Capítulo 28: Faz de conta que eu não disse nada...

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“Você não pode fazer isso comigo

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“Você não pode fazer isso comigo.” Digo com a voz embargada e reprimindo alguns soluços. “Não pode sumir e depois aparecer batendo na janela do meu quarto, ainda por cima bêbado falando que me ama.” Sinto sua respiração contra meu ventre, eu não quero nem pensar no que poderia acontecer se eu estivesse com pouca roupa numa situação dessa. Por mais tentadora que seja a ideia de acreditar no que ele acaba de me falar tenho medo, muito medo, como nunca tive antes.

“Acredita em mim!” Suplica bem baixinho e quase tenho vontade de tranquilizá-lo lhe dizendo que acredito, mas me controlo. Caio está bêbado e pessoas bêbadas falam besteiras. “Deixa eu dormir aqui com você? Diz que sim vai.” Me pergunto se percebeu meu descontrole ao chorar em sua frente. Será que está tão bêbado assim para não ter notado? Por sorte logo as lágrimas cessaram, se foram na mesma velocidade que vieram.

“Caio eu...” Começo mas ele me interrompe. “Estou com muito sono e meu braço dói, deixei meu carro um pouco longe daqui, uns dois quilômetros de distância, estava bebendo no bar mais próximo que encontrei de sua casa.” Eu havia me esquecido completamente do braço dele. Me agacho para ficarmos quase na mesma altura e suas mãos agora passam para os meus ombros. Tenho a impressão que ele está usando a dor no braço para me convencer. Se é que dói.

“Você andou brigando?” Pergunto calmamente olhando em seus olhos embriagados, mesmo vermelhos conseguem me prender e luto para quebrar o contato visual. Só que não consigo. Estou hipnotizada. E ele está no meu quarto. Ai minha nossa!

Seus dedos secam algumas lágrimas no meu rosto, o contato me faz estremecer.

“Mais ou menos.” Ele fica pensativo por um instante. “Por aí. Nada para você se preocupar anjo.” Seus olhos continuam me encarando e tenho dificuldade para respirar, não sei se é o cheiro forte de álcool ou sua presença, talvez as duas coisas. Ambas me deixam zonza. Ele remexe os joelhos no tapete impaciente e eu sorrio da situação, me levanto e ajudo-o fazer o mesmo, o atrito entre nossos corpos é inevitável, enquanto eu estou desesperada para resistir a armadilha que me rodeia ele permanece calmo. Isso não é justo!

Eu fico me perguntando que lugar ele enfiou a camisa dele.

“Minha linda!” Ele me pega desprevenida e beija uma das minhas bochechas. “Posso ficar?” E eu tenho escolha? Como vou mandá-lo embora no estado em que se encontra? Terei que ser forte e ficar no controle da situação. Chega de adestrá-lo para ficar no controle de tudo e depois sambar na minha cara.

“Só se você me prometer ficar bem quietinho no seu lado da cama, e por favor nada de roncar ou eu terei que enfiar uma das minhas meias dentro da sua boca.” Ele confirma alegremente e começa abrir o zíper da calça. Aquela calça que eu tanto amo, só faltou o boné para ficar tudo completo.

“O que você pensa que está fazendo?” Faço esforço para concentrar minha visão no rosto dele. Que doideira é essa? A poucos minutos atrás eu estava atordoada sem saber notícias dele e agora está na minha frente abrindo o zíper da calça. Ai Deus!

Namoro de Mentirinha [COMPLETO]Where stories live. Discover now