Capítulo 36: Mau tempo

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Já era quase dez horas quando Caio veio me buscar, a chuva deu uma trégua e ele me prometera um chocolate quente, por mais que eu tenha insistido mamãe não quis nos acompanhar

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Já era quase dez horas qua
ndo Caio veio me buscar, a chuva deu uma trégua e ele me prometera um chocolate quente, por mais que eu tenha insistido mamãe não quis nos acompanhar. O que seria bem esquisito na verdade.

"Não esquece de me ligar quando chegar na casa dele." Minha mãe grita da varanda e eu confirmo com a cabeça.

"Pelo jeito vocês se entenderam." Comenta enquanto entra com o carro lentamente na avenida.

"Sim." Eu fito a pista escura e escorregadia pela janela, estou muito triste, sinto que falta algo a mais, não sei o que é exatamente, só sinto que mesmo ao lado de Caio nesse exato momento não estou feliz.

"Não gosto muito disso. Adeus companhia." Pelo jeito não sou a única que está com um péssimo humor.

"E aí quando você vai me contar sobre o lance do Matias?" Arrisco fazer a pergunta mesmo sabendo que vou tirá-lo do sério.

"Nunca. Não é da sua conta." Caio continua olhando para frente e percebo que sua mão aperta o volante, está dando sinais evidentes que vai surtar a qualquer momento.

"Caio numa boa.".Explodo. "Você não pode me esconder as coisas, eu sou 'sua namorada' e odeio saber que sempre você tem algo para esconder de mim. Sempre será assim? Eu descobrindo que você me esconde as coisas?" Fico sem a resposta, ele fecha a cara e sei que nada será capaz de fazê-lo falar, como eu o odeio nessas horas, é tão insensível, um verdadeiro bundão, tenho pena dos pais dele, do irmão e tenho pena... de mim. Pronto falei.

Entramos em uma pequena cafeteria, o silêncio é pior do que o frio que judia do meu corpo no momento, nem percebo que meus dentes estão tinindo um no outro quando faço meu pedido, posso apostar que esta é a noite mais fria dos últimos cinco anos, minhas juntas doem, e meus pés clamam por meias secas. Observo Caio emburrado encarando o nada, ele é tão malcriado que me pergunto como ainda o suporto.

"Não vai mais falar comigo?" Tento mostrar rancor na minha voz, mas o único som que emito é de uma voz embargada pela temperatura. Rezo para que o aquecedor comece logo a me esquentar.

Como o esperado ele apenas revira os olhos e começa fuçar o celular.

"Sabe o que eu acho?" Agora consigo um pouco mais de equilíbrio na minha própria voz, embora ainda não passe de um sussurro. "Que você precisa crescer, parar de se comportar como um garoto asqueroso rebelde. Isso é cansativo."

Recebo como uma resposta uma gargalhada.

"Este sou eu, não estou tentando ser nada." Seus dedos batucam a mesa de madeira e agora até o som que elas produzem me irritam, mas é melhor que o silêncio anterior.

"Estou pensando em fazer outra tatuagem." Sua declaração me pega desprevenida. O quê?

"Estamos falando sobre você ser um sujeito asqueroso e você me conta que quer fazer uma tatuagem? Tenho paciência não." Agora quem não quer mais falar sou eu, acho que pedirei para me deixar em casa, se ele vai ficar fazendo pouco caso quando tento fazê-lo se abrir comigo, prefiro meu travesseiro ao invés dele.

Namoro de Mentirinha [COMPLETO]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora