Namoro de Mentirinha [COMPLETO]

Capítulo 64: Não é o fim

Abro os olhos com dificuldade, uma luz bem forte me cega, por instinto tentei levar minha mão até o rosto para proteger meus olhos da claridade quando percebi que algo estava errado, não conseguia mover minha mão, foi quando senti faixas de tecidos macios me impedindo de fazer os movimentos.

"Doutor ela acordou." Ouço a voz de Alonso e então tudo veio à tona.

Minha filha!

Eu perdi minha filha.

Começo debater-me no leito desesperada, gritando para que me soltem, eu preciso vê-la, eles não podem manter-me presa aqui contra minha vontade, não quando minha filha está em algum canto desse hospital precisando de mim.

"Acalme-se senhora Collins." Alguém fala comigo pacientemente, creio que o médico.

Debati-me mais algumas vezes, quando o esforço foi em vão cedi.

"Primeiro a senhora precisa manter a calma." Ele volta falar calmamente. Como ele podia me pedir para manter a calma? Minha filha sofreu um acidente e eu nem sei como ela está. "Tivemos que fazer uma contenção no leito, a senhora estava fora de controle e se machucou um pouco." Sua tranquilidade só me irritava.

"Eu quero minha filha." Grito atordoada. "Me diga como ela está! Alonso? O que você está fazendo aqui? Vá vê-la... Eu suplico."

"Calma Abby!" Senti sua mão acariciando minhas bochechas. "Eu mesmo já falei com o médico, confie em mim, ela está bem." Suas palavras me deram um pouco de esperança, mas eu sabia que não podia confiar totalmente nelas, talvez ele esteja me preparando para o pior.

"Vamos precisar medicá-la novamente, ela está muito agitada e sua pressão ainda não normalizou." Ouvi uma terceira pessoa falar perto do médico.

"Não!" Protesto aos gritos. "Alonso preciso falar uma coisa para você." Falei desesperada, com medo de não acordar mais.

Ele precisa saber que ela é sua filha, eu preciso contar logo a verdade, Deus só pode estar me castigando por tudo, toda aquela discussão só resultou nisso.

"Perdão!" Suplico olhando em seus olhos. Mas senti uma mudança, não conseguia falar com facilidade, era como se minha língua estivesse ficando dormente, na verdade o corpo todo.

"Não é a hora Abby, fique calma querida, a medicação fará bem a você."

"Eu preciso te contar a verdade." Precisei fazer mais esforço do que a primeira vez para falar. "Olha pra mim." Ele olhou, atentamente.

Senti um formigamento no corpo, mas logo deixei de lado a sensação para não correr o risco de me distrair, tentei encontrar as palavras certas, lutar contra meus olhos que estavam pesados, afastar o sono que inesperadamente começou rodear-me.

"Alice é sua filha" Gritei o máximo que pude.

Nenhuma resposta.

Eu realmente ainda estava de olhos abertos? Eu posso sentir sua mão quente acariciando meu braço, mas sinto que estou longe, que grito contra uma parede invisível, eu tento mais algumas vezes inutilmente me comunicar com ele, mas é em vão, algo macio me censura e não consigo resistir, tão logo que me senti reconfortada, tão logo perdi todos os sentidos.