Capítulo 34

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Marisa Vilarela

Já estava na minha hora de ir embora, Roberta saiu mais cedo me deixa a trabalhar. Peguei meus pertences e larguei o avental para trás. Saí para o estacionamento e pela primeira vez naquele dia peguei no celular, haviam lá algumas mensagens não lidas, e quando ia checar uma nova mensagem chegou.

"Estou bem a sua frente meu amor"

Olhei para frente e vi o carro de Dante parar diante de mim, olhei para o relógio no meu celular e eram 6h59, pontual.

Abri a porta do carro do lado do passageiro e entrei a fechando em seguida.

-- Desejava assim tanto me ver?

-- Claro que sim princesa.

-- Isso é ótimo.

-- E você não?

-- Eu também queria muito ver você. - aquela foi uma mentirinha boba, eu estava tão ocupada durante o dia que não tive tempo de pensar na falta que ele poderia me fazer, mas acho que se tivesse passado a tarde desocupada com certeza teria pensado nele.

Enquanto viajava em meus pensamentos, Dante se aproximou e me surpreendeu com um beijo meus lábios. Retribui imediatamente.

Assim que nos afastamos pela falta de ar, ele olhou para e eu para ele esperando que ele dissesse qualquer coisa.

-- Onde quer ir agora?

-- Estou cansada por causa do trabalho, gostaria de ir para casa.

-- Eu entendo, mas queria poder passar um tempo a sós com você.

Pensei por alguns instantes.

-- Me leve para casa, eu vou tomar um banho e depois saio para me encontrar com você - ele sorriu -- só vai precisar me esperar.

-- Está bem - assim que concordou, me levou para casa e esperou dentro do carro enquanto eu tomava meu banho e me arrumava para sair com ele.

Estava com tanta fome então tirei alguns minutos para comer uma sandes simples e depois lavei os dentes. Saí do banheiro e fui caminhando pelo corredor até encontrar a sala de estar, estava quase entrando nela quando ouvi vozes.

-- Cacilda você precisa entender, nós não temos mais dinheiro, você tem que continuar mantendo suas amizades importantes. - uma voz grossa se ouvia na sala, era do meu tio.

-- George, podemos discutir isso em outro lugar? Os nossos filhos podem parecer aqui a qualquer momento. -- George, esse é o nome dele. George Martins presumo.

Assim que eles saíram da sala indo até seu quarto, atravessei a mesma correndo imaginando o tempo que teria feito Dante me esperar.

-- Demorou querida - falou olhando o relógio em seu pulso.

-- Me desculpe, tive um pequeno imprevisto - ele sorriu demonstrando sua compreensão.

-- Imagino que não tenha comido nada ainda, para sua sorte estou com vontade de comer uma pizza.

-- Não precisa se preocupar comigo.

-- Claro que preciso, mas se não quiser eu como sozinho. - ele me olhou com um sorriso brincando em seu rosto.

Esse é um teste Marisa, esse é um teste, não vá reprovar.

-- Eu quero claro. - tapei meu rosto com as mãos e Dante gargalhou. -- não ri - falei ainda com a casa tapada.

-- Como não rir de uma coisa tão fofa quanto você? - mais vergonha. -- tire as mãos do seu rosto, eu quero poder olhar para ele... É tão lindo.

Ele tocou em minhas mãos que ainda tapavam meu rosto, as tirou lenta e cuidadosamente deixando meu rosto exposto.

-- Que pena que não pode ver o quão lindo está seu rosto. - pensou um pouco -- quer um espelho? - brincou.

Dei umas palmadas em seus ombros e ele gargalhou.
Me puxou pelos braços e uniu nossos corpos num abraço apertado.

Seguimos para uma pizzaria a 30 minutos de carro, um lugar um pouco distante da cidade. O lugar era tranquilo e acolhedor, naquele momento estava vazio, talvez fosse a hora. Foi o que eu pensei.

Nos sentamos numa mesa num cantinho mais discreto e distante dos outros, era um lugar ótimo para passar um tempo tranquilo.

Pedimos pizzas e refrigerante, enquanto esperávamos chegarem conversamos sobre nós, alguns factos desconhecidos por ambos.

-- Eu olho para você e seu jeito de ser e noto que é muito delicada - declarou olhando nos meus olhos, como se me avaliasse. -- onde você nasceu?

-- Eu nasci na província de Gaza, na cidade de Xai-xai. - uma expressão de espanto surgiu em seu rosto. -- E você? Nasceu aqui?

-- Sim, eu nasci aqui... Eu, meus pais, meus irmãos. - Dante sorria. -- E seus pais?

-- Minha mãe também nasceu em Xai-xai e meu pai é português, nasceu em Lisboa mas se mudou para Moçambique quando era moço.

-- Interessante! E como é sua família? Quero dizer, tem primos e tios por parte de pai?

-- Não, meu pai ficou órfão ainda muito jovem e não tinha outros parentes além de seus pais, e minha mãe, talvez só tenha a irmã Cacilda, mãe da Rafaela.

-- Talvez?

-- É que durante muito tempo da minha vida eu achei que minha mãe não tinha irmãos e do nada eu descobrir sobre minha tia e sua família.

-- Então tudo isso é novo para você? E porque tem que trabalhar se teus tios são tão bem sucedidos?

-- É tudo muito novo para mim, eu me mudei para casa duas semanas após descobrir que tinha outra família... Minha mãe e minha tia não se dão muito bem, é uma história que eu não gostaria de contar.

Como poderia contar se nem eu entendo perfeitamente.

-- Eu entendo.

O nosso pedido finalmente chegou, comemos e conversamos sobre coisas divertidas.

-- Você conhece a minha família? Eu sei pouco sobre eles. - me lembrava do que meus tios falavam quando eu estava prestes a sair para encontrar Dante.

-- Eu não os conheço assim tão bem, mas sei da fama da Cacilda já tem alguns anos.

-- Me conta o que você sabe?

-- Tá - acariciou minhas bochechas e começou a falar.

...

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MARISA - A CamareiraWhere stories live. Discover now