Consequências de desastres

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- Alguns chamariam isso de ambição em excesso, eu chamo de burrice cegando. – A voz rouca da qual Albus Dumbledore ouviu apenas uma vez quando ainda era muito jovem, chegou ao seus ouvidos.

- Henry! – Exclamou surpreso por reconhecer a voz do velho apesar de não vê-lo em toda a escuridão que o rodou. Aquele velho foi o motivo daquilo tudo. – O que está fazendo aqui? – Balançou a cabeça em negação. – De qualquer forma, você não irá me emprestar! Não dessa vez!

Um suspirou tedioso soou e então o velho apareceu. Segurando uma bengala, parecia tão velho quanto Albus se lembrava. Então ele começou a mudar e se parecer com o atual lorde Potter. Sua estrutura antes curvada, agora erguia-se deixando-o bem alto, sua pele esticou ao ponto de lembra um jovem na casa dos vinte e seus olhos, tão verdes quanto Harry, tinha um leve puxado lembrando de sua descendência asiática perdida a tanto nos membros atuais da família. – Agora assim.  – Disse com um sorriso maldoso. – Sabe, sempre o admirei meu jovem. – Deu um sorriso debochado. – Uma mentalidade gigante, um excelente estrategista, preso em um corpo que abrigava tão pouca magia.

- Minha magia não é fraca! – Outro sorrisinho de deboche foi ouvido novamente.

- Ariana era maior. Ambas Arianas. Sua irmã é sua filha. Meninas abençoadas pela magia. Você deu um jeito de matar as duas.

- Eu não... – Um bufo o interrompeu.

- Você realmente não as matou com suas próprias mão. Seu amado Gellert matou sua irmã daquele duelo e sua filha somente foi refém das circunstâncias.
Albus fechou os olhos e respirou fundo. Precisava se acalmar. Aquele velho não iria impedi-lo daquela vez. Virou-se para caminhar até o recém nascido, mas quando olhou para o local onde a criança deveria estar, não a viu.

- Procurando algo? – Henry falou novamente e Albus o olho. O bebê estava confortavelmente nas mãos do velho.

- Você não é real!

- Posso não ser real, mas ainda tenho algo que vc quer!

- Eu vou levar a família Potter a ser grande! – Disse furioso. Henry o olhou por dois segundo antes de gargalhar alto. Ele gargalhou ao ponto de se curvar enquanto toda sua estrutura tremia de tanto rir.

- Oh! Querido! Eu não ria assim a tanto tempo! – Disse secando pequenas lágrimas ao redor dos olhos. – Você não consegue nem se fazer grande. – Riu novamente alto. – Isso não vai acontecer Albus. Nunca um Dumbledore será um Potter.

- Você pode ter amaldiçoado meu corpo, mas vou transferir meu espírito para esse pequeno! – Foi a primeira vez que Henry parou de rir e ficou sério.

- Física básica, meu querido. Dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Dois espíritos não ocupam o mesmo corpo.

- Eu armazenei a alma de Gellert no corpo da menina! – Disse de forma arrogante. Ele tinha certeza que seu amor estava no corpo da garota.

Henry revirou os olhos. – O que você fez foi apertar dois espíritos dentro de um único corpo. Aquela menina apenas vai sentir as emoções daquela alma presa, mas ela nunca deixará de ser ela. Vou quer fazer isso com essa criança, vá em frente. – Henry caminhou até Albus e depositou a criança em seus braços. – Faça isso! – Disse o olhando seriamente.

Albus o olhou desconfiado, mas resolveu concluir o que estava preparado para fazer. Depositou a criança no centro do círculo e cantou o ritual, sentiu seu corpo dormente enquanto cantava a magia e tentava impelir sua alma ao outro corpo.

Então, parou. Parou por que sentia-se exausto e não conseguia cantar mais. Ele não conseguiria fazer esse ritual sozinho percebeu. – Entendeu seu erro?

- Eu não vou conseguir sozinho. – Henry revirou os olhos.

- De tantos erros, percebeu o mais efêmero.  – Disse mais para si mesmo do que para o velho derrotado aos seus pés. – Quais são seus planos agora?

Albus correu até o livro Potter tentando entender o ritual, ali estava escrito que daria certo. Era possível fazer sozinho. – Não entendo.

- Nenhum Dumbledore será um Potter. – Repetiu Henry fazendo Albus o olhar. – Você acha mesmo que iria colocar as mãos no livro sagrado da minha família? – Caminhou até o velho segurando seu queixo o forçando a encará-lo. - Ou que algo tão besta como um ritual de corpos ou adoção de sangue funcionaria? Você é só um bebê tentando brincar com um necromante.

- Esse livro é real! – Henry o olhou e revirou os olhos.
- Somente um Potter pode ler o livro original. Você nunca retirou o original do lugar dele. Essa pequena copia é só uma pequena piada interna para aqueles que tentaram derrubar minha família.

Albus o olhou atordoado. Se o que Potter dizia estava certo, então foi tudo por nada. Aquilo nunca daria certo?

- Entendeu seu problema? – A raiva subiu por seu corpo deixando-o com calor enquanto seu corpo se avermelhava. Toda a sua vida, tudo o que fez, seu amor, sua filha. Tudo! Tudo no lixo! Ele errou e seus amados pagaram o Pato

Olhou para a criança no chão. – Eu posso cair, mas vou levar alguém comigo. – Retirou uma navalha e acertou o punhal no estômago do bebê!

-----oOo----
Harry sentia-se no limite de suas forças. Todos tentavam de alguma forma quebrar aquela barreira, mas sem sucesso.

Nada se via dentro do local, apenas escuridão absoluta. Em algum lugar, dentro de seus instintos de mãe, Harry sabia que seu bebê chorava.

- Ele precisa de mim. – Disse a ninguém mas seu marido o ouviu.

- Eu vou trazer nosso filho custe o que custar. – Disse apontando sua varinha e explodindo  maior quantidade de magia que conseguia.

Tudo parecia inútil, nada modificava. Foi então Que Harry reparou em algo. Havia uma parte mas cinzenta. – Parem! – Disse olhando para aquela parte que tornou-se cada vez mais clara ao ponte de poderem ver dentro.
Era só uma pequena parte. Uma minúscula parte que permitiu-lhe ver um embrulho no chão enquanto Dumbledore erguia um punhal e cavava naquele embrulho.

- NÃO! – Gritou e se jogou para a cúpula que  se quebrou. Harry puxou o pequeno embrulho percebendo que não havia peso. Era apenas um amontoado de cobertas. Seu filho estava longe ou melhor, estava a alguns metros de todos no colo de um homem que em muito lembrava a si mesmo.

Dumbledore olhava para o homem com revolta. – Você nunca me deu a criança.

O homem sorriu. – Eu nunca disse que iria permitir qualquer dano aos meus descendentes.  – Então olhou para Harry. – Acho que sua criança precisa de você. – Disse e permaneceu em pé segurando seu filho sem nunca se mexer. – Venha pegá-lo.

Harry começou a correr até o homem, mas Dumbledore o atacou, jogando seu corpo em cima do jovem ainda debilitado. – Eu vou acabar com todos os Potter! – Disse enquanto segurava o pescoço de Harry com força.

- Ah, não! Meu amigo não! – Gritou Hermione ao se jogar em Dumbledore o fazendo cair de lado. Então ela montou em seu estômago o socando uma, duas, três vezes e então foi jogada longe junto com Harry que corria em direção ao seu filho.

Dumbeldore levantou-se mais ágil do que qualquer um o julgaria capaz, e atacou a todos em uma bola de magia furiosa.

Severus ergueu um escudo protegendo a si mesmo e Ron que estava perto. Então revirou com vários feitiços em Dumbledore que os mandava para longe.

Harry, ainda atordoado levantou-se e correu até seu filho, só para ser jogado novamente por cerca de cinco metros de distância. Ron olhou a cena e começou a criar barreiras entre Dumbledore e a criança para que Harry pudesse correr novamente.

Quem, no entanto, teve a maior ideia foi Hermione. Quando foi jogada longe, percebeu que os feitiços de Dumbledore não atingiam o chão. Então, se rastejando pelo piso de madeira, conseguiu chegar ao velho sem chamar atenção para si mesmo. E aquilo foi o suficiente.

Hermione ergueu um punhal que sempre trazia consigo e fincou na batata da perna do velho, rasgando-a até seu tornozelo. Quando o mesmo gritou em agonia e caiu, seu punhal levantou-se novamente para acerta-lo na jugular.

O velho ainda conseguiu se esquivar, o que fez o punhal ir entre suas costelas.

Era aquilo. O velho tossiu sangue enquanto de suas costas parecia brotar um rio de sangue. Ninguém ligou para aquilo, pois naquele momento Harry alcançava Ignotus. Enquanto aquele estranho que em tanto se parecia com um Potter os observava.

Com o filho em mão, Harry finalmente perguntou. – Como?

- Eu esperava um “Quem é você?” não um “Como?” mas bem. Digamos que sou apenas uma pequena memória escondida.

Harry retesou. – A última pessoa que me disse ser uma memória era na verdade uma Horcrux.

- Ah! O nome vulgar dado por aquele doente. – Disse em referência a um grande lorde das trevas. Herpo, o sujo. – Mas não deixa de ser verdade. Está mais para um remendo de alma. – Olhou para o velho ainda agonizando, porém vivo. – Eu sabia que ele chegaria a esse ponto, enquanto garanti minha existência e sustentação até sua morte.

- Horcrux deixam todos loucos. – Disse Harry e o homem sorriu de forma maliciosa não negando ou dando desculpas.

- Meu tempo está acabando. - Virou-se para Ron. – Existe um ritual do Grimorio Potter que pode te ajudar. – Disse simplesmente antes de voltar a Harry. – Traga de volta o poder da nossa família. - Disse enquanto desaparecia como se nunca estivesse ali. Junto com o último suspirou de Dumbledore.

Foi somente ali que Harry caiu de joelho tenso enquanto segurava se filho. Acabou. Aquela tortura acabou. Ele podia ir para casa.
Os braços de seu marido ao seu redor foi tudo o que ele precisou para finalmente fechar os olhos e descansar.
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8 mês depois.
As notícias da morte de Dumbledore saíram junto com todos os seus crimes. A morte do velho pegou vários de surpresa, mas foram alguns de seus podres vazados, que realmente deixou a Inglaterra mágica em choque.

Mais de 10 famílias nobres caíram junto com O velho. Seus apoiadores mantiveram-se calados para evitar quaisquer danos a própria imagem, ainda assim havia aqueles que negavam tudo e jogavam a culpa nos comensais da morte. Não havia lógica nenhuma naquilo, mas Hermione costumava dizer que Bruxos não enxergavam lógica, então estava tudo certo.

- Lilá está me enlouquecendo! – Gritou Hermione passando pela lareira. – Eu juro, Harry, se ouvir mais uma vez sobre branco pérola ou branco falso eu vou mata-la. E TUDO BRANCO! – Gritou jogando os braços para cima. – Por que diabos eu deixei ela organizar esse casamento?

Ron, que estava ao seu lado com a filha no colo. – Dá um tempo para ela. Sabe com ela está sensível com tudo o que aconteceu.

Aquilo fez Hermione ficar ainda mais irritada. – Eu sei que é a primeira vez que ela consegue sair de casa depois de tudo. Mas eu quero um casamento simples.

- Podemos nos casar na Gretna Greene *. – Disse Theo.

- Ou você pode ficar sem pênis. – Disse Ron secamente.

- Eu voto por isso! – Comentou Harry de forma alegre.

- Vocês são insuportáveis. – Bufou Hermione. – Já aconteceu, tô grávida. Superem! – Theo estendeu a mão para a noiva que se deixou cair em seu colo. – Mas sério, ela não devia estar descansando ou algo do tipo?

- Eu estou perfeitamente bem. – Disse Lilá passando a mão no estômago plano para uma gravidez de pouco menos de dois meses. Depois do ataque sofrido, um aborto não foi realmente uma surpresa.

No primeiro mês, mal conseguia falar ou sair de casa para qualquer coisa. No segundo mês, ela ficou hospedada na casa de Ron pois, apesar de ter herdado uma casa de seu falecido marido, o resto das propriedades voltaram para seu cunhado.
Apesar de Ron e Blaise deixarem bem claro que a queriam por perto, Lilá queria por sua próprias vida no eixo. Foi quando seu pai morreu e tudo voltou a ladeira baixo.

Seu pai gastou todo dinheiro que vinha da família de sua mãe, deixando-a sem apoio financeiro exceto o herdado por seu marido. Foi onde e entrou Percy.

Em algum momento dentro desses 8 meses desde o confronto, eles se apaixonaram. Um estava segurando a mão do outro e era aquilo o que importava para ambos.

- Agora, será que dá pra decidir tudo logo! Você não quer entrar com uma barriga gigantesca no casamento!

- Eu estou com duas semanas! – Disse Hermione.
- E eu com 5, no entanto já tenho tudo decidido e posso fazer um casamento para toda a Inglaterra! – Bufou.

Hermione virou-se para Theo. – Vegas?

- Desculpa, amor. Mas eu gosto de ter um pênis.  – Riu. – Vamos, vou te ajudar.

Assim eles passaram a tarde inteira decidindo tudo o que era importante. Os quem, como é os para quês foram respondido e decididos. Em três semanas Hermione seria a futura Lady Nott.

Quando acabaram, os três amigos se viram sozinhos em casa. Theo saiu para providenciar os pagamentos. Lilá para dar andamento a tudo. Severus trabalhava naquele momento. Ou seja, apenas as crianças e o trio. Todos sentados em frente a um tomo que continha um livro velho.

Eles se encontraram em uma espécie de caverna em Potter Manor. Havia uma cachoeira subterrânea e uma luz azul mágica que deixava tudo bem claro e quente.  O livro não podia sair daquele local, então Ron, Hermione e Harry sempre levavam as crianças para aquele local na tentativa de acharem algo para Rose.
Havia algo errado com a menina. Eles sentiam isso e não só pelo aviso de seu antepassado.

- E uma droga apenas você poder ler. – Disse Hermione enquanto brincava com Rose.

- Eu também acho. Se ele tivesse ao menos dito a página.

Rony fazia carinho na filha. – Ela nunca sorriu, sabia? E quase como se ela estivesse só lá, triste.

Harry olhou para a menina de 10 meses. Ignotus adorava bater Palmas e fazer barulho. Era uma bolinha de energia. Rose apenas sentava olhando tudo ao redor com um olhar triste.

- Tudo o que sabemos é que ele tentou trazer de volta Gellert e encaixa-lo no corpo de Rose. – Disse Hermione. – Que tal procurarmos algo como um ritual de limpeza? Se não funcionar, no mínimo ela estará limpa de influências.

Harry, que já estava mais ou menos na página 10 mil, releu a última linha do texto a sua frente. – Dois corpos não ocupam o mesmo lugar. – Disse voz alta.

- O que quer dizer com isso? – Perguntou Ron.

- Aqui diz que só é possível depositar uma alma em um vaso vazio. – Respondeu. – Em um corpo morto. Rose nunca morreu.

- Então o ritual estava errado.

- Eu não diria isso. – Disse Harry. – Duas almas não podem ocupar o mesmo corpo, mas podem ter ligação uma com a outra. Quase como um remendo de alma... remendo de alma? Isso foi o que aquele homem disse. Os três se olharam.

- Ela é uma Horcrux! – Disseram juntos.

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⏰ Ultimo aggiornamento: Jul 18, 2022 ⏰

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