Culpado ou inocente

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Charlie ainda ficou uma semana na Inglaterra depois que soube do coma de Gina. Sua irmã não acordava e seu chefe o queria de volta o mais rápido o possível. Sem outra saída e um tanto culpado, voltou para a Romênia.
- Achei que não iria chegar nunca! – Disse Salvador, seu chefe de seção. O cara adorava esbravejar e gritar, mas sabia quando todos precisavam de um tempo, principalmente Charlie que raramente precisava de férias para ficar com sua família.
- Sei que sou irresistível e que minha incrível beleza te deixa mais feliz, por isso vim correndo. - Zombou
- Mova sua bunda branca para o trabalho, Weasley! Prefiro meu parceiros sem aditivo extra entre as pernas! – Resmungou brincando. – Agora! Tenho um recruta para você. Ele chegou tem uma semana.
- Recruta? Geralmente eles não vão para Oswald? – Questionou curioso.
- Esse garoto já passou pelo treinamento básico em outra reserva. Está aqui para o treinamento físico.
- Ah! Quem é? – A porta bateu e Ingrid, uma das poucas mulheres presente abriu a porta e atrás dela uma pessoa que ele conhecia muito bem.
- Que bom que chegou, Weasley! Já banquei a babá por muito tempo, agora é sua vez! Fique a vontade para trocar as fraldas dele.
- Hey! Assim eu me doendo! Achei que gostasse de mim! – Respondeu Victor Krum sorrindo.
- Ela não gosta de ninguém! – Salvador e Charlie ao mesmo tempo enquanto Ingrid dizia “Eu não gosto de ninguém”. Todos retiraram os olhos.
- Então Victor Krum largou a vassoura para vir cuidar de dragões. – Disse um tanto curioso sobre aqui. Por que não lhe disse quando estiveram junto.
- Não que meu ex-treinador esteja feliz, mas é o que temos. - Fez uma careta. – Quando começamos?
- Agora. – Respondeu deixando sua mala no chão. – Depois eu volto para pegar. Aposto que Fridda não comeu a semana inteira. – Disse sem esperar resposta é arrastou Krum com ele indo em direção ao campo onde um filhote de dragão descansava. – O que está fazendo aqui? – Perguntou a Victor.
- Treinando para ser um domador de dragões.
- Aqui? Especificamente aqui!
- Falando assim vou começar a achar que não gosta de mim?
- Victor...  – Suspirou. – Você precisa encontrar alguém que seja melhor. Alguém que possa te dar...
- Se você falar em filhos nesse momento eu vou ficar muito irritado. – Disse sério. – Eu quero você, Charlie. Eu vou ficar com você.
- Não vamos ficar juntos, Victor! Você merece alguém melhor. – Charlie disse aquilo enquanto sentia uma pontada no peito. Ele queria ser aquele alguém melhor. Charlie de repente se viu virado e pressionado contra o corpo forte de Victor que o olhavam muito irritado.
- Não ouse falar por mim, Charlie! Se você não quer ficar comigo por que não gosta de mim, então me diga. Não fique se escondendo com detalhes não importantes.
Charlie o empurrou e o olhou sério.
- Eu não quero ficar com você. – Cara, com doeu dizer aquilo, mas não vacilou. – Agora nós temos trabalho. – Victor não tocou mais no assunto naquele dia, também não no próximo e nem pelos próximos que viriam, mas toda vez que olhava para o ex jogador de quadribol, tudo o que podia ver era mágoa.
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O silêncio que se fez quando o julgamento dos Weasley começou foi surreal. Parecia uma torcida  olhando para dois apanhadores enquanto estes caçavam o pomo.
O subsecretário apresentou as acusações e a nova lei da qual se enquadravam. Nem todas as acusações estariam naquela lei de proteção à criança, mas a maior parte era.
Harry observava atentamente Arthur e Molly. Enquanto o primeiro parecia calmo e sereno a segunda parecia que iria explodir a qualquer momento. Um dos advogados era jovem, parecia recém saído do mestrado. Ele estava nervoso, apesar de parecer um tanto confiante. Já o outro parecia que preferia estar em qualquer outro lugar.
- Como os culpados se alegam? – Questionou o ministro.
- Inocente. – Disse Arthur.
- EU NÃO FIZ NADA! – Gritou Molly é seu advogado, o entediado, a silenciou magicamente.
- Bem, então vamos as testemunhas.
- Antes de tudo. – Chamou o advogado mais novo. – Gostaria de dizer que esse julgamento por si só é injusto para ambos os réus, uma vez que estão sendo julgados em conjunto por todas as acusações. – Meu cliente, Arthur Weasley, exige um julgamento separado.
Aquilo movimentou a câmara de um jeito negativo. Contudo o advogado estava certo, se Harry estivesse certo, Arthur Weasley iria alegar poções e compulsões e se livrar de parte das acusações, ap contrário de Molly. – Harry olhou ao redor e viu Dumbledore. Este parecia preocupado. Faz sentido. Sua denúncia aconteceria assim que o primeiro acabasse.
- Moção para separação dos julgamentos. – Levantou Marisa McMillian, a chefe da câmara. – Lembrem -se o que a lei diz e deixem de lado sentimentos particulares. – Disse seriamente. A câmara, quando em julgamento de crime, tinha magia que inibia qualquer sentimento dos votantes presentes, afim de um julgamento justo. – Moção aprovada. Arthur Weasley, seu julgamento será o primeiro.
Arthur apenas assentiu enquanto o promotor de acusação franzia a testa. – Vou precisar de uma hora para me organizar. – Disse irritado.
- Considerando a hora, julgamento será adiado até  13:30. – Disse o ministro.
Um resmungo coletivo pode ser ouvido e Harry viu seu marido praticamente correr atrás de Charlie Weasley que parecia um tanto pálido.
- O que está acontecendo? - Perguntou quando se aproximou.
- Eu só estou enjoado. – Disse Charlie.
- Vamos para a enfermaria. – Severus ordenou. – Pode ser reação a uma das poções que estou te dando. – William se apressou em ajudar Charlie a se levantar e juntos caminharam até a área da enfermaria.
- O que temos aqui? – Questionou a enfermeira de plantão e Severus começou a falar sobre todas as poções tomadas por Charlie. A enfermeira os olhou com a cabeça caída para o lado em curiosidade.
 – E ele não poderia estar gestando?
O silêncio coletivo que se fez e só foi quebrado quando Charlie vomitou por todo o chão da enfermaria.
Severus então se virou para ele com sua varinha e lançou um feitiço diagnóstico. – Não! Não pode ser! – Disse Charlie. – Você disse que tem partes ressecadas ainda. – Severus mostrou a enfermeira os resultados.
- Isso deveria ser impossível. – Disse a mulher. – Seu útero está realmente ruim, mas ainda assim você tem uma gestação de dois meses.
- As poções estão fazendo efeito. – Severus disse. – Mas o feto mal está se desenvolvendo.
- O que que dizer com isso? – Perguntou Ron enquanto todos pareciam não saber o que falar ou fazer.
- Ele precisa de algo que Charlie não está fornecendo. Magia principalmente. Úteros masculinos são basicamente feito de... – Oh! – Disse e olhou para Charlie de forma um tanto desconcertante. – Sra. Delacour, poderia me por em contato com sua avó novamente.
Fleur, que até então estava distante deixando os irmãos mas perto de Charlie, o olhou confusa. – Eu posso. Quando quer isso?
- Agora!
- Severus, o julgamento. – Lembrou Harry.
- Você é meu representante, de qualquer forma. – Voltou para Fleur. – Vamos.
- Mas...
- Agora! – Saiu a puxando para fora, mas voltou poucos segundo depois. – Não tome nenhuma poção. Coma algo leve, e não saia da enfermaria se não estiver se sentindo bem. – Disse é foi embora.
- O que ele vai fazer? – Questionou Percy.
-  Provavelmente um milagre! – Disse Harry. Ele já viu isso acontecer. Severus não era considerado o melhor pocionista da Inglaterra atoa.
- O que nos leva a outro fato...
- ... quem nos temos que machucar! – Disseram os gêmeos que pareciam quietos demais até aquele instante. Charlie então arregalou os olhos.
- Eu não sei.
- Como não sabe? – Disse Ron.
- Me diz que não dormiu com mais de uma pessoa!? – Disse Percy. – Achei que estava com Victor.
- Eu não estive com ele desde o casamento.
- Então Marcus?
- Não estive com ele antes disso. - Os cinco irmãos se olharam. – Não ousem me julgar!
- Eles talvez não, - Disse a enfermeira. – Mas eu, em sã consciência, não posso deixar você sair daqui sem puxar sua orelha! Já ouviu falar em doenças? – Disse parecendo irritada e então seguiu sobre o maior discurso que alguém poderia ter de uma mulher que não parecia ter mais do que um metro e meio. Por fim a mesma terminou seu discurso com um: Deite-se e descanse. Vou trazer algo leve para você ia tarde. Vocês deveriam comer algo também. – Disse os expulsando. – Todos saíram resmungando.
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No horário acertado, Hermione substituiu Severus em seu assento. A seção então foi aberta novamente e novamente a pergunta foi feita.
- Como o réu se declara?
- Inocente! – Disse novamente.
- Vamos começar. – Disse o ministro. – Primeira testemunha de acusação.
O promotor se levantou sério e foi ao centro da câmara. – Eu chama Amélia Bones.
Amélia se levantou do banco onde as testemunhas chamadas estavam, e sentou -se ao centro da câmara que mais parecia uma arena do que um tribunal. Depois de emitir um julgamento mágico de apenas dizer os fatos, Amélia suspirou.
- No dia 14 de Setembro, no período da tarde, não sei julgar a hora com precisão, o ministro me chamou ao seu escritório. Nele se encontravam Perceu Weasley muito abalado.
- É por abalado você quer dizer?
- Pálido, visivelmente nervoso e parecendo alguém que poderia chorar.
- Continue.
- Ele me entregou uma pastas, que quando eu analisei verifiquei que eram todas as provas exigidas pela lei de abuso para uma prisão imediata e uma vistoria do local. Eu fui com três aurores, Wilson, Banner e Pierce. No local, apreendemos os réus e verificamos a casa.
- O que encontraram?
- Poções.
- Que poções eram essas?
- Poções de amor, compulsão, obediência, abortivo e ressecador uterino. – Quase como um gato seguindo a luz, todos olharam para o advogado de Arthur esperando que o mesmo recebesse. Mas, assim como seu cliente, o mesmo se encontrava sereno.
- Como sabe que essas eram as poções?
- O laboratório só ministério comprovou.
- Passo a testemunha. – Disse o promotor e o advogado de defesa sorriu.
- Madame Bones, quais os procedimentos de checagem de uma prova? Para ficar mais claro, quais os exames são feitos na prova?
- Primeiro um perito detecta o que é, no caso de uma poção ele detecta o conteúdo, atesta sua validade, qualidade e possíveis danos a uma possível vítimas.
- Não está se esquecendo de nada? – Amélia o olhou confusa. – Exames de assinatura mágica e digital, madame Bones.
- Ah! Sim. Esses exames foram feitos.
- É qual foi o resultado.
- Eu não tenho acesso.
- Não, claro que não. – O advogado sorriu e foi até sua mesa colocando uma folha na mesa de cópia, da qual seria possível todos os presentes visualizaram. – Esses, senhoras e senhores, são os resultados do teste de assinatura mágica e de digitais. Poderia ler os resultados, madame Bones.
Amélia colocou seu monóculo e visualizou as letras do exame. – Assinatura mágica compatível com Margareth Weasley. Digitais compatíveis com Margareth Weasley.
- Algo mais?
- Não.
- Muito bem, como podem ver meu cliente não fez nenhuma das poções, seus NOMS É NIEMS provam também que meu cliente não é bom na arte da poção. Testemunha liberada.
Às próximas testemunhas eram os aurores presentes que acompanharam Amélia na prisão.  Seus depoimentos eram compatíveis e por tanto foram liberados.
- Como próxima testemunha gostaria de chamar Jannet Edwards, medibruxa formada em psicologia e perita usada para a criação da lei sobre assunto infantil. – A médica em questão entrou na sala e posicionou no lugar antes ocupado por Amélia. – Senhorita, poderia nos falar sobre por que esse caso se aplica a lei.
- Protesto! – Disse o advogado. – O promotor virou o juiz agora?
- Perdão, vou modificar minha pergunta, poderia me dizer sobre as crianças Weasley? Mas especificamente, como você os analisou?
- Bem, William o mais velho e os gêmeos Frederick e George seriam o que podemos chamar de resilientes. Eles não se deixaram abater qualquer pessoa que tente rebaixa-los, Perceus também se enquadra na mesma característica, contudo ele é mais agressivo.
- Quanto a Charlie e Ginevra...?
- E bem complicado, Charlie está traumatizado.
- É a razão do trauma seria?
- Um aborto forçado a ele e por conta disso um deterioramento do seu útero mágico.
- É Ginevra?
- Ela foi moldada. Desde de pequena sua personalidade, vontades foram contrariadas ao ponto de não saber o que é pensar por contra própria. É quando tentava impor sua vontade e desejo era novamente rejeitada então começou a pensar que aqueles eram seus desejos, seus gostos. – Suspirou. – Existem duas Ginevras dentro de uma única garota. Uma que segue os desejos dos pais e outra que tem os próprios desejos e essas duas disputam lugar.
- Você acha que isso foi o que causou a condição médica atual de Ginevra? – Virou-se para todos os presentes. – Para aqueles que não sabem, a senhorita Ginevra Weasley, está atualmente internada em coma devido a um surto psicótico.
- Ginevra tem o que chamamos de distúrbio de personalidade dissociativa. Como eu disse, duas personalidades brigando para saber quem vai  dominar. A personalidade que se apresenta na maior parte das vezes é a criada por seus pais, essa personalidade é egoísta e narcisista. A outra é focada, quer ser independente e que seguir o completo oposto dos pais.
- Testemunha dispensada.
O advogado se levantou. – Quando em consulta, os irmãos Weasley, disseram quem mais pressionou eles?
- A mãe.
- É quanto ao pai?
- O pai era distante.
- Um pai distante você diz, se ele está distante como ele pode ter pressionado a menina?
A doutora hesitou. – Não pode. A criação foi responsabilidade da mãe conforme combinado por ambos.
-  Então, se o pai não estar muito presente, é abuso?
- Não, mas ele poderia ter impedido a mãe.
- Impedido a mãe de fazer exatamente o que?
- Impelir os filhos a constrangimento desnecessário, impedido forçar sua filha a um molde inalcançável e também a impedido de usar poções que foram achadas nos irmãos.
- Agora eu te pergunto, se ela foi capaz de drogar os próprios filhos, quem garante que elas não foi capaz de drogar o marido? – A doutora hesitou. – Agora me responda, se parte da personalidade do marido foi alterada em compulsões leves ao longo dos anos, era possível a modificação de gostos ou personalidades.
- Não sou especialista em compulsões, o que posso dizer dos meus estudos é que quando alguém é obrigado e a fazer algo, essa pessoa acaba se acostumando aquilo. Então, se o Sr. Weasley foi compelido a... não sei, obedecer a esposa, por exemplo, em algum momento ele iria começar a fazer isso por costume, não por que concorda.
- Por mim é só. – O advogado sentou -se e Hermione olhou para Harry.
- Estou com mal pressentimento. O que está acontecendo? – sussurrou.
- Ele está jogando a culpa para Molly.
- Ele não pode fugir de tudo o que fez.
- Se tudo continuar assim, é isso que vai acontecer.
- Ordem! – Gritou o ministro para os sussurros que se fez. – continuem.
- Chamo William Delacour antes Weasley. – Disse o promotor parecendo irritado.
Will foi ao promotor e sussurrou  algo em seu ouvido antes de se sentar. – Quer abrir para todos, Sr. Delacour? – Disse o advogado de defesa.
- Não.
- Oh! Pareceu um pedido? Devo lembrar que isso é um tribunal e qualquer informação que o promotor tenha eu devo ter também?
Will olhou para o promotor que confirmou. – Meu irmão é uma das testemunhas ele não está se sentindo bem, ele esta na enfermaria. Posso me sentar agora?
- A vontade. – Sorriu.
- Conte-nos sobre seu pai. - Disse o promotor.
Will suspirou. – Não há exatamente muito o que falar. Quando eu era criança me lembrava apenas dele trabalhando ou em sua oficina. Molly eram sempre quem estava conosco, sempre gritando e nos mandando seguir suas ordens e quando corríamos para ele, sempre está a ocupado demais com qualquer coisa.
-Você pensa que ele seria capaz de impedir sua mãe de gritar e ordenar vocês?
- Não. – Negou com a cabeça. – Ele só ficava lá parado, ignorando tudo ao redor.
- É quanto aos seus irmãos, o tratamento foi parecido?
- Só com Charlie foi diferente.
- O que há com Charlie?
Willian se encolheu, não parecia justo expor seu irmão para fazer com que seu pai fosse preso. – Ele odiava Charlie.
- Odiava? Por quê especificamente Charlie?
- Chalier é filho de Dionísio Zabini.
- Então Charlie é fruto de uma traição?
Will negou. – Ele é fruto de um contrato. A cláusula em específico que obrigava o pai a ter uma criança Zabini nunca foi anulada. Então ele foi obrigado a engravida.
- Como era o tratamento de seu pai com Charlie.
- Molly e tia Serena eram quem cuidavam dele. Eu me lembro dele me tratar melhor que Charlie e depois Percy, mas Charlie era o ignorado ou os tapas e empurrões.
- Então ele batia em Charlie?
- E em Molly. – Sussurrou altos fizeram no tribunal e novo pedido de ordem foi chamado.
- Então aqui temos um histórico de violência doméstica.  Testemunha dispensada.
O advogado de acusação se levantou. – Me diga, senhor Delacour, você disse que seu irmão foi fruto de um contrato, correto?
- Sim.
- Então podemos dizer que seu pai foi abrigado a tê-lo e mantê-lo, correto?
- Sim.
- Vou te fazer uma pergunta, me dê apenas sua opinião. Você é casado com uma belíssima senhora, que Merlin permita, vão ter filhos, então imagine -se sendo obrigado a ter que gerar e manter uma criança de outra pessoa. Pessoa essa que você não gosta, e que te obriga a ter relações sexuais até que seja possível a concepção. Você percebe Sr. Delacour, que estamos julgando aqui uma vitima de estupro? - Will apertou a mão. – O que faria se fosse você? O que faria se fosse sua esposa ou um de seus irmãos? O que faria se eles estivessem sendo julgados por serem vítimas de uma circunstância?
- Protesto! Constrangimento a testemunha.
- Aceito! Advogado, detenha-se a fazer perguntar.
- Eu com toda a certeza não iria descontar minha raiva em uma criança inocente. Você diz que ele é uma vitima, mas meu irmão não é o culpado por isso é sim uma vitima. Dionísio queria Charlie, mas Molly não permitiria. Ela fazia de Charlie uma moeda de troca para conseguir dinheiro e joias e o contrato de casamento deles só permitirá que Charlie fosse morar com os Zabini se Molly permitisse.
- Então você está dizendo que a culpada e Molly?
- Estou dizendo que o beijo do dementador e pouco para esses dois. – Disse com ódio.
- Dispensado.
- O próximo seria Charlie Weasley, mas o mesmo se encontra na enfermaria, gostaria de pular a sequência e ir para Percy Weasley.
Assim com seu irmão, Percy sentou na cadeira ao centro da câmara e suspirou. – Lorde Weasley, o senhor saiu de casa brigado com seus pais pouco depois de terminar a escola, estou correto disso?
- Sim.
- Poderia me dizer o motivo.
- Eu não aguentava os gritos, as ordens e o fato de meus pais nunca questionarem o diretor Dumbledore.
- Poderia ser mais específico?
- Eu saí de casa no verão de 94, foi depois do ocorrido no torneio tribuxo e Harry Potter anunciar o retorno daquele que não deve ser nomeado. O diretor Dumbledore então chegou na nossa casa dizendo que iria reativar um grupo chamado a ordem da fênix já que o ministério estava negando o retorno do lorde das trevas. Eu me lembro de estar na sala de jantar e o diretor me perguntar se eu poderia fazer parte do grupo e espionar as coisas no ministério.
- O que você respondeu?
- Que não, obviamente.
- Por quê?
- Primeiro por que eu já tinha perdido meu primeiro emprego devido a morte de Bartolomeu Crouch, então o ministro me contratou pouco depois para ser seu auxiliar de secretário. Era um cargo bem importante é remunerado, não iria perder a chance para espionar algo que eu nem acreditava e segundo, por que nunca confiei no diretor. Ele está a sempre perguntando por minha família, garantindo que estivéssemos ao seu lado e querendo nossa servidão. – Suspirou. – Eu não gosto dele. Então deixei bem claro isso.
- Que não gostava dele?
- Que não gostava dele achar que eram os peças de xadrez que ele poderia usar como quisesse.
- Continue.
- Então Molly explodiu! Disse que eu deveria me sentir honrado pelo diretor ter me chamado para o grupo da galinha flamejante dele. – risadas ecoaram pela Câmara. – Eu então lembrei a eles que Ron e Gina na época eram menores de idade e que não poderiam se defender, que seguir Dumbledore cegamente era o mesmo que colocar alvos sobre nossas cabeças.  Perto do Natal meu Arthur foi atacado pela cobra do lorde das trevas em pleno ministério protegendo algo que nem ele sabia.
- Você fez algo quanto a isso?
- Mandei uma mensagem a Ron e pedi que se afastasse de Harry Potter. Nossos pais não iriam protege-los e as coisas estavam ficando tensas. Ataques todos os lados, fui ameaçado mais vezes do que posso contar e nossos pais continuavam seguindo Dumbledore como se ele fosse a segunda vinda de Merlin.
- Lady Mcmillian, acho que todos gostaríamos que o promotor parasse de enrolar e voltasse ao caso. – Disse entediado.
- Muito bem. – Disse o promotor. – Nós fale sobre seu pai.
- Não há muito o que falar além do que Will já falou, exceto por uma coisa. Eu tinha doze anos quando Charlie descobriu que era um portador eu ouvi a conversa deles. Ele falou que queria que Charlie fosse embora antes que – fez aspas com a mão. – “Contamina-se seus outros filhos" ele queria mandar Charlie embora, mas Molly gritou que iria cura-lo e ele mandou ela fazer o que quisesse, que ele não estaria nem aí. Perdi completamente o respeito por ele aquele dia.
- Algo mais que queira falar?
- Sabia que limpar sangue de carpete e muito difícil?
- Como?
- Quando deram a poção abortivo para Charlie, ninguém se preocupou em checa-lo. Eu limpei o sangue do carpete e
dei poções para febre e curativas par Charlie. Eu tinha doze anos e estava me perguntando se iria ser preso por não conseguir cuidar do meu irmão que não parava de sangrar e queimar em febre.
- Testemunha dispensada.
O advogado de acusação não se levantou de sua cadeira. – Me responda, lorde Weasley, na conversa que você alega ouvir, ouvi Arthur Weasley especificamente falando sobre dar poção abortivo?
- Não Arthur.
- Então quem?
- Molly.
- Ele ordenou a Molly que fizesse isso?
Percy franziu a testa. – Não.
- Por mim é só. 
- Posso fazer uma pergunta para você? – Percy olhou para o advogado de seu pai.
- Claro. – Disse sarcasticamente.
- Vai conseguir dormir a noite sabendo que está ajudando alguém que ajudou a torturar os filhos?
- Como um anjo. -  Sorriu E Percy se levantou saindo do tribunal e indo diretamente para a enfermaria se deitando lado de Charlie.
- Como está lá?
- Você precisa depor. É o único jeito dele ser preso.
- Tão ruim assim?
- Bem até agora ele apenas acusou Molly é de alguma forma virou uma vitima de estupro. Precisamos de você Charlie.
- Eu vou.

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