O mar de sobrenaturais partiu em direção aos territórios Molfenter. A hora finalmente tinha chegado. Homens e Mulheres, de todas as espécies iam em direção a batalha dos renegados levando em seus corações a esperança compartilhada de criar um mundo melhor para aqueles que ainda virão. Esposas e filhas, e filhos se abraçavam em frente as cabanas, observando a partida de todos e rezando aos deuses pela proteção de todos. O sol se despediu assim como o exército que depois de um longo e tortuoso tempo sumiram no horizonte.

[...]

A floresta do Éden estava como ela se lembrava, ali as árvores tinham suas cores mais vivas, o ar era mais limpo aos pés da montanha dos elfos, em seu cavalo Mariah passou pelo portal de entrada dos territórios não foi recebida por ninguém, nem os guardiões, nem nenhum dos elfos. Ela se perguntou para onde o rei tinha indo com seu povo e rezava para que ele já tivesse partido para batalha. Amarrou o belo cavalo marrom escuro em uma das árvores e começou a explorar, seu coração estava apertado, não por estar completamente sozinha ali mas por se lembrar da última vez que estivera, correndo com sangue nas mãos, Melina levando a flechada no peito, a dor da despedida da amiga, em como tudo tinha chegado aquele ponto. Realmente acreditava que tinha achado seu caminho, mas seu coração ainda tinha dúvidas e uma herdeira não poderia ter dúvidas. Logo depois do riacho encontrou uma casinha escondida pelas sombras das árvores e a vegetação que tinha crescido a sua volta. As janelas e portas estavam quebradas, os cantos escuros de fuligem, a certeza de que aquela fora sua casa cresceu quando seus pés descalços tocaram o caminhou de pedras até a porta principal. Visões de um passado do qual ela não lembrava surgiram a sua volta.

Uma mulher grávida regava flores tropicais no jardim, os cabelos castanhos caídos sobre os ombros, asas de anjo saiam de suas costas, seu rosto era iluminado pela felicidade tinha um sorriso perfeito, uma criança corria em volta de seus pés, um pequenino garotinho. – Simon. Ele também estava feliz, tocava a barriga com apreço e falava com ela, não era possível ouvi-los mas estavam felizes. E seguros. Dentro da casa, a decoração era simples como as cabanas dos lobos, mobília delicada, mas cabia todo amor e pureza do mundo naquele lugar. Mariah podia sentir aquela sensação como se fosse real para ela.

- Finalmente você chegou. – A voz estritamente familiar fez Mariah sair do sonho que se dissipou como fumaça, quando se virou encarou a figura de pé na sua frente.

[...]

A noite caiu como um véu negro contra toda Elys, o frio que se fazia naquela noite era feroz como as terras encantadas nunca tinham visto antes. Uma leve cortina de chuva atingiu o solo sorrateiramente. Nos campos abertos o exército de renegados mantinha sua formação implacável há mais de dois dias, provando resistência e lealdade ao seu senhor. O castelo Molfenter tinha sido depredado tudo que era da corte foi queimado ou substituído por outras coisas. Exceto pela coroa, isso era algo que Killian manteve ainda com o sangue de Lorenzo manchando o metal, ele a desceu sobre a cabeça, vestia um fraque preto com detalhes em cinza escuro, luvas de corou e na bainha a espada dos anjos dourada e ameaçadora, as cicatrizes da última batalha o deixaram ainda mais perigoso ao olhar de qualquer um. A sala onde antes vampiros eram condenados tinha sido preparada para receber os visitantes, e como visitantes, os filhos de Elys acorrentados e sofrendo nas mãos de seus generais. Niara tinha sido forçada a se transformar para ficar fora do caixão de vidro, uma transformação nessas condições incha os ossos do sereiano e o deixa fraco, ela estava seminua jogada no chão frio com as mãos acorrentadas aos tornozelos curvada como um animal acuado. Ártemis tinha muitos hematomas no rosto tinha tentado fuga durante a transição de lugar e pagou por isso, assim como Lia também resistira, tinha uma coleira encantada no pescoço, presente de um temido feiticeiro das trevas, Bethânia estava intacta, porém em um silêncio mordaz. Sempre que Killian surgia para provoca-las, a fada apenas virava o rosto como se enojasse a presença do pai. Um púlpito tinha sido construído no meio do circulo de acorrentados, a fenda no teto tinha sido aberta e a luz da lua invadiu o centro o iluminando. Killian abriu o Algharka apoiado ao pedestal e suspirou com um sorriso no rosto.

- Deviam se orgulhar meninas! Tem ideia do quão importante serão nessa transição? Vocês moraram aqui dentro. – Killian tocou o próprio coração.

Todos mantinham silêncio.

- Nenhum insulto hoje? Nadinha? E você Beth, ainda não vai olhar para o papai?

- O cavaleiro surge da dor, e pela dor o ceifará. Enfrente a si mesmo, e o destino tratará de te guiar. – Bethânia murmurou. E Lia a olhou surpresa era a primeira vez que ouvia a voz da fada.

- Sua mãe lhe ensinou profecias não é querida?

Bethânia voltou a se calar. Killian se aproximou da fada o suficiente para ela ser forçada a olhá-lo nos olhos. Estava pronto para socar o rosto doce e triste dela, mas as portas se abriram e General Reece entrou já vestia sua armadura de guerra, estava agitado.

- Senhor. Desculpe interromper. – Limpou a garganta.

Killian levantou com as mãos para trás e inclinou um pouco a cabeça leu nos olhos do vampiro sádico o que havia acontecido. Ele abriu um sorriso diabólico de orelha a orelha.

- Então eles finalmente estão chegando?

- Eles formaram um exército, a pelo menos algumas horas daqui antes que a lua atinja seu ponto mais alto estarão bem na nossa frente.

- Perfeito. Acho que podemos começar.

Em um golpe impecável, Killian cortou a garganta do general não tão fundo pois precisava que o sangue escorresse. O vampiro caiu de joelhos, e foi arrastado para uma pilastra para ser acorrentado.

- Desculpe, não é nada pessoal. Mas preciso do seu sangue.   

A Herdeira Mestiça Where stories live. Discover now