Capítulo 75: Parque de diversões

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"A gente se vê por aí." Abro a porta e deixo ela na dúvida.

O apartamento é todo na cor branca e espelhado, apesar dos cômodo serem pequenos, a forma como a luz se infiltra pelas janelas enormes deixa tudo perfeito, vejo que uma divisória de gesso com acabamento de pedras divide a sala da cozinha, fico observando a vista de Lisboa pela janela maravilhada quando ouço passos atrás de mim.

"Você veio." Caio sussurra atrás de mim.

Viro-me preparada para encarar uma visão ainda mais esplêndida. Acabo de virar manteiga derretida no meio do deserto.

"Suas chaves." Sacudo elas entre nós dois.

"Pode ficar com elas." Ele fecha minha mão em torno das mesmas, polidamente

"Caio não é certo, eu não quero apressar as coisas e..." Ele me interrompe. "Apenas as guarde, por motivo de segurança, ou simplesmente faça isso por mim, eu tenho um péssimo hábito de perder chaves."

"Você está mentindo." Sorrio guardando as chaves dentro da bolsa.

"Ninguém precisa saber disso." Me puxa pelo braço gentilmente. "Você está com fome?" Ele encara totalmente perdido a própria cozinha. "Como não sei cozinhar comprei batatinhas fritas e refrigerante para nós dois, as batatinhas estão quentinhas."

"Você está querendo me engordar?" Continuo sorrindo.

O sorriso de Caio se escancara.

Passo por ele e pego uma batatinha do prato, mastigo lentamente, sentindo saudades de comidas assim, mandando para bem longe a lembrança de comer sopas batidas no hospital e as que minha mãe passou preparando por vários dias.

"Pois vou logo falando que está dando certo." Pego o prato e caminho para a sala, resolvo sentar no carpete, noto que seu apartamento possui poucos móveis, porém, o necessário e todos de qualidade.

Caio liga a tv e se senta ao meu lado, depois abre a latinha de coca e coloca o canudo, ele entrega a primeira para mim e depois repete o mesmo com a segunda latinha.

"Nossa." Passo a língua nos lábios. "É tão bom voltar a comer de verdade."

"É tão bom te ver feliz." Ele avalia me encarando. Meu coração parece que foi parar dentro da calcinha, pulsando sem parar.

"Não se esqueça do trabalho." Lhe cutuco com o ombro. Tentando lidar com meus hormônios disparados.

"Já está tudo sob controle." Ri maravilhosamente e depois suga um pouco do refrigerante.

"Não entendi." Comento pousando meu refrigerante no carpete.

"Eu conheço tudo sobre você e minha redação já está feita." Ele confessa abafando uma risada.

"Assim não vale." Finjo aborrecimento.

"Eu fiz um resumo das minhas qualidades, defeitos, tudo do que você precisa saber, sobre meu futuro, essas perguntas idiotas, você só precisa filtrar as informações e escrever com suas próprias palavras."

"Puxa." Fico boquiaberta. "Obrigada!" Fico curiosa sobre o que ele escreveu de mim, mas prefiro deixar para descobrir isso depois, corro o risco de não falar mais com ele, caso algo me desaponte.

"Você não vai embora vai?" Ele tenta disfarçar o nervosismo na voz.

"Não." Estico as pernas confortavelmente. "Estou me divertindo."

Ficamos ali no carpete da sala sorrindo, fazendo piadinha sobre um filme idiota, até que as horas passam e o cômodo começa esfriar, Caio busca um cobertor para nós dois, passamos para o sofá e tento não parecer oferecida quando procuro sua mão, ele acaricia meus dedos e ficamos assim assistindo o restante do segundo filme, e o tempo voa... Meus olhos ficam pesados e sem saber como, fui parar deitada de conchinha com ele no sofá, fiquei com aquela sensação de segurança e comodidade, que não quis deter o sono quando ele veio e apaguei...

Namoro de Mentirinha [COMPLETO]Where stories live. Discover now