Namoro de Mentirinha [COMPLETO]

Bônus | 2 - Lurdes

Ouço 'One Last breath' concentrada e me empenho na tarefa de deixar cachos perfeitos com ajuda do meu sagrado babyliss. O relógio me sacaneia fazendo os minutos virarem segundos, já são quase oito e eu ainda não depilei minhas pernas. Ainda estou me decidindo se levo alguns preservativos na bolsa ou não, pensando bem vou levar um de reserva, do jeito que ele é muito certinho no lugar de camisinha deve ter uma tabela periódica dentro da carteira.

Meu celular não para de tocar, Lipe liga incansavelmente e eu apenas deixo que ele tenha o trabalho de ficar me ligando, ainda não sei se vou perdoá-lo por me ter me deixado rodada na festa, até que ele é gostoso, confesso, e agora minha mãe me proibindo de vê-lo só deixou as coisas mais excitantes, talvez eu o perdoo futuramente para continuar me divertindo um pouco, veremos...

Uso o mínimo de maquiagem e visto o vestido que ganhei da mamãe, preto, curto, sexy e com bandage de festa e paetês bordados. Me olho no espelho e dou dois tapinhas em cada lado das bochechas para ficar um pouco corada, calço um salto agulha preto de veludo e pego minha bolsinha preta, saio tranquilamente para garagem, minha mãe foi jantar com papai e eles não voltaram até que acabem suas histórias de pescador. É meu bem, também herdei o dom do papai, estou indo pescar meu peixe.

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Dirijo em direção ao parque das nações, a zona mais cara para se morar, eu tenho em mente que não posso deixar que Alice me veja, com certeza ficará escandalizada se descobrir que estou tentando uma 'falsa amizade' com Carlos, eu particularmente levo muito a sério meus amigos e ele com certeza será o mais gostoso de todos. Resolvo estacionar o carro um quarteirão antes e ir caminhando até o apartamento, quando eu chegar lá só precisarei pedir que o porteiro entre em contato com ele, sorte minha que não é o mesmo da empresa.

Me abraço para me manter aquecida, apesar do tempo parado está muito frio, eu não sou medrosa do tipo de ter visagens, mas levando em conta que a rua está deserta, que estou sozinha e que quem tem cu tem medo, paro para tentar vislumbrar melhor a sombra que vai se formando em uma silhueta humana, eu me preparo para correr, que não seja um tarado, se for que seja pelo menos bonitinho.

Olho para o céus na esperança que minha prece seja atendida.

Minhas pernas começam a tremer quando noto que o corpo é de um homem e está vindo correndo em minha direção, eu tento tirar os saltos agulhas e a distância só diminui entre eu e o homem, sem tempo de tirar o sapato do pé esquerdo resolvo permanecer na defensiva, dizem que a melhor defesa é o ataque, eu uso meu sapato da Chanel como arma e espero que o homem avança em mim, as sombras das árvores me impedem de ver o rosto do suposto tarado, sem perca de tempo eu arremesso o sapato na direção dele e então ouço a voz conhecida xingando baixinho.

”Carlos!” Arregalo os olhos quando reconheço sua voz. Ele avança alguns passos e agora longe da proteção das árvores posso vê-lo com nitidez e cultuar sua boa forma, a camisa regata super cavada deixa aparente seus músculos e não sei porque minha mente projetou flashbacks de cenas onde suas mãos me tocavam.