A parte chata de ser adulto

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Neville estava muito irritado com Harry. Ele queria quebrar a cara dele, mas o idiota tinha que ter ficado extremamente doente durante quase uma semana, e na semana seguinte, quem se retirou da escola foi Neville. 
Seus pais estavam em casa e sua avó se recusava terminantemente a escuta-lo. Eles precisavam de médicos 24 horas por dia e não teriam isso em Longbottom manor, apesar das enfermeiras presentes. 
A segunda e a terça feira foram um inferno. Seus pais estavam extremamente assustados com tudo e quando um gritava o outro se assustava e também gritava, alimentando os gritos do primeiro. E então na quarta feira pareciam mais calmos. 
Seu pai saiu do quarto em que estava hospedado e foi para o quarto de herdeiro, do qual sua avó nunca lhe permitiu dormir. Sua mãe cantarolava baixinho alguma música enquanto regava todas as plantas que via e alisava a barriga. 
- Ela fazia isso quando descobriu que estava grávida. - Disse sua avó. 
Na quinta feira, seu pai, antes catatônico, conversou com ele sobre a vassoura de corrida que ganharia em seu aniversário de sete anos. Aparentemente seus avós lhe deram uma quando ele recebeu o anel de herdeiro. 
Na sexta, seus pais agiram como se ele fosse um amigo que sua avó convidou para o jantar. Eles falaram de como estavam muito felizes com a gravidez de sua mãe, mas também estavam com medo. Eram tempos terríveis para se ter filhos. - A guerra é feia. - Disse sua mãe. 
No sábado, o casal parecia recém casados em lua de mel. Neville teve um tempo realmente ruim ao ver seus pais transando em seu quarto. Na sua cama! Aquilo foi terrivelmente traumático. Contudo, essas escapulidas, os levou para uma ala trancada. Então ouve um regresso. 
Foi naquela ala, exatamente no dia 7 de novembro de 1981, que Belatrix, Rodolphus e Rasbatam Lestrange juntos com Bartolomeu Crouch Junior torturaram seus pais. Não foi bonito. Sua mãe gritava por ele enquanto seu pai implorava para não machucar sua família. 
Neville levantou a varinha para faze-los dormir, mas a enfermeira de plantão o fez baixar o braço e o empurrou com mais força do que qualquer um daria crédito para a mulher baixinha. 
- O que pensa que está fazendo? - Gritou sua avó que também havia sido expulsa. 
- Por 16 anos eles reprimiram a memória desse dia. Eles ficaram presos dentro de uma bolha no próprio mundo. Não sabemos como ou porque, mas estar aqui está alimentando memórias que nunca poderíamos induzir. Eles precisam sentir isso. Precisam se lembrar o que aconteceu para voltarem a realidade. - Os gritos de seus pais pararam junto com a enfermeira e os três entraram no quarto correndo encontrando o casal Longbotton desmaiados. - Vou leva-los para o quarto. 
- Faça isso. - Sua avó disse séria. - Depois arrume suas coisas. Está demitida. 
- Como quiser. - A enfermeira disse séria e começou a fazer seu próprio serviço levitando seus pais para o quarto que montaram como uma enfermaria. 
- Não aqui. - Disse Neville que os acompanhava. - O quarto de casado deles talvez seja melhor. - A enfermeira assentiu e o levou escadas acima para o quarto do herdeiro. 
Seus pais não acordaram no domingo, mas ele tinha esperança que estariam melhor quando acordassem. 
---oOo---- 
Quando Ron disse que queria um contrato com Lilá, ele falou sério. Embora não se conseguisse se ver casado pelos próximos dois anos (no mínimo), via um futuro para os dois. Por isso, assim que voltou de Hogsmead, enviou para os pais de Lilá um pedindo de encontro para discutirem um contrato de namoro. Enviou outra carta para sua tia avó avisando o que faria.  
E aquela foi a pior decisão que poderia ter tomado. Embora, como Harry apontou depois, não foi sua culpa, e sim de Lilá. Acontece que ele só soube das consequências, quando uma resposta chegou na segunda feira de manhã. 
Como em todo café da manhã em Hogwarts, centenas de corujas invadiram o salão comunal trazendo caixas e encomendas. Ron teve três cartas. Uma de Gringotts, detalhando os movimentos da sua conta bancária fornecida por sua tia avó para que aprendesse e a outras dos pais de sua namorada junto com a sua própria tia. 
A carta de Tia Muriel era curta, seca e continha uma pergunta, ou pelo menos era a única coisa que importava para ele. “Desde quando você está namorando a menina Brown? Que eu saiba ela está noiva de Úlisse Megalos, um importante pocionista grego. Estamos falando da mesma garota ou você está namorando uma nascida trouxa? Não importa, conversamos no próximo fim de semana.” 
Com as mãos tremendo, Ron abriu a carta dos pais de Lilá pedindo a qualquer deus que estivesse o ouvindo, que fosse apenas um engano de sua tia. Então Ron leu e releu as palavras cuidadosamente escritas do Atair Brown. Ele leu que o acordo de noivado de Lilá não a impedia de namorar, mas que a essa altura, eles deveriam ter um rompimento, pois o casamento dela será efetuado no mais tardar em outubro. O homem pediu gentilmente que se afastasse de sua filha e que a mesma estaria sendo posta em contenda. 
- Ron? Você está bem? - Ron ouvi a voz e Hermione perguntar e apenas passou a carta para ela que leu rapidamente. - Sinto muito. - Ron não respondeu. Seu corpo estava dormente e ele realmente queria quebrar alguma coisa. 
- Ron? - Harry pôs a mão em seu ombro o forçando a se levantar. - Vêm comigo. - Seus amigos o arrastaram pelo que pareceu ser a escola inteira, e quando Ron percebeu, estava na sala precisa com sua varinha em mãos e bonecos de treinos. - Ataque! - Disse Harry e assim o fez.  
Ele atacou o boneco e quando o destruiu Hermione e Harry se juntaram a uma espécie de duelo de três vias. Então eles caíram exaustos e Ron gritou. 
- Aquela... Aquela! AH! Eu nem sei o que falar. 
- Eu a chamaria de vadia, mas acho um tanto sexista chamar ela disso, considerado que teoricamente o único erro dela não foi ter contado sobre o contrato. - Ron olhou para Hermione. 
- Quer parar com o discurso de machimos pelo menos agora? 
Hermione levantou a mão se rendendo e ficou quieta. - O que aconteceu exatamente? - Questionou Harry deitado ao seu lado. 
- Enviei uma carta para Tia Muriel e para os pais dela. Queria conversar sobre um possível contrato de namoro, mas aparentemente ela tem um contrato de noivado com um grego qualquer. E enquanto o contrato não os impede de namorar, eles tinham o prazo máximo de 1 de janeiro para terminarem com qualquer pessoa. Nós terminamos! Por que ela quis voltar? 
- Espera, ela não te contou isso quando você disse que iria enviar a carta? - Ron ficou vermelho e Hermione e Harry se entreolharam. 
- Acho que ele não contou a ela. - Disse Harry. 
- É até bom se pensar que talvez ela não contasse tão cedo. 
- Eu não sei o que fazer! Quero gritar com ela. Enforcar-la. Talvez azarar por toda a eternidade? O que eu faço? - Ron perguntou frustrado. 
- Acho que você deve mostrar a carta para ela. - Hermione disse. - Você merece pelo menos uma explicação, e é bom ser logo, por que depois da contenda, não vai poder. 
- Não quero falar com ela. - A derrota em sua voz era bem alta.  
Harry segurou seu ombro - Ron, você é o futuro senhor de uma casa, precisa se comportar com tal. Sei que provavelmente tudo o que quer é gritar e fazer um escândalo... 
- Realmente quero.  
- Mas não pode. - Disse Hermione. - Olha, conversa com ela, tudo bem? - Ron assentiu e ficou em silêncio. - Relacionamentos já são complicados, mas o mundo bruxo as vezes só piora.  
- Penso igualmente. - Disse Harry colocando as mãos atrás da cabeça. 
- Hey! Você não pode dizer isso. Seu relacionamento com... - Hermione mordeu o lábio.  
- Percebeu o que ia dizer e viu que era idiota? - Harry perguntou rindo e a menina concordou. 
- Ainda assim, quero um relacionamento como o de vocês. Vocês parecem perfeitos um para o outro. 
- Severus é bom pra mim.  
- Não é possível que só eu ache muito... muito... não sei! Louco? - Questionou Ron deitando no chão também. 
- Eu também acho. - Disse Hermione. - Mas isso não muda nada.  
- Vocês já pensaram em como seria caso Voldemort não tivesse morrido? 
- Provavelmente estaríamos em guerra a essa altura. - Disse Ron e o silêncio foi contemplativo. - Sente falta dele? De Sírius? 
- Mas arrependimento. - Respondeu. - Sabe, eu nunca me interessei pelo mundo mágico fora o que eu via. Se eu tivesse me importado um mínimo, talvez eu tivesse conseguido um advogado para ele.   
- Ainda assim talvez não desse em nada. - Disse Hermione. - Sabemos que Dumbledore poderia ter feito algo, mas não o fez. 
- São poucas as coisas que vou poder processa-lo. Essa infelizmente só conseguirei se ele confessar. 
- A vida é uma merda. - Disse Ron. - Onde estão as cartas? - Hermione retirou as cartas de seu bolso e entregou para Ron. - Vou enviar uma carta para minha tia explicando a situação e depois ser um homem oficialmente solteiro. 

O contratoWhere stories live. Discover now