55 - Enfrentar

785 113 81
                                    

Deixarei maiores comentários para o final. 

O estômago de Eijiro revirava de ansiedade enquanto ele comia, observando de vez em quando Seiji de esguelha

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

O estômago de Eijiro revirava de ansiedade enquanto ele comia, observando de vez em quando Seiji de esguelha. O ômega bebericava um cappucino, o olhar um tanto distante, fitando a movimentação da cidade mais de trinta e cinco andares abaixo. O apartamento era luxuoso, tal qual o alfa previra. 

O assunto pairava sobre a cabeça de ambos e o alfa desejou poder assoprar aquela pequena nuvem de ansiedade para longe. Conhecia bem Seiji, sabia que ele tocaria em sua ferida, querendo ele ou não, e tentou se preparar para o momento, muito embora parecesse uma missão impossível. 

— Quantos anos se foram mesmo? — o ômega iniciou, o olhar ainda pousado na paisagem — oito... dez...?

— Doze. — Eijiro o corrigiu. 

— Sim, são doze. — concordou, sorrindo em nostalgia— Eu tinha vinte anos, você era dois anos mais novo que eu, se não me engano. Um cara bonito e tímido a princípio, mas muito ousado. Lembra como me convidou para sair a primeira vez? Foi tão patético e ao mesmo tempo fofo.  

— Se me lembro bem, você gostou da declaração, disse que tinha sido original. 

— Claro que falei, não queria ofender ou humilhar você, afinal mesmo tendo sido de mal gosto a escolha do buquê e todo o cortejo, foi uma boa tentativa. Exceto, é claro, a parte em que você você tropeçou nas próprias pernas e quase me arrastou junto. 

Eijiro riu, as bochechas coradas por lembrar da vergonha que sentiu. 

— Eu estava nervoso, você tinha aceitado e era o cara mais bonito e popular da faculdade. 

— E você o calouro de cabelo espetado duro de gel. — Seiji gargalhou, tomando mais um gole da bebida — Ainda bem que o seu estilo evoluiu de lá para cá. 

— Gostaria de dizer o mesmo de você, mas parece tão arrogante quanto antes. — desdenhou. O ômega o encarou nos olhos sem desmanchar o semblante arrogante de sempre.

— Algumas coisas não mudam, fazem parte de nós. 

Eijiro concordou, sentindo-se um tanto revigorado ao experimentar um pouco do cappucino que tinha sido servido a si pelo mordomo. O sorriso de Seiji aos poucos cedeu, e seu olhar se tornou melancólico enquanto o assunto mudava. Eijiro sentiu que era a hora antes mesmo das palavras saírem da sua boca.  

— O Kazuo estaria com onze anos caso estivesse vivo. — foi mais uma reflexão solitária e partilhada que parte do diálogo em si — Todo dia nove de junho eu lembro. 

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jun 25, 2023 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Na Porta Ao LadoWhere stories live. Discover now