Uma ultima esperança

558 72 1
                                    

Charlie se afastou de seus irmãos e seguiu Severus Snape que ia em direção a Lúcius Malfoy. Colocou a mão no ombro do seu ex-Professor que o olhou interrogativamente. 
- Podemos conversar a sós? 
- Precisa ser agora ou podemos nós encontrar na minha loja? 
- Loja é melhor. 
- Me espere lá. Estarei em 15 minutos. – Charlie assentiu e partiu, se despedindo de Will e Percy. Saiu do ministério apressadamente e aparatou no beco diagonal, caminhou pela multidão até a loja de poções de Snape e aguardou.  
Seu ex professor chegou cerca de 10 minutos depois e o chamou para uma sala, seu escritório e o mandou sentar no sofá enquanto puxava uma cadeira para perto. 
- Eu não quero ser apressado, mas sei porque está aqui. – Charlie arregalou os olhos. – Você quer tentar reverter o efeito da poção, certo? 
Charlie assentiu. – Eu tenho dinheiro. Herança do avô. Will deu sua parte para mim... 
- Eu não preciso dele. – Cortou. 
- Não? 
- Qualquer pesquisador que se preze não iria te cobrar, até por que patentear uma poção para problemas de infertilidade geraria muito mais lucro do que você seria capaz de me pagar. 
- Então, você vai fazer? 
- Eu venho trabalhando a algum tempo. Estava mais na área de pesquisa do que nas tentativas em si. Agora que você está aqui, podemos começar. 
- Agora? 
- Algum problema? 
- Não é só que... deixa, o que precisa de mim? – Severus se levantou. – Vem comigo! – O levou para outro lugar, parecia um quarto de hospital e uma mulher loira e baixa, parecia ter por volta de 20 anos, estava lá. 
- Professor Snape, posso te ajudar? 
- Charlie essa é Kayle Mathews, eu contei sua história para ela é ela tem me ajudado com a parte médica. – Virou -se para a mulher. – Srt. Mathews, esse é Charlie Weasley, a pessoa que lhe falei. 
- Prazer Sr. Weasley. Estou feliz por poder ajudar. – sorriu. – O que precisa que eu faça?  
- Histórico médico completo, coletagem uterina e de esperma. Teste para alergias também. 
- Imediatamente. – Sorriu novamente para Charlie e lhe puxou para um banheiro. – Tire sua roupa, tem aventais no armário. – Apontou para um armário embutido. – Tem chinelos também. Use-os.  
Charlie retirou sua roupa e dobrou colocando em cima da pia e vestiu o avental com os chinelos, só então saiu do quarto. 
- Quando terminar me avise. – Snape disse a enfermeira antes de sair. 
- Está pronto? – Charlie assentiu e a próxima hora foi a coisa mais constrangedora do mundo. Ter que ficar com as pernas abertas enquanto uma pessoa desconhecida olhava para sua bunda (Não de um jeito bom), não era agradável, por fim, essa parte acabou. Então a parte mágica, que foi mais fácil. Ficar parado enquanto sentia a magia o rodeando foi bem simples.  
Depois a mulher pegou seu braço, com algumas marcações, foi pingando algumas coisas esperando reações. 
- Muito bem, acabamos. – Sorriu. – Pode se vestir e ir para a sala do professor Snape. Vou enviar os resultados em alguns minutos.  
Charlie tinha quase certeza que aparatou no banheiro de tão rápido que chegou ao local. Com sua roupas vestidas, saiu do banheiro e foi em direção a sala de sei ex-professor mal se despedindo da enfermeira.  
- Srt. Mathews já me enviou seus resultados. – Disse sem levantar os olhos dos papéis.  
- Não que diz? 
- Você tem um útero viável, mas ele tem algumas partes ressecadas. Seus ovários, estão bem danificados e não consegue produzir ovócitos viáveis. É nisso que vamos trabalhar.  
- Isso parece ser tão complicado. 
- É melhor do que o esperado, considerando os fatos. – Snape finalmente o olhou. – Pelos seus resultados, Molly estava falando a verdade, quem tomou um ressecador uterino foi Arthur, você recebeu uma carga menor. Por acaso chegou a engravidar alguma vez? 
- Duas vezes.  
- O que aconteceu? 
- Eu tinha 16 anos na primeira. Eles me obrigaram a abortar.  
- Quanto tempo de gestação? 
- Não sei realmente, mas não deveria ter mais do que um mês. 
- É na segunda? 
- Foi a alguns anos, aborto espontâneo. 23 dias. 
- Pelo seus resultados, você não deveria poder gestar na segunda vez.  
- Só na segunda? 
- O abortivo que lhe deram lhe deu uma alérgica grave, com uma inflamação bastante ruim em seus ovários. A produção de óvulos ainda acontece, mas poucos são viáveis. O que é bom, melhor poucos viáveis do que nenhum.  
- A quanto tempo você é seu parceiro estão juntos? 
- Ah, eu não tenho um. – Disse parecendo um tanto sem graça. – Eu não fico com a mesma pessoa mais de uma vez. 
- Então o cara que te engravidou?  
- Foi questão de uma noite. 
Snape o olhou. – Me diz que usa sempre preservativos externos? 
- Não. – Deu de ombros. – Não vou engravidar mesmo. 
- É esse tipo de idiotas que se formam sem uma aula básica de educação sexual. Seu imbecil! Sabe quantas doenças poderia ter adquirido? Preservativos não são apenas para gravidez, garoto estúpido! – Charlie se encolheu. Ele podia ter 1,90 de altura e quase 120 quilos de músculos, mas o homem a sua frente o fazia se sentir uma formiga. 
- Desculpa? – Snape revirou os olhos. 
- Vamos começar com o básico, vou te indicar um médico de confiança e você vai tomar hormônios. Vamos ver como isso vai reagir ao seu útero.  
- Isso parece fácil. 
- Não vai ser fácil, Weasley. Pode haver muitas perdas antes de finalmente termos sucesso. Entende isso? 
- Sim, senhor. 
- Ótimo. Vá até St’Mungos. Procure Rosemary Vanne. – Snape pegou um papel e anotou algumas coisas antes de colocar seus resultados em um envelope. – Entregue isso a ela. – estendeu o envelope. – Ela vai te dar uma receita. Se não estiver a disposição na loja, suba direto e procure a Srt. Mathews e a entregue. Vou te fornecer as poções. 
Charlie se levantou é estendeu a mão. – Obrigado, professor Snape. 
Sua mão foi apertada. Charlie se despediu e saiu um pouco mais esperançoso. 
---oOo--- 
Victor chegou ao local que seria o casamento com duas horas de antecedência. O local ainda estava sendo organizado, mas algumas pessoas, provavelmente os familiares dos noivos, chegaram.  
- Victor! – Uma voz feminina conhecida o chamou e ele olhou para trás vendo seu par do baile de inverno.  
- Hermione. – beijou a mão oferecida. 
- Vejo que seu inglês melhorou muito. Como está? 
- Bem, feliz por Fleur. – Disse e seus olhos avistaram um par de ruivos ao longe. Não era ele. 
- Não parece bem. Procurando alguém? – Victor suspirou balançando a cabeça. – Victor, você me contou um segredo naquela noite. Sabe que pode confiar em mim. 
- Ele estará aqui.  
- O homem que te abandonou?  
- Ele não me abandonou. 
- Só te deixou sem responder nenhuma carta. 
- É complicado. 
- Quem é esse homem? Eu vou ter uma boa conversa com ele. 
Victor riu. – Obrigado por defender minha honra, Hermione.  
- Ninguém mexe com meu amigo e sai ileso. – Hermione riu, mas Victor, não. – Me conta, por que é tão importante falar com ele? – Victor hesitou. – Vamos Victor, você parece triste e eu odeio te ver assim. Sabe que eu não vou contar a ninguém, assim como não contei naquela noite. 
- Ele engravidou. – Disse e Hermione arregalou os olhos.  
- Então você tem um filho? 
- Não.  – negou com a cabeça. – Eu acho que ele perdeu, mas sequer se deu o trabalho de me avisar. 
- Ah, Victor. Sinto tanto. Mas a culpa não é dele, e  qual a razão de contar se não tinha mas nada que os ligasse? 
- Eu sei, é só... Eu senti raiva Hermione. Eu queria saber na época, e só descobri meses depois quando voltei para casa. Escrevi para ele é fui ignorado de novo. 
- É o que pretende fazer? Brigar? Acha uma boa ideia? 
- Não sei o que vou fazer, mas não quero brigar. Só queria... Não sei, conversar? Perguntar como ele está? Dizer que sinto muito por não estar com ele. Eu só... 
- Ainda está apaixonado por ele Victor? 
- Tão óbvio? 
- Não querendo ser uma estraga prazeres, mas... Não sei. Você não está apaixonado pela ideia dele na sua cabeça? 
Victor ficou sério. – Eu gostaria de pelo menos tentar. -  Seus olhos focaram no ruivo que procurou ao longo dos anos. – Eu só acho que preciso conversar com ele. – Hermione seguiu seus olhos e encontrou Charlie Weasley. 
- Por favor, me diz que não é Charlie? – Victor tirou seu olhar do ruivo e focou em Hermione.  
- Qual o problema de ser ele? 
Hermione suspirou. – Não é minha história para contar, Victor. Só te peço para ir com calma com ele. 
- O que não está me contando? 
- Ele foi machucado. Isso é o melhor que posso te dizer sem contar a história toda.  
- Por isso perdeu o bebê? 
- Sim. – Hermione mordeu o lábio. – Olha, Charlie é um bom homem... 
- ...Eu sei... 
- ...Mas ele tem problemas, Victor. Muitos problemas. E talvez, ele não precise de alguém na cabeça dele exigindo coisas. 
- Eu não... 
- Não posso te impedir de falar com ele, mas eu vou quebrar sua cara se machuca-lo. 
Victor ergueu a sobrancelha. – Como eu acabei virando a pessoa errada da história? – Hermione riu.  
- Só vai com calma, está bem? 
- Prometo. – Se afastou de Hermione sentindo o olhar dela em suas costas. Seu ruivo estava de costas para ele, conversando com uma menina baixinha, ela parecia Fleur mais nova, seria a irmã da noiva? Não a via tinha dois anos. 
Se aproximou de Charlie e passou o dedo em seu pescoço causando um arrepio no ruivo. 
- Victor! – a menina correu para ele estendendo os braços para ergue-la. O que foi feito rapidamente. 
- Olá Grabielle. Está imensa! Quase não te reconheço. 
- Eu cresci 5 centímetros desde que você me viu.  
- É está maravilhosamente linda! – apertou o nariz dela que riu. – Esse é Charlie. Ele cuida de dragões. 
- Oh! Eu sei! Já o vi cuidado de um! Deixa-me adivinhar, você quer cuidar de dragões quando crescer? 
- Não! Eu quero ser médica. 
- Essa é nova. 
- Eu estou ajudando na enfermaria da escola. – alguém gritou por Gabrielle e a menina beijou sua bochecha antes de descer de seu colo e sair correndo. 
- Conhece Gabrielle? 
- Nossos pais são da política, então acabei tendo mais contato com os Delacour depois do torneio. Especialmente Gabrielle que estava triste quando Fleur veio para Inglaterra. 
- Ah. – Disse é o silêncio se instalou.  – Foi bom te ver Victor. Eu tenho... 
- Podemos conversar? 
- Sobre? 
- Acho que você sabe muito bem sobre o que é. – Charlie suspirou. – Vamos achar um local privado. – Ele o levou para a casa e entraram um escritório. Victor trancou a porta por dentro. – Olha, eu sei que deveria ter respondido suas cartas. 
- Você ao menos poderia ter falado do nosso filho. 
- Não havia nosso filho, Victor. Eu o perdi com exatos 23 dias. O que queria que eu escrevesse para você? “Olá Victor, sabe o dia que nós transamos? Eu engravidei mais perdi, pode ficar aliviado. Sem bastardos para você. Com amor Charlie.”  
- Não precisa ser tão cínico. 
- Me desculpe. – Charlie suspirou. – O que exatamente quer de mim? Não há nada mais que se possa fazer. 
- Eu não vim te cobrar nada, Charlie.  
- É então? – Victor passou a mão em sua bochecha.  
- Eu nunca me esqueci daquela noite. 
- Aquilo foi uma noite bêbada. – Victor se aproximou passando a ponta de seu nariz pela bochecha de Charlie lhe causando arrepios.  
- Ainda assim, lembro de cada detalhe. – Desceu sua boca até a boca do ruivo o beijando enquanto puxava seus corpos para perto. O beijo foi lento e sensual. Do jeito que ele se lembrava. Uma mão subiu até os cabelos de Charlie o apertando ainda mais e tirando um gemido do ruivo. 
- Eu quero você. – Disse quando se afastaram e Victor voltou a beija-lo colocando uma de suas pernas entre as pernas de Charlie. Os empurrou lentamente pelo sofá sem nunca para de beija-lo.  
Victor caiu em cima de Charlie ajudando a tirar sua camisa... até que de repente estava no chão olhando para o teto. Sentou atordoado e olhou para Charlie que estava tão ofegante quanto ele. – Charlie? 
- Eu não quero isso. – Victor sentou ao lado do homem e o fez olhar para si. 
- O que aconteceu? 
- Eu não posso fazer isso, Victor. Desculpa. Eu só... Eu quero uma família, não quero ser mais o caso de uma noite.  
- É quem disse que eu também não quero? 
- Você gosta de crianças? Pensa em ter filhos? Por quê se a resposta for sim, eu sou a pessoa errada para isso. 
- Charlie, eu não entendo. – Charlie se virou para Victor.  
- Sabe por que eu perdi ele? Meu bebê?  
- Hermione me disse que você se machucou.  
- Isso é um jeito de colocar. – bagunçou o cabelo em frustração. – Meus pais consideram o fato deu ser um portador, uma abominação. Eles me deram um ressecador uterino. – Victor prendeu a respiração.  
- Mas você engravidou... 
- Eu também não sei como... Eu estou fazendo tratamento, mas as chances de darem certas são muito pequenas. Eu não posso ter filhos, Victor. Ainda assim, estou cansado de pular de cama em cama e não posso ficar com alguém que futuramente vai querer uma criança e eu ... 
Victor o beijou novamente. – Eu gosto de crianças, Charlie,  mas não quero ficar com alguém só por que essa pessoa pode me dar ou não um filho. Eu quero você. – O beijou de novo. – Eu quero você, Charlie.  
---oOo--- 
Charlie finalmente cedeu. Ele gostava do homem a sua frente, mas sabia que estaria se enganando. A médica lhe disse que o hormônio apenas corrigiria alguns defeitos causados pelo ressecador e só. Segundo ela, sem uma poção milagrosa para fazer seus óvulos voltarem a ser viáveis, não teria chance.
Ela tirou todas as esperanças que Snape lhe deu. Charlie não era tolo. Sabia que estava com Victor apenas por estar sensível e carente, ele não era egoísta o suficiente para prende-lo ao seu lado. 
Victor era apaixonante. Ele gostava da forma de quase veneração que o olhava enquanto faziam sexo. Mas, assim como começou, acabou. Charlie deitou a cabeça no peito de Victor que fazia carinho em seu cabelo. – Nós temos que ir. – Disse mesmo sem fazer nenhum movimento para sair. 
- Eu não vou desistir de você, Charlie. Não vou sair do seu pé até você me aceitar. 
Charlie revirou os olhos e se levantou. – Um dia você vai entender que não ficar comigo foi a melhor coisa que poderia ter feito. – Victor o beijou. 
- Você e meu, querido. Quanto mais rápido você aceitar melhor. – Se levantou. – Vamos tomar um banho, prometo esfregar suas costas. – Charlie riu e foi até as de Victor. 
Eles saíram meia hora depois, quase no horário do casamento e Percy o encontrou.  
- Charlie, onde você estava? Não importa, vêm comigo. 
- Aconteceu alguma coisa. 
- O pai está aqui. Ele precisa falar com todos nós antes da cerimônia.  
- Não pode só expulsar ele? 
- Acredite em mim, melhor não. Vamos, só falta você. 
- Charlie? - Victor o chamou. - Está tudo bem? 
- Sim, é só meu pai me chamando. - Victor rosnou.  
- Por que vai falar com ele? Não foi ele que te machucou? 
- É complicado. - Se encolheu. E realmente era. Charlie podia ser maior de idade, morar sozinho e se sustentar, mas ainda se sentia como aquele garoto de 16 anos que era olhado com ódio, enquanto tudo o que queria que seu pai o amasse.  
- Eu vou com você. 
- É uma reunião de família, Victor. - Charlie foi completamente ignorado quando o ex-jogador de quadribol seguiu Percy e entrou na sala onde todos estavam. 
- Victor! - Seus irmãos e cunhado olhavam com curiosidade ou sorrindo maliciosamente. 
- Acho que seu pai quer falar alguma coisa, Charlie. Fique quieto, sim. - O puxou pela cintura o abraçando por trás. 
Arthur os olhou zombeteiramente. - Bichas! - Bufou mas Victor apenas apertou ainda mais sua cintura. 
- Fala logo o que quer e depois vá embora. - Disse Will. - Não preciso de você aqui, estragando meu casamento. 
- Não é como se eu me importasse. - Deu de ombros. - Nem sei quantos de vocês são meus filhos mesmo. - Os irmãos Weasley se entreolharam. 
- O que quer dizer com isso? - Blaise perguntou. 
- Acho que está na hora de tirar os óculos rosa que todos veem Dionísio. 
- Eu não vou deixar você falar mal do meu pai! - Blaise disse com ódio e foi segurado por Ron. 
- Medo de ouvir a verdade? - Blaise avançou novamente. - Que tal começar assim, aquele filho da puta nunca foi minha alma gêmea, Andrea era. 
LEIAM AS NOTAS FINAIS

O contratoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora