Horcrux

632 91 2
                                    

Quando Ron recebeu duas corujas seguidas de Harry, jamais esperou que suas investigações levariam ao que outrora foi o maior lorde das treva, Gellert Grindelwald. Ron caminhou pela prisão de Numengard e pegou uma polaroide tirando fotos dos dizeres da prisão.
“Para o bem maior”
Essa frase foi dita por Dumbledore e ouvida por Ron algumas vezes no verão antes de seu quinto ano, quando a ordem da fênix estava em reunião. Havia algo nessa historia bem mais profundo que uma amor adolescente.
Ron continuou a subir a ladeira da prisão. Diferente de Azkaban, não havia dementadores, mas a prisão poderia tão horrivel quanto.
- Chegamos. – O guarda que o guiava apontou para uma porta. – Ali é a sala de espera, vão trazer ele.
Ron assentiu e entrou na porta indicada saindo em uma sala sem qualquer decoração, onde um vidro do chão ao teto a dividia e uma cadeira de cada lado para que o prisioneiro e visitante se sentassem.
Ron sentou e aguardou em silêncio enquanto ouvia a porta do outro lado do vidro se abrir e um homem velho, loiro de olhos dispares entrava. Grindwald não se parecia em nada com Sirius Black, mesmo que tenha passado muito mais tempo em uma prisão.
O antes conhecido como lorde das trevas o analisou antes de sorrir e se sentar na outra cadeira. – Devo supor que é um Weasley?
- Prewett agora e em breve Zabini. – Ron jogou a informação por pura curiosidade. Esse homem afinal era visitado anualmente por Dumbledore.
- Ah! Albus me contou sobre sua história. Arthur Weasley em sua cegueira trouxa se deixou corromper pelo odio deles tambem.
- Sim. – Disse simplesmente.
- Então creio que você deva ser Ronald, o amigo de Harry Potter, e atual inimigo dos planos de Dumbledore.
- Sim. – Repetiu novamente.
- É um prazer conhece-lo Ronald, eu tenho algumas histórias para lhe contar.
- Sou todo ouvidos. – Então a próxima coisa que Ron ouviu o fez ficar de boca aberta. Charlie? Aquilo não poderia ser real.
Ron saiu tonto da prisão cerca de quatro horas mais tarde e voltou para o hotel que estava hospedado e onde seu noivo o aguardava. Assim que viu Blaise o abraçou com força.
- Blai, preciso que volte a Inglaterra.
- Eu acabei de chegar e não te vejo a semanas. – Blaise o olhou com a sobrancelha erguida.
- Eu sei, mas preciso que entregue algo a Harry. – Ron entregou uma pasta a Blaise. – É muito importante que isso chegue a ele o mais rápido o possível. – Beijou seu noivo. – Eu não te pediria isso se não fosse extremamente importante.
- Muito bem. – Suspirou. - Mas quando nos encontrarmos novamente, vou querer uma recompensa.
Ron sorriu e o beijou novamente o apertando contra si. – O que quiser.
Blaise fez um carinho na barriga de Ron sentindo um pouco de sua magia ser sugada demonstrando o quão forte seu filho estava crescendo. – Eu volto. – Disse e saiu.
--oOo---
O tempo passou mais rápido do que sentiram. Harry se juntou com Marcos e Amélia e ambos começaram a juntar qualquer evidência sobre os crimes de Dumbledore, auxiliados pelo documento enviado por Ron, fizeram um cronograma de sua vida e da vida de Riddle.
Uma coisa que estava incomodando Harry foi a falta de análise dos corpos de seus pais. Dumbledore foi quem preparou o velório que foi feito muito rapidamente. Segundo Amélia o diretor usou a desculpa de que muitas pessoas queriam lamentar a morte deles, o que realmente o ocorreu, mas como Harry desconfiava se cada decisão do velho, resolveu fazer algo inédito no mundo mágico, pediria a exumação do corpo.
Era por isso, que em seu aniversário, ao invés de estar com seu marido e amigos, ele estava em uma seção de fim de mês no Ministério. Essas seções não costumavam ser cheias afinal não eram obrigatórias. Elas eram seções de informação das agendas dos lordes e ladys.
Todo mês havia uma, mas nem sempre tinha algum anúncio, principalmente nos meses de junho, pois muitos preferiam fazer seus anúncios no solstício de verão, foi assim que o anúncio do casamento do Ron foi feito, e em julho a maior parte dos lordes estavam de férias.
Dessa vez houveram três anúncios específicos. Lorde Lestrange anunciou o nascimento do futuro lorde Lestrange, Reginald Lestrange, e da futura dama, Leda Lestrange.
Pelas contas de Harry, ambos nasceram prematuros. Então Abgail Teller se levantou e anunciou seu casamento com Crouch, o bastardo, causando alvoroço, uma vez que a mesma chamou a todos de fofoqueiros e que ela e Crouch estavam noivos a mais de dois anos, e sim, ela engravidou antes, mas o casamento deles era algo já planejado e aguardado por todos de quem se importavam.
Harry quis cair na gargalhada. O ministério era pior do que uma revista de fofocas. Por fim o chamaram.
- Bom dia a todos. – Cumprimentou. – Hoje representando a casa Potter e Black tenho dois pedidos de processo para abertura e um deles eu gostaria de pedir urgência e chamar uma votação imediata.
- Prossiga. – Afirmou o ministro.
– Meu primeiro pedido é solicitar um processo por roubo e danos morais a antiga ministra Millicente Bagnold. – Jornalistas começaram a tirar foto e vários murmúrios encheram o ministério.
- Suas provas! – Pediu Fudge e Harry levitou uma pasta contendo uma lista de objetos e sua casa em Goldric Hallow.
- Aí estão uma lista de objetos e a casa onde meus pais morreram que foram tomados pelo ministério em nome da ministra Bagnold.
- Moção para aceitar o processo? – Apenas 3 votos eram necessários, dos quarenta lordes e ladys presentes, 30 levantaram as mãos.
- Pedido de julgamento aprovado para roubo. Provas para danos morais? – Harry levitou as provas.
- Aí está o pedido de transferência do meu padrinho Sirius indicando que ela sabia que não houve um julgamento. Também está incluso as rejeições sofridas por Andrômeda Tonks, Eleonora Digory, Pandora Lovegood e Batilda Bagshot, apesar de todas terem documentos assinados por meus pais e selados em Gringottes que indicavam minha guarda. Por conta disso, fui criado no mundo trouxa sem qualquer reconhecimento do mundo mágico e da minha herança. – Muitos começaram a sussurra pois, Dumbledore, sempre afirmou treina-lo para saber seu lugar no mundo mágico.
- Moção para abertura do processo. – 40 votos. – Processo aprovado. Algo mais?
- Sim, eu gostaria de pedir a exumação dos corpos dos meus pais para transferi-los para Potter Manor. Gostaria de uma autorização imediata. – Mais sussurros e os jornalistas começaram escrever furiosamente.
- Por que precisa de uma autorização imediata? – Questionou Fudge e Harry já esperava por essa pergunta, agora era hora de chocar.
- Não ouve perícia nos corpos dos meus pais, e acredito que posso ter descoberto como sobrevivi aquela noite. – Os jornalistas começaram a gritar e gritar pedindo por resposta, mas Harry negou. – Eu não posso dizer isso agora. Sinto muito. Por isso peço essa autorização. Alguns inomináveis farão uma perícia para confirmar. Por isso peço urgência.
- Tendo em vista esse mistério, estou lhe dando concessão lorde Potter. – Disse Fudge sobre protestos de alguns.
Como não era obrigado a permanecer em seção, Harry saiu assim que foi dispensado. Porém, quando conseguiu se livrar dos jornalistas inoportunos, Amélia Bones o puxou pelo braço.
- Me acompanhe. – Harry a seguiu até sua sala onde a mesma dispensou sua secretaria. Ao entrarem Harry viu Rockwood, espião de Voldemort e outros três inomináveis.
Também estavam na sala, Lucius e um homem um tanto velho demais para estar vivo. – Bem, o que temos aqui?
- Só estamos esperando Fudge. – respondeu Amélia. – Enquanto isso. – Apontou para dois dos inomináveis. – Eles farão as analises dos corpos dos seus pais. Você gostaria de estar presente?
Harry negou. – Prefiro não ter essa imagem na minha cabeça. – Entregou a autorização para um dos homens que aceitou prontamente e saíram da sala.
- Eles vão fazer imediatamente, só para garantir. – Harry acenou e Amélia serviu chá a todos.
A porta foi aberta poucos minutos depois por Fudge. – Então, o que temos dessa vez?
- Estamos investigando se existe outra forma possível de Voldemort voltar.
Fudge parou onde estava e respirou fundo. – O que temos? – Caminhou e se sentou ao lado de Lucius.
- Uma horcrux. – disse o homem velho jogando o caderno de Tom Riddle na mesa. – Um objeto que armazena parte da alma de uma pessoa.
Todos ficaram em silêncio por um tempo, antes de Harry perguntar. – Existe a possibilidade dele ter feito outras?
- Não só existe, como pelas minhas contas são sete.
Lucius olhou para o caderno. – Essa coisa estava na minha casa. – Sussurou.
- Foi por isso que te chamamos aqui. – disse Amélia. – Gostariamos de saber em quais outras pessoas ele confiou algum outro objeto?
- Belatrix e Régulos.
O silêncio novamente se fez. – Como sabem que eram sete? – Perguntou Harry.
- 50% a cada divisão. A cobra dele que foi capturada, tinha menos de 1% de alma, isso porque a cada divisão 50% de uma alma se vai.
- A cobra? – Harry lembrou de seu sonho, ele era a cobra, aa cobra era ele. – O que fizeram com ela?
- Removemos a alma e a transferimos para outro objeto antes de destrui-lo.
- E a cobra? – Insistiu e o velho o olhou com interesse.
- Ela está bem. Nenhum dano aconteceu a ela se quer saber.
- Posso falar com ela.
- Imaginei que diria isso, Potter. – O velho acenou para Rockwood que pegou uma gaiola do lado do sofá. – Pergunte a ela se ela sabe de outros.
Harry assentiu e olhou fixamente a cobra. – Nagine?
A cobra o olhou com interesse. – Você é o garoto que matou Tom.
- Correção, eu sou o garoto que Tom tentou matar e falou miseravelmente. – A cobra soltou uma risada. – Você tinha um pedaço de alma de Voldemort.
- Assim como você o tem.
- Como eles retiraram?
- Não sei, eu dormi e quando acordei não senti mas Tom. – Nagine se aproximou. – Tom precisa ser parado, seu líder o transformou em um monstro.
- Dumbledore, não é meu líder, não mais. – Harry suspirou. – Você sabe onde estão as outras?
- Não sei de tudo, sei apenas daquela em Hogwarts e da casa de seu avô bruxo.
- Obrigado Nagine.
Nagine deslizou da gaiola indo para mais perto. – Vou com você. – Saiu da gaiola e subiu em seu colo. – Eu quero ser seu familiar.
- Eu já tenho um.
- Não me importo. Odeio não ter com quem conversar. – Deslizou por seu corpo indo para seus ombros. – Eu como ratos. – Deitou a cabeça em sua cabeça.
- Eu acho que ela deseja ser minha familiar. – Respondeu a todos que olhavam. – Ela disse que existe uma em Hogwarts e outra na cabana de seu avô bruxo. – Nagine chiou novamente. – Ela lembrou que pediu um elfo para um de seus seguidores.
- Esse foi Régulos. – Disse Lucius. – Ele solicitou monstro.
- Monstro? – Disse surpreso. – Monstro! – Chamou e seu elfo apareceu segurando uma fralda de pano e uma mamadeira.
- Mestre chama?
- Monstro, precisamos que você nos diga onde Voldemort te levou.
O elfo deixou a mamadeira cair espalhando leite para todo lado. – Lugar mau matou mestre Régulos.
- Espere, Régulos estava lá?
- Mestre Régulos retirou da caverna o que o lorde das trevas deixou. Ele ordenou que monstro destruísse. – O elfo começou a se bater. – Monstro elfo mau não conseguiu destruir.
- Monstro eu ordeno que pare! – disse ao ver o elfo se machucar. – Você sabe onde está o objeto?
- Monstro escondeu em Grinmald Place.
- Pegue ele e traga-o até aqui. – Monstro rapidamente sumiu e voltou para o local com um cordão verde com uma cobra. Nagine olhou o cordão.
– Sinto o cheiro da magia de Tom.
- Eu vou destrui-lo monstro. Obrigado.
- Mestre vai destruir o mau? – O olhou com olhos arregalados. – Grande mestre ajudou monstro. – Seus olhos se encheram de lagrimas.
- Volte para Ted, aposto que ele está com fome. Eu te aviso assim que for destruído. – Monstro assentiu e partiu. – Agora sabemos a localização de sete horcrux.
- Sete? - Perguntou Amélia.
- O diário, esse cordão, um em Hogwarts, um na casa da família de Tom, um provavelmente em Gringottes no cofre de Bellatrix, Nagine... e eu! – Disse e viu imediatamente todos ficarem pálidos.

O contratoWhere stories live. Discover now