O som abafado das explosões, dos gritos e da derrota certa. Arya tinha se ferido e se arrastava para alcançar seu tridente, Aurora estava sendo segurada por quatro vampiros que se preparavam para arrancar sua cabeça, Pedro tinha sido atingido na cabeça e era segurado pela camisa por um feiticeiro enorme, Bernard e os outros lobos grunhiam de dor com os ataques dos outros lobos. Lis tinha a perna sangrando e olhou em volta, os cabelos brancos sujos de fuligem e sangue ela olhou a sua volta, o cheiro da morte assolava cada conta cada espaço, tudo em sua visão era coberto de sangue e dor. Ela apertou o cabo da espada, e cerrou os dentes. Não podia acabar assim, não podia ser mesmo ali que tudo acabaria.

Ela apoiou a espada no chão e ficou sobre apenas um joelho, fechou os olhos e curvou a cabeça como se desistisse, ela apertou o cabo mais forte. Um soldado pisou na mão de Arya antes que ela alcançasse o tridente, Aurora gritava de dor enquanto os vampiros pressionavam seu corpo contra o chão. Bernard era arremessado contra o chão com violência, teve a costela quebrada e o pescoço ferido de uma mordida. Lis abriu os olhos, sentiu a espada que esfriava sua nuca, um soldado renegado ria nas suas costas, ele estava pronto para decapitá-la, ele ergue a espada e quando a desceu com um grito Lis segurou seu punho com força e abriu os olhos, se colocou de pé ainda segurando o pulso do homem e o quebrou e atravessou sua espada no peito fazendo cair de joelhos e depois por completo. Ela limpou a espada e olhou os olhos com grande pesar, mas também com uma fúria profunda e ela sem palavras disse "Se vamos morrer hoje, será com honra". O chão estremeceu como nunca antes, os ventos sopraram para Norte, as árvores se mexeram com velocidade e deles todos puderam contemplar o exército dos elfos surgir armado e poderoso, ainda em sua direção os enormes Fenrirs surgiram poderosos com seus trovões que tomaram os céus, em cima de um deles Mariah usava a armadura celestial da mãe, carregando a espada dos anjos, a espada de Gabriel em suas mãos. Eles tomaram a arena, a luta entre Fenrirs e Dríades ganhou palco. Mariah saltou de um deles, caindo no meio do conflito, todos reagiram. Todos voltaram a lutar, Arya quebrou a perna do renegado e se ergueu com seu tridente, Pedro incendiou os vampiros que seguravam Aurora e Lis voltou ao caos do conflito. Mariah emanava poder, destruindo os exércitos de Killian com uma força descomunal, todos viravam poeira ou eram desmembrados, em uma ocasião sua espada queimou os vampiros, os fazendo inflamar.

Não olhou para ninguém, nem mesmo para Pedro. Apenas caminhou para o Castelo Molfenter. Estava cega por seu poder, seguia seu destino costurando a multidão, lutando e se defendendo. Lá dentro apenas Killian a aguardava, ela sabia. Sentia em seu coração.

Pedro estava pronto para segui-la.

- Não!! – Lis gritou se aproximando. – Essa batalha não é sua Pedro!!

Pedro a olhou com certo respeito. Mas não poderia ouvi-la.

- Não vou deixa-la sozinha com ele! Ela não pode lutar e salvar os filhos de Elys sozinha!

Lis suspirou, e encontrou no olhar de Arya a compreensão. "Vá".

Então ela e Pedro seguiram o caminho que Mariah fazia, com seu poder emanando a cada passo, a chegada aos portões não foi difícil. Logo Mariah levou a estrutura ao chão e entrou as pressas subindo as escadarias. Um tempo depois, Pedro e Lis também avançaram.

Na sala das punições, Killian estava quase terminando o cântico, já não tinha forma humana, seu rosto misturado ao de um lobo, tinha dobrado de altura, e seus olhos brilhavam como os de um vampiro impiedoso, estava exatamente como na visão. Seu transe foi interrompido por uma adaga arremessada que causou um pequeno corte em rosto antes de cair no chão. Mariah estava no topo das escadas agora não haviam mais paredes, somente as escadarias, o vento fazia seu cabelo dançar, ela levantou a espada apontando para o irmão que nunca pediu.

A Herdeira Mestiça Where stories live. Discover now