Capítulo 57

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Marta Chita

...

-- Você não pode estar apaixonada por ele. - minha irmã gritava pela quinta vez.

-- Eu não quero discutir sobre os meus sentimentos com você!

-- Eu vou contar para eles, você não pode desistir assim... Nós já temos uma casa.

-- A casa é sua Cacilda, não minha e eu prefiro ficar aqui se Ricardo me aceitar...

-- Não seja ridícula! - disse com raiva. -- Eu vou comunicar isso ao comando.

-- Vai mesmo agir contra mim?

-- Você não me dá outra opção!

-- Contundo não te restam mais dúvidas de que entre George e eu não há nada...

...

Fui chamada pelo comando para fazer o que nenhuma outra teve a oportunidade, conhecer o chefe.

Me assustei ao entrar na sala secreta de um estranho edifício, afinal eu fui levada para lá de olhos vendados.

Estavam lá os 3 homens, Pedro, George, e o chefe. Todos vestidos de preto numa sala onde só haviam 4 cadeiras e 1 ar condicionado, nenhuma janela e só 1 porta.

Dos homens me seguravam pelo braço para que eu não escapasse, mas não queriam que eu fosse machucada, então me seguravam com muito cuidado.

-- Podem sair - o chefe declarou liberando os dois homens.

Ele era idêntico ao Pedro, um tinha a cara do outro e aí só pude descobrir quem era pela posição de suas cadeiras e a voz super grossa do homem em questão.

-- Chegue mais perto, eu sempre quis ver você de perto. - ele sorriu, e seu sorriso me causou tremores. -- você sabe que é uma das melhores da minha equipe? - disse com um tom sarcástico em sua voz. -- vá! Aproxime - ordenou.

Obedeci e me aproximei do homem, George e Pedro me encaravam.

-- Sua irmã nos informou sobre a sua paixão platónica, eu acho isso muito feio querida. - disse sem se desfazer do humor em seu tom de voz. -- você sabe que eu posso matar você agora?

Me mantive em silêncio por muito tempo, eu não sabia o que dizer, eu não sabia o que fazer e aquele homem realmente era capa, de qualquer coisa e por mais que não quisesse admitir, eu estava assustada.

-- Então Marta, não vai dizer nada?... - ele nem esperou que eu respondesse. -- bom, tem alguns homens meus na casa do seu amado agora.

Meu coração gelou, quase parou de bater, minha respiração estava acelerada, descontrolada e eu não tinha nenhuma reação, estava com medo que eles vivessem mal a aquele pobre homem.

Por minha culpa!

-- Olha, esse seu homem é muito azarado... - Gargalhou. -- ele vivia tão mal tendo o que tinha, como será depois do roubo que vai sofrer? Pedi aos meus homens que levassem tudo com eles.

-- O que você quer? - não pensei antes de dizer essas palavras e o arrependimento foi grande.

Ele fez um sinal com os dedos para que George fosse até mim e me segurasse pelo braço. George obedeceu imediatamente e pegou no meu braço com força me arrastando para mais perto do chefe.

-- O que eu quero é muito simples - disse ele assim que me teve em seus pés. George me colocou jogada de joelhos diante daquele homem cruel e ganancioso. -- Eu deixo você viver sua história de amor com aquele homem "se ele quiser" - fez aspas com as mãos -- mas antes disso eu quero passar essa noite com você!

Eu não tinha muito tempo para pensar e já estava acostumada a dormir com homens diferentes, aquele seria o meu último sacrifício. Olhei para George e Pedro que me olhavam com expectativa, eles esperavam ansiosos por minha resposta.

-- Promete me deixar em paz?

-- Não preciso prometer, mas fique você sabendo que não terá direito a nada do que conquistou ao longo desses anos.

-- Eu aceito! - estava suando de nervoso, com medo de que aquilo pudesse ser somente uma armadilha, mas essa era a minha única oportunidade e eu deveria ariscar.

Os dois homens que me levaram até aquele cômodo reapareceram depois do chamado de Pedro, me vendaram os olhos novamente e me levaram para outro lugar. Que mais tarde descobri ser uma suíte, onde eu passaria a noite com aquele homem.

Estava com medo, com muito medo, mas eu não tinha escolha, eu precisava tentar.

...

O sacrifício já tinha sido feito, eu finalmente poderia ir embora e encontrar o homem da minha vida que estava em perigo naquela noite fria. Olhei o relógio e passavam das 2 horas da madrugada, olhei para o homem a minha frente deitado naquela cama satisfeito.

-- Eu deixei minha semente em você, espero que germine. - disse sorrindo.

Eu podia imaginar o que o homem estava falando, me envolvi com ele sem nenhuma proteção, que ele soubesse. Mas eu não estava no meu período fértil, não havia nenhuma chance de engravidar. Isso ao menos me alegrou.

-- Então posso mesmo ir?

Ele abanou a cabeça em aceitação e me liberou, aqueles homens me levaram de volta para casa da minha tia.

Fiquei algumas horas acordada pensando em qual seria meu próximo passo, eu queria correr atrás de Ricardo, mas não sabia se poderia mesmo fazer aquilo. Mas quando o sol nasceu eu senti que aquela era a minha oportunidade e eu deveria aproveitar.

Sai até a casa daquele homem e me assustei quando vi o ele amarrado aos pilares da varanda de sua casa, ele dormia pelado, devia estar exausto. Entrei na casa sem fazer nenhum barulho e peguei numa tesoura para cortar as cordas que feriam aquele corpo branco.

Eu sabia que aqueles homens eram capazes de tudo, mas não acreditei quando disseram que entrariam a casa dele, eu achei que fosse mentira, mas era mesmo verdade.

Toquei em sua pele e cortei as cordas que o machucavam, e quando ele sentiu meu toque acordou e me olhou assustado, dei um leve sorriso que o acalmou.

-- Vou levar alguma coisa para cobrir você, está todo gelado - falei polidamente e me levantei indo buscar alguns lençóis e roupas para que vestisse.

Ele tentava se aquecer mas estava tremendo muito, eu sabia que uma sopa poderia resolver, então sai até a casa e fiz para ele, e foi assim que eu conquistei o coração do meu amor, do meu Ricardo.

Acho que... Continua!  😂

MARISA - A CamareiraWhere stories live. Discover now