Capítulo 32

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Marisa Vilarela

-- Eu vou levá-la pessoalmente para casa! - A festa estava quase terminando, estava quase amanhecendo e algumas pessoas já se tinha ido embora.

Estávamos sentados nas escadas que davam para o andar de cima da casa conversando. Dante me abraçava, enquanto falavamos, olhavamos os outros jovens beberem e dançarem ao ritmo das músicas aleatórias que o DJ tocava.

-- É? - perguntei olhando para ele.

-- É sim... - ele sorria enquanto olhava bem dentro dos meus olhos. -- o que você acha disso?

-- Eu gosto - retribui o sorriso.

...

Acordei com o som irritante do despertador, era segunda-feira outra vez e eu não queria me levantar da cama, mas não tinha escolha, eu precisava ir a faculdade.

Fiz minha higiene matinal como todos os dias, me arrumei e saí para o carro esperando Rafaela para irmos embora.

Desde aquele incidente, poucas vezes troquei algumas palavras com ela, nossa relação já não era boa e depois do que aconteceu connosco ficou pior.
Rafaela entrou no carro e se sentou, ultimamente ela usava um perfume estranho e horrível, seu cabelo estava completamente desarrumado, ela estava irreconhecível. Fazia 2 meses desde que ela sofreu essa mudança brusca, ela ficou totalmente descuidada.

No meio do caminho ela não disse uma única palavra, apenas mexia no celular, esse era o único hábito que nunca mudou.

Chegamos na faculdade e ela seguiu seu caminho e eu fiz o meu.
Desde que me tornei a namorada de Dante minha vida social mudou. Alguns se aproximaram e outros resolveram me odiar. Eu praticamente me tornei popular por contágio.

-- Oi Marisa - uma garota aleatória me cumprimentou -- você estava linda na festa - ela sorriu para mim.

-- Oi, obrigada - sorri igualmente e continuei meu caminho até a sala de aula.

Estava na terceira aula do dia, Roberta estava sentada na carteira do meu lado direito e estranhamente quieta.

-- O que foi querida? Esse teu silêncio está me assustando.

Ela suspirou e continuou resolvendo os exercícios que o docente passou para a turma.

-- O que foi Roberta, não me assuste - Roberta se quer olhou para mim.

Eu não sabia o que teria acontecido com ela.

-- Você se quer ligou para saber porque não fui a festa. - falou aparentemente ofendida.

-- Você queria que eu tivesse feito isso?

-- Sim, não iria custar.

-- Me desculpe - embora eu não entendesse as razões dela, resolvi pedir desculpa, afinal de contas eu não me sinto a vontade com confrontos.

-- Uau, esperava que você fosse arranjar argumentos para se justificar e que tais argumentos me levassem a brigar com você. - disse me fazendo rir.

-- Você é tão ridícula Roberta.

-- Não sou... Você não quer saber porque não fui lá?

-- Preciso, mas não sei se gostaria.

-- Quê?... Enfim, eu não gosto do seu namorado -- colocou aspas enquanto pronunciava a palavra namorado, eu acho que ele esconde ou está tramando alguma coisa... mas é claro que você não deve considerar a minha opinião, eu sou sua melhor amiga e te apoio no que precisar.

-- Agradeço a sua sinceridade.

-- E eu agradeço a sua compreensão.

Embora isso tenha sido um pouco profundo, sorrimos uma para a outra e continuamos resolvendo os exercícios.

Saímos para o refeitório na hora do intervalo, embora não fosse algo que eu gostaria de fazer, estava lá com Roberta para o lanche.

Estava tudo tranquilo a pesar dos olhares de curiosidade e das pessoas  cochichando pelos cantos. Dante não apareceu e isso gerou um vuku vuku no refeitório, não um dos grandes claro.

Nos levantamos para voltar a sala de aula quando duas garotas apareceram, elas eram amigas da Rafaela, mas elas são do quarto ano e uma delas era da tua do meu namorado.

-- Então é você - disse uma delas, quase da altura de Dante, magra e bonita, negra de cabelos escuros e curtos. -- Você é o meu atual obstáculo - ela me olhou de cima a baixo fazendo carranca.

-- Eu o quê? - perguntei ainda um pouco confusa.

-- A idiota da Rafaela já saiu do meu caminho, agora eu terei de acabar com você. - dito isto ela estendeu a mão para a amiga de bateu nela e as duas olhavam para mim com malícia.

Não demorou muito para que todos os estudantes no refeitório olhassem para nós e alguns começassem a bater palmas incentivando uma briga.

-- Eu não sei do que está falando mas te parece importante, enfim, quando achar que pode falar com mais clareza, me procure na sala de número 22. - respondi com mesma audácia.

Me desvie delas deixando-as ali paradas como duas idiotas e segui para minha sala junto de Roberta que não demorou muito para comentar sobre o ocorrido.

-- O que foi isso Marisa - ela estava boquiaberta.

-- Não sei. - no fundo eu fiquei assustada. Toda aquela atenção das pessoas estava começando a incomodar.

Entramos na sala de aulas e uma garota estava sentada no meu lugar. Me aproximei dela e falei educadamente.

-- Pretende se sentar aí? - ela é uma de minhas colegas de turma.

-- Não sei, me diz você - a Clotilde exibia uma expressão indecifrável em seu rosto.

Olhei para Roberta que estava parada ao meu lado e era como se com os olhos eu perguntasse para ela mas o que é que se passa aqui? Roberta fez um sinal com as mãos como quem diz não faço ideia. 

Voltei novamente minha atenção para Clotilde.

-- Está bem! Pode se sentar aí, eu arranjo outro lugar.

Me virei para me sentar no lugar que costumava ser dela e Roberta foi se sentar no mesmo lugar de sempre, não tinha outra opção, o docente acabara de entrar na sala.

As últimas aulas foram tranquilas, estava longe de Roberta então não pude conversar muito, infelizmente não fiz muitos amigos na turma.

Rafaela

Ela vai se arrepender por ter se metido na minha vida.

...

Oi amorzinhos, espero que estejam bem.
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MARISA - A CamareiraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora