava em sua mente. O maldito bloqueio o atingira em uma fase detestável e não podia ser menos bem vindo. Shinso não estava lhe dando folga nas cobranças e isso deixava Katsuki cansado, e o fato de não estar conseguindo produzir apenas aumentava sua frustração.
Onde havia ido parar toda sua capacidade criativa? Não era a primeira vez que ele lidava com bloqueio, é algo comum a todo escritor. Ele só não estava com humor para aceitar que sua perda de concentração era por causa de Eijiro.
Quer dizer, que culpa Katsuki tinha afinal? O cara queria apenas uma noite assim como ele, não é? Ele sempre deixou seu desapego bem claro nos vídeos que produz, optando por uma vida de solteiro e estava bem, porque Katsuki pretendia o mesmo. Foi apenas uma noite, um escape dos malditos hormônios que comprometiam seu orgulho e o deixavam ansioso e estúpido toda vez que se aproximava de Eijiro. Era para a libido se acalmar depois daquilo, no entanto... simplesmente não aconteceu, pelo contrário, apenas reafirmou, potencializando um sentimento do qual o ômega desejava se livrar.
Na manhã depois do sexo ambos acordaram abraçados, estranhamente acanhados ao se lembrar de tudo o que fizeram no calor do momento. Katsuki sequer conseguiu manter o rosto normal, sem corar quando se pegava reavaliando suas ações. Soara carente e humilhante ter-se exposto tanto apenas para que o alfa percebesse suas intenções. Com certeza ele agora era o verdadeiro pervertido da dupla.
Ambos se despediram e Katsuki ligou para um chaveiro, tentando ignorar o fato de estar em roupas tão indecentes, exposto. Eijiro percebeu seu desconforto e ficou próximo, conversando com o chaveiro - que era um alfa - para disfarçar que estava ali para vigiá-lo caso tentasse algo contra o ômega. Foi atencioso e Katsuki sentiu-se agradecido e envergonhado ao mesmo tempo.
De lá para cá, ambos evitaram se encontrar e quando acontecia, se tratavam de modo cortês, quase como desconhecidos. Trocavam poucas palavras e a maioria delas eram apenas as saudações básicas. Katsuki ainda estava se sentindo tão atraído e aéreo perto de Eijiro e isso dificultava um pouco manter o nervosismo sob controle.
Uma semana se tratando como estranhos. Não que fossem íntimos antes, pois eles não eram, porém era estranho e Katsuki não conseguia esconder a insatisfação que crescia em si. Deveria apenas conversar com ele e colocar aquela questão sobre a mesa como ele sempre fez, só não conseguia encontrar coragem para isso dessa vez.
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Na Porta Ao Lado
Outros génerosKatsuki é um ômega romancista que apenas deseja paz e silêncio para poder finalizar seus projetos, e foi essa necessidade que o fez comprar um apartamento em um prédio onde a maioria dos inquilinos são idosos. Seu nirvana pessoal, no entanto, agora...