Realidade

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Harry mal sentiu suas pernas o levarem para fora da sala em direção as masmorras. Ele nem se lembrava de dar a senha do quarto de Severus, apenas de puxar seu marido para a lareira até Malfoy Manor e entregar o pergaminho para Lucius.
- Isso está válido. - Disse Lucius, e foi assim que o estupor de Harry foi embora, dando lugar a raiva.
- Como diabos isso pode ser válido? - gritou.
- Eu não sei, talvez os goblins possam explicar. - Harry novamente se viu passando pela lareira junto com Severus e Lucius e depois quase correr para o escritório do seu gerente de contas.
- Bem, eu não sei dizer exatamente o porquê, mas tenho uma teoria. - Disse Ironclaw. - Dois esposos para dois títulos. Lei muito antiga, não praticada, porém não foi descartas.
- Ainda não explica com a assinatura de Dumbledore tornou esse contrato válido. Ele nunca foi oficialmente meu guardião.
- Viram a data de assinatura? - Harry negou e pegou o contrato para olhar. Constava exatamente dois dias após a morte de Sírius. - Entre a morte do seu verdadeiro guardião e sua emancipação, o ministério declarou o diretor seu guardião temporário e isso foi aceito magicamente, uma vez que estava de acordo com as leis.
- Eu vou ter que me casar com ela? - Harry perguntou desesperado.
- Sim. - Harry sentiu como se o mundo estivesse desabando sob seus pés. Severus o abraçou enquanto ele lutava para formar um pensamento coerente.
- Muitas dessas cláusulas foram anuladas ou são possíveis de anulação. - Disse Lúcius
- Isso seria porque a senhorita Weasley é apenas uma esposa reserva. - explicou Ironclaw.
- Qual a diferença? - Perguntou Severus.
- Simples, a senhorita Weasley é apenas uma garantia de gravidez. Caso, dentro de cinco anos, o senhor não tenha tido pelo menos um herdeiro preferencialmente do sexo masculino, a senhorita Weasley deverá substituir ambos como geradora. Ela deverá ter filhos de ambos os senhores.
- Ambos? – Severus perguntou e Ironclaw assentiu. - E caso tenhamos só meninas.
- Pode-se estipular um tempo maior para o herdeiro masculino. Se não me engano, a lei que prever isso, indica que esse prazo é de dois anos, mas não é obrigatório. Então a senhorita Weasley poderá se dispensar, mas não ser dispensada.
- E caso eu tenha um menino?
- Então a senhorita Weasley pode ser dispensada de seu papel nessa relação. Contudo, apenas quando a criança atingir um ano de idade.
- E devido ao contrato não ter sido feito nos moldes Potter, podemos facilitar sua vida. - Disse Lucius. - Posso escrever o contrato e anular algumas dessas cláusulas absurdas.
- Não é possível anula-lo por inteiro?
- A única forma de anulação seria se a menina Weasley desistisse. -Disse Lucius. – Está vendo a assinatura? - Apontou para a folha onde a assinatura de Gina estava. – Significa que ela aceitou os termos do contrato.
- Mas ela é menor de idade.
- A assinatura de seus pais resolveu isso. É como uma autorização deles dizendo que ela é responsável pela aceitação do contrato.
- Ela vai ter direito a algum título?
- Não. – Respondeu Ironclaw - Pelo pouco que pude ver, eles te juntaram com o nome Potter, por isso ela entrou como esposa reserva. Se ela tivesse colocado o nome Black a história seria outra.
- Ela não pode exigir a troca pode?
- Como ela já fechou o acordo, não pode exigir nada. Toda e qualquer modificação deve ser feita dentro de sete dias e depois, quem não poderá mudar nada é você.
Harry assentiu. - Dumbledore vai pagar caro por isso. - Severus praticamente precisou arrastar Harry para fora do banco e ao invés de voltar para Hogwarts, foram direto para Prince manor.
- Você disse que nosso contrato anularia qualquer outro. - Severus disse assim que saíram da lareira.
Harry sentiu as lagrimas se acumularem em seus olhos. - Eu estou sempre me metendo em confusão e arrastando todos ao meu redor pra isso. – Disse fracamente.
Severus o abraçou. - Nós vamos enfrentar isso juntos. Ok?
Harry assentiu e ficaram em silêncio por um tempo, antes que Harry se afastasse e falasse. - Sev, eu não estou pronto para tentar outra gravidez agora.
- Eu sei. - Severus disse o olhando confuso. - Por que está falando isso?
- A forma mais fácil de anular o contrato.
- Eu nem pensei por esse lado. - Severus esfregou suas costas. - Perdemos nosso bebê pouco mais de um mês. Você não está saudável o suficiente para outra gravidez. Aquela garota não vai nos fazer apressar isso.
- Odeio Dumbledore.
- Canalize essa raiva Harry, você sabe como acabar com ele, então faça o que tiver que fazer e deixe ele saber o que o atingiu.
- Você é o marido perfeito. - Harry tornou a abraça-lo.
- Eu tento. - Severus sorriu e segurou a bunda de Harry o fazendo pular em seu colo. - Vou mostra o quão bom eu sou. – Tirou o cabelo de Harry do pescoço. – Acho que você está a muito tempo sem uma marca aqui.
- Possessivo.
- Só com você, Baby.
---oOo---
Harry e Severus não voltaram para Hogwarts até o dia seguinte. Assim que saiu do quarto, Harry foi quase atacado por Hermione enquanto Ron o olhava seriamente.
- Ron me contou sobre o contrato. Sinto tanto Harry. Você conseguiu anula-lo?
- Não.
- Eu sinto muito. - Disse Ron. - Eu juro que não sabia.
- Mas você descobriu...
- Estávamos na biblioteca quando ele descobriu. - Respondeu Hermione. - No Grimorio dele, uma antepassada passou pelo mesmo.
- Como essa situação se resolveu?
- Não se resolveu. Ela matou o marido. - Hermione respondeu.
- Ótimo, então tudo o que eu tenho que fazer é matar sua irmã.
Ron estremeceu. – Harry...
- Não pode me pedir para não fazer nada com eles. – Disse com raiva. – Não tem o direito de me pedir isso.
- Sei que não, mas eu preciso. Não por eles, mas pelos meus irmãos. Eles não tem culpa disso e vão perder tudo o que conquistaram se meus pais forem preso.
- O que eles fizeram não tem perdão.
- Então os faça pagar, mas não publicamente. É a única coisa que te peço.
Harry coçou o olho irritado e depois bufou. – Nem você nem seus irmãos vão tentar suavizar qualquer coisa que eu faça para eles.
- Não vamos. Nem que eu os faça fazer um juramento mágico. – Harry assentiu e foram em direção ao grande salão tomar café da manhã.
Harry estava começando a se servir quando Gina entrou no salão. – Oi, Harry! – Disse sorrindo.
- Tira ela da minha frente. – Harry disse para Ron que se virou para a irmã com a varinha apontando para seu abdômen.
- Some. – Gina bufou e se afastou lembrando-se da recomendação de do diretor.
- Como ele reagiu a tudo? – Questionou Hermione. O “Ele” em questão não precisava ser citado.
Harry apenas fez um coque com seu cabelo mostrando orgulhosamente o pescoço. – Wow, Harry! Foi atacado por um vampiro? Questionou Neville que estava sentado a dois alunos de distância e ao lado de Gina.
Harry riu. – Algo assim. – Sorriu e viu Gina ficar vermelha ao seu lado. A garota claramente iria falar algo quando as corujas chegaram. – Harry, observe! – Disse Ron apontando discretamente para a irmã. Harry olhou e viu três corujas pousarem próximas a ela. Gina abriu a primeira e girou os olhos, abriu a segunda e olhou confusa depois descartou-a. A terceira ela olhou cautelosamente e a abriu, só para ter uma bomba de bosta explodindo em sua cara. Gina saiu correndo sobre risadas
- O que acontece? – Perguntou Hermione confusa.
Ron convocou as cartas de Gina e as queimou. – Vamos dizer que mandei aos meus irmãos exatamente tudo o que aconteceu e as consequências. Percy apenas enviou uma carta brigando, Bill provavelmente encantou a dele com algo que ela só vai sentir mais tarde e o gêmeos acho que vocês viram.
Uma coruja bicou Ron. – Eu não esqueci de você. – Disse para a ave impaciente. Pegou a carta e viu que era de Percy em conjunto com seus outros irmãos pedindo um encontro com Harry e Hogsmead. Ron mostrou a carta aos amigos.
- Envie umas carta para os gêmeos e marque com todos no final da tarde. Eu quero o juramento deles. – Ron assentiu, pegou uma maçã e saiu do salão.
- Quais são seus planos? – Perguntou Hermione.
- Eu preciso modificar o contrato dentro de uma semana. Depois disse nada poderá ser modificado.
- Seu prazo é até o dia da nossa formatura?
- Sim. Por isso preciso que fique no grande salão  nesse dia.
- Não entendo.
- Quero saber a reação de todos quando uma certa notícia sair.
- Muito bem. – Hermione suspirou. – Sinto muito Harry.
- Eu também.
- Se tiver algo que eu possa fazer...
- Infernize a vida de Gina.
- Isso não vai mudar nada.
- Não, mas eu vou me sentir melhor. – Hermione bufou.
- Considere feito. - Hermione assentiu.

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