Capítulo 36

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Marisa Vilarela

-- O seu tio, o George, ele sempre foi muito reservado e dele eu não sei muito, só que é um homem muito ocupado e inacessível... Faz uns três anos e eu ouvi dizer que ele praticava ações criminosas, mas isso nunca foi comprovado. - Dante olhava o horizonte enquanto falava, eu estava encostada em seu peito ouvindo atentamente suas palavras -- Cacilda sempre foi uma mulher muito social, ela tem muitas amizades com famosos e pessoas de muita influência no nosso país... Ela não teve nenhuma formação académica, teve uma vida regada de luxo e comodidade e sempre foi uma mulher de muitos contactos isso graças ao dinheiro do marido.

-- Uau, e ainda continua assim? Você acha?

-- Eu acho que não, faz meses que ela não aparece em nenhum programa de televisão, tudo na vida dela virava notícia, é estranho que não tenham falado de você. - ele se virou para mim me fazendo olhar para ele. -- talvez eles estejam ficando sem dinheiro. - disse ele me fazendo lembrar da conversa que ouvirá a poucas horas atrás.

-- Talvez - suspirei - foi graças a fama da mãe que Rafaela se tornou tão popular na universidade? - a tempos que eu quero fazer essa pergunta.

-- Sim, quando Rafaela entrou na faculdade logo se tornou o centro das atenções, a beleza dela, sua forma física atraíram a atenção de muitos, a maioria viam ela nas televisões, nas redes sociais e alguns eventos sociais importantes.

-- Tá, já entendi.

-- Que foi? Ficou com ciúmes?

-- Não Dante, claro que não - revirei os olhos.

-- Sério? Está parecendo outra coisa!

-- Claro que não - neguei veemente -- Vai acabar? - indiquei a fatia de pizza que sobrou.

-- Não, podes come-la.

-- Ótimo - peguei na fatia que sobrou a mesa e comi.

-- Os ciúmes te aumentam a fome é isso? - Dante se aproximou e me deu um beijo no rosto. -- Está toda vermelha.

-- Pare com isso... - toquei minhas bochechas que sentia ardendo -- acho melhor ir embora, já esta tarde.

-- Ele deixam você ficar fora de casa até tarde?

-- Ninguém se importa comigo - senti um nó se formar em minha garganta. -- Talvez Miguel se importe, mas deve estar ocupado com qualquer coisa.

Ele me olhou de um jeito estranho, parecia desapontado, preocupado ou com pena de mim, com certeza pelo que eu acabava de dizer.

-- Dante, vamos embora? - me vi obrigada a forçar um sorriso para que ele expulsasse qualquer sentimento negativo. -- Amanhã a gente levanta muito cedo e já sabe...

-- É claro que eu sei - me abraçou e de seguida saímos da pizzaria indo ao carro.

No caminho até minha casa conversávamos sobre bobagens do dia a dia, o clima ainda estava estranho, mas a gente tentou disfarçar, eu queria que ele dissesse o que estava pensando mas não queria forçar nada.

Cacilda Martins

...

-- Marta... Minha querida irmã Marta. - ela me olha com estranheza.

-- Pensei que fosse o Miguel - ela pretendia dando a volta para sair da sala.

-- Espere - falei.

-- O que há com você? Quem deveria estar brava ou desapontada sou eu, qual é o seu problema?

-- O que quer Cacilda? Minha filha está no hospital... - não deixei que terminasse a frase.

-- Eu sei, mas eu preciso conversar com você!

-- Eu não tenho nada para falar com você. - se recusou e saiu da sala.

-- Eu direi a seu marido toda a verdade sobre aquela noite... - falei e ela me olhou de soslaio.

-- Não se atreva... - dito isto ela sumiu da minha frente.

Marisa Vilarela

-- Olá mãe, como você está? - estava jogada na cama sem fazer nada então resolvi ligar para minha mãe.

-- Estou bem e você minha filha?

-- Estou igualmente bem! Não acordei a senhora nem?

-- Não me acordou, mas estava quase indo dormir.

-- Mãe... - ouvi ela dizer um sim me fazendo continuar -- Você sabia que a tia Cacilda está quase falindo?

-- Como assim? Onde você ouviu isso? - o tom de voz dela não demonstrou surpresa.

-- Eu ouvi ela falando com o tio George.

-- Tio George? - parece que isso sim lhe foi uma surpresa. -- como sabe o nome dele?

-- Mãe? Ele é meu tio, como não saber o nome dele?

-- Está bem minha linda, já está tarde você precisa descansar.

-- Ué, não vai me responder?

-- O que quer que eu responda?

-- Eu perguntei se... - fui interrompida.

-- Seu pai está me chamando, fica bem filha e não pense mais nisso. - ela terminou a ligação sem esperar a minha resposta. Isso foi muito estranho.

"Como sabe o nome dele?" - essa pergunta não saia da minha cabeça.

FLASHBACK

Cheguei da escola cansada, eu tinha 10 anos, entrei em casa correndo e joguei a pasta de costas por cima da sofá da sala e corri para o meu quarto. Estava prestes a entrar no quarto quando ouvi barulhos vindo do quarto dos meus pais, fui até lá para ouvir. Eu era muito curiosa desde pequena.

-- Eu não vou permitir isso.

-- Ricardo.

-- Não se fala mais disso.

Isso foi a única coisa que ouvi da discussão, até que meu pai atravessou a porta do quarto saindo em direção a sala, ele me olhou e passou por mim. Olhei para o quarto e minha mãe estava sentando no quarto resmungando alguma coisa.

-- Eu não sei mais o que fazer com isso... Maldito George.

-- Mãe... - ela se virou para mim assustada.

•~•~•~•

George

O que tem nesse nome de tão mistérioso, porque eu não deveria saber o nome dele? São tantas perguntas sem respostas.

Peguei no meu celular para ver as horas e:

1 nova mensagem.

"Olá princesa, será que está pensando em mim?"

Sorri.

"Porquê está acordado?"

Começamos a trocar mensagens a meio da noite, era quase meia noite e ainda estava acordada, eu com certeza teria dificuldades a acordar pela manhã.

...  

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MARISA - A CamareiraWhere stories live. Discover now