Namoro de Mentirinha [COMPLETO]

Capítulo 39: Me desgrace, me odeie, só nunca esqueça que eu amei você

"Mais uma taça?" Pergunto para Edgar que está procurando algo interessante na tv. Ele assente e eu encho sua taça pela segunda vez, creio que será a última, já que ele terá que ir dirigindo até a casa da irmã.

"Pelo jeito a temperatura voltou a subir." Comenta após dá um grande gole no vinho.

"Ainda bem. Não sou muito fã de frio." Estico minhas pernas na mesinha de centro. Edgar está sentando no sofá e eu me sinto mais à vontade ficando com um pouco de espaço entre nós.

"Quando será sua próxima viagem a trabalho?" Fico feliz com sua pergunta, algo que eu consigo responder tranquilamente.

Ficamos falando sobre meu trabalho durante muito tempo, ele escuta tudo pacientemente, eu tenho duas entrevistas marcadas para amanhã no centro, mas não quero falar antes da hora, se eu conseguir ficar em alguns dos dois, não vou precisar mais me deslocar para outras cidades e poderei passar mais tempo com Alice, isso sem abrir mão da nossa moradia. O salário que eles oferecem é o suficiente para vivermos bem.

"Foi ótimo conversar um pouquinho com você." Edgar segura suavemente minha mão. "Eu não falei nada mas... Seus olhos me lembram os da minha ex esposa, eram verdes também, mas não na mesma tonalidade. O seu é um verde escuro e inebriante. Permita-me dizer que você é adorável. Não estou exagerando."

Desvio o olhar sem graça pelo elogio, normalmente estou acostumada apenas com os elogios de Alonso.

Alonso.

Hoje pela manhã tivemos uma briga horrível quando lhe pedi um tempo, que precisava me ocupar com outras coisas, é claro que ele não aceitou e passou o dia tentando falar comigo, ignorei todas as chamadas.

Normalmente brigamos quase todos os dias, sempre rompemos e depois reatamos, é um pouco cansativo na verdade, na maior parte do tempo sou eu que rompo com ele e digo coisas para machuca-lo de propósito. No fundo eu sei que é a revolta dele está casado com 'ela', apesar do nosso amor, de tudo que enfrentamos juntos, ele ainda está naquela maldita casa e eu aqui nessa droga de vida.

Você devia pegar leve com as palavras, as vezes fala como se nutrisse um ódio absurdo contra mim, será que sempre vai ser assim? Ferindo um ao outro o tempo todo?

Me recordo das suas queixas.

"Abigail?" Edgar me arranca dos meus devaneios.

"Desculpa estava distraída." Me envergonho da indelicadeza. "O que estava mesmo dizendo?"

"Se você aceita ir jantar comigo?" O encaro um pouquinho e decido desafiar o destino.