Sensibilidade

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Harry sentiu que aquele seria um bom dia. Para começar, acordou totalmente descansado e sem enjoo. Tudo bem que a maior parte dos seus enjoos matinais aconteciam a tarde, mas bem... Severus estava dormindo ao seu lado, e isso era muito bom já que seu marido sempre estava acordado quando seus olhos se dignavam a abrir de manhã.
Virou-se para seu marido e o beijou se arrastando para cima de seu corpo.
- Acordamos animados hoje? – Severus disse com a voz rouca quando Harry se afastou.
- Muito. – Harry respondeu e se viu nu embaixo de Severus em segundos.
- Abre as pernas para mim. – Harry não precisou pensar muito sobre isso. Apenas cruzou suas pernas nas costas de Severus que usou magia para deixá-lo preparado e entrou em si com apenas uma estocada.
- Eu amo magia. – Disse gemendo enquanto seu marido o fodia maravilhosamente. Não demorou muito para ambos gozarem e caírem satisfeitos na cama. – Vai trabalhar hoje?
- Não tenho nada de importante, quer que eu fique?
- Sim. – Severus o abraçou enquanto escovava seus cabelo.
- Como está nosso bebê?
- Com fome. – Beijou seu marido. – E com uma enorme vontade de comer salgadinhos.
- Que tal algum café da manhã saudável? – Harry resmungou e Severus rolou os olhos. – Vamos tomar um banho.
- Vai fazer coisas más comigo no banho?
- Com toda a certeza. – Harry riu e ambos correram para o banheiro. Algum tempo depois, Harry estava no sofá, com as crianças no tapete e Nagine enrolada ao redor delas. – Eu não entendo por que gosta tanto de ficar enrolada neles. – perguntou a Nagine.
- Eles me esquentam e são macios. – Harry riu e aceitou a vitamina e o sanduíche feito por Severus.
- Seja lá o que vocês estejam conversando, eu fico entre excitado e com lembranças terríveis.
- Sinto muito.
- Ele cheira a sexo. – chiou Nagine.
- Ela disse você está excitado. – Riu enquanto Severus rolava os olhos.
- Come para eu fazer algo com essa excitação. – Harry riu e praticamente engoliu a comida antes de ser atacado. Porém algo estava estranho. As proteções da casa vibraram e Harry se viu de frente para Gina com um pedaço de vidro fincado na costela.
- Gina? – Harry a olhou assustado. - Gina! – Harry pulou do sofá. - Você está sangrando.
- Ela parece estar com império. – Disse Severus apontando seus olhos.
 - Me dê meus filhos! – Gritou parecendo histérica. - Eu não vou deixar você machuca-los. - Arrancou o vidro que estava cravado em sua costela e apontou para Severus.
- Gina, olha para mim. - Chamou Harry desesperado. - Amor? - Disse entrando em sua fantasia. - Você está machucada. Abaixa o vidro.
- Harry! Ele vai machucar nossos bebês.
- Ninguém vai machucar eles. Severus não vai machuca-los.
- Professor Snape? – Gina o olhou confusa, como se a realidade estivesse voltando a sua mente. -   Não, não ele. Tom! Tom vai machuca-los!
- Gina, Tom está morto.
- NÃO ESTÁ! - Gritou. - Ele está na minha cabeça. – Bateu na própria cabeça e depois olhou para as crianças com Nagine enrolada ao seu redor e chiando perigosamente para Gina.
- Tire ela de perto dos filhotes! – Chiou e fingindo um ataque.
- Não ataque. – disse rápido.
- Harry, ele quer me controlar. Ele quer que eu os mate. - Chorou baixando o vidro. - Só tem um jeito de isso acabar. - Levantou o vidro e cortou o próprio pescoço.
Se teve algo em que os anos em alerta ensinaram a Harry e Severus, é como ser rápido e agir sobre pressão. Quando o sangue de Gina espirrou para todos os lados, incluindo em seus rostos, Severus correu para ela e Harry para St'mungos.
- Lorde Potter? – Sua obstetra o atendeu.
- Preciso de um médico em casa agora. – A mulher não pensou duas vezes, apenas avançou com ele pela lareira e entrou na mansão.
- Eu estou com o dedo na carótida dela. Não estou conseguindo fechar com poção. – Severus disse para a médica enquanto sua mão estava no pescoço de Gina.
- Continue segurando. Lorde Potter, deixa a lareira aberta. – informou. Harry fez como o ordenado e correu até outra lareira indo para o apartamento de Percy.
- Harry? O que está fazendo aqui?
- Gina está em St'Mungus. – Percy não perguntou, apenas passou pela lareira deixando Harry sozinho. A companhia tocou e Harry abriu a porta.
- Potter? – Dolohov o olhou estranho. – Isso é sangue?
- Gina está em St’Mungus.
- O que ela fez? – Perguntou parecendo desesperado.
- Cortou o próprio pescoço. – Antonin correu pela lareira e usou o floo. Harry o seguiu e se deparou com a confusão de médicos, enfermeiros e Antonin que gritava querendo informação. Percy foii até o noivo de sua irmã e o segurou.
- Não os atrapalhe. – Harry viu que Percy parecia apenas resignado, como se soubesse que aquilo iria acontecer mais cedo ou mais tarde.
Antonin o viu e correu até ele. – Potter, o que aconteceu? Por quê ela fez isso?
Não foi Harry quem respondeu. – Esta não é a questão, Antonin. A questão aqui, é qual foi a alucinação que ela teve dessa vez? – Disse Percy. Antonin se deixou cair no chão.
- Ela vai sair dessa?
- Não sabemos. - Disse a sua obstetra que saiu da sala. – Eu fiz obstetrícia por que odeio ser portadora de más notícias. – Suspirou. – Conseguimos fechar o corte, mas ela perdeu muito sangue e entrou em coma.
- Ela vai acordar? – Perguntou Percy. Sua voz não passava de um sussurro.
- Não tem como dizer. Pra dizer a verdade, não sabemos nem se algum dia ela vai acordar. Coma é algo imprevisível, ela pode acordar hoje, amanhã ou daqui a dez anos.
- Isso se acordar. – Disse Antonin também sussurrando.
- Isso se acordar. – Confirmou. – No momento tudo o que podemos fazer é estabiliza-la e monitora-la.
- Posso vê-la? – Perguntou Antonin.
- Quando eles terminarem, vão levar para outro quarto, aí vocês serão permitidos. – Nenhum dos dois falou qualquer coisa. Apenas ficaram lá em silêncio, contemplativo. – Lorde Potter, vá para casa, limpe esse sangue.
Harry acenou, mas não se moveu até Severus voltar da sala. – Vamos para casa.
- Percy? – Percy o olhou mas parecia longe. – Quer que eu chame seus irmãos?
Percy negou. – Ron e Blaise estavam mal ontem, Charlie ficou com eles, então não tem como ajida-lo sem alertar os outros. Os gêmeos estão trabalhando e Bill na lua de mel.
- Eles precisam saber.
- Não agora. – Harry assentiu.
- Qualquer mudança me avisa. – O ruivo apenas assentiu enquanto Antonin parecia perdido.
Já em casa, Harry foi direto ao banheiro se lavar e depois se jogou no sofá colocando a cabeça no colo de Severus que também trocou suas roupas sujas.
- Eu achei que hoje ia ser um bom dia. – Suspirou. – Não são nem 9 da manhã. – Severus apenas coçou seu cabelo enquanto olhavam para o nada. Então Dobby apareceu na sua frente.
- Harry Potter sir, madame Bones chamou mandou uma carta, sir. – estendeu uma carta. – Ela pediu a Dobby para aguardar resposta urgente. – A cabeça de Harry doeu antes mesmo de abrir a carta já esperando problemas. Suspirando abriu e leu a carta.
- Ela está nos pedindo para ser lar adotivo de uma meninas... duas se esse negócio se estender. – Severus apenas ergueu a sobrancelha. – Mas acho que tenho uma ideia melhor.
---ooo---
Havia três advogados a sua frente e mais dois do lado de fora. Quando as notícias de que os Weasley foram presos saíram, Amélia sabia que aquilo seria apenas o começo. Céus! Como ela queria estar errada!
A sua frente se encontravam o Promotor Jugson, da qual iria acusar o casal Pavlove, de abusar da suas filha Alicia de 11, e July de 7... correção. Iria acusar o casal de abusar das Filhas de Jeremy Pavlove em seu primeiro casamento.
O Grande problema é que O Sr. Pavlove alegava estar sobre poções e compulsões da atual esposa, Sabrina Pavlove antes Brown. Ele tinha provas disso, mas ainda assim, havia duas garotinhas com medo do pai. Uma família seria indicada para tomar conta de ambas, enquanto uma família sanguínea não fosse encontrada ou o pai provasse inocência.
Esse era só o primeiro que chegou, isso foi só antes das 7. Hogwarts estava analisando aluno por aluno, nas três horas seguintes, quatro casos.
Ela nunca quis tanto uma bebida.
Às provas foram entregue aos advogados e aos promotores. Então eles saíram e o próximo a entrar foi o advogado do casal Weasley e o Promotor Erickson. Novamente o caso foi repassado para cada um. Amélia viu o advogado dos Weasley com cara de Tédio. Claramente ele não estava empenhado o suficiente em proteger seus clientes. O que seria bom, já que tudo o que Amélia queria era quebrar a cara de Molly Weasley é talvez castrar Arthur Weasley, aquele hipócrita de merda.
Quando esses saíram, sua secretária Cloe, entrou com uma pilha de documentos. – Me diz que não são outros casos?
- Sinto muito.
- Quantos são de Hogwarts?
- Sete. Os outros são casos comuns. – Amélia assentiu e massageou a cabeça. Por um lado era bom, pessoas ruins estavam sendo presas, por outro, ela odiava estar certa.
---oOo---
Dumbledore não recebeu a notícia de prisão dos Weasley muito bem. Seu poder e influência na câmara diminuiu consideravelmente, e com a prisão dos maiores pro trouxas, o sentimentos de repulsão iria apenas piorar.
- Albus? – A voz de Minerva o tirou de seu devaneio. Dumbledore a olhou e franziu a testa para a menina que segurava a mão de Minerva. Ela claramente não tinha 11 anos.
- Olá, senhorita! – Sorriu para a menina que se escondeu atrás da saía de Minerva.
- Essa é July Pavlove. – Minerva passou os dedos por entre os cabelos loiros da meninas. – A irmã dela a escondeu na escola.
- Como?
- A irmã não queria deixá-la sozinha em casa e a escondeu em uma mala. – As feições da professora de transfiguração escureceu. – Os pais são pessoas ruins. – disse irritada. - Acabei de ser informada que o serviço social vai vir busca-la, junto com algum tutor temporário. Então estou mostrando a escola para ela. – Minerva sorriu para a criança.
- Serviço social? Não os pais? – A menina se encolheu.
- Nenhuma pessoa em sã consciência vai devolver as meninas para aquelas pessoas. – Albus assentiu mas não concordou. Os pais deveriam ser capazes de educar os filhos do jeito que quisessem. As crianças estão ficando frouxas.
- Os enfermeiros e psicólogos estão fazendo varreduras nos alunos hoje. Foram 12 casos, 13 se incluirmos a senhorita Pavlove.
Albus franziu a testa. Ele esqueceu completamente. – Os casos que estão sendo enviados para Amélia. – Disse tristes. – Todas as crianças vão ser enviadas para lares temporários se seus casos não forem julgados até o verão.
- E quem são essas crianças?
- Nenhuma indicação. Os médicos estão enviando assim que tem notícias preocupantes.
- Entendo. – A lareira rugiu dando um susto a todos os ocupantes.
- Diretor? – A voz de Amélia Bones passou, gostaria de pedir passagem para três pessoas.
- São os assistentes sociais? – Perguntou Minerva.
- Sim, e os novos tutores aprovados para as crianças.
- Pode passar. – Disse curioso para saber quem seria o casal aprovado.  Assim, uma mulher baixinha com cara de criança entrou carregando uma pasta e logo foi seguida por ninguém menos do que o casal Malfoy.
A mulher baixinha olhou imediatamente para a menina. – Olá querida, meu nome é Leah. – Se apresentou com seu sotaque americano forte. – Esses são Narcisa e Lucius Malfoy, eles irão tomar conta de você enquanto não resolvemos com seu pai.
A menina assentiu, mas ainda se escondeu na saía de Minerva. – Não precisa ter medo, vai ficar tudo bem. Que tal conversar um pouco com eles para conhece-los.
- Alicia. – Disse e se encolheu. Narcisa se agachou para estar próximo a menina.
- Sua irmã vai poder vir para nós finais de semana, que tal?
- Nós feriados, você quis dizer. – Disse Albus.
- Na verdade os alunos em investigação foram autorizados a irem para a casa de seus novos tutores nos finais de semana. Por sorte, apenas as senhoritas Pavlove não tem família que possam acolhe-las ou madrinhas. – respondeu a assistente social. – A mãe era uma nascida trouxa e ninguém quer se arriscar com os trouxas.
- Mas são a família dela.
- Família não significa nada. – Leah disse irritada. – Lorde Potter mandou avisar que um orfanato e escola primária estão terminando de ser construídas. E que caso alguma criança pergunte sobre outra alternativa, diga que até o verão teremos um abrigo. – Sorriu parecendo aliviada. – Então July, que tal levarmos os Malfoy para conhecer sua irmã.
A menina, que agora parecia um pouco mais receptiva a Narcisa, segurou a mão oferecida, antes de ser recolhido no colo do homem que a deixou um pouco tensa, mas não fez movimento para sair. Minerva saiu com todos da sala é Albus coçou a barba. Hora de chamar alguns amigos. Ele não precisava de comensais da morte moldando crianças na escuridão.

O contratoWhere stories live. Discover now