Onde o Vilão se torna o Herói

2.6K 226 15
                                    

Severus leu a carta novamente antes de entrar no banco de Gringottes. Era o início do verão e ele queria sair em férias, pois pela primeira vez ele pode sair sem preocupações. Se dirigindo a um caixa livre, ele entregou a carta que recebeu para o goblim que o levou para o escritório do seu gerente de contas Ironclaw.
- Eu aguardava o senhor, Harry senhor Snape. – Ironclaw disse abrindo a porta para que ele entrasse, só para descobrir que Potter também estava lá parecendo doente.
- O que está acontecendo? – Questionou Severus
- Bem, como o senhor sabe, com a morte do senhor Black, o manto teve que ser passado para seu herdeiro. Que como já deve ter adivinhado, é o senhor Potter aqui.
- É o que isso tem a ver comigo?
- Vou chegar lá. - O goblim sorriu – Na leitura do testamento Black, o senhor Potter foi emancipado o que permitiu que ele pegasse o título Potter antecipadamente. Com isso um contrato entre a família Potter e a família Prince ficou ativo.
- Contrato? Que tipo de contrato?
- De casamento é claro – Potter se virou para a lixeira e começou a vomitar enquanto Severus se sentava pasmo em uma cadeira.
- Como? Por que agora? Não é como se Lily e James tivessem se casado em sua formatura.
- O contrato foi obrigatório somente agora por conta dos títulos. Uma das vontades era que quando ambas as linhas tivessem seus títulos, se não fossem casados, deveriam ser ligados. O senhor, pelo que entendi, recebeu seu título em 87.
- Quem fez esse contrato?
- Aqui diz que foi feito por Ludwig Prince e Antonioto Potter no ano de 1296.
- Como durante todo esse tempo nunca ninguém cumpriu essa cláusula? – Questionou Harry
- Na verdade essa cláusula foi cumprida 7 vezes durante esse tempo, no entanto, ela deverá se repetir várias e várias vezes até a morte do último Potter ou Prince.
- Deixe-me me ver? – Severus puxou o contrato para si e ao ler sentiu vontade de imitar Potter e vomitar.
- O que é obrigatoriedade de cumprimento conjugal? – Questionou Potter que também lia uma cópia do contrato.
- Significa que vamos ter que transar em uma base regular e, pelo que estou vendo, durante o primeiro ano terá que ser pelo menos três vezes na semana. – Potter parecia que iria vomitar novamente.
- Mas eu não sou uma menina e nem você.
- O contrato não limita sexos contanto que os filhos sejam gerados por um de vocês
- SOMOS HOMENS! HOMENS NÃO GERAM BEBÊS! - Gritou.
- Quem foi seu tutor? – Questionou Severus para o menino – Não me diga que não sabe que homens podem engravidar.
- Homens podem o que? Isso é impossível!
- Impossível ou não senhor Potter o casamento deverá ser feito em até seis meses depois que você completar 17 anos, ou vocês serão destituídos de seus bens e magia.
- O que? Mas...
- Vamos ter que nos casar Potter...
- Não, não, não, não pode ser! Você me odeia e eu te odeio, EU NÃO SOU GAY! PELO AMOR DE MERLIN! – O menino começou a ter um ataque de pânico e Severus o desmaiou com um feitiço.
- Existe alguma especificação sobre o casamento?
- Sim, o tipo de ligação será de almas e na primeira semana deverá haver sexo durante todos os dias.
- Existe alguma poção contraindicada?
- Na época do contrato não existia contraceptivos, então não.
- E quanto a poções do amor e de luxúria?
- É indicado, mas não obrigatório.
- Entendo – Ele se virou para o menino desmaiado e o acordou – Está mais calmo?
- Por que tudo na minha vida e complicado? – Gemeu em protesto.
- Complicado ou não, teremos que nos casar. - Potter gemeu novamente.
- O contrato indica que deverá haver um cortejo para aquele que é portador.
- Eu não sou um portador. - Severus disse. - Pela sua resposta anterior, creio que você nunca fez o exame Potter, ou estou errado? - O adolescente confirmou.
- Gringottes oferece o teste caso queira privacidade. - Ofereceu o goblim e Potter acenou parecendo totalmente alheio ao mundo.
- Qual o nosso prazo máximo?
- Até um ano e meio, ou seja, até Janeiro de 1998.
- Muito bem. - Severus se levantou e pegou sua cópia do contrato. - Me avise quando o exame dele sair. - Severus praticamente correu da sala e do banco e aparatou nos portões da casa antiga e nobre Malfoy. Passando pelo portão, foi rapidamente a entrada da casa. Ele não parou para informar ao elfo onde ia, nem cumprimentou Narcisa e Draco que por acaso estavam em seu caminho, a porta do escritório também não o parou, assim como a exclamação de Lúcius ao vê-lo de repente.
Severus foi ao bar do escritório e pegou a bebida com maior teor alcoólico e ignorando o copo, bebeu a bebida em longos goles.
- Quer um canudo? - questionou Lúcius em zombaria com uma sobrancelha arqueada enquanto observava seu melhor Wiskey ser totalmente drenado pelo amigo.
- Eu odeio minha vida. - disse depois bebeu o ultimo gole do wiskey
- Posso saber da história antes de você desmaiar bêbado? - Severus apenas esticou o braço com o contrato de casamento que recebeu mais cedo.
- Isso aconteceu.
----oOo------
Lucius sentou em sua cadeira enquanto lia e grafava algumas coisas no contrato e assim duas horas se passaram e ambos levaram um susto quando uma ave pousou na janela do escritório. Como Severus dormia, Lucius pegou a carta e ao perceber que era de Gringottes abriu, mesmo que fosse para Severus. Ao ler seu conteúdo ele rapidamente chamou um elfo e mandou que o mesmo levasse Severus para o quarto de hospedes e depois avisasse Narcisa de que ia sair.
Lucius rapidamente puxou sua capa e dali mesmo aparatou no beco Diagonal em frente ao banco. Se dirigindo a um dos caixas vazios ele disse rapidamente o nome do gerente de contas que queria ver.
- Ele está ocupado.
- Com o senhor Potter, eu sei, no entanto eu estou representando um cliente e preciso falar com ambos. - O goblim o olhou severamente para Lucius.
- Vou verificar a disponibilidade.
- Diga que meu cliente é a outra parte do contrato. - O goblim o olhou brevemente antes de sair, Lucius esperou pacientemente todos os dez minutos que demorou para o goblim voltar e dizer em qual sala ele deveria estar.
- Qual o seu interesse senhor Malfoy? - Questionou Ironclaw na porta de sua sala, claramente o barrando de entrar
- É sobre o contrato de casamento do senhor Potter e Severus. Gostaria de ajuda-los.
- Você sabe como cancela-los? - A voz de Harry Potter veio de dentro da sala e o goblim finalmente concedeu-lhe passagem.
- Infelizmente não.
- Então não pode me ajudar.
- A única coisa que posso fazer por vocês dois e ajudar a tornar isso confortável.
- Eu não vejo com isso pode ser confortável.
Lucius suspirou – A maior parte dos casamentos entre sangues puros são de pessoas que as vezes não se conhecem ou mesmo se odeia, e eles tem menos tempo que vocês para se conheceram. Foi assim comigo e Narcisa, nós nos conhecíamos, mas ela me odiava.
- Por que está me ajudando? - Harry perguntou desconfiado. – O fato de ser um espião não faz de você uma pessoa boa. Eu ainda me lembro o que você fez no meu segundo ano.
- O fato deu ser um espião não me torna uma pessoa boa realmente, mas a minha divida de vida para você me dá a obrigação de te ajudar. Se lembra aquele dia, no departamento de mistérios?
- Você diz quando você e aquele outro cara atacaram Belatrix bem a tempo.
- Sim, se você não tivesse vencido o lorde das trevas naquele dia, toda a minha família estaria morta graças ao meu erro. E por isso venho tentar te ajudar da melhor maneira o possível.
- Como pode me ajudar?
- Você deve começar ensinando o senhor Potter e Black a lidar com os acentos que ele recebeu. - Interrompeu Ironclaw. - Ele foi criado sem a menor noção de suas responsabilidades.
- Dumbledore disse que ele era tutoreado.
- Dumbledore me via como apenas uma arma, agora que eu não tenho utilidade ele me deixou. - A raiva do garoto era clara em sua voz. – Eu nem saberia do testamento do meu padrinho se não tivesse resolvido vir por mim mesmo.
- Venha comigo, vou lhe ensinar o básico nesse verão, enquanto você e Severus começam a se conhecer.
- Ele me odeia. – Resmungou.
- Não é pessoal, ele odeia o mundo.
- Isso me deixa tão mais confortável. - disse Harry sarcasticamente e Lúcios deu um meio sorriso.
- Vamos até sua casa buscar suas coisas.
- Não precisa, eu não confio em meus parentes perto das minhas coisas, por isso eu as trouxe. Sem falar que eu não pretendia voltar
- Ótimo, Ironclaw, precisaremos ter todos os documentos relacionados às casas Potter e Black. – O goblim estalou os dedos e duas caixas apareceram sob a mesa.
- Vamos! – Disse Lucius se levantando.
- Espera! Onde vamos?
- Para minha casa.
- EU NÃO VOU PARA SUA CASA! – Gritou e Lucius massageou a cabeça.
- Posso saber então onde você vai?
- Eu não sei, mas não vou a sua casa.
- Vamos fazer o seguinte, uma semana. Me dê uma semana para te ajudar a se organizar e depois você decide para onde vai.
- Eu não confio em você.
- Que bom, continue assim. – Lucius sorriu levemente e pegou uma das caixas sobre a mesa. – Pegue meu braço, vou nos aparatar até a mansão. – Harry fez uma careta pegando a outra caixa e segurando o braço de Lucius que aparatou depois de um aceno de cabeça para Ironclaw.

O contratoWhere stories live. Discover now