Luto

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Quando Harry acordou, Severus estava moldado a sua forma encolhida na cama, dormindo. Harry apenas segurou a mão quente de seu marido e o fez o abraçar mais apertado. Céus, doía, mas não era dor física, chorar era tudo o que podia fazer e assim fez.
Junho deu lugar a julho acompanhado de uma tempestade seguido por um sol escaldante no dia seguinte. Foi também a primeira vez que Harry não sentiu a necessidade de chorar ao acordar.
Olhando o relógio, era pouco mais de seis da manhã em um sábado, e Severus, como todos os dias desde aquele, estava o segurando apertado. Harry o fez aliviar seus braços e os esticou na cama deitando em cima do peito de seu marido.
- Está cedo. – Severus abriu os olhos e penteou seus cabelos com ao dedos.
- Eu acho que ia ser um menino. Na primeira vez. – Disse Harry. Sua voz estava meio rouca pois, fora chorar, ele não fez nenhum som um dez dias. 
- Um menino?
- Sim, e nos iriamos brigar porque eu ia querer que o nome fosse James, mas no final iria ser Anthony, por que é um nome bonito.
- Você tem nomes em mente?
- Não, eu só vi esse nome em um dos quadros da mansão e pensei, “porque não?”
Severus bufou. – Como ele ia ser?
- Bem, ele não não ia ter meu cabelo, mas teria os meus olhos. Ele também iria ser muito inteligente e ia adorar ficar em um laboratório de poções com você. – Harry respirou fundo. – Ele seria Corvinal, mas não seria um nerd e os olhos verdes iria chamar muita atenção das meninas. Então você teria que conversar sobre sexo com ele muito cedo.
- Eu que iria conversar? – Disse Severus com a sobrancelha erguida.
- Você foi professor, saberia o que fazer, eu não.
- Você tem um ponto.
- Ele também iria ser péssimo em quadribol, mais iria a todos os jogos de Amarilys.
- Amarilys?
- Ia ser uma menina, dessa vez. Ela teria o seu humor seco, mas ia ser uma grande apreciadora da loja dos gêmeos. – Harry fungou. – Ela ia ser buscadora e te dar cabelos brancos pelas manobras. Ela também ia odiar poções, mas seria uma duelista incrível. Teria o meu cabelo e ia me culpar por isso, então quando tivesse 16 anos, iria raspar a cabeça em um ato rebelde e ficaria linda.
- Raspar a cabeça?
- Ela iria chorar horrores depois em arrependimento. - Harry riu. - Ela seria jogadora de Quadribol pelos Harpias e Anthony ia seguir seus passos com poções. – Concluiu.
- Eles iria se tornar pessoas incríveis.
- Sim. E seriam muito felizes. – fungou novamente e secou seus olhos. – Eu quero muito ter uma família, Sev. Quero ter mais do que nosso contrato estipula, mas preciso de um tempo. Não estou pronto para tentar se novo.
- Eu vou deixar suas poções preparadas.
- Não quero. Vamos usar os trouxas, assim, quando estiver pronto novamente, não vamos precisar esperar. – Harry ergueu a cabeça e beijou Severus rapidamente e se afastou. – Eu não perguntei como você está. Não fui o único com uma perda.
Severus o olhou enquanto parecia pensar na resposta. – Eu não sei. Não parei para pensar sobre isso. Você precisava de mim.
- Era seu bebê também, Sev. Você tem direito de se sentir mal.
- Eu acho que nunca me permiti esse direito. – Harry encostou suas testas enquanto passava a mão nos cabelos de Severus.
– Chore, Sev. Vai se sentir melhor assim. – Parecia que aquela pequena permissão foi o que seu marido precisava. Harry ficou lá observando, pela primeira vez, seu marido desmoronar.
- Nós vamos sobreviver, Sev. – disse enquanto abraçava seu marido soluçante e se juntava a ele em seu choro.
--oOo—
Poucas horas mais tarde, Harry se levantou. – Acho melhor tomar um banho. Vem comigo?
Severus segurou a mão de Harry e juntos foram ao banheiro. – Banheira?
- Sim. – Harry entrou e Severus entrou na sua encaixando-se entre suas pernas. – Seu cabelo está grande de novo. Quer que eu corte?
Severus passou a mão no cabelo. – Acho que sim. – Harry pegou um shampoo e começou a massagear a cabeça do marido. – Como foi seu primeiro dia de trabalho?
Severus deu de ombros. – Foi bem. Exceto por uma mulher irritante, que é uma versão mais velha e mais arrogante que a senhorita Granger.
Harry riu. – Ela vai aprender a baixar a bola em duas semanas com você
- É o que espero. Em tres horas com ela foram pior do que 7 anos com Granger.
Harry riu e começou a retirar o sabão do cabelo de Severus. – Vamos almoçar? Fora, eu quero dizer.  - Pegou o condicionardor massageando a cabeça e escovando os fios com os dedos.
- Se quiser. Sei de um restaurante Francês que abriu.
- Não sou muito fã da comida francesa. – Fez uma careta.
- Tailandesa?
- Sim, por favor. – Severus riu sabendo que era a comida preferida de Harry. – Soube que abriram um restaurante tailandês próximo ao ministério. Vamos tentar?
- Sim. – Eles saíram do banheiro e se arrumaram saindo pouco mais de duas hora depois, já próximo do meio dia.
Como o restaurante ficava na mesma calçada do ministério ele preferiram passar pela lareira do ministério, contudo, Harry se arrependeu imediatamente ao dar de cara com Dumbledore.
- Harry meu garoto.
- Não estou afim, Dumbledore. – Harry disse e viu Severus aparecer atrás de si.
- Eu gostaria de falar com você, Harry. Não te vejo desde a eleição do ICW.
- Por mim iria continuar sem ver. – Pegou a mão de Severus. – Vamos! – Começaram a andar em direção a saída mas Dumbledore os seguiu.
- Está satisfeito? – Perguntou assim que passaram pela porta que dava para o mundo trouxa.
Harry respirou fundo e apertou a ponte do nariz pedindo, a qualquer entidade que existisse, por paciência. Severus apertou seu ombro em apoio.
- O que quer diretor? – Perguntou Severus. – Já não basta ter feito aquele contrato de merda para Harry!
- Foi por isso que você me tirou da ICW, Harry? Vingança? Isso é muito mesquinho.
Harry o olhou com raiva... raiva não, ódio. – Você não sabe o que é vingança, Dumbledore. Tirar você de todos os seus cargos, não será minha vingança. Eu vou acabar com você e não poderá me impedir.
- Isso é por conta do contrato com Gina? Eu só queria...- Parou de falar quando Harry o segurou pelo pescoço o sufocando e deixando sem reação tamanha surpresa.
- O contrato com Gina foi seu último truque. Você vai pagar por tudo o que fez comigo diretor, tudo o que você deixou Petúnia e Vernon fazer. Eu vou deixar o mundo inteiro saber que Albus Dumbledore deixou O-menino-que-sobreviveu com pessoas que o espancaram e tentaram mata-lo de fome enquanto se aproveitava de seus títulos. – Harry apertou ainda mais o pescoço do velho que ficou roxo e depois o empurrou para longe enquanto tentava recuperar o ar. – Eu vou acabar com você! Guarde minhas palavras.
Dumbledore o observou ir atônito. Ele precisava de Harry para voltar ao poder, aquele moleque estupido tinha poder demais, e ao invés de ficar ao seu lado, estava contra ele. Aquilo não era bom, não era bom mesmo.
Dali mesmo, aparatou para toca a tempo de pegar Arthur prestes a ir para sua oficina. – Diretor? O que faz aqui?
- Gostaria de saber como anda os preparativos do casamento.
- Não muito bem. Molly está fazendo o vestido de Gina, mas não temos como fazer uma festa como queria, meus outros filhos ingratos se recusam a ajudar no casamento de sua própria irmã.
- Não tenho muito em conta, mas acho que 300 galeões farão um casamento simples para cerca de 50 pessoas. Lembre-se que você precisa dizer ao mundo que sua princesa estará casando com o menino que sobreviveu.
- Eu contei ao meu chefe, ele ainda não acredita. Aquela matéria de Skeeter e as constantes fotos de Harry com Severus não facilita.
- Não importa, assim que houver um casamento, poderemos inventar algo. – Dumbledore coçou a barba. – Vou consultar meu gerente de banco e liberar o dinheiro para vocês.
- Obrigada diretor. – Albus acenou e aparatou de volta ao ministério. Precisava escrever um contrato com Gina para que seu filho Potter fosse dado a ele como padrinho. Harry iria comer em sua mão ou um pequeno acidente resolveria o assuntos.

O contratoWhere stories live. Discover now